Morreu Teodora Cardoso
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Morreu Teodora Cardoso
Perdemos uma Grande Senhora na economia e nas finanças.
Tirado do Eco:
“
A economista, a primeira mulher Administradora do Banco de Portugal e primeira presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, morreu este sábado em Lisboa aos 81 anos, disse à Lusa fonte do Banco de Portugal.
Teodora Cardoso nasceu em Estremoz (1942), licenciou-se em Economia pelo ISEG, foi economista do Banco de Portugal durante quase duas décadas – trabalhou em macroeconomia, política monetária e relações com organizações internacionais, e liderou o Conselho das Finanças Públicas desde a sua criação. Tinha chefiado o Departamento de Estatísticas e Estudos Económicos do banco central, foi consultora da administração e administradora entre 2008 e 2012. Foi consultora da administração do BPI e fez parte do conselho consultivo do IGCP. O serviço público foi dominante na sua carreira.
Teodora Cardoso foi das economistas mais relevantes das últimas décadas. Independente, foi sempre muito crítica das políticas orçamentais dos últimos anos, quer como presidente do Conselho das Finanças Públicas, que liderou entre 2012 e 2019, quer depois de sair. Numa entrevista em 2021 ao ECO, Teodora Cardoso mostrava-se particularmente preocupada com a evolução da economia portuguesa. E sempre olhou para a necessidade de reformar a política orçamental do país. “O meu problema nunca foi o défice anual. O meu problema é o enquadramento orçamental. É uma guerra em que ando há 30 anos e que não serve de nada porque sou derrotada. Mas sou persistente. O nosso enquadramento orçamental é assim. A política orçamental de cada ano… para já é estritamente anual e em base de caixa, o que não se gastar não interessa. Avaliam-se as despesas ou a dotação, nunca se avaliam as despesas pelo resultado que se quer alcançar e muito menos se avaliam depois se eles foram alcançados ou não“, disse a economista ao ECO.
Em 2019, numa entrevista conjunta do ECO e da TVI, a economista refletia sobre o regime de finanças públicas do país, um tema sempre presente nas suas análises. “As cativações são em grande medida, adiamentos de despesa, sobretudo quando elas incidem sobre coisas que são mesmo necessárias como é o caso da manutenção do investimento. Portanto, não é por aí. O que tenho vindo a dizer há vários anos é que é preciso ter uma visão de médio e longo prazo sobre estas coisas. Não se pode estar a olhar para o orçamento só nessa base“.
Mário Centeno foi, enquanto ministro das Finanças, muito crítico das análises do Conselho das Finanças Públicas que eram críticas da estratégia orçamental seguida. Nessa entrevista, ainda assim, garantia que convivia bem com as críticas. “Convivo perfeitamente. Quando fomos criados, nessa altura todos os partidos estavam contra o Conselho das Finanças Públicas, porque esta noção de uma entidade independente em Portugal não soa bem. Nessa altura, estavam todos contra nós e todos nos tinham criticado. Um jornalista perguntou-me se não me sentia mal com isso. Eu respondi-lhe, e continuo a pensar da mesma maneira, que sentir-me-ia muito pior se todos estivessem de acordo connosco“.”
Tirado do Eco:
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A economista, a primeira mulher Administradora do Banco de Portugal e primeira presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, morreu este sábado em Lisboa aos 81 anos, disse à Lusa fonte do Banco de Portugal.
Teodora Cardoso nasceu em Estremoz (1942), licenciou-se em Economia pelo ISEG, foi economista do Banco de Portugal durante quase duas décadas – trabalhou em macroeconomia, política monetária e relações com organizações internacionais, e liderou o Conselho das Finanças Públicas desde a sua criação. Tinha chefiado o Departamento de Estatísticas e Estudos Económicos do banco central, foi consultora da administração e administradora entre 2008 e 2012. Foi consultora da administração do BPI e fez parte do conselho consultivo do IGCP. O serviço público foi dominante na sua carreira.
Teodora Cardoso foi das economistas mais relevantes das últimas décadas. Independente, foi sempre muito crítica das políticas orçamentais dos últimos anos, quer como presidente do Conselho das Finanças Públicas, que liderou entre 2012 e 2019, quer depois de sair. Numa entrevista em 2021 ao ECO, Teodora Cardoso mostrava-se particularmente preocupada com a evolução da economia portuguesa. E sempre olhou para a necessidade de reformar a política orçamental do país. “O meu problema nunca foi o défice anual. O meu problema é o enquadramento orçamental. É uma guerra em que ando há 30 anos e que não serve de nada porque sou derrotada. Mas sou persistente. O nosso enquadramento orçamental é assim. A política orçamental de cada ano… para já é estritamente anual e em base de caixa, o que não se gastar não interessa. Avaliam-se as despesas ou a dotação, nunca se avaliam as despesas pelo resultado que se quer alcançar e muito menos se avaliam depois se eles foram alcançados ou não“, disse a economista ao ECO.
Em 2019, numa entrevista conjunta do ECO e da TVI, a economista refletia sobre o regime de finanças públicas do país, um tema sempre presente nas suas análises. “As cativações são em grande medida, adiamentos de despesa, sobretudo quando elas incidem sobre coisas que são mesmo necessárias como é o caso da manutenção do investimento. Portanto, não é por aí. O que tenho vindo a dizer há vários anos é que é preciso ter uma visão de médio e longo prazo sobre estas coisas. Não se pode estar a olhar para o orçamento só nessa base“.
Mário Centeno foi, enquanto ministro das Finanças, muito crítico das análises do Conselho das Finanças Públicas que eram críticas da estratégia orçamental seguida. Nessa entrevista, ainda assim, garantia que convivia bem com as críticas. “Convivo perfeitamente. Quando fomos criados, nessa altura todos os partidos estavam contra o Conselho das Finanças Públicas, porque esta noção de uma entidade independente em Portugal não soa bem. Nessa altura, estavam todos contra nós e todos nos tinham criticado. Um jornalista perguntou-me se não me sentia mal com isso. Eu respondi-lhe, e continuo a pensar da mesma maneira, que sentir-me-ia muito pior se todos estivessem de acordo connosco“.”
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