CALDEIRÃO DE BOLSA

Massao1 Escreveu:

Ferreiratrade Escreveu:Segundo percebi é trabalhador dependente e faz o IRS como toda a gente e constituiu uma empresa unipessoal somente para a gestão da compra e venda e dividendos de ações e faz IRC sendo necessário contabilista certificado? Desculpe estar a ser chato mas é útil perceber se será vantajoso para mim próprio. Isso do IVA é uma grande vantagem.

Claro que tenho contabilista. Os lançamentos são diários o que impede o trabalho exaustivo do anexo g de IRS.

Outra vantagem
A possibilidade de recuperar os descontos em outros países.

Ferreiratrade Escreveu:Segundo percebi é trabalhador dependente e faz o IRS como toda a gente e constituiu uma empresa unipessoal somente para a gestão da compra e venda e dividendos de ações e faz IRC sendo necessário contabilista certificado? Desculpe estar a ser chato mas é útil perceber se será vantajoso para mim próprio. Isso do IVA é uma grande vantagem.

Ferreiratrade Escreveu:

Massao1 Escreveu:Eu tenho uma sociedade Unipessoal, tendo como objeto principal, Auditoria, fiscalidade e afins.
É nesta empresa que é transacionado ações.

É nesta sociedade que recebo os dividendos, como é óbvio.

As vantagens são muitas.

Nota. Não sou contabilista.

Boa tarde


Mas você exerce esse tipo de atividade profissionalmente ou apenas dedica-se a compra e venda de ações e utiliza essa categoria sem exercer essas funções?

Em relação aos dividendos é taxado a 25% em vez dos 28% certo?


Cumprimentos

Massao1 Escreveu:Eu tenho uma sociedade Unipessoal, tendo como objeto principal, Auditoria, fiscalidade e afins.
É nesta empresa que é transacionado ações.

É nesta sociedade que recebo os dividendos, como é óbvio.

As vantagens são muitas.

Nota. Não sou contabilista.

Mymous Escreveu:
Então:

Situação 3: Mais valias obtidas há menos de 1 ano de 32k
Rendimentos do trabalho: 50k
Rendimento total: 82k (como não ultrapassa os 83k, não há englobamento obrigatório das mais valias)
Taxa: aos rendimentos do trabalho aplica-se a taxa relativa ao escalão, aos rendimentos especulativos aplica-se 28%

Mymous Escreveu:
Ou seja:

Situação 2: paga 48% sobre tudo

Mymous Escreveu:
Situação 3: paga 44.6% sobre rendimentos de trabalho e 28% sobre as mais-valias especulativas.

Estou correto?

AAA_ Escreveu:

Mymous Escreveu:

Apramg Escreveu:O problema é que todos os redimentos são tributados a 48%. Incluindo um salário de 1000 ou 2000 ou 3000 euros. Penso que essa é a aberração principal!

O que eu não entendo é a não progressividade do imposto (relativamente à parcela das mais valias mobiliárias), quando por 1€ se salta de uma situação para a outra. Ou estou enganado?

O fisco cobra da seguinte maneira:

Situação 1: Mais valias obtidas há mais de 1 ano de valor superior a 85k
Regra: pagam taxa de 28%
Opção: podem ser englobadas
As mais valias de acções detidas há menos de 1 ano (chamemos-lhe especulativas, porque é assim que eles as consideram) são obrigatoriamente englobadas. Ou seja, se tiver rendimentos categoria A (ou B) de 50k e mais valias especulativas de 1000 EUr, o meu rendimento colectável é de 60.000 Eur. Aplicam-se as taxas de IRS.

Situação 2: Mais valias obtidas há menos de 1 ano de 35k
Rendimentos do trabalho ou não sujeitos a uma taxa especial: 50k
Rendimento total: 85k (como ultrapassa os 83k, há englobamento obrigatório das mais valias)
Taxa: aplicam-se as taxas de IRS.

Espero ter ajudado.

Mymous Escreveu:

Apramg Escreveu:O problema é que todos os redimentos são tributados a 48%. Incluindo um salário de 1000 ou 2000 ou 3000 euros. Penso que essa é a aberração principal!

O que eu não entendo é a não progressividade do imposto (relativamente à parcela das mais valias mobiliárias), quando por 1€ se salta de uma situação para a outra. Ou estou enganado?

Apramg Escreveu:O problema é que todos os redimentos são tributados a 48%. Incluindo um salário de 1000 ou 2000 ou 3000 euros. Penso que essa é a aberração principal!

serdom Escreveu:percebo pouco da fiscalidade, mas o meu copiloto diz-me que este tema devia ser discutido noutro tópico
eu acho só esquisito preferir não fazer mais-valias por ter de pagar 28% ao Estado, em vez de ganhar os restantes 72%.
e nem sequer parece que PT esteja assim tão fora da norma europeia.

According to the European Parliament's 2025 study (1):

Financial services are generally VAT-exempt, which results in lighter taxation compared to other sectors.
Financial Transaction Taxes (FTTs) exist in several EU countries, but vary widely in scope and rates. They contribute modestly to tax revenue and don't significantly distort markets.
Bank levies (on assets, liabilities, or capital) are applied in some countries, often introduced post-2008 crisis. Their effectiveness is mixed, and banks often pass the cost to customers.
Corporate Income Tax (CIT) rates are mostly uniform across sectors, with few exceptions applying higher rates to financial institutions.
Country-Level Taxation Overview (Selected Examples) (2)
Nordic Countries
Denmark: CGT & Dividend Tax: 27–42% (based on income); No wealth tax; Exit tax applies.
Finland: CGT & Dividend Tax: 30–34%; No wealth tax; Exit tax applies if investments > €500k.
Sweden: CGT & Dividend Tax: 30%; ISK accounts offer alternative taxation; Exit tax applies for 10 years.
Norway: CGT & Dividend Tax: 37.84%; Wealth tax: 1.1% above ~€1.7M; Exit tax applies.
Western Europe
Belgium: CGT: 0% for passive investors, 33% for active; Dividend Tax: 30%; No wealth or exit tax.
France: CGT: 30–35%; Dividend Tax: ~30%; Wealth Tax: 0.5–1.5% (real estate); Exit tax applies.
Germany: CGT & Dividend Tax: ~27–28%; No wealth or exit tax.
Ireland: CGT: 33%; Dividend Tax: up to 51%; No wealth tax; Exit tax: 12.5% on unrealized gains.
Central Europe
Austria: CGT & Dividend Tax: 27.5%; No wealth tax; Exit tax applies.
Czech Republic: CGT: 0% if held >3 years; Dividend Tax: 15%; No wealth or exit tax.
Hungary: CGT & Dividend Tax: 15%; TBSZ accounts reduce CGT over time; No wealth or exit tax.
Poland: CGT & Dividend Tax: 19%; Exit tax applies on gains > ~€930k.
Southern Europe
Italy: CGT & Dividend Tax: 26%; Wealth tax on foreign assets; No exit tax.
Portugal: CGT & Dividend Tax: 28%; Wealth tax on real estate > €600k; Exit tax applies.
Spain: CGT: 19–26%; Dividend Tax: 19–23%; Wealth Tax: 0.3–3.5% (regional variation); Exit tax applies.
Low-Tax Jurisdictions
Luxembourg: CGT: 0% if held >6 months; Dividend Tax: 0–15%; No wealth or clear exit tax.
Netherlands: CGT: 0%; Dividend Tax: 0–15%; Wealth Tax: ~2% on assumed gains; No exit tax.
Switzerland: CGT: 0%; Dividend Tax: 35%; Wealth Tax varies by canton; No exit tax.
Malta: CGT & Dividend Tax: 15%; No wealth or exit tax.

(1) https://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/STUD/2025/772638/ECTI_STU%282025%29772638_EN.pdf
(2)https://citizenx.com/insights/europe-taxes/

NirSup Escreveu:São narrativas (criativas), Senhor, são narrativas.

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By Nirvana

Massao1 Escreveu:
Por isto recomendo a constituição de uma sociedade Unipessoal e movimentar os valores Mobiliários e dividendos.

NirSup Escreveu:

BullDuck Escreveu:• Desde 1 de janeiro de 2023 vigora a disposição do artigo 72.º, n.º 14, do Código do IRS que impõe que o saldo entre as mais-valias e menos-valias, resultante das operações previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º, é obrigatoriamente englobado quando resulte de ativos detidos por um período inferior a 365 dias e o sujeito passivo tenha um rendimento coletável, incluindo este saldo, igual ou superior ao valor do último escalão do n.º 1 do artigo 68.º.

É uma excepção e não a regra geral (tributação-regra) que apenas se aplica desde que verificados os pressupostos previstos na lei. Serão poucos os particulares com investimentos na Bolsa abrangidos por esta norma e têm sempre uma forma de escapar à tributação (dos tais 48%).
By Nirvana

In artigo 72.º do CIRS

Artigo 72.º
Taxas especiais

1 - São tributados à taxa autónoma de 28 %:

(...)

c) O saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias, resultante das operações previstas nas alíneas b), c), e), f), g), h) e k) do n.º 1 do artigo 10.º; (Redação da Lei n.º 24-D/2022, de 30 de dezembro)

d) Os rendimentos de capitais, tal como são definidos no artigo 5.º, quando não sujeitos a retenção na fonte, nos termos do artigo anterior;

(...)

14 - Não obstante o disposto na alínea c) do n.º 1, o saldo entre as mais-valias e menos-valias, resultante das operações previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º, incluindo os rendimentos referidos nas alíneas b) e c) do n.º 18, são obrigatoriamente englobados quando resultem de ativos detidos por um período inferior a 365 dias e o sujeito passivo tenha um rendimento coletável, incluindo este saldo, igual ou superior ao valor do último escalão do n.º 1 do artigo 68.º (Redação da Lei n.º 12/2022, de 27 de junho)

In Jornal de Negócios

A medida do englobamento de mais valias especulativas, prevista na proposta de Orçamento do Estado para 2022 entregue pelo Governo no Parlamento pretende " incentivar um mercado de capitais sólido, que seja uma fonte de capitalização das empresas e não de especulação", afirmou esta terça-feira no Parlamento o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

deixou-se a porta aberta para os hedge funds que abrem shorts, entalem os portugueses que são obrigados a deter ações por um ano para não pagar mais valias.

Fez com que menos investidores usassem o mecanismo de Stop Loss para se protegerem de ataques shortistas e da elevada volatilidade que as ações da Euronext Lisbon estão sujeitas.

In Observador

Orçamento de Estado e englobamento de mais-valias

(...)
A análise financeira de um projeto de investimento pressupõe uma avaliação rigorosa e quantitativa dos valores em causa, quer do investimento a realizar, quer dos fluxos de caixa esperados anualmente, provenientes de recebimentos e pagamentos, nomeadamente impostos, quer ainda do risco associado a fatores macroeconómicos e a fatores específicos do projeto. Como é evidente, quanto menor o retorno esperado, menor será o entusiasmo do investidor. Com o aumento da carga fiscal, muitos projetos deixarão de ser rentáveis. O investidor prefere não os realizar, pois a remuneração não compensa o valor investido e o respetivo risco.

O englobamento de mais-valias, e quem sabe um dia de dividendos, é muito grave, pois destrói o valor de projectos de investimentos.

(...)

A Irlanda é apontada como um exemplo de capacidade de atração de investidores. A reputação fiscal deste país decorre de duas dimensões fundamentais: reduzida carga fiscal e estabilidade fiscal. Por outras palavras, as taxas de tributação são baixas e o Governo tem mantido a estabilidade da política fiscal, reduzindo a incerteza. E nós, portugueses, em que sentido estamos a caminhar?

Precisamos de avaliar as consequências das medidas fiscais no comportamento dos agentes económicos. Precisamos que o Estado defina, e se comprometa com uma política fiscal clara, estável e não penalizadora, que atraia, de forma sustentável, o investidor.

In Jornal de Negócios

Englobamento tira um quinto das mais-valias

(...)

“O englobamento das mais valias em investimento em valores mobiliários, designadamente ações e obrigações, implica um agravamento da carga fiscal sobre o investimento na capitalização das empresas que recorrem ao mercado de capitais para se financiarem”, alerta Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon, em declarações ao Negócios.

(...)

De acordo com as simulações da Deloitte, o novo regime de tributação de mais-valias mobiliárias irá diminuir os ganhos em mais de um quinto.

(...)

“O englobamento deveria continuar a ser opcional, pois poderá haver casos em que a carga seja de tal forma que leve a que os investidores optem por não investir nos produtos que realmente financiam a economia e optem por outros mais exóticos e suscetíveis de contornarem esses efeitos, para além de um incentivo à evasão fiscal”, defende Octávio Viana, presidente da ATM – Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais.

(...)

Opcard Escreveu:Tens razão até me tinha esquecido desse absurdo fiscal um tiro no próprio pé do Estado ao invés de premiar o esforço, castiga quem trabalha é um incentivo perverso à inércia

Massao1 Escreveu:Por isto recomendo a constituição de uma sociedade Unipessoal e movimentar os valores Mobiliários e dividendos.

NirSup Escreveu:

BullDuck Escreveu:
• Desde 1 de janeiro de 2023 vigora a disposição do artigo 72.º, n.º 14, do Código do IRS que impõe que o saldo entre as mais-valias e menos-valias, resultante das operações previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º, é obrigatoriamente englobado quando resulte de ativos detidos por um período inferior a 365 dias e o sujeito passivo tenha um rendimento coletável, incluindo este saldo, igual ou superior ao valor do último escalão do n.º 1 do artigo 68.º.

É uma excepção e não a regra geral (tributação-regra) que apenas se aplica desde que verificados os pressupostos previstos na lei. Serão poucos os particulares com investimentos na Bolsa abrangidos por esta norma e têm sempre uma forma de escapar à tributação (dos tais 48%).
By Nirvana