Sonae criou perto de dois mil empregos no ano passado
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Carla Pedro
cpedro@negocios.pt
A Sonae SGPS criou 1.935 postos de trabalho em 2009 e aumentou os salários relativos aos cargos de remuneração mais baixa. Para este ano, prevê reforçar a presença internacional no segmento de retalho especializado, nomeadamente em Espanha.
“Mantivemos o nosso compromisso público de criar novos postos de trabalho (1.935 empregos) e aumentámos os salários relativos aos cargos de remuneração mais baixa”, diz o presidente executivo da Sonae no relatório de apresentação das contas de 2009.
O total de trabalhadores nos formatos de retalho e imobiliário de retalho ( Sonae MC –retalho de base alimentar; Sonae SR – retalho especializado; e Sonae RP – unidade de propriedade de retalho) ascendeu no ano passado a 35.171 pessoas, contra 33.202 no ano precedente, refere a empresa no reporte dos resultados à CMVM.
Paulo Azevedo salienta que os investimentos e custos de arranque (23 milhões de euros, EBITDA 2009) necessários para entrar no mercado espanhol “foram significativos” e que a empresa continuou a expandir as suas áreas de venda e a desenvolver novos formatos em Portugal.
“Gostaria de salientar que estes feitos foram possíveis apesar de o Continente ser a única das cinco principais cadeias de venda de produtos alimentares em Portugal que é obrigada a encerrar aos domingos à tarde. Esta lei prejudica gravemente a concorrência e foi já provado que é totalmente injustificada, na medida em que não alcança os resultados para os quais foi promulgada; devido a este facto, fomos obrigados a suprimir 1.100 postos de trabalho no fim da época de Natal”, refere o CEO da Sonae.
Relativamente às perspectivas para 2010, a Sonae adoptará um número de acções alinhadas com a ambição de reforço de posição competitiva nas áreas “core” e aumento da presença internacional, sem prejudicar a obtenção de elevados níveis de rentabilidade, refere a empresa.
No que diz respeito à Sonae MC, que inclui o Continente, Modelo e Bom Bocado, entre outros, a empresa diz que irá continuar a assegurar crescimento e uma posição de referência em termos de geração de cash flow e rentabilidade. Isto por meio de várias acções, como a implementação de uma política de arrendamento na sua expansão, sendo a maioria da componente imobiliária detida por terceiros; a optimização do fundo de maneio, por uma redução do investimento em stocks; ou exploração de oportunidades de negócio adjacentes.
“Simultaneamente, a unidade estará atenta a possíveis oportunidades de internacionalização, em mercados com grande potencial de crescimento e com um retalho moderno incipiente, para uma expansão e crescimento orgânico”, salienta o comunicado da empresa.
Para a Sonae SR, que engloba a Worten, Vobis, SportZone, entre outras, a empresa quer executar um plano de crescimento que passa por aumentar a presença internacional, através de duas formas: reforço de presença em Espanha, a concentrar mais de 70% da área de vendas adicional planeada para 2010; e possível configuração de um modelo adicional de internacionalização, baseado em franchising e outros modelos de menor capital exigido, e que permitam acelerar o crescimento.
No que respeita à Sonae RP, a empresa pensa completar as operações de “sale&lease back” do seu centro logístico da Azambuja e de 20 supermercados Modelo, bem como completar operações adicionais semelhantes, de forma a libertar capital investido e, desta forma, financiar os esforços de internacionalização e/ou reduzir a dívida, salienta ainda o comunicado da Sonae.