ativo Escreveu:ativo Escreveu:A negociação em 2020 da concessão do Serviço Universal Postal vai determinar se o Estado avança, ou não, para a entrada no capital social dos CTT. Caso essa negociação não satisfaça o Estado, o Estado poderá vir a entrar no capital social dos CTT, algo que, de resto, não é muito mal visto pelo maior acionista dos CTT.
Se o Estado quiser entrar no capital social dos CTT entrará. Não haja dúvida a esse respeito. É que o Estado tem meios persuasivos para conseguir tal.
Lembro que o anterior Governo conseguiu na TAP reverter a seu contento um negócio que tinha sido feito pelo Governo de Passos Coelho.
Uma coisa sei: a entrada do Estado no capital social dos CTT nunca seria feita através de uma posição permanente de compra no mercado acionista.
Ulisses Pereira Escreveu:Se o Estado quiser entrar no capital social dos CTT entrará. Não haja dúvida a esse respeito. É que o Estado tem meios persuasivos para conseguir tal.
Lembro que o anterior Governo conseguiu na TAP reverter a seu contento um negócio que tinha sido feito pelo Governo de Passos Coelho.
Não tem nada a ver. Reverteu o negócio da TAP praticamente depois de ter sido privatizada e havia apenas um proprietário da TAP, pelo que foi fácil negociar com ele. Como é que agora consegue convencer esta malta toda? Mesmo ameaçando com a concessão da empresa, quem é que se sacrifica por isso, quando os outros ficam a beneficiar sem venderem nada? Só venderão por um bom preço e o Estado não tem dinheiro para o fazer.
Se os CTT fossem de apenas um proprietário, ainda acreditava em histórias da carochinha, a sim é mesmo só para entreter os eleitores.
Abraço,
Ulisses
Não penso, nem, muito menos, afirmei, que a reentrada do Estado no capital social seria algo semelhante à reversão do negócio da TAP realizado pelo Governo de Passos Coelho e operada pelo anterior Governo de António Costa. São coisas diferentes, evidentemente. Fiz alusão à reversão do negócio da TAP, apenas e só, para ilustrar a "capacidade persuasiva" do Estado. Em Portugal, ninguém quer ter o Estado contra si. Quem tem um negócio não se atreve a opor-se abertamente ao Estado. Por isso, acredito que o Estado se quisesse entrar no capital social dos CTT, de forma a ter uma posição acionista que não fosse de controle, mas suficiente para se fazer ouvir junto da administração dos CTT, conseguiria tal pretensão. Não tenho dúvida relativamente a isso. Tenho ´e dúvida de que queira isso.
De resto, o maior acionista dos CTT, Manuel Champalimaud, já se apressou a declarar (
) que «o Estado é bem-vindo no capital social dos CTT», abrindo, assim, a porta ao regresso do Estado ao capital social dos CTT.
Ler:
https://expresso.pt/economia/2019-06-01 ... al-dos-CTT
Ulisses Pereira Escreveu:ativo, entendi e percebo o teu ponto de vista. Mas de um ponto de vista prático, como imaginas essa possível operação?
Abraço,
Ulisses
Ulisses, a (re)entrada do Estado no capital social dos CTT poderia, por exemplo, ser efetuada através de um aumento de capital para esse efeito, reservado ao Estado, em que aos acionistas não fosse, portanto, concedido direito de preferência na sua subscrição. As condições desse aumento de capital, nomeadamente, o montante de ações a subscrever e o preço de subscrição das mesmas, seriam determinadas após uma avaliação prévia, independente, dos CTT.
Em resultado desse aumento de capital o Estado poderia ficar com uma posição acionista inferior, mas algo próxima, à atual maior posição acionista no capital social dos CTT. Quando se tem o Estado como acionista ele nunca é um acionista como outro qualquer, "pesa" e é ouvido, sempre, de forma diferente dos outros.
No meu entender, o grande obstáculo à entrada do Estado no capital social dos CTT está no facto dos CTT, atualmente, deterem um Banco. Portanto, se o Estado entrasse no capital social dos CTT, adquiriria, indiretamente, uma parcela do Banco CTT. Ora isso teria implicações políticas e teria que ser devidamente "justificado" pelo Governo junto de instâncias europeias.
Assim, na minha opinião, a entrada do Estado no capital social dos CTT talvez fosse antecedida pela separação prévia do negócio postal dos CTT, do seu negócio bancário, através de um "spin-off" do Banco CTT.
Penso, no entanto, que neste momento o Estado não está interessado em entrar no capital social dos CTT. A surgir, realmente, esse interesse, ele será ditado, para já, pela forma como decorrer a negociação da concessão do Serviço Universal Postal em 2020, como já disse.