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Caldeirão da Bolsa

Políticas para Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Políticas para Portugal

por Opcard » 5/3/2023 11:46

Bar38 Escreveu:
Opcard Escreveu:Eu estou com medo.

HM escreve :

“Proprietários de casas sobrelotadas obrigados a realojar inquilinos


Bem…aqui já é outra história…
Sabes que estão a ser alugadas camas no Cacem a 260€ por mês 6 pessoas em cada quarto… imagina um T2 quantas pessoas lá estão a viver…o perigo que não é!!!! Já se sabia em Lisboa já vai nos arredores. E impostos nada são geridas por paquistaneses sobre alugadas aos proprietários que às vezes nem sabem de nada


A política de portas abertas é o maior crime da história de Portugal contra o país e contra quem chega, as consequências irão ser dramáticas da saúde a segurança .
 
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Re: Políticas para Portugal

por Bar38 » 5/3/2023 10:59

Opcard Escreveu:Eu estou com medo.

HM escreve :

“Proprietários de casas sobrelotadas obrigados a realojar inquilinos


Bem…aqui já é outra história…
Sabes que estão a ser alugadas camas no Cacem a 260€ por mês 6 pessoas em cada quarto… imagina um T2 quantas pessoas lá estão a viver…o perigo que não é!!!! Já se sabia em Lisboa já vai nos arredores. E impostos nada são geridas por paquistaneses sobre alugadas aos proprietários que às vezes nem sabem de nada
 
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Re: Políticas para Portugal

por Opcard » 5/3/2023 9:38

Eu estou com medo.

HM escreve :

“Proprietários de casas sobrelotadas obrigados a realojar inquilinos” avisa o Jornal de Negócios. Este título fez-me regressar directamente a Agosto de 1974, quando ainda não se falava directamente de reforma agrária mas nos gabinetes se começavam a dar os passos que criariam a emergência que a tornaria inevitável: em Agosto de 1974, José Gomes Palma, proprietário do Monte do Outeiro, foi informado que teria de passar a empregar mais dois trabalhadores. Em Novembro chegam mais 20 trabalhadores, cuja contratação não queria, com ordenados que não tinha definido, mas que teve de pagar.
O que estava então a acontecer na Herdade do Monte do Outeiro nesse Agosto de 1974 era um processo que se havia de alargar a outras propriedades rurais no Alentejo: umas chamadas Comissões Paritárias (os nomes destas estruturas totalitárias são sempre um manifesto de boas intenções), criadas em Junho/Julho de 1974 e compostas por 1 técnico do Governo; 2 representantes dos trabalhadores e 2 representantes dos agricultores (na prática o PCP escolhia os membros) definiam quantos mais trabalhadores podiam ser empregues por cada herdade. Em seguida os trabalhadores eram lá colocados com ordenados e funções definidos pelo sindicato mas a pagar pelos proprietários das terras. O número de trabalhadores aumenta exponencialmente (em média mais do que triplicou). Alguns proprietários recusam pagar os vencimentos, outros ainda o tentam mas acabam submersos em dívidas. Perante a desobediência estavam criadas as condições para o passo seguinte: a 10 de Dezembro de 1974, o Monte do Outeiro é ocupado. Em conjunto com as outras herdades de José Gomes Palma, o Monte do Outeiro vai dar origem à Cooperativa Vanguarda do Alentejo.

A imagem destes proprietários agrícolas obrigados a pagar ordenados a trabalhadores que não contrataram, assumir despesas que não fizeram e a terem de acatar ordens estatais sobre o que deviam fazer com as suas terras, ressurge 49 anos depois nos senhorios que têm de garantir uma “alternativa habitacional” aos inquilinos sempre que uma câmara municipal detete “desadequação da tipologia da habitação face à dimensão e características do agregado habitacional”. (Como pode um senhorio ser responsabilizado pelo facto de um seu inquilino num T0 ter levado mais pessoas para viver na casa que lhe alugou ou muito simplesmente ter tido trigémeos?)


Como é óbvio o PS conhece a história da passagem da Herdade do Monte do Outeiro para Unidade Colectiva de Produção Vanguarda do Alentejo. Não ignora também o PS que a Vanguarda do Alentejo, que gerou tantas notícias esperançosas sobre o futuro dos trabalhadores e da agricultura, acabou num falhanço silencioso: a produção nunca foi o que se esperava, o modelo agrícola era desajustado, os seus membros desuniram-se. Eufemisticamente passou a dizer-se que foi um sonho que acabou. Não, não foi um sonho, foi sim uma opção política errada, com resultados desastrosos. E, sobretudo, o PS sabe que a terra onde existiu a Herdade do Outeiro de José Gomes Palma, e depois a Unidade Colectiva de Produção Vanguarda do Alentejo, é agora explorada por grandes fundos de investimentos. Uma evolução que muito provavelmente vai ser partilhada pelo mercado de arrendamento pois muitos dos actuais senhorios não resistirão a esta intervenção desastrosa do PS no mercado de arrendamento.

Perante isto cabe perguntar: o que quer o PS? Porque está a tomar estas medidas agora que a geringonça acabou? É uma perigosa ilusão achar que a forma como António Costa governou nos anos da chamada geringonça se deve às concessões que teve de fazer ao PCP e ao BE. Antes pelo contrário, nesses anos o PS tinha de se demarcar dos partidos à sua esquerda. Agora o PS quer crescer à esquerda e vai ultrapassar o PCP e o BE pela esquerda.

Mas esta é apenas uma parte da explicação para o desastroso pacote da Habitação. A outra parte da resposta vem do falhanço executivo dos governos de António Costa. O anúncio de legislação é a manobra de diversão que nos desvia a atenção do falhanço quotidiano deste governo. Por isso as urgências hospitalares fecham mas os noticiários estão cheios de notícias sobre as novas obrigações dos senhorios. Quantas mais, melhor! Por isso, quando a CP está paralisada, o Governo avança contra as casas devolutas! Por isso, quando se anulam sentenças porque, mesmo no exercício dos poderes inalienáveis do Estado, como é a justiça, o Governo nem sequer conseguiu atender aos problemas que a não adequação da legislação portuguesa sobre metadados iria causar, o que conta é que a nova legislação vai permitir ao governo expropriar as nossas casas para alegadamente fazer políticas sociais.

O PS precisa de radicalizar a sociedade portuguesa para criar a ilusão de que não há alternativa ao falhanço dos seus governos.

PS. Os jovens e não jovens do movimento “Greve Climática Estudantil” que exigem o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e energia 100% renovável e acessível para todas as pessoas até 2025 importam-se de detalhar com exactidão as consequências para a nossa vida se estas suas reivindicações fossem atendidas?
 
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Re: Políticas para Portugal

por NirSup » 5/3/2023 8:56

Venezuelizaçăo de Portugal

Masterchief Escreveu: Como é que um do Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços tem a lata de vir á TV dizer que estão a combater a inflação dos preços dos alimentos fazendo fiscalizações ás grandes superfícies?
E já apanharam uma dezena de irregularidades de má rotulagem de preços. Ou seja, para esta gente, o problema da inflação dos preços dos bens alimentares é a má rotulagem dos preços nos supermercados ?!??!?!
Mas querem enganar quem??? É isto que eles chamam estar atentos e agir? Isto é normal?


Mas em que planeta é que esta gente vive?
Será que esta gente não percebe que os 400 a 500 mil novos residentes (brasileiros, marroquinos, angolanos, paquistaneses, chineses a que se juntam os reformados do norte da Europa) também comem e fazem compras nos supermercados?.
A inflação dos preços dos bens alimentares combate-se com mais oferta de bens alimentares. E que tal criarem incentivos aos produtores e agricultores para produzir mais?
Claro que o mercado acaba por arranjar soluções e o preço (o aumento dos preços) é o maior incentivo para o aumento da produção. Como é que não entendem isto?
Este governo está a transformar Portugal na Venezuela da Europa.
By Nirvana
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 5/3/2023 2:11

Opcard Escreveu:O que conta ê que mesmo com ajudas falhou , o socialismo é a opção mais contrária a natureza humana além do mais é o maior inimigo da liberdade .


É a pior manifestação intelectual de todos os tempos.

Espanha depois de aprovar uma lei que permite mudar de sexo no CC a bel prazer do cidadão, agora tem mais um brilharete: a lei de paridade total forçada em empresas e sector publico.

Sánchez anuncia una ley para garantizar la paridad en la política y la empresa privada
El Consejo de Ministros aprobará el martes listas cremallera en la ley electoral y la paridad en el Gobierno y los consejos de administración de las grandes empresas y colegios profesionales


Quem sabe se Espanha não acabara por ser o primeiro país do mundo sem homens? :mrgreen:

Pena que o BE já não está associado com o PS para poder desculpar estas revoluções culturais. :x
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Re: Políticas para Portugal

por Caramelo » 4/3/2023 23:05

O crime que compensa
O sistema de justiça está feito para os crimes que compensam.

O juiz Ivo Rosa nunca falha nas alegrias que dá aos sortudos arguidos que julga. É um bom compincha. Certo, seguro e fiável. Desta vez, o jackpot saiu a Lalanda de Castro e ao amigo Cunha Ribeiro, os títeres da ‘Máfia do sangue’.

Claro que a corrupção estaria prescrita, como reafirmou ontem a douta interpretação de que o juiz Ivo é um dos mais brilhantes executores. Claro que a maioria dos crimes caiu e ficaram umas bagatelas penais. Desta vez, com a sorte, no caso do antigo diretor do INEM, de ninguém lhe dizer que andou a mercadejar com os cargos públicos que exerceu. Cunha Ribeiro, amigo e vizinho de Sócrates, vivia num apartamento de Lalanda, recebeu duas casas e uns carritos mas devem ter caído do céu. Sai com a folha quase limpa.

Na verdade, num País em que um número inconfessável de arguidos, incluindo com caso transitado em julgado, são libertados por causa da lei dos metadados, porque haveriam estes de ser condenados!? Num País que é incapaz de regulamentar a lei da distribuição de processos, que produz, com grande perfeição, outras leis que premeiam a impunidade, como aquela dos impedimentos dos juízes, por que raio iria condenar, por crimes maiores, estes dois inocentes?!

O sistema está feito para os crimes que compensam. E os destes dois arguidos encaixam na perfeição, nesse sistema que perpetua a impunidade. Parabéns! O resto é maldade e inveja...
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Re: Políticas para Portugal

por Masterchief » 4/3/2023 22:45

Eu não entendo como é que este governo continua... no governo.
Este deve ser o governo mais incompetente na história de Portugal.

Como é que um do Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços tem a lata de vir á TV dizer que estão a combater a inflação dos preços dos alimentos fazendo fiscalizações ás grandes superfícies? E já apanharam uma dezena de irregularidades de má rotulagem de preços. Ou seja, para esta gente, o problema da inflação dos preços dos bens alimentares é a má rotulagem dos preços nos supermercados ?!??!?! Mas querem enganar quem??? É isto que eles chamam estar atentos e agir? Isto é normal?
E como é possivel dizer isto na TV e o jornalista não questionar aquilo que qualquer pessoa com dois dedos de testa imediatamente se questionaria?
Isto é mesmo um governo de "faz de conta". Faz de conta que estamos a governar.

Problemas de habitação? Não há problema tiramos as casas aos particulares, á força, e alugamo-las nós. Lá por termos casas nossos ao abandono, e nem sabemos quantas, não significa que vamos agora fazer alguma nelas. Para quê? É mais fácil "roubar" os privados. Ao fim e ao cabo a culpa de todos os problemas deste país são os privados.

Se isto não está a virar uma ditadura de esquerda, onde já ninguém questiona nada, eu não sei o que é. Mas se calhar o mais importante são os problemas dos professores, que coitados ganham 1400€/mês de inicio de carreira.
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Re: Políticas para Portugal

por Àlvaro » 4/3/2023 22:06

Marcelo tinha razão: já começaram a atirar o dinheiro do PRR para as autarquias sem critério nem hipótese de controle rigoroso. O Algarve, a região mais beneficiada, veremos o que fará de significativo de modo a alterar o tecido empresarial. Até agora temos turismo e imobiliário, como se mais nada houvesse para futuro. Pois bem, os milhões do PRR que estão a atirar para o poder local veremos o que alterarão deste paradigma estafado e perigoso que consiste na massificação do turismo. Isso e as Câmaras como grandes entidades empregadoras! Isto é: grandes entidades das quais dependem as pessoas. Ou mellhor ainda: os votos. Esta gente não pensa noutra coisa: os votos, o poder pelo poder. E, para o efeito, usarão a bazuca. Marcelo tinha razão quando disse à Ministra (a do marido que foi o 1.º beneficiário): "olhe que eu não lhe perdoo".
 
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Re: Políticas para Portugale

por Opcard » 4/3/2023 19:00

Está é a parte que eu gosto nos socialista . Hoje no Le Figaro tradução automática :


“ Guarda Civil, jan­tar em um grande Res­tau­rante, depois à noite em um hotel ou em um bor­del com pros­ti­tu­tas de luxo, álcool, coca­ína e Via­gra ... Este é o pro­grama dos dias pre­pa­rado em 2020 e 2021 por uma orga­ni­za­ção que, segundo os inves­ti­ga­do­res, nego­ciou subor­nos para tra­ta­mento pre­fe­ren­cial aos líde­res empre­sa­ri­ais e ofe­re­ceu aos par­la­men­ta­res que apro­vei­tas­sem a gene­ro­si­dade des­tes últi­mos.
Este escân­dalo atinge hoje o Par­tido Soci­a­lista (PSOE), a for­ma­ção do pre­si­dente do governo espa­nhol, Pedro Sán­chez, a meio de um ano elei­to­ral. A equipa fine foi lide­rada por um ges­tor empre­sa­rial con­de­nado no pas­sado por fraude e cuja posi­ção den­tro da orga­ni­za­ção deu o seu nome ao pro­cesso - "o caso medi­a­dor" -; um gene­ral da Guarda Civil, ape­li­dado de "pai", que escon­deu 60.000 euros em cai­xas de sapa­tos; e um depu­tado soci­a­lista das Ilhas Caná­rias, Juan Ber­nardo Fuen­tes Cur­belo, conhe­cido como "Tito Berni", ou mesmo "tio Berni", foto­gra­fado seminu na com­pa­nhia de pros­ti­tu­tas. Os con­vi­da­dos foram tam­bém os que fes­te­ja­ram: os empre­sá­rios, liga­dos prin­ci­pal­mente à cri­a­ção e pro­du­ção de quei­jos das Caná­rias. Ges­to­res dis­pos­tos a per­der alguns milha­res de euros, desde que os aju­de­mos, em troca, a obter uma sub­ven­ção, a fazer desa­pa­re­cer uma multa ou a empur­rar o seu pro­cesso para um mer­cado público.
A deten­ção, no pas­sado dia 14 de feve­reiro, de uma dezena de sus­pei­tos acu­sa­dos de cor­rup­ção, trá­fico de influ­ên­cia e per­tença a uma orga­ni­za­ção de cri­mi­no­sos, deu ori­gem a uma série de reve­la­ções, "folhe­a­das" na imprensa de acordo com os tes­te­mu­nhos e indis­cri­ções das par­tes que têm acesso ao pro­cesso. "Os líde­res empre­sa­ri­ais paga­ram por tudo. Pros­ti­tu­tas, refei­ções, álcool", disse O" Medi­a­dor", Anto­nio Navarro Taco­ronte, durante uma entre­vista trans­mi­tida quinta-feira Por okdi­a­rio.com , uma mídia on-line con­de­nada no pas­sado por publi­car infor­ma­ções fal­sas. Ele acres­centa que" as meni­nas " tam­bém foram res­pon­sá­veis por tra­zer as ordens par­ti­cu­la­res dos par­ti­ci­pan­tes nes­sas reu­ni­ões: coca­ína, maco­nha ou Via­gra. Fotos com­pro­me­te­do­ras apa­re­cem dia após dia na mídia. Vemos os líde­res da qua­dri­lha dei­ta­dos nos sofás de um clube de strip, um indi­ví­duo em um rou­pão de banho e uma camisa branca enfi­ando o nariz, uma narina blo­que­ada, a uma mesa de cabe­ceira, ou dois ou três homens sem camisa acom­pa­nhando uma jovem de cueca…
O sis­tema estava bem esta­be­le­cido. Para ace­der aos bene­fí­cios pro­me­ti­dos pela orga­ni­za­ção, foi neces­sá­rio pri­meiro efe­tuar um paga­mento de 5.000 euros a uma asso­ci­a­ção des­por­tiva pre­si­dida pelo depu­tado soci­a­lista agora des­ti­tu­ído do cargo, Juan Ber­nardo Fuen­tes Cur­belo. Os líde­res empre­sa­ri­ais tive­ram então de pagar novos subor­nos sem pes­ta­ne­jar. Dinheiro, adi­ções sal­ga­das de noi­tes fes­ti­vas ou pre­sen­tes mate­ri­ais, as opções de paga­mento eram nume­ro­sas…
O "medi­a­dor", em par­ti­cu­lar, con­tac­tou um dos finan­ci­a­do­res habi­tu­ais deste cír­culo sul­fu­roso para recla­mar do can­ce­la­mento de um car­tão ban­cá­rio pré-car­re­gado: "pensa que sou um idi­ota, blo­queou o car­tão do" Pai"!». Segundo o juiz que deci­diu enviar o Gene­ral Fran­cisco Espi­nosa Navas para pri­são pre­ven­tiva, este último asse­gu­rou pes­so­al­mente que os con­tra­tos que tinha nego­ci­ado em bene­fí­cio deste empre­sá­rio não che­gas­sem em segu­rança. Durante a entre­vista em okdi­a­rio.com , Anto­nio Navarro man­tém fotos de depu­ta­dos soci­a­lis­tas, homens e mulhe­res, e indica que eles esta­vam pre­sen­tes em Refei­ções em res­tau­ran­tes de luxo para alguns ou em reu­ni­ões com pros­ti­tu­tas para outros. Em El Mundo, fala de uma "orga­ni­za­ção mafi­osa" pre­sente no Governo regi­o­nal das Caná­rias e no governo cen­tral. "Juan Ber­nardo pode­ria cha­mar um secre­tá­rio de estado e per­gun­tar-lhe o que ele que­ria", diz ele.
O exe­cu­tivo salie­nta a rápida reac­ção do PSOE. O jor­nal El Pais, pró­ximo dos Soci­a­lis­tas, recons­truiu assim o diá­logo vigo­roso entre os diri­gen­tes do grupo par­la­men­tar e Juan Ber­nardo Fuen­tes Cur­belo ("Tito Berni") com o objec­tivo de o obri­gar a aban­do­nar o seu lugar, logo que as deten­ções de 14 de feve­reiro, das quais escapa pela graça da sua imu­ni­dade par­la­men­tar.
O Par­tido Popu­lar (PP, direita), a prin­ci­pal for­ma­ção da opo­si­ção, vê o escân­dalo como um cami­nho para futu­ros tri­un­fos elei­to­rais. A Espa­nha está a cem dias das elei­ções muni­ci­pais e regi­o­nais mar­ca­das para 28 de Maio e a oito ou nove meses das elei­ções legis­la­ti­vas, mar­ca­das para o final do ano. "Espero que San­chez tenha a opor­tu­ni­dade de demons­trar que nunca teve nada a ver com os assun­tos de 'Tito Berni'", lan­çou Isa­bel Diaz Ayuso. O pre­si­dente va-t-en-guerre da região de Madrid, can­di­dato à ree­lei­ção, che­gou a arris­car um prog­nós­tico:" "Tito Berni" vai der­ru­bar este governo."Uma fonte do par­tido de direita ficou encan­tada com estes ter­mos com o jor­nal Elcon­fi­den­cial.com" façam o que fize­rem, farão a nossa cam­pa­nha. Com "Tito Berni", vai ser um tur­bi­lhão para nós. »
Por enquanto, o Par­tido Popu­lar (PP) espera con­ven­cer outros gru­pos a votar a favor da cri­a­ção de uma comis­são par­la­men­tar de inqu­é­rito.
 
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Re: Políticas para Portugal

por Opcard » 4/3/2023 16:08

BearManBull Escreveu:Esquece-se de referir que os kibbutz além dos subsídios tinham isenções fiscais.

Ou seja tinham direito a usar muitos recursos pagos com impostos de outros e eles não tinham de entrar com nada, e.g.: estradas, segurança social, exercito...

Recentemente parece que já lhe retiraram boa parte desses benefícios, mesmo assim são tratados de forma especial.


O que conta ê que mesmo com ajudas falhou , o socialismo é a opção mais contrária a natureza humana além do mais é o maior inimigo da liberdade .
 
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 4/3/2023 13:56

Esquece-se de referir que os kibbutz além dos subsídios tinham isenções fiscais.

Ou seja tinham direito a usar muitos recursos pagos com impostos de outros e eles não tinham de entrar com nada, e.g.: estradas, segurança social, exercito...

Recentemente parece que já lhe retiraram boa parte desses benefícios, mesmo assim são tratados de forma especial.
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Re: Políticas para Portugal

por Opcard » 4/3/2023 10:23

Ler e reflectir, porque falha sempre o sonho do homem pela sociedade perfeita .

““Os projectos utópicos — as suas motivações e as suas falhas no mundo real – têm extraordinário interesse pelo que nos dizem sobre as nossas sociedades. É inegável que o socialismo foi um dos mais influentes projectos utópicos do passado. Todos conhecemos as histórias e as falhas de regimes totalitários socialistas como a União Soviética, a China ou Cuba, cujos resultados históricos foram inegavelmente catastróficos.


“Abramitzky faz simultaneamente uma análise rigorosa dos dados e conta-nos histórias biográficas interessantíssimas. Como correu a experiência do kibutz do ponto de vista económico? De forma simplista, podemos dizer que durou mais do que a teoria económica e os cínicos fariam prever, mas durou menos e enfrentou mais obstáculos do que os idealistas comunitários desejavam.

Qualquer comunidade com as características do kibbutz, isto é, que deseja uma partilha total e igualitária dos bens materiais, enfrenta quatro grandes obstáculos, na sua maioria presentes no binómio em tensão igualdade versus incentivos. O kibbutz conseguiu ultrapassar até certo ponto alguns deles, mas não conseguiu lidar com outros. Em primeiro lugar, uma comunidade deste tipo, que deseje produzir e partilhar de forma igual aquilo que produz, mas que tem também as fronteiras “abertas” à saída, depara-se com o problema da “fuga de cérebros”. De modo simplificado, aqueles que conseguiriam um salário e um nível de vida superior na economia de mercado do resto de Israel, tinham grandes incentivos para o fazer. Os dados mostram que, ao longo das décadas, quem saiu era de facto mais qualificado, em média, do que quem ficou. No entanto, a fuga de cérebros verificada nos kibbutzim não foi assim tão diferente à verificada noutras localidades rurais, onde o fenómeno também aconteceu. Lembremo-nos ainda que a entrada no kibbutz era voluntária: quem entrou tinha fortes ideais socialistas e não-materiais que, de certa forma, reduzem a propensão para abandonar a comunidade por razões financeiras.

O segundo grande desafio que o kibbutz ou qualquer utopia socialista tem de ultrapassar é o chamado problema do chamado ‘parasitismo’ (free-riding). Apesar do trabalho ser obrigatório para todos aqueles que podiam trabalhar, seria possível que alguns, sabendo que todos irão receber o mesmo em termos materiais, se esforçassem menos do que os outros e, no limite, se aproveitassem do trabalho dos outros. Muitos testemunhos, mesmo de pessoas que adoravam viver no kibbutz e partilhavam os seus ideais, falaram deste problema: de alguns trabalharem visivelmente menos do que outros. Abramitzky tenta analisar este fenómeno de forma mais sistemática, mas os dados são escassos. Apesar do total de horas trabalhadas e da percentagem da população que trabalha serem mais elevadas nos kibbutzim do que no resto da sociedade, também é verdade que este trabalho parecia ser, em média, menos produtivo, em parte devido às actividades em que os kibbutz se escolheram especializar (como agricultura e indústrias mais facilmente monitorizáveis). Em contrapartida, o problema do free-riding também não era tão grave assim como se poderia pensar à partida. Porquê? Como Abramitzky e outros psicólogos sociais explicam, há um mecanismo milenar de controlo dos penduras: a coscuvilhice. E, de facto, a muito menor privacidade dos indivíduos no kibbutz ajudou a mitigar este problema. Queremos mesmo ser malvistos por um grupo de pessoas com quem estamos sempre, no trabalho e no lazer e com quem comemos todos os dias, a todas as refeições? Não é por acaso que os kibbutz, em média, sempre tiveram um tamanho relativamente pequeno (poucas centenas de pessoas), ao invés de se fazer um único grande kibbutz de 100 mil pessoas, ideia que foi considerada. O socialismo e a partilha igual parecem ser muito mais fáceis de manter – e porventura só possíveis de manter – em pequenas comunas, onde todos se conhecem.

O problema do parasitismo também foi resolvido pelo processo de selecção de quem podia entrar. Antes de entrar no kibbutz, cada membro tinha de ser aprovado pela comunidade, sendo privilegiados os indivíduos mais novos, que haviam já cumprido o serviço militar obrigatório, com o mínimo de qualificações e que demonstrassem ideais semelhantes. Isto prevenia que muitas pessoas entrassem por razões erradas, por exemplo, pessoas que não partilhavam os ideais do grupo, mas que se queriam aproveitar da rede de segurança garantida por diversas razões. Claro que isto levanta a questão mais filosófica: será que uma comunidade socialista de partilha igual que rejeita pessoas por estas não poderem contribuir por alguma razão, ainda se pode dizer socialista nos ideais? Aqueles que entraram no kibbutz ainda em tenra idade e, mais tarde, adoeceram, envelheceram ou tiveram alguma desdita, beneficiaram da rede de segurança do kibbutz. Por exemplo, a avó do autor ficou viúva muito cedo, com duas filhas pequenas, e, mais tarde, contraiu Alzheimer. A comunidade do kibbutz sempre a apoiou. Será que os ideais iniciais não seriam violados se o kibbutz rejeitasse uma mulher recém-viúva, sem qualificações e com duas filhas?

O terceiro e quarto problemas seriam aqueles que ditaram as dificuldades e falência de muitos kibbutz. Por um lado, e apesar de a escolaridade média dos seus habitantes ser superior à da sociedade israelita, a frequência universitária era, no início, desencorajada. Os jovens completavam o liceu e o serviço militar obrigatório e depois iriam trabalhar. Só alguns cursos muito específicos e úteis às actividades do kibbutz eram aprovados. O problema é que, a prazo, o sub-investimento em muitos tipos de capital humano ditou que as indústrias em que o kibbutz se especializou começaram a ficar para trás, especialmente quando comparadas com a produtividade da indústria tecnológica israelita e com a globalização das cadeias de produção. Algumas empresas inovadoras, como a Netafim (maior empresa tecnológica de sistemas de micro-irrigação agrícola do mundo) foram fundadas e funcionam em kibbutzim. No entanto, este tipo de empresas não se desenvolveu em número suficiente nos kibbutzim.

Este problema – a incapacidade de adaptação do mundo à sua volta – foi talvez o principal problema que, após uma crise financeira nos anos 80, levou muitos kibbutz ao fim. Muito sobreviveram. Mas quase todos, incluindo o kibbutz mais antigo, abdicaram do modelo inicial. Já não fazem um partilha igual em género da riqueza, mas atribuem, isso sim, um salário em dinheiro a cada trabalhador, com uma parte variável dependendo da sua produtividade. Os graus universitários são incentivados. A rede de segurança e o nível de tributação continuam a ser muito superiores a qualquer estado capitalista ocidental. No entanto, o modelo já não se pode dizer propriamente socialista. Foram os próprios que o determinaram face às mudanças do mundo e às suas próprias experiências.

Finalmente, quero aqui salientar duas lições importantes que Abramitzky menciona. Em primeiro lugar, a importância do apoio político dado aos kibbutzim. Os primeiros governos do Estado de Israel protegeram e incentivaram o projecto do kibbutz, incluindo o Primeiro-Ministro israelita, David Ben-Gurion. As condições de propriedade e financeiras oferecidas aos kibbutzim foram sempre muito favoráveis. Mesmo quando governos de direita começaram a dominar a política israelita, apesar da redução do apoio político ao projecto, os kibbutzim continuaram a beneficiar de subsídios à produção agrícola, embora de forma semelhante aos produtores agrícolas franceses ou norte-americanos. Tudo isto, no entanto, foi uma escolha política que encerra lições para além da experiência dos kibbutz. O papel das escolhas políticas sobre o que proteger e o que apoiar, através das instituições e enquadramento legal, é absolutamente determinante no sucesso da economia, para além da teoria económica e dos ideais dos participantes.

Por último, e talvez o ponto mais interessante de tudo isto: qual o papel da homogeneidade étnica e social no sucesso, pelo menos durante as primeiras décadas, do kibbutz? Todos os kibbutzniks partilhavam uma identidade, uma cultura e uma ideologia muito semelhantes. No entanto, o contrafactual é importante: se os grupos fossem mais heterogéneos, ter-se-ia tudo desmoronado rapidamente? Parece-me que sim. A partilha entre membros de grupos homogéneos é mais fácil. O entendimento e a democracia também.

No fundo, este é o grande desafio das democracias e dos nossos Estados-sociais contemporâneos. Foram desenhados e fundados num período de homogeneidade social, em que os Estados eram capazes de excluir quem não pertencia. No entanto, tendo nós chegado a um momento histórico em que, felizmente, consideramos que todos os seres humanos são livres e têm iguais direitos políticos e sociais, isso implica também aceitar uma maior diversidade. Não falo apenas diversidade étnica, falo em termos mais latos: diversidade social, de visões políticas, de culturas e de origens. Não me parece desejável voltar atrás. Mas como podemos manter a tais redes de segurança e democracias desenhadas para a homogeneidade? Espero que alguém tenha imaginação e coragem políticas suficientes de pensar nestas respostas.

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Re: Políticas para Portugal

por NirSup » 3/3/2023 8:23

Espetáculo deprimente

Mais uma vez foi entrevistado, ontem, na televisão o Diretor-geral da ASAE. Ouvir este homem é um espetáculo deprimente, a imagem fiel do país da treta em que nos tornamos, desde que o Costa passou a ser o dono disto tudo.
O homem fala, fala, fala, mete os pés pelas mãos e as mãos pelos pés e não diz nada. Só generalidades e boutades. Será da idade?
Quando questionado sobre uma questão concreta e para dar uma resposta concreta, respondeu: não tenho reporte dessa situação. Quer dizer: uma mão cheia de nada.
Como já tenho afirmado, não faz qualquer sentido falar-se em crime de especulação no caso de falhas, falhas humanas frise-se, na remarcação de preços dos bens à venda nos supermercados. Tecnicamente é um crime de especulação, diz o Big Boss da ASAE. E nisso tem razão, na medida em que vigora uma norma legal que equipara, estupidamente, a crime de especulação o facto dos preços de venda ao público afixados nas prateleiras serem superiores aos preços praticados nas caixas.
E quando são inferiores, beneficiando assim o consumidor, o que acontece em 75% dos casos? Não temos reporte dessa situação, responde o homem da ASAE, sem colocar em causa a veracidade da afirmação feita pelo representante do setor da distribuição em Portugal.
Historicamente o crime de especulação nada tem a ver com isto: com meras falhas na remarcação dos preços dos produtos nos supermercados. E a norma legal que, estupidamente, se mantém em vigor é desaplicada, sistematicamente, pelos tribunais por uma razão muito simples e de linear evidência: não se provou o dolo por parte do comerciante.
A norma legal em vigor é o paradigma do país da treta em que nos transformamos.
Mas perguntam todos: mas então não é verdade que os produtos alimentares à venda nos supermercados subiram mais, bem mais, do que a taxa de inflação?
Sim, é verdade, e se o cabaz de alimentos essenciais está cada vez mais caro isso pode resultar como pensam os governadores dos bancos centrais europeus da subida das margens de lucro dos supermercados. E agora pergunto eu: e depois?
Há alguma norma a limitar a margem de comercialização dos bens vendidos nos supermercados? Não, não há. Os preços dos bens alimentares e não alimentares à venda nos supermercados são livremente fixados pelos comerciantes.
O Governo pensou ou está a pensar mudar a lei? Não, não está. Manda a ASAE para controlar se existem falhas na remarcação de preços, que é uma prática perfeitamente legal, sabendo de antemão que isto não vai dar em nada. É pura perda de tempo.
Sabem por que razão os preços das casas sobem? Porque a oferta é inferior à procura. Sabem por que razão os preços dos produtos alimentares dos supermercados sobem? Porque a procura é superior à oferta.
Há cada vez mais gente a querer morar em Portugal? Há. A culpa é deles. Fechem as fronteiras! País da treta.
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Re: Políticas para Portugal

por djovarius » 1/3/2023 20:54

Marco Martins Escreveu:
djovarius Escreveu:Ora, deixar falar esta criatura no 25 de Abril, é uma ode a tudo o que está errado. Talvez a intenção seja essa... :evil: :evil:

dj


E se fosse o Bolsonaro a falar no 25 de Abril?


Isso então era o cúmulo da parvoíce... a figura da política contemporânea brasileira que poderia ter discursado no 25 de Abril aqui, teria sido o grande Presidente Fernando Henrique Cardoso, esse sim, sabe o significado dos movimentos democráticos do pós-Guerra, foi exilado, esteve até em Paris com o Mário Soares, foi uma figura consensual, até por causa do Plano Real, mas teria sido um marco histórico, pois esse era daqueles que tinha compromisso com a legalidade, justiça, Estado de Direito!!! Poderia ter discursado em 1999 - o 25 de Abril fez 25 anos e Soares ainda era vivo, FHC era ainda Presidente da RFB.

O PT nunca quis saber disso, é um Partido, como temos por cá, que ainda, se podesse, entraria na ditadura do Proletariado.
Mais logo, até vou falar do mercado brasileiro, de volta ao "bear"... I wonder why :oops:

Abraço

dj
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 1/3/2023 19:14

Não percebo o que estás a dizer, qual é o teu ponto ou sequer do que é que estás a falar (confesso que me perdi).
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 1/3/2023 19:12

Os que morrem na Ucrânia não aparecem de certeza...
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 1/3/2023 18:29

BearManBull Escreveu:Nos anúncios de automóveis quem conduz o carro hoje em dia?


Homens, mulheres, actores de cinema...

Especialmente nos Estados Unidos, os actores de cinema acho que estão muito sobre-representados (e noutras áreas é desportistas famosos). E nalguns já nem é ninguém, que eles conduzem-se sozinhos.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 1/3/2023 18:05

Existe uma diferença grande entre promover um produto ou promover um ideal associado a um produto.

Existe uma diferença grande entre sobreviver num mercado em que o consumidor procura o melhor produto, ou num mercado que o estado defende o que deve ser um produto bom.

No marketing clássico promovias o produto agora promoves uma ideologia e dizes que tens um produto. A publicidade fundiu-se com propaganda tradicional. Continua a existir propaganda sem publicidade (obviamente), raro é o caso de publicidade sem uma mensagem de propaganda inerente.

Nos anúncios de automóveis quem conduz o carro hoje em dia? Alguém de uma minoria que nem sequer faz parte do mercado alvo... Ora isto não é simplesmente publicidade, isto é propaganda do tipo "nós somos woke podem comprar os nossos produtos" é bombardear a sociedade com propaganda woke -> engenharia social -> propaganda.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 1/3/2023 17:17

BearManBull Escreveu:E prontos com isto entramos num ciclo vicioso. Tanto que muitas vezes as marcas nem sequer fazem publicidade ao produto mas sim aos ideais que defendem. Ou seja em vez de promover o produto, promovem que defendem os ideias xpto e como tal podem consumir os produtos deles sem problemas de consciência.


Repara bem, estás a admitir também que o objectivo é que consumam o produto deles. Naturalmente. Olha que neste aspecto, o que estás a dizer não é muito diferente do que eu escrevi, se notares bem. Tu chamar-lhe-ás propaganda, eu chamo-lhe marketing. A principal diferença?

A primeira pretende difundir/incutir as ideias pelas ideias, as ideias são o meio e o objectivo.

Na segunda, a ideia é um meio, o objectivo é o produto ($$$).

:wink:


A generalidade das empresas não está no negócio de difundir ideias, mas no negócio de sobreviver no mercado.
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 1/3/2023 17:04

MarcoAntonio Escreveu:
BearManBull Escreveu:Este fenômeno vai muito além deste exemplo, esta forma de se agir socialmente está enraizada em todas interações da vida publica. Desde publicidade que se converteu em propaganda ao simples acto de escrever um email.


Se tudo é propaganda, então tudo é propaganda, incluindo os teus posts. É uma abordagem...

Mas eu estou em crer que a publicidade não é propaganda, a publicidade tem essencialmente fins comerciais (leia-se "graveto") e tenta conformar-se a aquilo que acreditam que não choca e/ou que é (mais) apelativo às massas e/ou com que as massas se identificam. Às vezes passa por chocar, também, mas é sempre um risco... e de outras é ridícula propositadamente (pois a publicidade pior de todas é aquela a que ninguém liga). No fim do dia, a publicidade tenta apostar naquilo que acham que vai funcionar melhor para a bottom line ($$$)...


Concordo com o resto que escreves. E sim talvez o grande catalizador sejam mesmo as redes sociais.

Mas deixo só uma nota a ressalvar a temática da publicidade que eu acredito que se tenha convertido num veículo de propaganda de engenharia social.

Da mesma forma que as empresas adoptaram uma cultura da diversidade, que acarreta custos maiores, por exemplo nos departamentos de RH, a propaganda institucional por privados não advêm de busca por lucro.

Penso que é mais um fenômeno do intervencionismo corporativo e que por sua vez advêm da crescente associação entre estado e privados. Nunca tivemos o ocidente com uma economia tao estatizada como na actualidade.

A ver se me explico, qualquer macro corporação sabe que deve cair nas boas graças do estado ou então arrisca-se a ter uma corda ao pescoço. Basta pensar no caso do Twitter que tem uma guerra declarada pela UE e mesmo por muitos democratas nos USA.

Num contexto destes o melhor é que a tua publicidade tenha uma componente de propaganda, mesmo que isso tenha um efeito negativo na tua clientela (existem casos de boicotes a marcas por estes excessos). É obrigação social da empresa, a reputação.

E prontos com isto entramos num ciclo vicioso. Tanto que muitas vezes as marcas nem sequer fazem publicidade ao produto mas sim aos ideais que defendem. Ou seja em vez de promover o produto, promovem que defendem os ideias xpto e como tal podem consumir os produtos deles sem problemas de consciência.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 1/3/2023 15:53

BearManBull Escreveu:Este fenômeno vai muito além deste exemplo, esta forma de se agir socialmente está enraizada em todas interações da vida publica. Desde publicidade que se converteu em propaganda ao simples acto de escrever um email.


Se tudo é propaganda, então tudo é propaganda, incluindo os teus posts. É uma abordagem...

Mas eu estou em crer que a publicidade não é propaganda, a publicidade tem essencialmente fins comerciais (leia-se "graveto") e tenta conformar-se a aquilo que acreditam que não choca e/ou que é (mais) apelativo às massas e/ou com que as massas se identificam. Às vezes passa por chocar, também, mas é sempre um risco... e de outras é ridícula propositadamente (pois a publicidade pior de todas é aquela a que ninguém liga). No fim do dia, a publicidade tenta apostar naquilo que acham que vai funcionar melhor para a bottom line ($$$)...

Na minha opinião, o problema de fundo (e para mim existe um problema de fundo, que deve ser discutido sem receios e sem complexos) deriva pelo menos em grande parte do advento das redes sociais (por sua vez com corolários na própria comunicação social e na classe política, ambos os sectores acabaram respondendo/adaptando-se). As redes sociais, que em larga medida são antros de toxicidade, vieram trazer um megafone a cada um como nunca existiu na nossa história. E neste novo universo de super-comunicação/informação, o que tende a destacar são as posições mais histéricas, mais extremadas e/ou mais apaixonadas.

O "velhinho bom-senso" tende a perder-se no meio do ruído. Os influencers e opinion makers querem seguidores. As notícias precisam de ser clickbait. Os políticos precisam de agitar as bases. É uma luta num ambiente super-saturado em que se torna difícil ter uma discussão calma, um debate sensato em que A ouve B e B ouve A e ao menos entendam/reflictam no que se está a dizer. Pelo contrário, vai "tudo" aos gritos já com a ideia toda a feita. E o adversário é o diabo personificado.

Suspeito também que tem que ver com uma relação desproporcionada entre relacionamento virtual / à distância versus relacionamento directo, humano, pessoal. Não é que as pessoas nunca se tenham antagonizado antes. Mas parece-me muito mais fácil alguém distanciar-se de outro alguém que nunca conheceu na vida e com quem provavelmente nunca vai realmente interagir directamente.



BearManBull Escreveu:O que sinto é que cada vez mais se vive num enredo de desconfiança e medo, os meios de informação deixaram de ser imparciais e qualquer desvio do PC é logo alcunhado de fascismo, negacionismo, racismo, XPTOfobismo ou qualquer outro artificie linguístico de desprezo/descredibilização.


Bom, soa-me que escreves como se existisse uma facção. Estou a escrever, especialmente neste post, como existindo mais do que uma facção, com comportamentos comparáveis entre si...

E, por hoje, acho que já escrevi que chegue sobre o tema.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 1/3/2023 15:34

MarcoAntonio Escreveu:Seja como for, eu até fico perplexo como é que o meu comentário, seguramente não sendo nenhum ensaio sobre o tema mas sendo dignamente multifacetado, pode ser caracterizado como redutor. Se alguma coisa é redutora, é dizer "não não, é puramente isto e só isto". Não será?


Seria se isto fosse estritamente algo relacionado alterações de obras de ficção, que foi o foco da tua intervenção.

Este fenômeno vai muito além deste exemplo, esta forma de se agir socialmente está enraizada em todas interações da vida publica. Desde publicidade que se converteu em propaganda ao simples acto de escrever um email.

O que sinto é que cada vez mais se vive num enredo de desconfiança e medo, os meios de informação deixaram de ser imparciais e qualquer desvio do PC é logo alcunhado de fascismo, negacionismo, racismo, XPTOfobismo ou qualquer outro artificie linguístico de desprezo/descredibilização.

Portanto a meu ver estamos a caminhar a passos largos para um regime autocrático ao estilo 1984.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 1/3/2023 14:44

BearManBull Escreveu:O meu ponto de discórdia foi aqui. A meu ver perdeu-se essa capacidade de contextualizar e foi isso que achei redutor no teu texto.


Se o teu ponto de discórdia era aqui, devias ter citado esta parte. Eu não sei o que achas ser redutor em defender que as pessoas não são estúpidas e têm capacidade de contextualizar. Se alguém ler The Heart of Darkness (que tive o prazer de ler faz mais de 30 anos) entende que aquilo foi escrito noutro período. Acho estúpido e contraproducente esta febre de conformar tudo ao zeitgeist. Está claro no meu texto o que estou a dizer.

Eu não acredito que a generalidade das pessoas tenha perdido a capacidade de contextualizar uma obra ao período em que foi escrito e que tenha ficado tudo estúpido de um dia para o outro. Acredito sim que se perdeu a vontade em cultiva-lo, havendo uma tendência exagerada em vergar a uma corrente de opinião (que por vezes, e perspassei isso no meu comentário anterior, estou em crer que até nem é da maioria, é de minorias muito ruidosas que de qualquer coisa fazem uma causa de vida) e que era do que eu falava logo a seguir.

Seja como for, eu até fico perplexo como é que o meu comentário, seguramente não sendo nenhum ensaio sobre o tema mas sendo dignamente multifacetado, pode ser caracterizado como redutor. Se alguma coisa é redutora, é dizer "não não, é puramente isto e só isto". Não será?

:?
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Re: Políticas para Portugal

por BearManBull » 1/3/2023 14:28

MarcoAntonio Escreveu:As pessoas não são estúpidas, a maior parte sabe contextualizar.


O meu ponto de discórdia foi aqui. A meu ver perdeu-se essa capacidade de contextualizar e foi isso que achei redutor no teu texto.

Digo isto porque tenho de lidar com isto mesmo por pessoas pelas quais até tenho algum apreço com bom excelente nível cultural que se deixam arrastar nesta maré.

Mesmo os indivíduos mais sensatos caiem na armadilha do politicamente correcto, mesmo que o façam de forma hipócrita.
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Re: Políticas para Portugal

por MarcoAntonio » 1/3/2023 13:52

Eu não devia estar com isto, mas a começar por eu ter começado a caracterizar estas coisas desde logo como um exagero e a terminar no facto de eu ter dito inclusivamente, de forma clara e explicita, o seguinte:

MarcoAntonio Escreveu:Agora, uma febre revisionista para ficar tudo conforme o zeitgeist.... É estúpido.

... fico com a sensação que não lês 90% do que eu escrevo com o mínimo de atenção. Bom e isto é já dando o benefício da dúvida, uma vez que o próprio texto está truncado a meio daquele parágrafo. Nem o que eu exprimi naquele outro parágrafo está capturado!



Zeitgeist = espírito do tempo, a moda cultural da época, as ideias vingentes a dada altura.
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