Re: Estoril Sol
Enviado: 6/8/2017 4:27
JosePLM Escreveu:Já tinha olhado para isso mas não prestei atenção. Pelos vistos, nesta empresa há uma diferença entre ter % do capital social e % dos direitos de voto (e estes últimos é que contam no apuramento do free float...). A Finansol tem 57,79% do capital e 60,23% dos direitos de votos;
A Finansol só tem 60.23% dos direitos de voto depois de se incluirem os 2.1% do capital detidos, a título individual, por administradores da Finansol. Não há nenhum mistério: todas as ações têm os mesmos direitos de voto!
A diferença entre % do capital e % dos direitos de voto advem, como em qualquer outra empresa, do n.º de ações próprias detidas pela empresa (62 565 ações, ou 0.52% do capital, no caso da ES): a cada 1% do capital correspondem 1.00524% dos direitos de voto.
O free float, excluindo as participações da Finansol e Amorim EGI e respetivos administradores, é de 100-60.23-33.13 = 6.64%.
Quanto às ações nominativas, que são 51.0% do total, creio que são todas da Finansol (herdeiros de Stanley Ho) e julgo ter a ver com a mudança do controlo acionista da empresa concessionária ter que ser aprovada pelo Estado. Se todas as ações fossem ao portador não era (tão) fácil ao Estado saber quem controla a empresa, bastava meter umas quantas offshores pelo meio... Convem recordar que as ações nominativas não negoceiam desde 2006: é o bloco de ações que assegura o controlo da empresa e só deve mudar de mãos com uma OPA e após aprovação do Estado ao novo dono. O valor da última transação é irrelevante para o atual valor das ações ao portador...
Por falar em OPA, a ES/Finansol é uma gota de água no universo da STDM: até quando justificará a Pansy Ho (filha de Stanley Ho e administradora da ES) as muitas viagens anuais de Hong Kong a Portugal para ir acompanhando menos de 1%(?) do património da família? Ainda o vai fazendo creio que sobretudo por razões sentimentais (devido às ligações do pai a Portugal), mas depois do velhote, já com 95 anos, bater a bota, não sei não!...
E aos Amorim também não me parece que faça muito sentido manter uma participação de 33%: a nova geração deveria ou asumir o controlo da ES ou largar a empresa, que também é uma gota de água no universo do grupo! Em ambos os casos isso implicaria uma OPA, mas eu não sei de nada, apenas que há duas sucessões de gerações nos grupos dos dois maiores acionistas e que em ambos os casos a ES é insignificante no respetivo universo...