Lucros Caídos dos Céus. Literalmente.O facto de eu criticar o Jorge Costa do BE, não quer dizer que o homem não tenha alguma razão e que não seja, no mínimo, coerente.
Vem isto a propósito dos
ganhos extraordinários dos produtores eólicos, fotovoltaicos e de energia hídrica, ´à conta e por conta dos preços estratosféricos de eletricidade no MIBEL.
Ainda andei a ver se conseguia descobrir quais os ganhos da EDP decorrentes da atual conjuntura. Confesso que tenho curiosidade em saber, mas não deve ser fácil fazer as contas.
Quem tiver conhecimentos para o efeito, desde já agradeço.
Em todo o modo, não me parece avisado por parte da EDP ter vendido as 6 centrais hidroelétricas à Engie, no final do ano passado. A Engie comprou à EDP uma cautela premiada. Coisas da vida.
O mercado elétrico, desenhado para centrais emissoras de CO2, sempre foi errado, mas agora é catastrófico. O oligopólio elétrico está a ganhar milhões, protegido pelo Governo e por Bruxelas, mesmo que todos saibamos que precisamos de novas formas de organizar o sistema elétrico e de remunerar a produção de energia. Para já, precisamos de medidas para conter os aumentos que vemos vindo. O Bloco avançou duas propostas, que o Governo, até agora, recusa militantemente. A primeira é a de eliminar, pelo menos em parte, os «lucros caídos do céu» auferidos pelas barragens. Basta a António Costa seguir o exemplo do Governo socialista espanhol, que já avançou uma proposta de lei para cortar ganhos excessivos obtidos no mercado por centrais não emissoras de CO2. Pedro Sanchez pretende eliminar os ganhos das barragens equivalentes ao custo das emissões porque são excessivos, na medida em que as barragens não têm custos de emissões. Depois desse corte, as barragens continuarão, evidentemente, a ser mais competitivas do que as centrais a gás, pelo que a medida não representa qualquer estímulo negativo em termos ambientais.
Jorge Costa do BE, na AR, em Setembro de 2021