Worf Escreveu:Li Robaz, querias castigar o demérito para premiar o mérito, com o intuito de que com isso resultasse um efeito positivo nos alunos mais fracos e assim diminuíres a despesa do estado.
O meu objectivo não era redução da despesa do Estado, mas sim uma optimização de recursos que poderia levar a uma poupança.
Corta na despesa
Qual despesa?
Serviria para aumentar a receita das universidades, porque as propinas julgo que fazem parte das receitas das universidades. Mas isso julgo que não seria importante, mais importante é focalizar o estado na redução da despesa até défice zero, com medidas objectivas e não com medidas teóricas, até porque não existe estudo que eu tenha visto sobre quanto o estado gasta com esses alunos (falando de ensino universitário), logo não sabemos que valor é que efectivamente iria ser poupado no OE.
Perguntei-te um pouco sobre o teu curso? e sobre ele nada respondeste. Volto a perguntar, que cadeiras gostaste mais e quais gostaste menos?
Gostaste de Investigação operacional? (pergunto concretamente esta disciplina pq está de alguma maneira relacionada com a conversa)
Fazem parte das receitas das universidades mas têm um bolo específico e no que toca a ele não seria mexido, pois o extra que se conseguia com os "maus alunos" é que se beneficiava os melhores, e não o inverso. Se não fosse possível, digamos que não beneficiavas ninguém. A medida seria financeiramente resistente.
Escapou-me essa do meu curso. Eu sou projectista de estruturas, segui esse ramo porque foi a parte que achei mais interessante e que gostei mais durante o curso, portanto foram cadeiras como Dimensionamento de Estruturas, Estruturas Especiais, etc que gostei mais, mas também achei, por exemplo, Transportes interessante, talvez pelo professor Viegas que a meu ver dava aulas interessantes. Nas aulas de IO em que demos metodologias de optimização de processos mais ou menos complexos, lembro-me que usávamos um software qualquer para aquilo, já não me lembro do nome. Mas admito que não liguei muito à cadeira na altura, se fosse agora talvez tivesse dado mais, tal como a GTD, sempre eram cadeiras em que desenvolvia aptidões que poderia usar caso agora decidisse entrar noutro ramo como por exemplo consultoria estratégica.
Como curiosidade, também és Eng. Civil é? Ou Outro tipo de Engenharia?
De qualquer forma apresentei como uma ideia, mas podemos pensar mais ou menos com números arredondados:
Propinas actuais = 1000€
Não encontrei artigos sobre o tempo que os alunos demoram a acabar o curso, o único artigo que encontrei já era muito antigo, falava numa média de 7 anos no curso de civil.
Admitindo um cenário inventado mais optimista do género:
Curso de civil, 200 alunos por ano entram por geração. Desses 200, 20 desistem do curso. Sobram 180, admitimos que 30% acaba a tempo, que 30% acaba em 6 anos, que 30% acaba em 7 anos, e que 5% acaba em 8 anos e outros 5% acaba em 9 anos. (Cenário ultra optimista a meu ver). Ou seja, num certo ano lectivo temos 180 alunos num dos seus 5 primeiros anos de faculdade, no seu sexto ano há 72 alunos, no seu 7º ano há 36 alunos e a fazer o seu 8º ano há 18 alunos.
Se colocares um aumento de 10% sobre o valor base da propina por cada ano a mais que demoras a terminar o curso, excluindo o 6º ano (daria um ano de tolerância) irias ter uma entrada no bolo das propinas extra de:
- 100€ x 36 = 3600€
- (100€ + 200€) x 9 = 2700€
- (100€ + 200€ + 300€) x 9 = 5400€
Que resulta num saldo extra de 11700€ num certo ano lectivo. Com este dinheiro, seria possível aplicar em bolsas de mérito para alunos da geração seguinte. Por exemplo, oferta das propinas ao melhor aluno de cada ano (5000€), de metade das propinas aos 2 melhores seguintes de cada ano (5000€), e ainda sobrava 1700€, que poderia ser retornado ao Estado como poupança ou qualquer outra optimização mais específica para que o dinheiro ficasse todo num circuito fechado. Por exemplo, poderia ser estudado um esquema de prémios fixo tendo em conta um valor esperado de ganhos com os maus alunos e depois os excedentes de uns anos cobririam as faltas de outros anos)
Esta seria uma hipótese de esquema, mas obviamente muito simplificada. Mas seria impossível de concretizar algo do género?
O objectivo da medida seria motivacional, e não de redução do défice, obviamente. No entanto, poderia também ser uma alternativa a cortes nos orçamentos das universidades. Acho mal esses cortes pois significam obviamente uma redução na qualidade do ensino. Desta forma apenas se colocariam os alunos a contribuir mais que o Estado, mas de uma forma mais meritocrática e não tão uniforme.