Ocioso Escreveu:A transmissão de uma mensagem é uma arte difícil, o teu parceiro de comunicação irá sempre receber uma imagem diferente da que tu lhe enviaste.
O vídeo vem no seguimento do post do Pirroelis. O que tentei transmitir, através dele, foi apenas que, e nada mais do que isso, por vezes, a maioria em democracia toma opções que prejudicam uma minoria ou mesmo a própria. Isso é evidente, para mim, em Portugal. A maioria gostou de ouvir: “Há mais vida para além do orçamento. A economia é mais do que finanças públicas”. Aliás, continua a acreditar nisso, o que se compreende: Portugal é um país onde ocorrem milagres. A tal maioria pensa pouco em determinados assuntos, tem outros interesses: o trabalho; a bola; andar às voltas num centro comercial; as gajas; a novela; etc. Alguém faz essa tarefa por ela: uma minoria. Minoria essa que indica o caminho à maioria alienada, para benefício da primeira, claro está.
Conheço jovens muito bem preparados academicamente, mas não conseguiram emprego no Banco de Portugal, nem mesmo na Câmara Municipal de Lisboa. Tendo eles as hard skills necessárias, fico com a ideia que o recrutamento nessas entidades leva em consideração soft skills específicas...
Julgo que isso é uma justificação perigosa, pelo simples facto de que cada um tem a sua opinião, e nenhuma minoria se devia achar como dona da razão. E isto da economia nunca foi uma ciência exacta. Já o Churchill dizia, a democracia é o pior regime que existe, à excepção de todos os outros.
Eu coloco a questão de outra forma. Porque não se faz política a sério, e se usa os argumentos certos da forma certa para convencer a maioria do caminho que essa minoria acha certa? Se o debate fosse menos destrutivo e mais construtivo, mais simples na linguagem, chegaria-se bem mais longe. E quanto a mim, por exemplo, cortar na educação para cumprir défices orçamentais é um caminho que leva totalmente ao oposto. Tenho por ideia que quanto menos letrada for a população, menos interesse tem pela vida pública.
Quanto à ultima parte, concordo, mas isso existiu sempre, e vai sempre existir, infelizmente.