Re: Políticas para Portugal
Enviado: 30/8/2016 14:56
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lfhm83 Escreveu:bogos Escreveu:
Sou defensor na questão da TSU da parte pessoal:
Aumento da TSU para 15%, sobre o salário bruto.
Desses 15%
- 5% vão directamente para a Segurança Social (chama-se contributo social solidário)
- 5% vão directamente para um fundo de pensões/seguro a indicar pelo contribuinte (fundo esse de gestão privada ou publica)
- 5% vão para o que me der na real gana
O problema é que não é, nem de perto. São 35% 11+24, os 24 invetaram paga a empresa, mas na realidade o dineiro sai do trabalhafor, se a empresa paga-se 0 no final a margem de liceo ía ser a mesma e os ordenados ajustavam para cima. Mas não vamos entregar o dinheiro ao estado que é fixe e o faz desaparecer.
Em Portugal nos ultimos vinte anos a relaçao de aumento de carga tributativa é directamente proporcional à pior qualidade de vida e a coosa só se manteve como quxilio da dívida, mas diga-se de passagem que o resto da Europa nao anda muito distante, mas sempre é um bocadinho pior.
bogos Escreveu:
Sou defensor na questão da TSU da parte pessoal:
Aumento da TSU para 15%, sobre o salário bruto.
Desses 15%
- 5% vão directamente para a Segurança Social (chama-se contributo social solidário)
- 5% vão directamente para um fundo de pensões/seguro a indicar pelo contribuinte (fundo esse de gestão privada ou publica)
- 5% vão para o que me der na real gana
lfhm83 Escreveu:JohnyRobaz Escreveu:
Lá está, a ideia de que o rendimento social não é "merecido" é logo difícil para mim de aceitar. Não digo que na realidade õ seja para toda a gente, mas se vamos pensar assim acaba-se com o Estado Social.Há muita gente a receber subsídios sociais que já descontaram para a Segurança Social. Para terminar, acho que neste ponto nenhum ou quase nenhum de nós esteve algum dia numa situação tão dramática como essa de depender de subsídios do Estado para sobreviver, portanto o moral para falar fica complicado. O que eu acredito é que a regra está nas pessoas que se sentem mal por depender da caridade e do Estado para sobreviver, e se pudessem não estavam nessa situação. Se vocês acreditam no oposto, não há grande coisa a discutir.
Quanto às senhas, afinal as senhas também limitavam os produtos alimentares que podiam escolher? e as roupas também? Está aí um belo comunismo pá.
Comunismo por querer limitar uma ajuda que me sai do bolso fruto do meu trabalho? Comunismo era senhas para todos excepto os do governo claro...
E acreditas assim no estado social, eu ate nem sou contra o meu problema é que devia pagar apenas segurança social para suportar esse esquema, mas depoi pagas IRS, TSU, IVA. É triste saber que tiram poupanças do bolso de mim e da minha familia e daqui a uns anos posso precisar e cospem-me na cara. O SNS esta-se a tornar esse tipo de cancro que consome recursos e nao faz nada por ninguem sinceramente hoje em dia é uma verdadeira. ergonha.
Ainda recentente tive uma pessima experiencia é simplesmente deploravel como tratam contribuintes que descontaram uma vida toda e agora precisam de ficar internados meia duzia de dias e sao simplesmente expulsos. Ainda bem que vou tendo para recorrer ao privado, mas sinceramente este tipo deixame agoniado de tal forma é o monstro.
Espero bem que nao passes pela mesma situaçao, so te digo uma coisa neste sistema quem mais contribui é o primeiro a lixar-se, ninguem vai ver se descontaste 100 ou 1000000 ou 0, recebes o mesmo tratamento e nao é só para ti é para os teus também que é a pior parte...
lfhm83 Escreveu:Comunismo por querer limitar uma ajuda que me sai do bolso fruto do meu trabalho? Comunismo era senhas para todos excepto os do governo claro...
E acreditas assim no estado social, eu ate nem sou contra o meu problema é que devia pagar apenas segurança social para suportar esse esquema, mas depoi pagas IRS, TSU, IVA. É triste saber que tiram poupanças do bolso de mim e da minha familia e daqui a uns anos posso precisar e cospem-me na cara. O SNS esta-se a tornar esse tipo de cancro que consome recursos e nao faz nada por ninguem sinceramente hoje em dia é uma verdadeira. ergonha.
Ainda recentente tive uma pessima experiencia é simplesmente deploravel como tratam contribuintes que descontaram uma vida toda e agora precisam de ficar internados meia duzia de dias e sao simplesmente expulsos. Ainda bem que vou tendo para recorrer ao privado, mas sinceramente este tipo deixame agoniado de tal forma é o monstro.
Espero bem que nao passes pela mesma situaçao, so te digo uma coisa neste sistema quem mais contribui é o primeiro a lixar-se, ninguem vai ver se descontaste 100 ou 1000000 ou 0, recebes o mesmo tratamento e nao é só para ti é para os teus também que é a pior parte...
JohnyRobaz Escreveu:
Lá está, a ideia de que o rendimento social não é "merecido" é logo difícil para mim de aceitar. Não digo que na realidade õ seja para toda a gente, mas se vamos pensar assim acaba-se com o Estado Social.Há muita gente a receber subsídios sociais que já descontaram para a Segurança Social. Para terminar, acho que neste ponto nenhum ou quase nenhum de nós esteve algum dia numa situação tão dramática como essa de depender de subsídios do Estado para sobreviver, portanto o moral para falar fica complicado. O que eu acredito é que a regra está nas pessoas que se sentem mal por depender da caridade e do Estado para sobreviver, e se pudessem não estavam nessa situação. Se vocês acreditam no oposto, não há grande coisa a discutir.
Quanto às senhas, afinal as senhas também limitavam os produtos alimentares que podiam escolher? e as roupas também? Está aí um belo comunismo pá.
k
JohnyRobaz Escreveu:lfhm83 Escreveu:JohnyRobaz Escreveu:Isto é um exemplo abstracto e obviamente não ocorrem coisas exactamente assim, mas eu sou totalmente a favor da liberdade de utilização dos rendimentos de uma pessoa (ui, quem é de direita e de esquerda agora).
Oh Johny Rambo, isto do liberarismo não é para quem quer é para quem pode, claro que somos a favor que se utilizem os rendimentos próprios da maneira que bem se entender, desde que não sejam dos outros.
Já te expliquei que se percebeu o que disseste mas receber uma senha para comprar manteiga e batatas é diferente de receber um cheque com dinheiro em vivo, que podes gastar a comprar uma lata de caviar, e ficam os miúdos a passar fominha de rato.
Como disse o Green_Hawk há muitas associações que distribuem alimentos e roupas em paralelo com o estado e muitas vezes esse dinheiro que vem dos rendimentos mínimos acabam nas mãos de traficantes de drogas a estimular ainda mais o crime e economias paralelas.
Lá está, a ideia de que o rendimento social não é "merecido" é logo difícil para mim de aceitar. Não digo que na realidade õ seja para toda a gente, mas se vamos pensar assim acaba-se com o Estado Social.Há muita gente a receber subsídios sociais que já descontaram para a Segurança Social. Para terminar, acho que neste ponto nenhum ou quase nenhum de nós esteve algum dia numa situação tão dramática como essa de depender de subsídios do Estado para sobreviver, portanto o moral para falar fica complicado. O que eu acredito é que a regra está nas pessoas que se sentem mal por depender da caridade e do Estado para sobreviver, e se pudessem não estavam nessa situação. Se vocês acreditam no oposto, não há grande coisa a discutir.
Quanto às senhas, afinal as senhas também limitavam os produtos alimentares que podiam escolher? e as roupas também? Está aí um belo comunismo pá.
Como é que o facto de criminosos receberem dinheiro do Estado ajuda a promover o crime?
lfhm83 Escreveu:JohnyRobaz Escreveu:Isto é um exemplo abstracto e obviamente não ocorrem coisas exactamente assim, mas eu sou totalmente a favor da liberdade de utilização dos rendimentos de uma pessoa (ui, quem é de direita e de esquerda agora).
Oh Johny Rambo, isto do liberarismo não é para quem quer é para quem pode, claro que somos a favor que se utilizem os rendimentos próprios da maneira que bem se entender, desde que não sejam dos outros.
Já te expliquei que se percebeu o que disseste mas receber uma senha para comprar manteiga e batatas é diferente de receber um cheque com dinheiro em vivo, que podes gastar a comprar uma lata de caviar, e ficam os miúdos a passar fominha de rato.
Como disse o Green_Hawk há muitas associações que distribuem alimentos e roupas em paralelo com o estado e muitas vezes esse dinheiro que vem dos rendimentos mínimos acabam nas mãos de traficantes de drogas a estimular ainda mais o crime e economias paralelas.
JohnyRobaz Escreveu:Isto é um exemplo abstracto e obviamente não ocorrem coisas exactamente assim, mas eu sou totalmente a favor da liberdade de utilização dos rendimentos de uma pessoa (ui, quem é de direita e de esquerda agora).
JohnyRobaz Escreveu:Só fazendo um leve raciocínio, qual seria a vantagem disso? Digamos que seria para evitar que houvesse gente a ficar com dinheiro sem precisar por já ter casa, comida e roupa, comprados com dinheiro que supostamente não têm certo?
goodmoney Escreveu:JoaquimDias Escreveu:seria a garantia (óbvia) de que o "dinheiro" seria efectivamente gasto em alimentos e não a encher os bolsos de dependentes do estado.
A distribuição na Venezuela faz-se nesses termos.
JohnyRobaz Escreveu:
Epa isso das senhas só me lembra aquele tipo de regime que vigorou ali pelo leste
Só fazendo um leve raciocínio, qual seria a vantagem disso? Digamos que seria para evitar que houvesse gente a ficar com dinheiro sem precisar por já ter casa, comida e roupa, comprados com dinheiro que supostamente não têm certo? Ao facultar-lhes casa, roupa e comida, o dinheiro que eles não gastaram nisso e que supostamente não têm, vai ficar para eles também na forma de dinheiro. No final, acaba por ser a mesma coisa no que toca a esse aspecto, não?
JoaquimDias Escreveu:seria a garantia (óbvia) de que o "dinheiro" seria efectivamente gasto em alimentos e não a encher os bolsos de dependentes do estado.
lfhm83 Escreveu:Ocioso Escreveu:O topo da distribuição dos rendimentos em Portugal: uma análise descritiva - Frederico Cantante
https://repositorio.iscte-iul.pt/handle/10071/9841
Exactamente, para mim nao faz qualquer sentido atacar os ricos para justificar os pobres.
https://www.imf.org/external/pubs/ft/sd ... dn1513.pdf
Sou contra Rendimentos Minimos Garantidos nos quais em Portugal em 2015 havia 295.664 pessoas com direito a esta subvençao.
Ora nao sou contra ajudar quem tem necessidade, mas nunca em dinheiro, que fosse em senhas alimentares/roupa e/ou em habitaçao social. O objectivo nao deve ser dar uma vida digna ao beneficiàrios mas sim facultar-lhe condiçoes para lutarem por uma vida digna.
Ocioso Escreveu:O topo da distribuição dos rendimentos em Portugal: uma análise descritiva - Frederico Cantante
https://repositorio.iscte-iul.pt/handle/10071/9841
(…)
Verificamos que 40% dos agregados com menores recursos detêm menos de 20% do rendimento bruto e não chega a 1% da riqueza (bruta ou líquida per capita). Mas também podemos concluir que a distribuição dos recursos entre as famílias que compõem este extremo da população não apresenta um afastamento muito significativo.
Por simplificação, imaginemos que existe no conjunto da sociedade um euro de recursos. A parte que cabe a este extremo mais baixo da distribuição é de cerca de seis cêntimos da riqueza e de 1,5 cêntimos de rendimento bruto.
(…)
O extremo que representa as famílias com maior rendimento bruto e riqueza per capita revela dados particularmente interessantes. Primeiro, há um aumento considerável do nível de desigualdade. O afastamento das curvas de Lorenz para todas as variáveis consideradas é significativo.
Em segundo lugar, verificamos uma ligeira inflexão no final das curvas de Lorenz em todas as variáveis, apontando para uma desigualdade consideravelmente mais elevada na extremidade da distribuição, que analisamos de seguida.
As curvas de Lorenz permitem-nos efectuar este exercício ainda mais fino, isolando a parte da população com níveis de riqueza líquida extremamente elevados. Por exemplo, os 1% com maior riqueza líquida detêm 21% da riqueza líquida total. Já no caso do rendimento bruto verificamos que os 1% com rendimento bruto mais elevado detêm apenas 8% do rendimento bruto total.
Mais uma vez podemos fazer o exercício de simplificação utilizando uma unidade monetária. Imaginemos que o total da riqueza líquida correspondia a um euro. Os 1% mais ricos detinham 21 cêntimos, com o restantes 79 cêntimos a serem distribuídos pelo resto da população, ou seja os restantes 99%.
Em síntese, a distribuição da riqueza (bruta e líquida) é, como proposto pela literatura, muito mais desigual do que o rendimento. Essa desigualdade é mais acentuada nos percentis superiores da distribuição que se manifesta pelo afastamento das curvas de Lorenz.
(…)
Conclusão
Portugal é um país de grandes desigualdades económicas. A ação redistributiva do Estado tem permitido mitigar este fenómeno, mas não só a eficácia deste processo se situa abaixo do verificado na maioria dos países da UE-27 (Alves, 2012; Rodrigues, Figueiras e Junqueira, 2012) como um conjunto de dinâmicas a montante dessa ação redistributiva tem concorrido para o aprofundamento das desigualdades de recursos monetários. O mercado de trabalho é o epicentro desse processo, e nele se entrecruzam, de forma mais ou menos articulada, fatores de ordem legal, institucional, qualificacional e económica que poderão estar a contribuir para o acentuar das desigualdades económicas em Portugal. Tal como foi demonstrado, essa desigualdade é particularmente evidente quando se promove um zoom sobre os grupos da parte superior da distribuição dos ganhos salariais. Apesar de haver uma diferença considerável entre a parte inferior do decil do topo da distribuição e o nível salarial mediano ou o que é auferido pelos grupos que formam a base dessa estrutura distributiva, é no interior do grupo dos 1% mais bem remunerados que se define o perímetro dos top incomes em Portugal e se estrutura o grande fosso económico entre uma minoria dos trabalhadores e a sua esmagadora maioria. Portugal é um país de baixos salários, em que centenas de milhares de trabalhadores auferem o salário mínimo nacional ou um valor próximo desse limite administrativo. Isto significa que potencialmente uma parcela muito significativa da população trabalhadora vive na área limítrofe ao limiar de pobreza ou experiencia mesmo a condição de working poor. Mesmo a classe média em Portugal caracteriza-se pela sua “magreza económica” (Cantante, 2013). Veja-se que o ganho salarial mediano bruto era, em 2009, de 741 euros e que grande parte dos grupos que ocupam as posição intermédias na distribuição dos ganhos salariais auferia salários brutos abaixo dos mil euros.
Analisar o fenómeno das desigualdades económicas a partir do enfoque nos rendimentos do topo da distribuição significa eleger como referente empírico a minoria da população cujos recursos económicos têm potenciado o aumento das desigualdades e da concentração do rendimento de mercado (market income). Perante as evidências empíricas expostas ao longo do texto importa compreender e analisar criticamente as desigualdades económicas em Portugal. Para tal será necessário enquadrar este fenómeno ao nível das condições institucionais, legais e económicas que o favoreceram. Estes são eixos a desenvolver no futuro. Para já fica uma análise descritiva do topo da distribuição dos rendimentos em Portugal.