caldeirum Escreveu:Este tipo de comparações à primeira vista parecem úteis... até pensarmos um bocadinho. A carga fiscal é alta porque temos serviços públicos que não cobram o custo real ao utilizador. O problema é a qualidade dos serviços.
Bélgica (52,7%)
Alemanha (47,9%)
Áustria (47,2%)
França (46,8%)
Itália (45,1%).
A Colômbia 0,0%,
Chile (7,1%)
México (20,0%)
O valor da carga fiscal não indica por si só se é problemática ou não. 50% de 100 000€ não é o mesmo que 42% de 23 000€. O problema são os salários e não os impostos.
Eu sei a razão para saírem este tipo de noticias.
Está estudado que uma carga fiscal excessiva prejudica o crescimento económico e com pouco crescimento económico também não haverá salários altos. Todos os anos surgem estas notícias nos primeiros meses do ano. Saíram outras. É bastante normal.
Partiste do princípio que Portugal, por ter impostos mais altos, presta serviços públicos que os outros países da OCDE não prestam, mas isso não parece ser verdade. Dou um exemplo, nos cuidados de acesso à saúde:
Portugal regista 63% das despesas cobertas por pagamentos obrigatórios, um valor menor do que a média da OCDE, que regista 76%.
29% das despesas em saúde foram pagas diretamente pelos utilizadores (out-of-pocket spending), valor muito superior à média de 18% da OCDE
O tema da carga fiscal é complexo, mas deve haver um equilíbrio para não afetar o crescimento económico e a carga fiscal pode ser usada também como incentivo ao investimento principalmente em países menos desenvolvidos como é o caso de Portugal.
No entanto, a carga fiscal sobre o trabalho vai descer este ano devido ao novo orçamento de estado e a outras medidas deste governo. A notícia é referente ao ano de 2023.
O maior problema parece ser a carga fiscal sobre as empresas. É essa é que parece mais excessiva, porque é a segunda mais alta da OCDE. E o problema não será só o IRC, mas também o IVA, IMI, etc.