Lucros da Galp deslizam 52% com quebras na refinação
A Galp terminou o primeiro semestre com lucros um pouco acima de 200 milhões, quando no período homólogo tinha atingido mais de 450 milhões.A Galp lucrou 223 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, isto é, 52% menos da quantia obtida entre janeiro e junho do ano passado.
O EBITDA aumentou 2% em comparação ao período homólogo do ano anterior, cifrando-se nos 1.109 milhões de euros, considerando a aplicação da norma financeira IFRS ao invés da RCA. Sem esta alteração das normas usadas, o EBITDA teria decrescido, informa a empresa, "impactado pela menor contribuição de R&D, pressionado pelo menor desempenho da atividade de refinação".
A área de Refinação e Distribuição é de facto aquela que mostra um pior desempenho no semestre: caiu 28% para os 212 milhões de euros, números justificados pela petrolífera com a "menor contribuição da atividade de refinação, apesar do desempenho sólido da atividade de comercialização de produtos petrolíferos", dadas as "restrições operacionais no aparelho refinador no primeiro trimestre e a envolvente mais desafiante de margens de refinação".
A Exploração e Produção, a que mais pesa para a Galp, viu um aumento de 11% no EBITDA (RCA) para os 782 milhões de euros, tendo a produção média sido impactada positivamente pelo início de produção do bloco 32, em Angola, e pelo progresso do campo Lula, no Brasil, nota a empresa. Também a valorização do dólar e a implementação da norma IFRS 16 aos resultados financeiros foram adjuvantes. A contrariar estiveram os menores preços do petróleo.
A área de Gás & Power subiu 54% para os 105 milhões de euros, com uma "maior contribuição das vendas de gás natural e eletricidade a clientes diretos, mas também beneficiando da otimização das fontes de aprovisionamento e melhores resultados da atividade de trading de rede", lê-se no relatório.
A Galp aproveita o relatório e contas ainda para atualizar as estimativas para o ano. As projeções quanto ao aumento da produção mantêm-se, mas a petrolífera está mais otimista em relação ao EBITDA, apontando como cenário mais provável o limite superior do intervalo que tinha antes avançado, os 2,2 mil milhões de euros. O preço do barril de Brent também é revisto em alta, com a Galp a contar com os 65 dólares por barril em vez de 60 dólares.
No sentido contrário rumam as projeções quanto à margem de refinação, que passam de 5 a 6 dólares para os 4 dólares por barril de dóleo equivalente (boe). Também o investimento deverá reduzir de mil milhões para 900 milhões.
O investimento total no primeiro semestre atingiu os 385 milhões, tendo o E&P representado 80% do capex e o restante sobretudo focado na melhoria da eficiência energética das refinarias.
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