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Caldeirão da Bolsa

Apostar para os dois lados: vantagens e desvantagens...

Colecção de Artigos Didácticos do Caldeirão de Bolsa.

por MarcoAntonio » 11/10/2008 23:05

São estratégias onde shortas ou alongas em simultaneo uma opção call e uma opção put (de forma um pouco mais limitada, dado que só podes alongar, podes faze-lo em warrants comprando em simultaneo um warrant call e um warrant put sobre o mesmo subjacente).

Nestes casos, vais ganhar (ou perder) conforme o activo se move, independentemente da subida.

Faz sentido este tipo de estrategia se achas que o activo vai ser volatil (ou nao vai ser volatil, no caso de shortares) mas não fazes ideia da direcção. O resultado final será relativamente independente de se foi para cima ou para baixo...

Quando fazes um long straddle/strangle, queres que o activo mexa (se afaste do valor inicial); quando fases um short staddle/stangle, queresque o activo não se mexa (se afaste o menos possível do valor inicial).
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit


1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
....amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por vitorigus » 11/10/2008 22:55

MarcoAntonio Escreveu:
Já agora, o título não é para confundir com estratégias tipo straddles, strangles e afins (isto é, apostar na subida e descida em simultaneo) mas na possibilidade de apostar na subida ou na descida. Fica evidente com a leitura do artigo completo mas deixo o esclarecimento de qq forma pois pode suscitar confusão.



MarcoAntónio podes iluminar um pouco mais esse palco das "strangles"?

Obrigado

Abraço
 
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por MarcoAntonio » 11/10/2008 21:52

Resina Escreveu:Mas a alavancagem tambem se usa quando se esta longo..


A questão não é essa. A questão é que esse tipo de problemas (como por exemplo arriscares a perder mais do que investes) do lado longo só surge se alavancares.

Do lado curto surge mesmo que não alavanques.

Não são equivalentes entre si...

Resina Escreveu:Se usarmos alavancagem numa posição longa e o mercado estiver a subir, ganhamos o mesmo que se tivermos alavancados numa posição curta e o mercado cair...


Não, não ganhamos.

Ganhamos mais do lado longo em caso de subida. E perdemos mais do lado curto em caso de descida...


Resina Escreveu:Era isso que estava a tentar dizer...


Pois, eu sei. Mas não está correcto...

O artigo deste tópico já explica as diferenças.
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por Resina » 11/10/2008 21:44

MarcoAntonio Escreveu:São situações que não têm um paralelo directo com o lado longo (num Bull Market), pelo menos se não se utilizar alavancagem.


Existe uma tendência para se achar que estar curto num Bull Market é o equivalente a estar longo num Bull Market mas não é...

Mas a alavancagem tambem se usa quando se esta longo..
Se usarmos alavancagem numa posição longa e o mercado estiver a subir, ganhamos o mesmo que se tivermos alavancados numa posição curta e o mercado cair...
Era isso que estava a tentar dizer...
Abraço
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por MarcoAntonio » 11/10/2008 18:31

Talvez, talvez (lol).

Mas é uma artigo sobre mercados e mais oportuno agora do que nunca...
:wink:
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por scpnuno » 11/10/2008 18:20

(Marco Antonio, tu não achas o titulo do topico... humm ...assim a modos que ...hummm ... um bocadinho dubio? sabes que o pessoal aqui tem as mentes meio viradas para os segundos sentidos)
Esta é a vantagem da ambição:
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por MarcoAntonio » 11/10/2008 18:12

Sobre a novidade ou não novidade destes produtos e também como a sua utilização foi interpretada ao longo da história, deixo aqui dois quotes sobre dois produtos ligados aos "ganhos com quedas no mercado".

Uma breve história das opções (semelhantes aos warrants mas mais completas e abrangentes) e uma breve história do short-selling de acções:



Opções:


Brief History Of Stock Options

Options contracts goes a long way back to about 332 B.C. where it was used to secure the rights to use olive presses as well as back in the tulip mania of 1636 in Europe. The first real stock options were created back in 1872 by American Financier Russell Sage who invented the first call and put options to be traded in Over The Counter (OTC) markets. Yes, stock options were first traded as unstandardized contracts which has no standard pricing model nor terms. Sellers simply charged a price they felt was reasonable, resulting in very inefficient markets.

With the creation of the Chicago Board Of Options Exchange (CBOE), which is still the biggest stock options exchange in the world today, in 1973 and the invention of the Black-Scholes Option Pricing Model in the same year, call and put options are at last standardized and accessible to the general public. For the first time, any member of the public may buy and sell stock options. The Options Clearing Corporation or OCC, was then created as a guarantor for all stock options contracts, guaranteeing the performance and delivery of every stock options contract. This combination created the modern, standardized and highly efficient options trading market that we have today.

By 1976, the American Stock Exchange, Philadelphia Stock Exchange as well as the Pacific Exchange also begun trading stock options as demand for stock options increased exponentially.


http://www.optiontradingpedia.com/stock ... %20options




Short-selling de acções:


The first case of selling short dates back to 1609 and concerns Dutch trader Isaac Le Maire, a big share holder of the Vereenigde Oostindische Compagnie (VOC). In 1602 he invested about 85.000 guilders in the VOC. By 1609 the VOC still was not paying dividend, and Le Maire's ships on the Baltic routes were under constant threats of attack by English ships due to trading conflicts between the British and the VOC. Le Maire decided to sell his shares and sold even more than he had. The notables speak of an outrageous act and this led to the first real stock exchange regulations: a ban on short selling. The ban was revoked a couple of years later.[2]

Short selling has been a target of ire since at least the eighteenth century when England banned it outright. It was perceived as a magnifying effect in the violent downturn in the Dutch tulip market in the seventeenth century.

The term "short" was in use from at least the mid-nineteenth century. It is commonly understood that "short" is used because the short seller is in a deficit position with his brokerage house. Jacob Little was known as The Great Bear of Wall Street who began shorting stocks in the United States in 1822.

Short sellers were blamed for the Wall Street Crash of 1929.[3] Regulations governing short selling were implemented in the United States in 1929 and in 1940. Political fallout from the 1929 crash led Congress to enact a law banning short sellers from selling shares during a downtick; this was known as the uptick rule, and was in effect until 2007. President Herbert Hoover condemned short sellers and even J. Edgar Hoover said he would investigate short sellers for their role in prolonging the Depression. Legislation introduced in 1940 banned mutual funds from short selling (this law was lifted in 1997). A few years later, in 1949, Alfred Winslow Jones founded a fund (that was unregulated) that bought stocks while selling other stocks short, hence hedging some of the market risk, and the hedge fund was born.[4]

Some typical examples of mass short-selling activity are during "bubbles", such as the Dot-com bubble.[citation needed] At such periods, short-sellers sell hoping for a market correction. Food and Drug Administration (FDA) announcements approving a drug often cause the market to react irrationally due to media attention; short sellers use the opportunity to sell into the buying frenzy and wait for the exaggerated reaction to subside before covering their position.[citation needed] Negative news, such as litigation against a company will also entice professional traders to sell the stock short.

During the Dot-com bubble, shorting a start-up company could backfire since it could be taken over at a higher price than what speculators shorted. Short-sellers were forced to cover their positions at acquisition prices, while in many cases the firm often overpaid for the start-up.

In September of 2008 short selling was seen as a contributing factor to undesirable market volatility and subsequently was prohibited by the SEC for 799 financial companies in an effort to stabilize those companies.[5] At the same time the U.K. FSA prohibited short selling for 32 financial companies.[6] On September 22, Australia enacted even more extensive measures with a total ban of short selling.[7] Also on September 22, the Spanish market regulator, CNMV, required investors to notify it of any short positions in financial institutions, if they exceed 0.25% of a company's share capital.[8][9]


http://en.wikipedia.org/wiki/Short_selling#History
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por salvadorveiga » 11/10/2008 17:35

Alladin2007 Escreveu:Desculpem mas nunca percebi muito bem como é que se pode ganhar dinheiro, com o titulo subjacente a perder valor.
Sempre fui muito critico em relação a esses novos produtos que foram criados durante o último Bear Market (após 2001), como por exemplo os warrants, etc etc, que não são mais que uma forma de os bancos arranjarem dinheiro fácil e rápido.
Se todo um sistema funciona com base na criação de valor, como é que se pode fazer dinheiro destruindo valor?

Abraço


Short selling existe desde que os mercados existem...

E o short selling cria um mercado mais justo, mais racional.

Mantem a euforia "controlada". A criaçao de valor e o subjacente muitas vezes nao andam de maos dadas... uma empresa pode valer 10 mas a acçao estar a 100.

Alias o escandalo ENRON, foi muito devido aos short sellers que encontraram muitas falcatruas nas suas contas e entao começaram a shortar.

Muitas vezes sao os short sellers que encontram as empresas problematicas...
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por Alladin2007 » 11/10/2008 15:11

Desculpem mas nunca percebi muito bem como é que se pode ganhar dinheiro, com o titulo subjacente a perder valor.
Sempre fui muito critico em relação a esses novos produtos que foram criados durante o último Bear Market (após 2001), como por exemplo os warrants, etc etc, que não são mais que uma forma de os bancos arranjarem dinheiro fácil e rápido.
Se todo um sistema funciona com base na criação de valor, como é que se pode fazer dinheiro destruindo valor?

Abraço
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por AMR » 11/10/2008 4:16

*suspiro*,

Devo confessar que nem é o quanto posso perder que me preocupa, mas sim, dado o cenário, a dificuldade asfixiante em ganhar.

Siga a sabática... se isto voltar à pré-história e ainda me sobrar alguma massa, sempre é algum papel higiénico e sempre posso galar as fêmeas à boa maneira pré-antiga (confronto com outros machos e que ganhe o melhor, que estou a precisar do exercício...).

"Gordo" que nem um pote (aka abraços, claro),
AMR
http://www.alvaromrocha.com

PS - Se isto estourar ao menos emagreço qb.
PPS - Também emagreço se isto não estourar e até prefiro.
PPS - Bom fim-de-semana, while it lasts. :mrgreen:
Be different, be better. Go a little wild. You’ll love every minute of it.
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por MarcoAntonio » 11/10/2008 1:27

Resina Escreveu:Este tópico tem quase um ano, e eu nunca o tinha visto...
Marco quando disseste que não era assim tão simples no outro tópico, referias-te ao facto de estarmos a shortar e o mercado subir!? Era isso!? Eu quando falei, estava-me a referir a apenas termos subidas ou quedas constantes...
Abraço


Desculpa, mas só agora reparei na tua questão.

Eu disse que não era bem assim tão simples porque os riscos de estar curto em Bear Market não são os mesmos de estar longo em Bull Market.

Especialmente se não se souber lidar com a situação convenientemente (por exemplo, má utilização de stop-losses e acabar por ver as posições fechadas por margin call poderá ser verdadeiramente terrível).

São situações que não têm um paralelo directo com o lado longo (num Bull Market), pelo menos se não se utilizar alavancagem.


Existe uma tendência para se achar que estar curto num Bull Market é o equivalente a estar longo num Bull Market mas não é...
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por Resina » 7/10/2008 10:45

Este tópico tem quase um ano, e eu nunca o tinha visto...
Marco quando disseste que não era assim tão simples no outro tópico, referias-te ao facto de estarmos a shortar e o mercado subir!? Era isso!? Eu quando falei, estava-me a referir a apenas termos subidas ou quedas constantes...
Abraço
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por maverick » 24/12/2007 2:48

Qual é o banco nacional que apresenta as melhores soluções a nível de instrumentos próprios para "short selling"?
Cumprimentos
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por hugangelo » 18/12/2007 19:34

obrigado scorpio.
vou começar aqui pelo fórum, então.

abraço.
 
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por Scorpio » 18/12/2007 15:36

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por hugangelo » 18/12/2007 15:21

aproveitando este excelente post do MarcoAntonio, será que alguém me poderia dizer onde posso encontrar informação sobre instrumentos de short selling como CFD's, Warrants e Futuros? [o Ganhar em Bolsa é mto parco nesta matéria...]

Até agora só tenho negociado acções, mas é possível que o conhecimento desses instrumentos me venha a ser positivo num futuro mais ou menos próximo.

obrigado antecipadamente.
 
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por valves » 17/12/2007 18:41

muitos parabens Marco excelente reflexão/ trabalho sobre as vantagens e desvantagens do Short Selling


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por smallfield » 17/12/2007 18:14

Umas das possibilidades para as acções portuguesas, uma vez que como referiu o Ulisses têm algumas limitações para "short selling" puro e duro, é a utilização de Futuros Sobre Acções que normalmente apresentam um spread bastante razoável em PT, EDP, BCP, GALP, PTM, SONAE. SONAE COM, REN e a partir da próxima semana BES e Jerónimo Martins
 
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por Ulisses Pereira » 17/12/2007 17:33

Alguém te empresta acções para venderes... Sim, é possível em muitos mercados. Em Portugal, o "short selling" puro, apesar de previsto legalmente tem tantas limitações que quase só é usado numa óptica intradiária. Para outros prazos, "shorta-se" usando futuros, warrants ou CFD`s.

Um abraço,
Ulisses
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por Pemides » 17/12/2007 17:23

Uma pergunta que me assola a consciência: (desculpem a nabice :lol: )

Quando shortamos uma acção, o que é que acontece na realidade? Isto é... eu sei o que acontece nas nossas carteiras... mas estamos mesmo a "ir à bolsa" vender acções que não temos? É possível tal coisa? :P
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por MarcoAntonio » 17/12/2007 16:59

Já estava à espera...
:mrgreen:


Já agora, o título não é para confundir com estratégias tipo straddles, strangles e afins (isto é, apostar na subida e descida em simultaneo) mas na possibilidade de apostar na subida ou na descida. Fica evidente com a leitura do artigo completo mas deixo o esclarecimento de qq forma pois pode suscitar confusão.

Isto foi escrito originalmente numa altura em que muitos investidores estavam ainda a «descobrir» as posições curtas. Hoje estão um pouco mais vulgarizadas por cá (essencialmente via derivados dado que nas acções continua praticamente a ser só viável intraday o que é muito redutor e pouco aplicável).
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Marco Antonio
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por nunofaustino » 17/12/2007 16:55

scpnuno Escreveu:Excelente artigo, Marco. Andas inspirado!

(embora deva confessar que o titulo do artigo me levou a pensar noutro assunto completamente diferente, carago! Tenham cuidado com os titulos, que o português é uma lingua muito traiçoeira)

Abraços


Tb pensei no mesmo que tu (quer dizer... penso que pensei no mesmo que tu pensaste)... acho que este artigo foi escrito quando o MA passava horas e horas acordado em frente ao computador porque havia uma habitante nova em casa que teimava em não dormir de noite...

Um abr
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por scpnuno » 17/12/2007 16:49

Excelente artigo, Marco. Andas inspirado!

(embora deva confessar que o titulo do artigo me levou a pensar noutro assunto completamente diferente, carago! Tenham cuidado com os titulos, que o português é uma lingua muito traiçoeira)

Abraços
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Apostar para os dois lados: vantagens e desvantagens...

por MarcoAntonio » 17/12/2007 16:44

Este artigo foi escrito originalmente durante o Bear Market. É um artigo que fala da importância de um investidor utilizar ambos os sentidos do mercado mas também dos perigos acrescidos que as posições curtas representam. Apesar do contexto em que foi escrito estar desactualizado pode naturalmente vir a ficar actualizado de novo além da questão base ser intemporal.


Antes de mais, defendo que não só os investidores devem ter acesso às posições «curtas»(infelizmente no mercado nacional essa hipótese é pouco acessível e quando o é normalmente apresenta grandes limitações) como ainda deve exercê-las sem preconceitos.

Em primeiro lugar, as posições curtas devem ser acessíveis porque permite:

:arrow: Maior liquidez (volume de transacções) e menor alienação/desinteresse dos investidores em momentos de queda;

:arrow: Que o mercado atinja mais rapidamente o «preço justo», reduzindo as ineficiências (de avaliação) do mercado, graças a um maior encontro entre compradores e vendedores.

Em segundo lugar, porque o acesso às posições «curtas» permite que os investidores tenham uma visão ambivalente, mais completa e realística do mercado. O investidor tem uma tendência natural e inacta para visualizar o mercado de uma forma distorcida visualizando com maior facilidade as subidas do que as quedas. Por essa razão, compra com facilidade mas tem dificuldade em vender principalmente quando está a perder. É como se o investidor se deslocasse numa via com dois sentidos mas não tivesse hipótese de olhar para trás, de observar a via no sentido inverso, dado que a única forma que tem de realizar lucro é comprar agora para vender (mais caro) mais tarde.

Se o investidor tem acesso a posições «curtas» e pode disfrutar das quedas da mesma forma que disfruta das subidas, com lucros potenciais, passa a ter uma visão ambivalente do mercado, bastante mais ajustada à realidade, mais isenta e mais objectiva. Deixa de ter uma resistência mental às quedas pois essas deixam de representar obrigatoriamente uma perda.

O investidor que só pode «alongar», deseja ardentemente que o mercado suba. Esse desejo perturba a análise e influencia a sua forma de estar no mercado.

Se o investidor pode lucrar com os dois sentidos, deixa de ter um desejo ardente que o mercado se mova num determinado sentido o todo o tempo, passando a desejar, quanto muito, que o mercado se mova no sentido em que ele está posicionado.

Quero dizer que o facto de poder «shortar» não elimina os erros de análise do investidor devidos à projecção do desejo na análise e a sua imposição sobre a decisão de trading. Obviamente, ao poder «shortar», o investidor passa a poder lucrar nos dois sentidos mas também a poder errar nos dois sentidos. Esta projecção/imposição do desejo sobre a decisão de trading deixa de estar centrada num único sentido podendo transportar-se para qualquer um dos sentidos do mercado, conforme o posicionamento do investidor.

No entanto, apesar de não eliminar os erros de interferência psicológica, permite apesar de tudo e principalmente quando o investidor não detém posições, que este tenha uma visão ambivalente do mercado e que realize uma análise potencialmente mais isenta.

Mesmo que o investidor permita uma imposição psicológica sobre a análise, esta é mais objectiva quando o investidor não detém posições mas pode apostar em qualquer um dos sentidos, do que quando não detém posições mas pode apostar unicamente no sentido das subidas.

Até aqui, tenho estado a centrar-me essencialmente em questões de ordem psicológica e a influência sobre o investidor face à possibilidade de «shortar». No entanto, existe outra face do problema que são as consequências práticas no trading: na realidade, as posições «curtas» são mais arriscadas do que aparentam e esse facto é bastante olvidado pelos investidores que num Bear Market como este que vimos atravessando tendem a venerar o «short» e a afastar completamente a hipótese de «alongar». Não só se trata da inversão da questão inicial - o investidor visualizar o mercado como uma via de sentido único, agora no sentido descendente - como poderá passar pelo esquecimento ou pela não percepção de alguns dos problemas que os «shorts» levantam.

Quando o investidor «alonga», os ganhos exponenciam-se e as perdas atenuam-se.

Quando o investidor «shorta», os ganhos atenuam-se e as perdas exponenciam-se.


Se nos alienarmos por momentos da tendência do mercado (Bear ou Bull Market) e analisarmos unicamente as implicações dos movimentos do mercado em cada sentido na carteira de um Investidor A e de um Investidor B em que o primeiro entrou «longo» e o segundo entrou «curto», verificamos que existe um desiquilíbrio no comportamento de cada uma das carteiras e que as posições curtas apresentam um risco acrescido...

Imaginemos então que o Mercado sobe durante 5 sessões, 5% por sessão:

* Compra/Venda 10.000€
* Após uma sessão: 10.500€ (500€ de lucro/prejuízo)
* Após duas sessões: 11.025€ (1.025€ de lucro/prejuízo)
* Após três sessões: 11.576€ (1.576€ de lucro/prejuízo)
* Após quatro sessões: 12.155€ (2.155€ de lucro/prejuízo)
* Após cinco sessões: 12.763€ (2.763€ de lucro/prejuízo)

Ou seja, após 5 sessões, se o mercado tivesse subido, o Investidor A tería um lucro de 27.6%, enquanto o investidor B tería um prejuízo de igual valor, 27.6%.

Imaginemos agora que o Mercado tería descido durante essas 5 sessões:

* Compra/Venda 10.000€
* Após uma sessão: 9.500€ (500€ de prejuízo/lucro)
* Após duas sessões: 9.025€ (975€ de prejuízo/lucro)
* Após três sessões: 8.574€ (1.426€ de prejuízo/lucro)
* Após quatro sessões: 8.145€ (1.855€ de prejuízo/lucro)
* Após cinco sessões: 7.738€ (2.262€ de prejuízo/lucro)

Ou seja, o lucro do investidor B tería sido de 22.6% e o prejuízo do Investidor A dos mesmos 22.6%.

Ora, verifica-se portanto que as quedas se atenuam reduzindo o crescimento do lucro do Investidor B ao longo do tempo quando comparado com o lucro exponencialmente crescente do Investidor A, com o mercado no sentido inverso, obviamente.

Mesmo sem recurso a alavancagem torna-se mais fácil o Investidor A realizar um lucro de 100% ou até superior. O investidor B não só não consegue obter lucros superiores a 100% como para obter lucros próximos destes necessita em princípio de um tempo substancialmente superior.

Por seu turno, e ainda sem recurso a alavancagem, o Investidor A vê as suas perdas limitadas a 100%, o que não acontece com o Investidor B, além de que à medida que estas se vão dando, vão se atenuando. Este facto, tem uma consequência algo perversa que é a de tornar o investidor insensível às quedas à medida quando estas se prolongam demasiado:

Imaginemos que o investidor A adquiriu acções da PTM a 140 (perto dos máximos). Passado cerca de um ano a PTM encontrava-se a 20 - tinha então caído 85%!
Acontece que se após a PTM atingir os 20 o título tivesse um sell-off de 10%, esse acontecimento tería um impacto no Investidor A muito limitado (perderia apenas uns 1.4%, valor quase desprezível, principalmente face ao que já perdeu). Este facto facilita que os investidores fiquem agarrados aos títulos dizendo com certa facilidade de si para si: «Agora é que eu não vendo... muito mais não posso perder».

Apesar do erro psicológico do trading, a verdade é que não pode perder de facto muito mais. O erro já está cometido e foi recorrentemente cometido ao deixar arrastar a posição perdedora. O que acontece é que o impacto destes erros suscessivos vão-se atenuando e é nessa parte que o investidor tem razão... De facto não pode perder muito mais, naquela posição.

Agora imaginemos um Investidor B que antevia que a bolha iria rebentar mas que infelizmente anteviu isso cedo demais. Nos fins de 1999 (a poucos meses de rebentar a bolha) o investidor B shortava PTM a 40. Passado 3 meses a cotação estava nos 140...
O investidor B, se tivesse mantido o título em carteira tería acumulado uma perda de 250%!

E o problema é que, se o mercado prosseguisse a sua marcha ascendente, o Investidor B podería perder muito, mas mesmo muito mais...

Ou seja, se passado um ano de quedas o Investidor A está indiferente à queda e nessa altura já pouco preocupado com o rumo futuro do título (podendo dar-se ao luxo de «guardar o título para os netos»), já o Investidor B não está nada, mas absolutamente nada, indiferente às subidas: ele já perdeu, em apenas 3 meses, 250% e pode perder muito mais nos próximos meses. Caso no dia seguinte a cotação subisse os tais 10% isso representaria uma perda na sua posição de 35%... num só dia!

Portanto, a acumulação de erros do Investidor B, ao contrário da acumulação de erros do Investidor A, exponenciou-se... O Investidor A está nesta altura (passado 3 meses) em polvorosa e super-sensível às subidas, quando o Investidor A está (passado um ano) impávido e sereno pois não poderá perder muito mais.

Este fenómeno está na base da violência dos short covering rallyes. Na realidade, costumamos pensar nos crashs como nos momentos de desespero por parte dos investidores... No entanto, mais vulgares e frequentes que os crashs são os short covering rallyes que representam o mesmo nível de desespero e pânico, para quem está curto.

Vimos atrás alguns exemplos numéricos, mas vejamos agora alguns exemplos práticos tomando por exemplo o presente Bear Market no DAX, note-se por exemplo o comportamento recente do DAX: em cerca de 1 mês o DAX subiu cerca de 37% desde os mínimos até atingir os 3000pts. Será improvável que o DAX se encontre dentro de um mês nos 1890pts, o que representaria uma queda da mesma amplitude no mesmo espaço de tempo, se tomarmos em consideração a história do Bear Market.

<center>Imagem</center>

O que verificamos é que nestes 3 anos de Bear Market, no DAX, tivemos praticamente tantas oportunidades deste calibre quer no sentido ascendente, quer no sentido descendente.

Contabilizamos até ao momento 3 movimentos de queda na ordem dos 35-40% no espaço de 6 semanas e outros tantos movimentos de subida do mesmo calibre no mesmo espaço de tempo. E tanto «longos» como «curtos» já tiveram as mesmas hipóteses de ver as suas carteiras arrasadas em pouco mais de um mês, em especial se recorrerem a posições alavancadas.

Este artigo não defende que não se deve tomar posições curtas. Aliás, ele começa precisamente por ilucidar sobre as vantagens de se tomar posições curtas e por defender que se o investidor tiver acesso a ela, deve fazer uso dessa prática. Em todo o caso, verificamos que exceptuando estes três casos de 35/40% e mais uns tantos de 10/15%, o restante do tempo foi de claro domínio dos «shorts».

No entanto, este artigo alerta para os perigos do «short» e explica ainda o medo, o pânico e nervosismo/desespero que podem ser tão facilmente atingidos por um investidor «short» ao longo de um Bear Market quanto por um investidor «longo».

Por outro lado, defende ainda que mesmo durante um Bear Market, existem excelentes oportunidades do lado «longo» (3 de 35-40% e outras 3 ou 4 de 10/15%) que podem e devem, no meu entender, ser aproveitadas por investidores de curto/médio-prazo:

:arrow: Podem porque são «plantadas» no mercado sensivelmente com a mesma frequência das quedas de amplitude identica...

:arrow: Devem porque, ao contrário da mensagem que muitas vezes se faz passar, não é tão arriscado quanto isso tentar apanhar estes rebounds. Como se pode ver, em mais de uma meia dúzia de oportunidades o mercado demorou bastante mais tempo a anular os ganhos realizados do lado «longo», dando em praticamente todos os casos bastantes oportunidades para sair a tempo, como se pode constatar no gráfico.

Existe obviamente a questão do timing, no momento de entrada. No entanto, esse problema existe igualmente no lado «curto», não no momento de entrada mas no momento de saída:

O maior problema de timing nas posições longas, durante um Bear Market, encontra-se em determinar o momento de entrada sendo no entanto, por norma, mais fácil sair atempadamente de modo a proteger o capital; nas posições curtas torna-se por seu turno mais difícil proteger o capital com saídas atempadas...

A motivação para este artigo é simples: tenho sentido uma grande dificuldade em defender posições «longas» no mercado ao longo deste Bear Market, em especial nos últimos meses; na realidade, estas não representam para mim qualquer problema especial, mesmo que estejamos em Bear Market, principalmente porque o meu plano de trading centra-se essencialmente no curtíssimo e no curto/médio-prazo. Ora, neste plano de trading, tenho detectado praticamente o mesmo número de oportunidades de trading quer de um lado quer do outro e em termos práticos tenho mesmo alternado de há vários meses para cá de posição, ora «longa», ora «curta», sem qualquer preconceito.

Da mesma forma que não considero que deva existir qualquer preconceito na tomada de posições «longas» durante um Bear Market, entendo ainda que as posições «curtas» não devem ser consideradas não arriscadas durante um Bear Market. Em boa verdade, um mau timing numa posição «curta», especialmente se alavancada, pode arrasar em poucas semanas o lucro de muitos meses ou anos...

Marco António.
Bons Negócios,
Marco Antonio
Caldeirão de Bolsa

FLOP - Fundamental Laws Of Profit


1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
....amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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