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OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por MarcoAntonio » 1/2/2017 16:39

Opcard Escreveu:A Eutanásia é a salvação dos nossos sistemas de saúde , 80% dos gastos na saúde de um indivíduo são nos últimos 6 meses de vida , um dia vai ser obrigatória .


Se é obrigatória, já não é eutanásia. É homicídio por decreto ou, na melhor das hipóteses, ausência de cuidados médicos de qualquer tipo. É algo totalmente diferente da Eutanásia, que se aplica inclusivamente a situações onde a ausência de cuidados médicos não é suficiente para por termo à situação. Há aqui uma confusão tremenda de conceitos.
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Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por Thoth » 1/2/2017 16:34

Essa está boa Marco Martins, para isso pegas numa 32 mm e fazes o que tens a fazer ... :wink:

Cumprimentos e bons negócios
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Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por Marco Martins » 1/2/2017 16:32

MarcoAntonio Escreveu:Não sou contra, por principio, mas é importante que os contornos de uma lei sobre esta questão estejam muito bem delineados para que não seja usada de forma indiscriminada e, mais importante ainda, abusada/subvertida. A eutanásia ou suicidio assistido não pode em momento algum transformar-se numa forma de "homicídio assistido" (que pode tomar muitas formas) portanto a questão é extremamente sensível.

Choca-me contudo que entre os argumentos surja um argumento religioso. A religião é, felizmente, uma escolha puramente pessoal. Utilizar um argumento religioso para uma questão destas é uma mera tentativa de impor a sua crença pessoal aos outros. É inconcebivel num estado dito laico: o que é que A tem que ver com a religião de B ou com o que B acredita?

Tudo bem quando se discute em "amena cavaqueira", mas não quando se discutem leis para serem aplicadas a todos, independentemente das suas opções religiosas.


Se os argumentos religiosos não podem ser usados para influenciar as decisões dos outros, porque motivo podemos também impor que apenas quem tem problemas possa recorrer à lei?
Eu como pessoa capaz e em posse de todas as faculdades mentais, porque motivo não poderei recorrer a esta lei? Não é um direito que deverei também ter acesso?
 
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Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por JohnyRobaz » 1/2/2017 16:23

Bom, eu não sei bem, na verdade. Por princípio, também sou a favor, porque cada um deve ser livre para decidir o que quer fazer. Mas acho que essa decisão deve ser feita antes de se entrar em período de doença, pois aí pode não entrar o factor racional na decisão como na minha opinião deve acontecer. A pessoa num momento de agonia pode decidir algo que não decidiria em plena consciência. Pala além disso, já ouvi argumentos a ver com familiares a querer despachar os "fardos", ou hospitais que estão sem espaço, mas que, atenção, desconheço se são fundamentados ou não, pois não estou nada dentro desse mundo nem nunca tive que passar por uma situação desse género. Basicamente, acho que deve ir a referendo, com um debate alargado e esclarecido sobre o que está em causa, e sem factos alternativos.

Concordo em absoluto que o argumento religioso não faz sentido nenhum.
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Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por Opcard » 1/2/2017 16:22

A Eutanásia é a salvação dos nossos sistemas de saúde , 80% dos gastos na saúde de um indivíduo são nos últimos 6 meses de vida , um dia vai ser obrigatória .


Os sistemas de saúde de vários países estão nos limites , recentemente um sueco veio a Lisboa para ser operado pois o tempo de espera na Suécia era longo fiquei espantado , entro em contacto comum amigo sueco e fiquei pasmado confimou que está muito mal há falta de financiamento .
Editado pela última vez por Opcard em 1/2/2017 16:24, num total de 1 vez.
 
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Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por Thoth » 1/2/2017 16:19

Ribeiro e Castro diz que eutanásia obrigaria a mudar Constituição

https://www.noticiasaominuto.com/pais/733787/ribeiro-e-castro-diz-que-eutanasia-obrigaria-a-mudar-constituicao Escreveu:O antigo líder do CDS-PP José Ribeiro e Castro defendeu hoje que a eutanásia vai contra a Constituição Portuguesa e que a sua despenalização só seria possível alterando antes a lei fundamental.

"A nossa Constituição diz de forma muito clara que a vida humana é inviolável. É a forma mais clara e nítida que conheço em todo o mundo. (...). Nenhuma lei pode ser aprovada, promulgada ou entrar em vigor que conceda a quem quer se seja o poder de matar outrem", afirmou o ex-deputado do CDS, que participava na manifestação do movimento cívico STOP Eutanásia.

Para Ribeiro e Castro, este "obstáculo constitucional fundamental teria de ser removido" por aqueles que propõem "tirar a vida em determinadas circunstâncias" (os que propõem a despenalização da eutanásia".

O antigo líder do CDS vê a eutanásia como uma "porta aberta" sem fim ou um "poço sem fundo", lembrando situações que se passam em países como a Bélgica ou a Holanda onde a prática foi legalizada.

Aliás, segundo o movimento STOP Eutanásia, a Bélgica e a Holanda praticam hoje em dia a eutanásia não apenas em casos de doença terminal mas também em situações de sofrimento psicológico, como a depressão.

"[A eutanásia] é um poço sem fundo, um poço de morte que atingiria os mais frágeis", declarou José Ribeiro e Castro à agência Lusa.

Algumas dezenas de pessoas estiveram hoje concentradas frente à Assembleia da República, numa manifestação contra a despenalização da eutanásia em Portugal, no dia em que o parlamento debate a petição do movimento cívico "Direito a morrer com dignidade", que defende a despenalização da morte assistida.
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Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por MarcoAntonio » 1/2/2017 16:13

Não sou contra, por principio, mas é importante que os contornos de uma lei sobre esta questão estejam muito bem delineados para que não seja usada de forma indiscriminada e, mais importante ainda, abusada/subvertida. A eutanásia ou suicidio assistido não pode em momento algum transformar-se numa forma de "homicídio assistido" (que pode tomar muitas formas) portanto a questão é extremamente sensível.

Choca-me contudo que entre os argumentos surja um argumento religioso. A religião é, felizmente, uma escolha puramente pessoal. Utilizar um argumento religioso para uma questão destas é uma mera tentativa de impor a sua crença pessoal aos outros. É inconcebivel num estado dito laico: o que é que A tem que ver com a religião de B ou com o que B acredita?

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Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por Marco Martins » 1/2/2017 15:04

Sou a favor da eutanásia, e a favor que a mesma tem muito mais direito de existir do que o aborto, na medida em que a eutanásia é uma decisão pessoal com impacto directo em quem decide e não na vida de outrem!!!

A meu ver, até sou muito mais liberal na questão da eutanásia, pois acho que cada um de nós deveria poder decidir se quer continuar a viver ou não, independentemente da sua idade ou de qualquer problema que possa ter.

Afinal de contas, nem todos deveriamos ser obrigados a viver apenas porque viemos parar a este mundo!
 
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Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por ricardmag » 1/2/2017 14:28

Desde que não seja só porque sim também sou a favor.

Cumprimentos
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Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por jeremias » 1/2/2017 13:24

pedroferre Escreveu:Eu sou a favor da Eutanásia para mais depois de ver o ano passado a minha avó de 99 anos morreu de doença prolongada aos poucos e sem o minimo de dignidade.
Mas enquanto andarem com este circo de discutir a Eutanásia, e possivel referendo, esquece-se os problemas do país, o que é bom para os politicos particularmente neste ano que tem tudo para ser complicado a nível financeiro. :)


eu também sou a favor. detestaria morrer aos poucos numa cama.
 
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Re: OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por pedroferre » 1/2/2017 12:42

Eu sou a favor da Eutanásia para mais depois de ver o ano passado a minha avó de 99 anos morreu de doença prolongada aos poucos e sem o minimo de dignidade.
Mas enquanto andarem com este circo de discutir a Eutanásia, e possivel referendo, esquece-se os problemas do país, o que é bom para os politicos particularmente neste ano que tem tudo para ser complicado a nível financeiro. :)
 
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OT - Eutanásia - Sim ou Não ?

por Thoth » 1/2/2017 12:34

http://observador.pt/especiais/parlamen ... -e-contra/

O Parlamento discute, esta quarta-feira, a despenalização da morte assistida. Em breve, BE e PAN apresentarão projetos sobre o tema e o CDS admite referendo. Conheça os argumentos a favor e contra.

Ética. Religião. Política. Lei. Direitos. Dignidade. Vida. Morte. E se todas estas dimensões se misturassem e competissem numa só discussão? É isso que vai acontecer esta quarta-feira quando, no Parlamento, for debatida a petição “Pela despenalização da morte assistida”, assinada por mais de 8.400 pessoas. Trata-se de um tema fraturante que ainda vai motivar muitas trocas de argumentos. O Observador procurou reunir alguns dos mais recorrentes e ouviu os dois lados da barricada. Num ponto confluem: o debate tem de ser informado e estendido à sociedade.

“O BE está a favor da despenalização da morte assistida por dois motivos essenciais: o respeito pelos direitos que todos temos que ter ao longo da nossa vida, incluindo o fim da vida. E ao mesmo tempo porque entendemos que entre esses direitos cabe a possibilidade de não termos de nos sujeitar a um fim de vida que retira a dignidade que fixámos para nós próprios”, defende José Manuel Pureza, deputado do BE e autor do relatório final da petição.

"É inaceitável condenar uma pessoa em sofrimento a ter um fim de vida que não quer."
José Manuel Pureza, deputado do Bloco de Esquerda

Mas esse argumento não serve para quem bate o pé à mudança da lei. “Não se define o que é um grande sofrimento, nem se define o que são as perspetivas de melhorias. O manifesto não coloca limites, ou seja, permite que a morte seja antecipada em anos”, contra-argumenta o ex-bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, que rejeita ainda a justificação baseada na dignidade.

Quanto ao argumento do “direito a morrer”, José Manuel Silva diz ser “falacioso”, no sentido em que “os próprios autores do manifesto colocam limitações a essa auto-determinação do momento da morte”, ao fixarem condições para que o indivíduo possa pedir ajuda para morrer.

"Como se houvesse mortes indignas e mortes dignas, vidas dignas e indignas. A morte é sempre digna."
José Manuel Silva, ex-bastonário da Ordem dos Médicos

Para o ex-bastonário, despenalizar a morte assistida “traduz uma mudança do modelo da sociedade”. “Em vez da sociedade investir na vida, com todas as obrigações que isso traz em termos de apoio nos cuidados paliativos, acesso atempado aos cuidados de saúde, implementação do cuidador informal, meios para as unidades de cuidados na comunidade e a aposta o internamento domiciliário, está a priorizar a opção pela morte antecipada assistida.”

Um ponto que foca sem hesitar, independentemente dos peticionários deixarem claro, no texto, que a despenalização da morte assistida não “a torna obrigatória para ninguém” e que a morte assistida “não entra em conflito nem exclui o acesso aos cuidados paliativos e a sua despenalização não significa menor investimento nesse tipo de cuidados”.

José Manuel Silva, numa opinião que é partilhada pelos opositores à despenalização da morte assistida, refere ainda que “a eutanásia, ou antecipação da morte, passa a conferir ao médico o direito de matar”, quando os médicos, no acesso à profissão, são obrigados a jurar que não matarão.

No contra-ataque, José Manuel Pureza defende que “uma sociedade rege-se pela ética democrática, republicana, e não pela ética médica”, além de que ficaria sempre consagrado o direito à objeção de consciência. Acrescentando que “ao longo da história, a ética médica tem vindo a evoluir e a consagrar ou a acolher determinadas abordagens que numa fase anterior pura e simplesmente repudiava”.

As duas modalidades da morte assistida

Eutanásia
A eutanásia, ou “boa morte”, é uma das modalidades da morte assistida. Um médico abrevia a vida de um doente incurável e em sofrimento constante, de maneira controlada, através de uma injeção letal. Esta prática resulta de um pedido reiterado por parte do doente, consciente e informado.

Suicídio assistido
É a outra modalidade da morte assistida. Neste caso, é o doente a tomar, pela sua mão, o medicamento prescrito pelo médico que o irá matar.

Argumentos a favor e contra
Direito à morte
Quem defende a despenalização da morte assistida argumenta que não deve ser vedado o direito à autodeterminação e à escolha individual quer pela vida, quer pelo momento da morte. Trata-se, dizem, de colocar o interesse individual acima do interesse da sociedade.
Evitar a dor
Os defensores da eutanásia e suicídio assistido consideram que com a despenalização destas práticas se evitará a dor e o sofrimento de quem está em fase terminal de uma doença.


Morte digna
Despenalizar a morte assistida é caminhar no sentido de alcançar a morte digna, na opinião dos defensores da morte assistida.
Usurpação do direito à vida
Um dos argumentos utilizados contra a despenalização da morte assistida é religioso: a eutanásia é vista como uma usurpação da vida humana, que é "sagrada e inviolável". Por isso o homicídio e o suicídio são considerados atos imorais.
Médicos juram não matar
Os médicos, quando se formam, fazem o Juramento de Hipócrates e lá está dito que cabe aos médicos garantir todos os meios para garantir a sobrevivência dos pacientes. Os médicos juram não matar.
Ladeira escorregadia
É o argumento de que a despenalização da morte assistida levaria à sua generalização e à possibilidade de ir abrangendo cada vez mais situações.

PR pede debate alargado. BE e PAN apresentarão diplomas e CDS admite referendo

Questionado esta terça-feira sobre o assunto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, limitou-se a defender um amplo debate sobre a morte assistida e recusou pronunciar-se sobre a matéria para não condicionar o debate.

“O Presidente da República quer é que haja um debate amplo, o mais participado possível, com iniciativas populares, como petições, com a iniciativa de partidos e de cidadãos e de grupos de cidadãos, portanto isto significa que não irá intervir tão depressa sobre esta matéria”, declarou.

E é precisamente este amplo debate que o Bloco de Esquerda pretende promover, antes de apresentar o projeto de lei, que, a ser aprovado, implicará uma alteração do artigo 135 do Código Penal, que prevê pena de prisão até cinco anos para profissionais de saúde que pratiquem morte assistida. Ao Observador, o deputado bloquista José Manuel Pureza explicou que o objetivo do Bloco é apresentar o projeto de lei “ao longo desta legislatura” e que isso poderá acontecer “ainda durante esta sessão legislativa”. Já se sabe que BE excluirá menores e doentes com perturbações do foro mental.

"Queremos contribuir para um debate vigoroso, sério, sem fantasmas, prudente. Apresentaremos, sem data ainda fixada, um anteprojeto que consagra um conjunto de abordagens para a despenalização e promoveremos um conjunto de sessões públicas."
José Manuel Pureza, deputado do Bloco de Esquerda

Em entrevista à TSF, o recém-eleito bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, defendeu a realização de um referendo sobre o tema, por considerar que não cabe ao Parlamento decidir sobre esta matéria. Também o ex-bastonário José Manuel Silva afirmou ao Observador não ter dúvida que “o tema deve ser discutido pela própria sociedade”.

Esta é uma proposta que parece ter acolhimento por parte dos centristas. Pelo menos a julgar pelas declarações da presidente do CDS-PP, que não excluiu a realização de um referendo. “Essa é uma matéria que também ela merece um debate na sociedade portuguesa, mas eu não excluiria à partida essa hipótese”, afirmou Assunção Cristas, citada pela Lusa, remetendo propostas do partido para esta quarta-feira.

Já o PSD vai promover um colóquio sobre a eutanásia e o suicídio assistido no próximo dia 9 de fevereiro.

Na discussão desta quarta-feira, deverá ser possível perceber o posicionamento dos partidos sobre a despenalização da morte assistida em termos genéricos, mas isso poderá dizer pouco sobre o posicionamento a propósito de um projeto concreto, até porque PSD e PS já anunciaram que vão dar liberdade de voto aos seus deputados nesta matéria.

Esta controvérsia está longe de ficar resolvida, até porque na semana passada também foi entregue uma nova petição na Assembleia da República, que recolheu mais de 14 mil assinaturas. Desta feita contra a eutanásia: “Toda a vida tem dignidade”. Entendem os subscritores que “a sociedade e o Estado têm o dever de proteger toda a vida humana”.

Morte assistida pelo Mundo
Holanda
A Holanda foi o primeiro país da Europa a permitir o recurso à morte assistida (eutanásia e suicídio assistido). Desde 1 de abril de 2002 que esta prática é permitida logo a partir dos 12 anos, com autorização dos pais ou representantes legais. A condição dos doentes tem de ser avaliada por dois médicos que são obrigados a comunicar cada caso ao médico patologista municipal e à Comissão de Controlo da Eutanásia.
Bélgica
A 28 de maio do mesmo ano foi a vez da Bélgica despenalizar todas as modalidades de morte assistida. Em 2014 estendeu-se a possibilidade a menores de idade. O pedido tem de ser feito por escrito por um paciente em sofrimento constante e insuportável e sem hipótese de melhoras, de forma "voluntária, refletida e repetida". O médico tem de avaliar a condição do paciente, informá-lo sobre as hipóteses, e pedir opinião a outro médico.
Luxemburgo
Em março de 2009 a eutanásia e o suicídio assistido foram despenalizados no Luxemburgo. Apenas os adultos em sofrimento constante e insuportável e sem perspectivas de melhoria podem recorrer à morte assistida. Está prevista a revogação do pedido.
Suíça
O Código Penal suíço pune com pena até 3 anos o "homicídio a pedido da vítima". Contudo, permite o suicídio assistido em casos de doentes terminais em situação de sofrimento intolerável e irreversível.

Estados Unidos
O ato médico para abreviar a vida é proibido, mas em cinco estados (Oregon, Vermont, Califórnia, Washington e Montana) é permitido o suicídio assistido.
Canadá
Em junho de 2016, o Canadá aprovou legislação que permite o suicídio assistido e eutanásia ativa a pedido de adultos mentalmente competentes com doenças graves ou incuráveis e em declínio irreversível. O pedido tem de ser feito por escrito e assinado por duas testemunhas independentes e avaliado por dois médicos ou enfermeiros.
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