Lusitanus Escreveu:O referendo utilizado frequentemente poderia contribuir para aumentar a conflitualidade no seio da sociedade e até para o bloqueio na resolução de certos problemas. Além disso, a fraca representatividade do referendo, em resultado de baixa taxa de participação no mesmo e/ou baixa taxa de votação nas opções a votação, poderia tornar mesmo a tomada de decisão com base num referendo pouco democrática.
Tens o exemplo da Suíça que recorre constantemente a esta forma de exercer politica (4 vezes ao ano). E como bem sabemos tem um standard de vida e desenvolvimento humano muito superior, apesar de ser um pais sem ligação ao mar e praticamente sem recursos naturais. Nunca existiu nenhum conflito social na Suíça, até deve ser dos países mais avançados do mundo nesse aspecto.
Por exemplo em Fevereiro tiveram de votar num referendo em que se abordavam 4 temáticas.
Animal testing
Tobacco advertising
Media subsidies -> Neste exemplo, este para mim o mais importante! Eu jamais toleraria o estado a comprar os media.... em Portugal aconteceu sem qualquer vergonha, e mal se falou nisso. Para mim até devia ser inconstitucional.
Equity stamp taxes -> Este é um exemplo de imposto que se decidiu via referendo, neste caso para a extinção do mesmo.
O referendo é uma forma claríssima de evitar o tipo de governo português que é focado em
govern to rule (aka governar para a clientela), o PS faz tudo numa óptica de se eternizar no poder em vez de se preocupar com o desenvolvimento geral do país.
Lusitanus Escreveu:BearManBull Escreveu:Eu defendo uma democracia mais interativa e o critério de vinculante devia desaparecer do contexto. Assim quem não participava sabia que se arriscava a comer com a decisão dos demais e logo seria estimulado a participar.
Quem não participasse num referendo arriscava-se a "comer" com a decisão dos demais? É o que já acontece hoje com as eleições que se realizam!
É bastante diferente porque apesar de tudo em Portugal votar PS ou PSD é praticamente o mesmo resultado. Tanto como se viu nos últimos anos em que praticamente não existe oposição. Tenho quase a certeza que se o PSD continua-se no poder o percurso seria idêntico ao do PS (talvez o SNS não estivesse tao destruído... mas de resto em energia, educação, pensões, impostos são iguais...)
Só o facto de levar uma iniciativa a referendo significa logo à partida que o debate vai ser muito mais serio e transparente. Também acredito que os referendos reduzem a componente ideológica e a corrupção.
Imagina que a compra da TAP tinha ido a referendo, achas que era aprovada?
Pessoalmente eu não voto porque nunca vi um individuo que eu considera-se minimante competente e de boa fé para eu acreditar como alguém que merce receber a responsabilidade de poder formar governo. Outra coisa seria votar a favor ou contra uma inciativa, nesse caso já exercia o poder de voto.
Nota final que da minha perspectiva sou muito céptico quanto ao direito de voto universal. O voto talvez devia ter determinadas limitações, quem vota devia pelo menos entender como funciona o sistema democrático, o estado, o poder legal, algo que podia ser avaliado no ensino obrigatório. Isto já é uma visão radical, por isso que me limito a afirmar-me como céptico do voto universal.