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Caldeirão da Bolsa

Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto prazo

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por nunoand99 » 9/10/2020 18:47

Cem...

Ainda cá andas? :wink:

Tópico mais activo "Masteroid 2009" 8-)

Louvável espirito de ajuda e partilha!

És grande.

You deserve it my friend.
 
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por Alpha* » 9/10/2020 16:58

Olá Cem!
Como vai o desempenho da carteira?
Na tua opinião, uma estratégia apenas com long calls e long puts, com maturidades de longo prazo, é viável?
 
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por JorgeCastro » 17/9/2020 13:15

Excelente. Vou acompanhar.
 
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por Cem pt » 9/9/2020 16:33

Amigo Ulisses:

Obrigado pela simpática mensagem, j+a sabes que da minha parte é sempre um prazer partilhar ideias novas.

Abraço.

-----

Caro ParaCima:

Não sei se entendi bem a tua dúvida mas irei tentar explicar da melhor forma que consigo:

- Os únicos inputs a introduzir são apenas os valores da força tendencial diária e semanal. Cada um deles varia de -100 a +100. Se leres bem o meu texto de explicação digo que:

“Para sabermos onde vamos colocar as nossas ordens de compra e venda nos strikes do SPX mais otimizados possíveis, teremos de estabelecer de modo individual através dum critério de gosto pessoal para cada um que utilize esta técnica, um simples indicador que consiga de alguma forma medir a força tendencial, de preferência nas escalas diária e semanal, que varie numa escala nos seus extremos entre +100 pontos, significando nesse caso uma força tendencial ascendente muito forte, e -100 pontos, com um significado de força tendencial descendente muito forte.

Conhecendo bem a força da tendência conjunta equivalente ao somatório desses dois períodos temporais é tudo o que precisamos de saber para calcular o tipo de estratégia a seguir em cada configuração de mercado! Essa estratégia é ditada apenas pela força da tendência diária e semanal que o S&P 500 regista na altura da abertura das posições em opções.”


Como cada um terá os seus indicadores preferidos e particulares tendenciais sugiro que para articular um valor de -100 a +100 seja utilizada uma escala em que para momentuns muito acentuados os valores se aproximem dos limites de -100 a +100 e um valor de 0 no caso da tendência ser claramente indefinida. Conforme o texto que escrevi confirmo que não sugeri nenhuma fórmula específica para calcular os valores das tendências em causa, deixei isso ao critério de cada um.

Para calcular os deltas, aí sim, sugeri as fórmulas que deixei atrás.

Nada melhor que um exemplo prático claro. Por exemplo, vamos supor que em determinado dia o valor cash do S&P 500 apresenta às 19 horas desse dia o valor de 3400 pontos, em que vamos abrir uma combinação de opções.

O indicador da tendência diária apresentava no final da sessão da véspera um valor de +30 pontos e o indicador da tendência semanal marcava por exemplo +80 pontos.

O valor da célula à frente de “Total Optimizado” no quadro do cálculo dos “deltas” daria nesse caso +85 pontos (entre um intervalo possível de -200 a +200), de acordo com a fórmula sugerida.

A partir desse valor de +85 no “Total Optimizado” os valores de cálculo dos “deltas” aparecem automaticamente calculados logo abaixo:
- Delta Buy Put: -23,6%
- Delta Sell Put: -48,8%
- Delta Buy Call: +36,4%
- Delta Sell Call: +41,2%

O passo seguinte é comparar os strikes com os valores dos respectivos deltas. Vamos supor que nesta configuração tínhamos por exemplo:

- Put strike 340: delta = -50%
- Put strike 339: delta = -42%
- Put strike 338: delta = -35%
- Put strike 337: delta = -29%
- Put strike 336: delta = -24%
- Put strike 335: delta = -20%

Atendendo às melhores aproximações, comparando com os deltas calculados, escolheríamos para o “Buy Put” o strike de 336 e para o “Sell Put” o strike de 340.

No caso das Calls o cenário era por exemplo de:

- Call strike 340: delta = 50%
- Call strike 341: delta = 42,5%
- Call strike 342: delta = 35,8%
- Call strike 343: delta = 30,2%

Nesse cenário escolheríamos para o “Buy Call” o strike de 342 e para o “Sell Call” o strike de 341.

Colocando a combinação em causa na corretora vamos supor que este conjunto das 4 posições nas opções foi vendido por um crédito de 215.00 Usd. Vale lembrar que no valor líquido final da operação terá de ser descontado o valor das comissões de abertura das 4 opções do conjunto, que perfazem por exemplo 25.92 Usd, ou seja, o valor líquido creditado na conta pela corretora será de 215.00 Usd – 25,92 Usd = 189.08 Usd.

Evidentemente que para um único contrato a configuração do exemplo obtida deixa de ser uma vertical spread para passar a ser um “skewed” iron condor em que o risco máximo de perda no dia do fecho na zona das Puts abaixo dos 3400 pontos do S&P 500 equivale à diferença dos strikes das Puts, ou seja, 400 Usd (= (3400 – 3360) x 10) e o risco máximo de perda no dia do fecho da combinação de opções na zona das Calls, acima do valor do índice cash, será neste caso de 100 Usd (= (3420 – 3410) x 10). Atenção que a perda é compensada pelo crédito obtido de 189.08 Usd no dia de abertura da combinação das opções utilizadas.

Procurando resumir 5 cenários possíveis de fecho no dia da maturidade, que resultados iríamos receber no final? Vejamos:

- Se no dia do fecho da maturidade o S&P 500 fechar abaixo de 3360 pontos, obtemos a perda máxima da operação: + 189.08 Usd – (3400-3360) x 10 Usd = +189.08 Usd – 400 Usd = -210.92 Usd.

- Se no dia do fecho da maturidade o S&P 500 fechar acima de 3360 pontos e abaixo de 3400 pontos, por exemplo 3385 pontos, usaríamos a fórmula duma função linear:
+189.08 Usd – (3400-3385) x 10 Usd = +39.08 Usd

- Se no dia de fecho da maturidade o S&P 500 fechar acima dos 3400 pontos e abaixo dos 3410 pontos obtemos o lucro máximo da operação que é igual ao crédito recebido quando abrimos a operação: +189.08 Usd.

- Se no dia do fecho da maturidade o S&P 500 fechar acima de 3410 pontos e abaixo de 3420 pontos, por exemplo 3414 pontos, usaríamos a fórmula duma fórmula linear:
+189.08 Usd – (3414-3410) x 10 Usd = +149.08 Usd

- Finalmente se no dia do fecho da maturidade o S&P 500 fechar acima dos 3420 pontos, obtemos um lucro atenuado para a operação: + 189.08 Usd – (3420-3410) x 10 Usd = 189.08 Usd – 100 Usd = +89.08 Usd.

---

Um pequeno detalhe: uma vez que o valor da tendência do “Total Optimizado” no exemplo é ligeiramente positivo, ou seja, +85 pontos num máximo possível de +200 pontos, significa que o utilizador acha que nos encontramos num regime moderadamente ascendente e portanto as chances do mercado subir são superiores às de descer. Daí que o risco de perdas para a zona abaixo dos 3400 pontos do valor actual cash do exemplo no S&P 500 fosse superior nas fórmulas calculadas ao risco comparável na zona das Calls acima do valor cash do índice, que seria onde se espera que o índice se venha a movimentar probabilisticamente.

No entanto se o valor do “Total Optimizado” fosse por exemplo precisamente de 0 (zero), nesse caso o risco na zona abaixo e acima do valor cash do S&P 500 seria idêntico.


Espero ter sido conciso e explícito.

Boa sorte e bons negócios.
O autor não assume responsabilidades por acções tomadas por quem quer que seja nem providencia conselhos de investimento. O autor não faz promessas nem oferece garantias nem sugestões, limita-se a transmitir a sua opinião pessoal. Cada um assume os seus riscos, incluindo os que possam resultar em perdas.


Citações que me assentam bem:


Sucesso é a habilidade de ir de falhanço em falhanço sem perda de entusiasmo – Winston Churchill

Há milhões de maneiras de ganhar dinheiro nos mercados. O problema é que é muito difícil encontrá-las - Jack Schwager

No soy monedita de oro pa caerle bien a todos - Hugo Chávez


O day trader trabalha para se ajustar ao mercado. O mercado trabalha para o trend trader! - Jay Brown / Commodity Research Bureau
 
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por ParaCima » 8/9/2020 19:04

Cem nao entendo como chegss á compra do call a 344 e um put de 338. Depois nao entendo como calculas o trend day e o trend week. Talvez estwja a meter as coisas na ordem inversa.

O que estas a fazer é um hedge... se subir um ganha e outro perde e vice versa.

Numa situacao em que compras ium put de 338 e que na maturidade tens uma cotaçao de 330. o valor da opcao e a volatilidade implícita mais a diferença do valor subjacente. Assim na maturidade a opcao tem zero de volatilidade implicita qual e o valor que recebes por levares a mesma ate á maturidade. Caso compres o put a 338 e o mercado esteja a 345.

Nos call a mesma situaçao, mas ai se o valor estiver abaixo do call perdes tudo, ent e se estiver acima? Por exemplo compras a 338 e na maturidade va aos 345.
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por Ulisses Pereira » 7/9/2020 12:25

Cem, além de excelente como sempre, um verdadeiro serviço público. São muitos anos de enorme qualidade de escrita.

Parabéns!

Abraço,
Ulisses
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por nc_trader1 » 3/9/2020 17:34

Criei conta demo para me adaptar a plataforma e fazer algumas experiências, ainda ando aprender acerca das opções.

Na plataforma da gobulling cada vez que tento fechar uma opção esta simplesmente Fica em espera e não e executada porque?
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por Cem pt » 1/9/2020 16:36

Amigo NC:

Thanks pelo comentário.

É verdade que as corretoras mais competitivas em comissões são as norte-americanas mas em Portugal também é possível executar as operações que indiquei em plataformas bastante fiáveis.

Vou dar apenas dois exemplos nacionais porque as tenho usado no passado e recentemente sem qualquer problema: Banco Invest e GoBulling, embora as comissões não sejam tão competitivas como as que indicou da Interactive Brokers (6,5 Usd de contrato aberto em Portugal contra 4,5 Usd nos States).

BN
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por nc_trader1 » 1/9/2020 13:44

Parabéns e obrigado pelo o excelente tópico e partilha de informação!
Pus neste momento algum dinheiro de lado que seria para experimentar negociar opções.

Que correctora aconselham para esse efeito?
Tenho ouvido falar que o pessoal da UE foge sempre para a correctoras americanas tipo interactive brokers e afins.

Mas gostava de ler outras opiniões
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por Cem pt » 25/8/2020 17:26

Amigos Bogos e Yaba:

Thanks pelos vossos posts, é sempre bom saber que apesar da complexidade do tema alguém gosta de acompanhar novas ideias neste setor um tanto desconhecido do trading de opções.

Para já continuo a aplicar este novo método no mercado com marcas bastante interessantes, integrado num espaço experimental real da restante carteira global.

Das 13 trades que registei até agora no SPX (subjacente do S&P 500) tenho aqui 12 vencedoras e 1 perdedora com um rácio Profit / Loss líquido acumulado de 38,8 / 1 o que é obviamente apenas uma boa entrada inicial, bastante superior do que será a performance real futura.

Necessariamente a longo prazo este rácio no numerador deverá registar com toda a probabilidade um número de apenas um dígito, com o qual, se for superior a 5 ou 6, já me daria por muito satisfeito. Vamos ver! Fica abaixo o mapa de controlo para curiosidade mas fica o aviso: para este mapa ter maior credibilidade terá de possuir um número de negócios na casa das muitas dezenas ou até mais de 100 trades reais.

Controlo Credit Spreads SPX 20200825.png
Resultados em USD/Contrato SPX do método proposto de trading sobre Credit Spreads


Em relação às questões colocadas no último post:

1 - Não fiz backtesting para as fórmulas em causa mas apenas uma meia dúzia de tentativas até ajustar num perfil que me parecia encaixar bem com a fórmula da força tendencial de outro indicador recente, do qual dependem em última instância os deltas aproximados a partir dos quais encontramos os strikes das Calls e Puts a aplicar para a estratégia encontrada pela fórmula. O certo é que os resultados obtidos até agora, ainda que numa fase de confirmação experimental em mercado real com apenas um contrato usado no SPX, auguram excelentes perspectivas a prazo quando o número de contratos de uma conta específica para opções "explodir", em virtude da taxa muito elevada de sucesso Profit / Loss que rapidamente poderá aumentar exponencialmente os retornos anuais na casa dos 3 dígitos percentuais. Estamos a falar dum cenário que considera apenas uma perda máxima por trade que não excede mais de 4% do valor total duma conta independente de trading específica de opções.

2 - Sim, como são opções do tipo americano há o risco em particular das Puts vendidas poderem ser exercidas antes da maturidade mas na minha experiência de muitos anos a negociar opções americanas só fui confrontado com esse detalhe apenas uma vez no caso duma opção sobre uma acção americana que pagava dividendos. Isso pode acontecer de onde em onde mas em princípio poderá ocorrer para aí uma vez em várias centenas de trades e em particular nas vésperas das acções pagarem dividendos. Como neste caso se trata do SPX a probabilidade de tal acontecer é bastante diminuta por se tratar dum índice que não paga dividendos, embora não saiba exatamente especificar quanto será essa probabilidade muito baixa. Estimo contudo que possa acontecer para aí uma vez em cada 1000 trades de opções, ou seja, a probabilidade é negligenciável e provavelmente próxima do zero quando se trata de opções que só têm maturidade de 2 ou 3 dias de existência.

3 - Boa pergunta! Eu creio que os 70% de opções que expiram sem valerem nada na maturidade se deve em princípio ao facto dos vendedores preferirem jogar pelo seguro e irem vender preferencialmente para a zona OTM (out-ofthe-money) onde a probabilidade da opção atingir o valor do seu strike andará em média pelos 30%. Os compradores em geral também são tipos de fezada e gostam de comprar a preço de pechincha para ganhar elevadas percentagens, por isso também escolhem em maioria as apostas no campo OTM e, em caso de perda, correm assim um risco mais limitado. Mas isso é a minha interpretação. No caso em questão o facto da volatilidade implícita ser também superior à real beneficia igualmente a estatística final que fornece um "edge" adicional aos vendedores.

Abraços.
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por yabadabadoo » 25/8/2020 12:54

Olá Cem!

Em primeiro lugar parabéns pelos excelentes posts sobre este sistema .
Tenho algumas dúvidas que espero que o Cem tenha a paciencia de me esclarecer.

1 os valores que usa nas formulas excel para o calculo do delta sao resultado de backtesting?

2 sendo opçoes americanas, nao ha o risco de serem exercidas antes da maturidade?
Isso afecta negativamente a estratégia?

3 os 70 porcento a que se refere sao opçoes que expiram sem serem exercidas ou o somatorio daa opçoes fechadas antes da maturidade + as que expiram sem serem exercidas?
Pergunto isto porque estive a pesquisar a web e pelos vistos existem estas duas interpretaçoes. Creio que a investopedia beseada naa estatisticas do cboe vai pela segunda interpretaçao.

Obrigado Cem
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por bogos » 13/8/2020 22:29

Caro e estimado
amigo Cem

Muita partilha de informação a ser absorvida com todo o meu interesse.

Não sendo definitivamente a minha praia, fica sempre a curiosidade de tentar (pelo menos) ficar um pouco mais com a mente aberta a que existem outros produtos, que sendo complexos, podem ser do interesse dos investidores.

Como referi, não é de todo o meu patamar para agir. Mas ler e tentar compreender nunca fez mal a ninguém.

Um vez mais, tópico a ler com muita atenção e interesse, mesmo que nunca venha a tocar em opções.

Cumprimentos
Bogos
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por Cem pt » 13/8/2020 16:02

Concluídos os grandes princípios a reter, vistos separadamente nos pontos anteriores, como cozinhar isto tudo duma forma coerente que propicie alguma garantia de sucesso? Pois nada melhor do que ter testado um naipe variado e bastante longo de condições conjuntas que se podem harmonizar e resumir ao que abaixo é indicado:

1) Estabelecer sempre 3 operações semanais a executar numa carteira com as seguintes maturidades planeadas:

Início da 1ª operação – 2ª feira, entre as 18h e as 21h. Maturidade da 1ª operação – Deixar expirar até ao final da sessão da 4ª feira seguinte na mesma semana.

Início da 2ª operação – 4ª feira, entre as 18h e as 21h. Maturidade da 2ª operação – Deixar expirar até ao final da sessão da 6ª feira seguinte na mesma semana.

Início da 3ª operação – 6ª feira, entre as 18h e as 21h. Maturidade da 3ª operação – Deixar expirar até ao final da sessão da 2ª feira da semana seguinte.

Após abrir qualquer destas operações não precisamos de nos preocupar mais no futuro porque todas elas serão levadas sem interrupção até ao seu final na sessão da data de maturidade, onde nesse caso não serão cobradas mais comissões de trading mas apenas o registo dos valores finais obtidos e as conversões entre Dólares e Euros na conta de trading.

Porquê colocar as ordens apenas ao final dos dias indicados? Porque às horas indicadas a respectiva sessão nos Estados Unidos se encontra numa fase praticamente terminal em que o índice pouco se alterará. Recordo que numa ótica de venda maioritária de opções deveremos deixar passar o mínimo possível de período de negociação futura, uma vez que o índice terá assim maiores probabilidades de manter a sua cotação quase inalterada, caso não se mova a favor da tendência, num dos dois possíveis cenários favoráveis aos vendedores de opções, deixando passar o mínimo tempo de negociação de Bolsa até terminar o período de maturidade. Por exemplo, nas 3 operações acima indicadas de longe a mais favorável neste sistema a quem vende maioritariamente opções será a 3ª operação, uma vez que apenas terá de deixar passar a sessão da 2ª feira seguinte para embolsar o dinheiro da venda. Em contrapartida o valor da venda estabelecido na 6ª feira assegura uma duração de opção com 3 dias de existência até à sua extinção, recordando que quanto maior for o período de existência da opção mais caro será o valor dessa opção para obter na venda um valor o mais elevado possível para arrecadar em carteira.

Para sabermos onde vamos colocar as nossas ordens de compra e venda nos strikes do SPX mais otimizados possíveis, teremos de estabelecer de modo individual através dum critério de gosto pessoal para cada um que utilize esta técnica, um simples indicador que consiga de alguma forma medir a força tendencial, de preferência nas escalas diária e semanal, que varie numa escala nos seus extremos entre +100 pontos, significando nesse caso uma força tendencial ascendente muito forte, e -100 pontos, com um significado de força tendencial descendente muito forte.

Conhecendo bem a força da tendência conjunta equivalente ao somatório desses dois períodos temporais é tudo o que precisamos de saber para calcular o tipo de estratégia a seguir em cada configuração de mercado! Essa estratégia é ditada apenas pela força da tendência diária e semanal que o S&P 500 regista na altura da abertura das posições em opções.

Como é que essa configuração se materializa? Simplesmente os strikes serão calculados em cada dia de abertura numa nova operação através do conhecimento simples da proximidade dos “deltas” em que cada opção que vai ser comprada e vendida, conforme registam as fórmulas mais abaixo indicadas, de acordo com o valor dependente da força tendencial do S&P 500 ou SPX. Tão simples quanto isto!

O que são estes “deltas”? São variáveis que estabelecem a variação do preço da opção por cada subida de 1 ponto no SPX ou também as probabilidades dos strikes assim encontrados serem atingidos na data de maturidade, calculados separadamente para as 4 configurações possíveis das operações simples isoladas que são permitidas na negociação de opções: compra de Puts, venda de Puts, compra de Calls e venda de Calls.

De notar que os “deltas” das Calls são sempre positivos, já que a subida do subjacente faz com que o valor das Calls também suba, e os “deltas” das Puts são sempre negativos uma vez que quando o subjacente sobe o valor das Puts desce.

Por exemplo, ao “delta” duma Put em que o seu strike price seja igual ao preço do subjacente costuma ser atribuído pela fórmula de Black-Scholes o percentual aproximado de -50%. Exemplificando na prática como isto funciona: supondo que o S&P 500 se encontra a cotar atualmente nos 3360 pontos e que temos o preço da Put SPX strike 336 (“delta” = -50%) a cotar por exemplo em 2.58 Usd; logo que o índice suba para 3370 pontos, ou avance em 1 ponto no SPX, que passaria de 336 para 337 pontos, o valor da cotação na opção Put 336 baixaria teoricamente de 2.58 para 2.08 Usd, ou seja, os tais -0.50 Usd na sua cotação.

Condensando as conclusões, em função da pesquisa da estratégia que mais optimiza os lucros do conjunto, o segredo do eventual sucesso duma carteira composta só por opções pode-se então resumir aos conceitos atrás estabelecidos, podendo considerar-se os seguintes parâmetros essenciais:

- Capital inicial mínimo na ordem dos 10.000 Usd.
- Usar inicialmente apenas um contrato do SPX em cada operação trissemanal e subir um contrato de cada vez sempre que o capital da carteira lucre mais 10.000 Usd. Ou seja, quando o capital atingir 20.000 Usd passar a usar 2 contratos, se o capital do trading de opções chegar aos 30.000 Usd usar nessa altura 3 contratos do SPX, etc.
- Introduzir no dia de abertura de cada operação o valor da força tendencial diária e semanal numa folha de Excel, tendo em consideração que a força semanal, devido à sua pouca rapidez de ajustamento ou a um atraso de reacção em caso de viragem dos mercados, só será levada em conta quanto mais próximo estiver o seu valor da força tendencial diária.
- Uma simples folha de Excel será suficiente para nos dar os valores dos “deltas” que necessitamos para escolher os strikes das opções a comprar e vender:


img1_20200812 Vertical Spreads.png
Cálculo dos "deltas" das opções a negociar
img1_20200812 Vertical Spreads.png (7.09 KiB) Visualizado 9657 vezes



A célula do Total Optimizado correspondente à célula “C9” possui a seguinte fórmula:

=SE(ABS(C7-C8)<=40;C7+C8;SE(ABS(C7-C8)<=80;(C7*3+C8)/2;C7*2))

A célula “C10” que corresponde ao cálculo do “delta” da Put a comprar tem a fórmula:

=-30%+C9/200*15%

A célula “C11” que corresponde ao cálculo do “delta” da Put a vender tem a fórmula:

=-45%-C9/200*9%

A célula “C12” que corresponde ao cálculo do “delta” da Call a comprar tem a fórmula:

=30%+C9/200*15%

Finalmente a célula “C13” que corresponde ao cálculo do “delta” da Call a vender tem a fórmula:

=45%-C9/200*9%


É preciso particularizar que quando os “deltas” de opções do mesmo tipo Call ou Put possuem valores muito semelhantes, separados por cerca de menos de 5% entre si, significa na prática que essas operações deixam de ser executadas.

Por exemplo: os “deltas” da Call a comprar e da Call a vender no quadro acima dariam por exemplo uma localização do strike 339 à data presente. Ora se comprarmos uma Call strike 339 e vendermos uma Call strike 339 o resultado seria nulo uma vez que se anulam entre si. Para além do mais seria um absurdo comprar e vender o mesmo strike uma vez que teríamos de gastar dinheiro nas respetivas comissões de corretagem e taxas de Bolsa.

Já agora, para completar o exemplo de cima, o quadro estaria a apontar para os seguintes strikes actuais na próxima operação a efectuar: Buy Put – strike 334 + Sell Put – strike 338; uma nova operação que equivale a um “Put bull spread”.

Todas as operações envolvidas nesta estratégia de negociação implicam créditos em conta também chamados “credit spreads”, ou seja, a carteira recebe dinheiro à cabeça e portanto não precisamos à partida de gastar dinheiro da nossa conta de trading. Evidentemente que isto não é só arrecadar dinheiro, se as nossas posições no final da maturidade forem desfavoráveis teremos de repor o valor da perda que poderá no máximo representar perto do triplo do valor recebido à partida, mas não mais que isso.

Uma curiosidade sobre a estratégia variável que a folha de Excel recomenda em cada caso:

1 - Tendência ascendente muito forte: a operação resulta num “double bull vertical spread” ou “Put Call bull spread”.
2 - Tendência ascendente moderada: a operação resultante transforma-se apenas num “Put bull spread” onde a diferença dos strikes do Put vendido e Put comprado se vai estreitando cada vez mais à medida que a força da tendência positiva vai diminuindo.
3- Tendência neutral ou força ascendente e descendente pouco significativa: a operação transforma-se numa estratégia de “iron condor”.
4- Tendência descendente moderada: a operação resultante transforma-se apenas num “Call bear spread” onde a diferença dos strikes da Call vendida e Call comprada se vai estreitando cada vez mais à medida que a força da tendência negativa se aproxima do zero ou zona de neutralidade tendencial.
5 - Tendência descendente muito forte: a operação resulta num “double bear vertical spread” ou “Put Call bear spread”.

No fundo este ciclo dependente da estratégia a seguir em função da força tendencial acaba por não ser mais que a conclusão matemática dum espectro ou leque probabilístico que nos permite usar a estratégia de opções conjunta mais optimizada possível, mediante a configuração que o mercado nos apresenta a todo o instante!

Uma importante conclusão estatística: para garantir um ganho de capital a longo prazo, no conjunto da totalidade das operações a efectuar, interessa no total das operações a efectuar que em perto de cada 4 negócios possamos ganhar dinheiro em mais de 3 delas, ou em mais de 75% dos negócios em causa.

A verdade é que a leitura simples da fórmula Black-Scholes indica que a taxa de ganhos em cada operação a longo prazo não deverá ultrapassar os 70%, o que em conclusão final arrastaria esta estratégia variável de operações para um acumulado de resultados que geraria um prejuízo no futuro! Mas lá está, esta conclusão baseia-se no simples pressuposto de obtenção de futura simetria de resultados uniformes e aleatórios que não levam em conta o bias tendencial do mercado. Um trader com um mínimo de anos de experiência em mercados sabe bem que este pressuposto não corresponde minimamente à realidade, a ineficiência dos mercados e a assimetria de distribuição de resultados futuros em função da força tendencial são neste caso o maior “edge” da estratégia que nos permite ganhar dinheiro a longo prazo! E quando os mercados se encontram maioritariamente não direccionais o sistema aconselha uma estratégia de “iron condor” baseada numa das operações mais neutrais que existem no mundo do trading de opções e que permite tirar partido nesse novo cenário do preço mais “inflacionado” das Puts e Calls vendidas do conjunto.

Chamo a atenção que nesta estratégia variável nem tudo são rosas! Por exemplo, o peso das comissões de abertura em cada operação conjunta de opções poderá rondar valores que representam perto de 10% do valor do crédito total a receber no arranque da operação em causa. Daí a importância de procurar conseguir valores de baixas comissões através da corretora que será utilizada como veículo negocial e de obter um valor acumulado bastante favorável na relação entre ganhos líquidos e perdas totais que terão de incluir a totalidade das comissões e os diferenciais de conversão entre Euros e Dólares.

Embora ainda seja prematuro deixo também a actual linha de capital registada até agora na carteira experimental, onde em 8 negócios ainda não foi registada qualquer operação negativa. Talvez não fosse mau aguardar pelo registo duma operação negativa para mosttar que o caminho real não é nem nunca poderá ser um gráfico apontado ao céu mas o certo é que ainda não ocorreu! Ou seja, o começo da experiência terá sido neste primeiro mês um panorama bem acima de qualquer boa expectativa prevista à partida.


img2_20200813 Eq_Line Vertical Spreads.png
Linha de capital registada na carteira experimental de opções



Até ao presente, desde 23 de julho para cá, as 8 operações do gráfico em causa distribuiram-se do seguinte modo, conforme o valor da força tendencial:

- 2 realizadas com “Double bull spreads”.
- 6 realizadas com “Put bull spreads”.

Espero que tenham gostado e assim ter dado boas pistas ou ideias em matéria de trading de opções, com expectativa de ganhos bastante elevados a longo prazo.

Enjoy it!
Editado pela última vez por Cem pt em 9/9/2020 15:26, num total de 1 vez.
O autor não assume responsabilidades por acções tomadas por quem quer que seja nem providencia conselhos de investimento. O autor não faz promessas nem oferece garantias nem sugestões, limita-se a transmitir a sua opinião pessoal. Cada um assume os seus riscos, incluindo os que possam resultar em perdas.


Citações que me assentam bem:


Sucesso é a habilidade de ir de falhanço em falhanço sem perda de entusiasmo – Winston Churchill

Há milhões de maneiras de ganhar dinheiro nos mercados. O problema é que é muito difícil encontrá-las - Jack Schwager

No soy monedita de oro pa caerle bien a todos - Hugo Chávez


O day trader trabalha para se ajustar ao mercado. O mercado trabalha para o trend trader! - Jay Brown / Commodity Research Bureau
 
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por Cem pt » 13/8/2020 14:13

Caros amigos,

Thanks pelos simpáticos incentivos.

Ao início desta tarde trago aqui a 2ª parte deste trabalho de pesquisa que comecei também pessoalmente a negociar.

Isto não é apenas teoria, é um trabalho que na prática parece ser bastante prometedor nos resultados a obter.

Daí ter começado a pôr em prática este conjunto de ideias que aqui trago através duma pequena carteira complementar com apenas 10.000 Euros de capital inicial.

Embora ainda haja poucos negócios realizados os resultados obtidos até agora permitem acalentar a ilusão de que a estratégia variável a adoptar permite obter um conjunto de resultados acumulados bem interessantes.

Abraços.


-----


Na verdade uma estratégia otimizada e credível que obedeça aos grandes princípios desejados de elevadas valorizações e riscos limitados poderá ser conseguida recorrendo ao trading através de opções financeiras. No entanto temos bastantes nuances que têm de ser observadas à lupa sob risco da estratégia resultar num fiasco!

Uma recente pesquisa que efectuei recentemente permite concluir, com a máxima prudência e o maior nível de optimização, qual a melhor estratégia a seguir através do recurso à negociação com estes produtos altamente arriscados.

Para chegar a esse ponto desejado comecemos contudo a relembrar alguns conceitos básicos no campo específico do trading de opções:

A) Só existem duas opções financeiras possíveis: as Calls, que se valorizam nas subidas e desvalorizam nas descidas do produto subjacente que representam, e as Puts, as quais se valorizam nas descidas e desvalorizam nas subidas do subjacente.

B) As opções têm todas uma validade temporal que se esgota no prazo da sua maturidade.

C) As opções estão sempre associadas a um determinado preço de exercício ou strike price. O preço de mercado das opções representa a todo o instante o somatório de duas parcelas: o seu preço intrínseco, que está relacionado com a diferença entre o seu preço de exercício e o preço de mercado do subjacente, somado com o seu valor temporal que em geral de forma simplista representa a volatilidade implícita ou futura previsível do subjacente. Quanto maior for a volatilidade implícita e a diferença entre a data atual com a data de maturidade da opção, maior será o valor temporal da opção em causa.

D) Nas opções só podemos estabelecer 4 tipos de operações possíveis: comprar Calls, vender Calls, comprar Puts e vender Puts.

Depois da revisão feita acima dos conceitos mais básicos, que é necessário fixar, existem outras particularidades que necessitam ser retidas e de diagnósticos e postulados que têm de ser esclarecidos e assimilados:

E) No trading de opções devemos escolher sempre um ativo subjacente que possua uma grande liquidez e a diferença menor possível entre comprador e vendedor nos diversos strikes e maturidades.

F) Se possível escolher também uma corretora de confiança que ofereça as menores comissões de transação para cada operação de compra ou venda.

G) Quem compra opções tem direito a arrecadar no final do período de expiração a diferença entre o preço do subjacente e o preço de exercício. A perda máxima, ou o seu risco, é limitada ao valor da compra mas os seus ganhos podem ser teoricamente ilimitados no caso das Calls ou atingir no limite o valor total do subjacente, no caso das Puts, quando o seu valor de desvalorização tender para zero.

H) Quem vende opções arrecada de imediato o respectivo valor de mercado e aguarda pacientemente que o subjacente venha a fechar na data da maturidade na zona out-of-the-money ou em que o seu preço de exercício possa valer zero. Os ganhos no caso da venda de opções limitam-se ao valor da venda mas as perdas podem ser ilimitadas.

I) Muitos dos adeptos da venda de opções, que muitas vezes acreditam na aleatoriedade direccional dos mercados, sabem que o mercado pode assumir 3 cenários futuros distintos: o sentido do mercado pode-se virar contra a posição vendida (consequência: perda de dinheiro pelo facto da opção entrar na zona in-the-money), o mercado pode lateralizar ou efectuar ciclos de pouca amplitude que façam com que as cotações iniciais não se alterem substancialmente (consequência: ganho de dinheiro do valor inicial arrecadado uma vez que o preço das opções neste cenário vai baixando com o tempo até ao limite de zero na data de expiração) e finalmente o mercado pode direccionar-se a favor da posição vendida (consequência: ganho total do dinheiro na data inicial da venda porque na data de expiração a opção valerá zero por se encontrar out-of-the-money). Conclusão: quem vende opções sabe que pode enfrentar 2 cenários favoráveis para ganhar dinheiro e 1 desfavorável onde perde dinheiro. Relembro contudo que há aqui um detalhe de segurança importante: para os vendedores os ganhos são sempre limitados mas as perdas podem ser catastróficas.

J) Postulado 1 a reter - Quem acompanha os mercados de opções conhece à partida uma estatística curiosa: cerca de 70% dos contratos negociados terminam na data de expiração sem qualquer validade, ou seja, na zona out-of-the-money. A razão para que tal aconteça é simples de explicar: os vendedores de opções só aceitam colocar as suas cotações de venda em níveis de volatilidade implícita ou “previsível” acima da volatilidade histórica e real que, em princípio, se vier a verificar no futuro. A volatilidade implícita nunca é a volatilidade real do mercado, só por mera coincidência isso poderá alguma vez suceder, na verdade trata-se duma volatilidade estimada pelos vendedores de opções que, para sua própria segurança, tentam esticar ao máximo um valor previsível que seja preferencialmente maior que a volatilidade real que se venha a verificar para cotar as opções em valores acima do que o mercado real deveria vir a executar. Significa isto que na esmagadora maioria do tempo os preços das opções se encontram “inflacionados” em relação ao seu verdadeiro valor real. Esta constatação permite facilmente concluir que é preferível vender do que comprar opções.

K) Dentro desta perspectiva da venda preferencial de opções há que reter algumas características importantes: o valor temporal duma opção, calculado pela fórmula de Black-Scholes, equivale a uma função que depende essencialmente de duas parcelas: a volatilidade esperada futura, ou volatilidade implícita, e o período que resta à opção até atingir a sua maturidade. A desvalorização duma opção nesta sua parcela temporal, também chamada variável grega “theta”, acelera de forma muito mais intensa quanto mais se aproximar a sua data de expiração ou maturidade.

L) O valor da volatilidade implícita duma opção será tanto maior quanto mais próximo o seu preço de exercício se encontrar a par do seu valor subjacente, isto é, na zona at-the-money ou fronteira entre in-the-money e out-of-the-money.

M) Lendo os considerandos de J), K) e L) parece concluir-se que a melhor estratégia será a de vender opções que se encontrem o mais próximo possível da expiração, esperando por uma rápida desvalorização da cotação da opção vendida, e com strike price ou preço de exercício próximo da zona at-the-money onde o valor temporal de venda será o maior possível. Será mesmo assim? Não! As chamadas “sell naked options” têm na verdade dois grandes óbices ou handicaps: 1) O valor das margens a reter pelas corretoras no caso de venda de opções é muito elevado e portanto um valor de capital inicial de trading bastante limitado seria rapidamente consumido para margem de segurança da corretora, não permitindo assim a negociação de posições curtas de opções que impliquem elevadas alavancagens; 2) O risco de exposição em posições vendidas em opções seria demasiado perigoso pois já vimos que o risco de perdas pode ser ilimitado e incomparavelmente superior ao valor limitado e comparativamente pequeno recebido com as vendas executadas.

N) Postulado 2 a reter - Então que fazer para compensar uma venda de opções nas condições acima enunciadas? Simplesmente a solução mais simples baseia-se em comprar outra opção do mesmo tipo, Call ou Put com a mesma maturidade mas com um strike diferente na zona out-of-the-money, cujo objectivo essencial não é o de ganhar dinheiro nesta nova modalidade vista de forma isolada, mas sim e apenas com o objectivo de diminuir o máximo possível o valor do risco da contraparte vendida e de baixar o montante da margem da corretora para um valor quase nulo. Para atingir esta meta a regra geral impõe que essa compra de esbatimento do risco se efectue numa zona afastada out-of-the-money para que se gaste o mínimo possível de dinheiro nesta compra aparentemente inútil. De notar que, numa operação conjunta deste tipo, o ganho corresponde à diferença entre o valor da opção vendida com o valor da comprada na data de abertura das posições e a perda máxima deixa de ser ilimitada e passa a ser a diferença entre os valores dos preços de exercício entre a opção vendida e a comprada.

O) Significa isto que a operação a efectuar deixa de incidir apenas na negociação duma única opção. Entrámos assim nas estratégias conjuntas de operações simultâneas. Na prática vendemos por exemplo uma opção a um determinado valor X e compramos a mesma opção, com um preço de exercício diferente numa zona out-of-the-money onde o seu preço de compra se situa sempre abaixo da opção vendida, que poderá variar entre cerca de metade a um quarto do valor da venda. De notar que os livros e tratados sobre opções desenvolvem bastante este tema de estratégias ou operações conjuntas que envolvem opções, sendo conhecidas algumas variantes de dezenas de estratégias utilizadas de forma e objectivo diverso em posições longas e curtas, sejam por débito e crédito da conta em cada operação conjunta, consoante os strikes e maturidades utilizados em relação aos preços do produto subjacente: strangles, straddles, calendars, diagonal spreads, vertical spreads, butterflies, condors, etc.

P) Postulado 3 a reter – Muitos dos traders e vendedores de opções, ou melhor, vendedores da volatilidade, para além de muitos académicos e teóricos dos mercados em geral, acreditam firmemente que os mercados são eficientes e aleatórios, não sendo possível obter vantagens no direccionamento ou nas tendências dominantes de curto, médio e longo prazo. A maioria dos chamados vendedores de opções é verdade que ganha dinheiro mas apenas por um simples detalhe: serão simplesmente grandes aproveitadores do facto da volatilidade implícita ser superior à volatilidade real dos mercados, vendendo opções maioritariamente acima dos valores reais a que deveriam cotar. Muitos destes vendedores são verdadeiros crentes de que as cotações dos mercados se comportam e distribuem de forma uniforme e aleatória através de uma curva normalizada de distribuição em forma sinusoidal. Esta conclusão não passa infelizmente dum lamentável equívoco algo afastado ou deformado da verdadeira realidade! Os mercados são claramente ineficientes porque possuem tendências ou ciclos de prazos diferenciados que podem ser aproveitados de forma técnica e estatística bastante evidente a seu favor por qualquer trader que possua bastantes anos de experiência e ferramentas de trading adequadas para aproveitar estes movimentos direccionais inequívocos que se estabelecem, devidamente filtrados, para ganhar dinheiro ano após ano de forma consistente. O subjacente que se encontre num regime tendencial obrigará a que, na maioria das sessões, as opções venham a ser “empurradas” para valores sinusoidais assimétricos de acordo com o sentido determinado pela tendência dominante. Esta conclusão é muito importante porque representa um claro “edge” ou vantagem sobre as probabilidades das variáveis “delta”, que decorrem da aplicação que determina o valor da cotação das opções! Adiante já falaremos do que representam na prática os valores das variáveis “delta”.

Q) Ao preencher algumas das conclusões atrás estabelecidas podemos completar alguns detalhes em falta. Para arriscar numa estratégia que assenta principalmente no aproveitamento das vendas de opções de muito curto prazo, que permitem desvalorizações muito rápidas, de preferência em casos de subjacentes quase laterais ou “parados” e que se comportem bem através de tendências bastante “obedientes” ou transparentes de elevada liquidez incidindo em conjuntos de ordens “bid-ask” muito curtos ou altamente competitivos, podemo-nos focar simplesmente nas opções semanais do SPX, que dependem unicamente do seu subjacente índice S&P 500 cash. Estas opções semanais Call e Put sobre o SPX de muito curto prazo encerram todas as semanas às 2ª feiras, 4ª feiras e 6ª feiras de qualquer semana. Os strikes do SPX correspondem a toda uma sequência de escolha possível sobre o valor da dezena de pontos do S&P 500: por exemplo, o strike 336 no SPX corresponde ao valor de 3360 pontos no índice S&P 500, podendo coexistir sempre Calls strike 336 e Puts strike 336. Por outro lado há que chamar a atenção que a cotação corresponde ao seu valor em dólares americanos multiplicado pelo factor 100: exemplificando, se dissermos que um Call do SPX de 14 de agosto do strike 338 custa 1.82 $, na verdade teremos de desembolsar 182 Usd para comprar essa opção Call.


FIM PARTE 2
O autor não assume responsabilidades por acções tomadas por quem quer que seja nem providencia conselhos de investimento. O autor não faz promessas nem oferece garantias nem sugestões, limita-se a transmitir a sua opinião pessoal. Cada um assume os seus riscos, incluindo os que possam resultar em perdas.


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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por Sacanitajose » 12/8/2020 18:50

J_Investidor Escreveu:Eu também. Mais um tópico de classe do grande CEM! \:D/

bem vindo Cem ! Saudades ! :clap:
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por J_Investidor » 12/8/2020 16:59

Eu também. Mais um tópico de classe do grande CEM! \:D/
 
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Re: Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto pr

por Celsius-reloaded » 12/8/2020 16:18

Aguardo com expectativa a continuação :clap: .
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Estratégias vencedoras em Opções Financeiras de curto prazo

por Cem pt » 12/8/2020 15:59

Um candidato a investidor que tenha 5000 ou 10000 Euros para poder arriscar nos mercados, tendo a consciência à partida que os pode perder, e sonhar querer ficar um dia como o Warren Buffett ou outro grande bilionário que tenha feito fortuna à conta dos mercados pode esquecer esse desejo ao dedicar-se exclusivamente ao mercado accionista.

Mesmo que acerte em grandes apostas de elevada valorização e em timings correctos jamais atingirá mais que umas boas dezenas de milhares ou no máximo um montante que nunca ultrapassará num prazo de dezenas de anos de negociação a marca mítica do milhão de Euros.

Quem aspirar atingir níveis na casa dos vários milhões de Euros, bastantes anos mais tarde, depois da data de partida terá de tomar uma decisão radical desde logo na fase de arranque da carteira: dedicar-se a um tipo trading de risco muito elevado, onde o stress e as variações de capital podem atingir níveis de verdadeiras montanhas russas.

Ao falarmos de riscos muito elevados estaremos sempre a falar de alavancagens muito altas, se nos queremos distinguir da restante multidão anónima dos milhões de traders que actuam nos mercados é inevitável termos de arriscar valores de capital bem superiores aos que se encontram disponíveis na conta de trading noutro tipo de estratégia menos comum.

Quando falamos de trading com elevadas alavancagens as alternativas vão-se estreitando cada vez mais, sendo os mais conhecidos os ETFs e CFDs alavancados, mercado Forex, futuros e opções.

De todos os atrás indicados, aqueles que na realidade oferecem a expectativa de lucros e riscos associados a situações de alavancagens de super-ganhos, e perdas extremas da totalidade do capital, são as opções financeiras.

E se conseguirmos descortinar uma estratégia usando os benefícios da alavancagem das opções com riscos o mais reduzidos possíveis? Aí estaríamos perante o melhor de dois mundos! Já lá iremos.

Vem isto a propósito dos milhares de mensagens que, para quem de vez em quando subscreve certos mailings relacionados com sites que procuram aconselhar as melhores estratégias de trading, costumamos receber sempre com títulos bombásticos do tipo “fique milionário em dois tempos usando a estratégia XPTO”, mas subscreva ou passe para cá tantos $$$ por mês ou por ano!

Em geral, para apelar ou pretender confirmar a bondade da estratégia associada, aparecem sempre uns comentários dos Johns e Gregs traders que corroboram maravilhas: “esta semana usei a estratégia aconselhada e a minha conta subiu mais 15.800 bucks, etc, etc”. Enfim, perdas e riscos quase sempre são negligenciados nessa publicidade manhosa.

Na realidade a esmagadora maioria desses sites de trading não são mais do que vendedores da banha da cobra, embora reconheça que por vezes há algumas ideias que mereciam ser bem exploradas ou melhor desenvolvidas para atingir os efeitos de uma boa estratégia que mereça ser seguida!

No entanto é muito difícil na net encontrar pérolas no meio dum oceano de intenso lixo, aqui aplica-se bem o ditado de ser na verdade muito raro encontrar nos “trading advisors” que pululam pela web uma verdadeira agulha num palheiro!

Como a esmagadora maioria das alternativas não tem de facto qualquer mais valia que valha a pena reter, através de que linha de orientação podemos começar a seguir ou a acreditar?

A resposta a essa pergunta infelizmente seria muito difícil de encontrar porque existem milhares de alternativas e todas com diferentes respostas para tudo e mais alguma coisa.

No entanto sabemos por experiência própria que alguns princípios são válidos e credíveis e outros infelizmente são muito apregoados mas não correspondem à realidade do objectivo de fazer subir de forma consistente e rápida o capital duma carteira dedicada a negociar em regime de alto risco e, portanto, aspirante à obtenção de lucros elevados.


FIM PARTE 1
O autor não assume responsabilidades por acções tomadas por quem quer que seja nem providencia conselhos de investimento. O autor não faz promessas nem oferece garantias nem sugestões, limita-se a transmitir a sua opinião pessoal. Cada um assume os seus riscos, incluindo os que possam resultar em perdas.


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