EAGLETRADER20 Escreveu: e afinal a divida não para de aumentar.
A divida aumenta em termos absolutos, mas o saldo primário é positivo.
Ou seja, os juros pagos é que fazem que neste momento haja défice de 2%.
A questão é que o Estado Português gastou ano após anos mais do que gerava e, como consequência, teve de se financiar nos "mercados" e, naturalmente, pagar juros até ao ponto de termos de pedir ajuda ao FMI.
Pelo facto do investimento na dívida Portuguesa ser ainda considerada lixo pelas agência de "rating" Portugal não se consegue financiar a taxas de juros mais baixas que a generalidade dos outros países, como por ex: a Itália que também tem um défice estrutural semelhante ao nosso e a divida está acima de lixo.
A divida aumenta porque pagamos muito de juros. Dai (bloquistas e comunistas) falarem várias vezes da reestruturação da divida pública porque caso contrário estaremos sempre sufocados pelos juros contraídos ao longo dos tempos. De notar que, como sabemos, os "mercados" reagem mal aos putativos "hair cuts". Tal qual uma cotada reage à quebra dos lucros.
Digo isto e faço também simultaneamente uma declaração de interesses para dizer que eu próprio sou financiador do Estado ao ter comprado OT no mercado secundário.
A Tx de juro que recebo com as "garantias" de ser o Estado devedor fizeram-me comprar estas obrigações porque no mercado a oferta que há considerando o risco que se tem de ter para obter maiores "yields" não me seduz para investir a fatia maior do meu capital.
Dito ainda de outra forma eu neste momento sou credor do Estado e recebo dividendos perto de 4% brutos ano. E estas OT só vencem na próxima década. Todos nós sabemos quais são as taxas de juros que os bancos pagam nos DP actualmente. A generalidade é inferior a 1% bruto ano.
Por este exemplo julgo que percebemos que o Estado paga muito pela divida que contraiu. E a divida vai continuar a aumentar apesar do saldo primário (uma espécie de EBITDA) ter diminuído no ano passado. Dificilmente teremos um défice positivo anual após pagar os juros da divida.
De facto nas condições em nos encontramos ver uma diminuição do défice estrutural é que seria motivo para admiração