PXYC Escreveu:rg7803 Escreveu:PXYC Escreveu:E nisto tudo, porque tem o valor absoluto da nossa dívida pública aumentado? Não sei. Não encontro essa resposta numa pesquisa Google. Não percebo se a dívida publica aumenta porque aumenta a despesa ou se porque desce a receita (provavelmente em anos Covid, ambas). Ou qual é o impacto das medidas Covid na dívida publica - as garantias bancarias que o estado deu para as moratórias vão directo a esta conta de dívida publica?
...
Se alguém souber responder (dispenso o ácido anti-socialista
), tenho interesse em saber. É lamentavel o governo não ser mais transparente, e talvez isto seja demasiado trabalho para a nossa comunicação social (por uma vez na vida podiam fazer mais do que um copy-paste de um gráfico do banco de portugal).
A divida publica aumenta por uma razão muito simples: em praticamente todos os anos (senão em todos no período democrático) o saldo anual das contas públicas é deficitário, i.e. os custos são superiores às receitas. E sempre que assim é a "receita" é emitir dívida pública, sob forma de obrigações de dívida soberana por exemplo.
O que se tem verificado é que tanto a despesa (despesa publica) como a receita (receita fiscal) têm crescido, contudo a despesa tem crescido mais rapidamente que a receita (apesar de ser já uma % significativa do PIB) pelo que continuamos a ter deficit. Ainda recentemente o orçamento para 2022, o tal que acabou chumbado no Parlamento, previa uma despesa pública superior a 100.000 milhoes €, pela primeira vez na nossa história.
Espero ter esclarecido.
obrigado pelo esclarecimento.
como diz o Marco Martins, Portugal está condenado ao fio da navalha. os eleitores não votam por redução de despesa pública em tempo de vacas gordas, e quando algum factor externo (ie. subida taxas juro) quebra o modelo outra vez, não só obriga a redução de despesa como também a aumento de receita fiscal através de medidas violentas para os eleitores, que nunca podem experimentar redução de despesa em tempo de vacas gordas, associando diminuição de despesa a anos de profundo mal estar económico, voltando assim ao inicio - os eleitores não votam por redução de despesa em tempo de vacas gordas. nunca veremos o poder político mandatado para quebrar este ciclo.
resta então aumentar o PIB por cima de outros países, mas isso é outra conversa.
Sim, resumindo é isso
Os eleitores não votam para redução da despesa pública nem tão pouco para verem cortes.
Curiosamente estq notícia, até é muito boa...
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/financas-publicas/orcamento-do-estado/detalhe/defice-orcamental-melhora-para-6652-milhoes-de-euros-ate-novembro.. mas no entanto, lá para o meio, vem este texto, que deita por terra o ganho que se teve:
....A restante receita também aumentou muito (23,3%), em grande medida devido "à antecipação de verbas no âmbito do instrumento de Assistência da Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa (REACT EU) e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)...."
Não sei como é noutros países, mas isto do país ser dependente de apoios, parece um pouco a situação da pessoa que fica desempregada por a sua empresa ter muitos impostos sociais e não conseguir ser competitiva...
...no entanto como a pessoa vai para o desemprego, tem acesso a apoios sociais que são mantidos com a cobrança exagerada às empresas ... mas, como a pessoa desempregada teve um apoio social (importante), vai voltar a votar nos mesmos que irão manter os impostos altos para se conseguirem manter os desempregados que o proprio estado promoveu...
Isto é um ciclo vicioso que não é fácil parar/inverter independentemente do governo que esteja no poder!
A meu ver, só será possível mudar numa destas situações:
a) após muitos anos com uma negociação e orientação do que se quer fazer e mudar e conseguir ser transversal entre cores políticas
b) com uma crise brutal que obrigue a novas políticas disruptivas e penalizadoras para o povo (o que se passou em 2008 foi mau, mas não tão mau porque fomos protegidos pelo euro estável, pelo BCE e pela troika)
c) com um cenário de grande crescimento e condições muito favoráveis
Neste momento apenas acredito ser possível o a) e b) e dúvido muito que o a) seja viável....