Re: Estoril Sol
Enviado: 5/8/2017 1:58
As acções dos administradores não entram junto das dos 2 accionistas qualificados dado estarem relacionados? Que participações estás a somar para chegar aos 97%?
Cumprimentos
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JosePLM Escreveu:rollingsnowball, a solução que apresentas é simplista e talvez a indicada mas quem as tem avaliadas a 10,94 euros não vai achar muita piada...
Repara, há falta de transparência a partir do momento em que eu não sei - pode-me ter escapado mas li os ReC e não está lá dito - a quem pertencem as acções ao portador (que, na sua génese, têm compreendida exactamente essa lógica).
Maturidade, que justificações deu a pessoa a quem ouviste dizer isso? A meu ver, tens neste tópico muito material para chegares a um target para a ESO, dentro daquilo que forem as tuas expectativas para o negócio fundamental.
Cumprimentos
JosePLM Escreveu:Olá rollingsnowball. Eras um dos que eu queria que me respondesse.
Quando as acções que são negociadas no mercado (as ao portador) forem convertidas em nominativas, que efeito terá o valor actual que as nominativas (Estoril-Sol N) têm em Bolsa (10,94 euros) na futura conversão? Não creio que isto se possa negligenciar quando se olha para esta empresa. Com isto não estou a querer insinuar que os valores das duas têm de convergir, atenção. Depois, quando as acções tiverem os mesmos direitos e denominação, não estarão mais acções disponíveis para negociação (cerca do dobro)? Por último, a quem pertencerão as acções da Estoril-Sol N? Estão todas nas mãos dos dois principais accionistas, não estão..? Há aqui falta de transparência que urge ser resolvida, para bem da própria empresa.
Cumprimentos
JosePLM Escreveu:Boa noite a todos.
Estão aqui feitas boas análises à empresa que dá o nome a este tópico mas gostaria de ter um comentário (ou mais) a algo que me fez torcer o nariz. O capital social da ESO é representado por 11.993.684 acções, das quais 6.116.779 nominativas e 5.876.905 ao portador. Então, se quisermos encontrar o valor de mercado temos de somar os dois. A Estoril-Sol N (nominativa) está estranhamente no site da Bolsa de Lisboa avaliada em 66M (sem nunca ter transaccionado uma única acção) e a Estoril-Sol P (ao portador) - a que negoceia e tem tido um desempenho brilhante este ano - vale 41M. 107M portanto. Já não parece assim tão escandalosamente subavaliada.
Porque é que são as acções ao portador as negociadas em Bolsa? Que efeitos terá o diploma do Governo que as irá extinguir, sendo que as já existentes serão convertidas em nominativas?
Agradeço desde já qualquer resposta que venha a ser dada!
JosePLM Escreveu:Boa noite a todos.
Estão aqui feitas boas análises à empresa que dá o nome a este tópico mas gostaria de ter um comentário (ou mais) a algo que me fez torcer o nariz. O capital social da ESO é representado por 11.993.684 acções, das quais 6.116.779 nominativas e 5.876.905 ao portador. Então, se quisermos encontrar o valor de mercado temos de somar os dois. A Estoril-Sol N (nominativa) está estranhamente no site da Bolsa de Lisboa avaliada em 66M (sem nunca ter transaccionado uma única acção) e a Estoril-Sol P (ao portador) - a que negoceia e tem tido um desempenho brilhante este ano - vale 41M. 107M portanto. Já não parece assim tão escandalosamente subavaliada.
Porque é que são as acções ao portador as negociadas em Bolsa? Que efeitos terá o diploma do Governo que as irá extinguir, sendo que as já existentes serão convertidas em nominativas?
Agradeço desde já qualquer resposta que venha a ser dada!
Fundamentalist Escreveu:Rolling, basicamente, tens três dados relevantes:
1) as vendas do casino de Lisboa a crescer 2.7% no semestre,
2) no mês de junho, o casino de Lisboa cresceu 14.6%
3) como um todo, os casinos aumentaram as suas vendas 3%.
Fundamentalist Escreveu:http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/calor-da-corda-a-roleta-de-todos-os-casinos
"O maior casino do país, o de Lisboa, fechou o último mês da primeira metade de 2017 com um crescimento de 14,6%, para 7,15 milhões de euros"
Advinha-se um bom 2Q para a ES...
Easter effect e Verão: A verdade é que eles já lançaram os resultados anuais no final de Abril e perspectivavam uma continuação da melhoria das receitas.
Fundamentalist Escreveu:
Muito bom post, como aliás começa a ser habitual. Eu chego a uma avaliacao conservadora muito parecida (avaliando online at 4x EBITDA, ativos nao reversiveis a 70% do BV e DCF dos CF dos casinos fisicos até à maturidade, e tirando TODAS as liabilities). Só uma nota... Cuidado com o anchoring bias... É importante ter a mente aberta a nova analise ou informacao.
Quanto a um bear case: muito maior concorrencia do on-line e retracçao da procura por casinos fisicos, o que seria principalmente problematico no casino da Povoa. O governo pode (e deve IMO) aperceber-se que está a dar as licensas on-line praticamente de borla. O Estado captura quase todo o valor gerado pelos casinos fisicos (há que pagar concessoes mais 50% das receitas com contrapartidas minimas), portanto, parece-me racional que façam o mesmo com o on-line (se bem que já sabemos que o Governo nem sempre é racional).
Outro tema, é se houve ou nao Easter-Effect nos casinos fisicos que explique a tendencia negativa no 1Q... Qualquer das formas, o turismo na primavera/verao deverá ajudar... Há que ir ao casino fazer um field test, mas sem jogar, porque comprando ES, as odds parecem melhores...
Em função dos resultados que vêm sendo obtidos até ao presente momento, podemos, todavia, prever para o exercício já em curso, um moderado crescimento de receitas.
rollingsnowball Escreveu:
Fui confirmar. Aparentemente gastaram de facto 15M no pavilhão do futuro. Fui ao relatório de contas de 2006 e cheguei à conclusão que houve uma variação de 15,5M nos terrenos não reversíveis e de 54.6M nos edificios não reversíveis, totalizando um pouco mais do que 70M (talvez seja daí que vieram os 70M). Depois houve investimentos em equipamento básico e administrativo de quase 4M.
Quanto licença do jogo online li há tempos o decreto de lei e cheguei à mesma conclusão. Ou seja, a menos que a lei mude, o risco do online advém da concorrência e não das renovações. Se o online se conseguisse manter pelo menos tão forte como no 1º trimestre ( o que não me acredito, mas também não me acreditava que conseguisse ter a força que teve nos últimos 2 trimestres) só o online valia a cotação bolsista actual:
1M de resultado líquido atribuível à estoril SOL num trimestre são 4M num ano; se isto fosse extrapolável no futuro e tendo em conta a TOTAL ausência de necessidades de investimento e o net-cash desta divisão, era caso para lhe pôr um múltiplo de umas 20x, o que lhe dava um valor de 80M (para uma market cap de 68,5M)
A questão é que não me acredito no futuro do online, caso contrário estávamos a comprá-lo a desconto e a receber os 3 casinos pelo preço da dívida líquida (cerca de 21M).
Portanto o problema aqui é a avaliação do online:
-A Estoril Sol tem a vantagem de ter utilizar a propriedade intelectual de um sócio internacional a quem ofereceu 50% da licença. Pelo que percebi isto significa que a Estoril Sol basicamente não gasta um tostão no desenvolvimento do software, etc, com a contrapartida de ter perdido o direito a 50% dos lucros.
- Adicionalmente tem a vantagem de ter sido o primeiro casino online e de dispôr de um período de vários meses para formar clientela sem concorrência.
- O outro ponto importante aqui é o facto da Estoril Sol estar nisto há tão pouco tempo e portanto ainda estar, possivelmente, a expandir a sua rede de clientes: é possível que a margem de crescimento que têm os casinos online possa absorver a concorrência e basicamente acabarem por os concorrentes reduzir apenas a margem de crescimento da EstorilSolCasinos, sem no entanto pôr em causa os lucros como estão actualmente.
Estes 3 pontos atribuem valor à EstorilSolCasinos e fazem com que isto de facto possa valer uma fortuna, mas podem não ser suficientes.
A propriedade do edifício do Casino de Lisboa é de facto o outro joker que a Estoril Sol possui. Eu avaliava a Estoril Sol sob um ponto de vista de não renovação das licenças e não existia o online, sabendo que existia a vantagem do Casino de Lisboa. Não me tinha apercebido que a vantagem era a de um investimento de 70M a preços de 2005-2006 - é uma vantagem grande, maior do que a cotação bolsista actual (embora fosse necessário descontar esses 70M até ao presente, como o concurso não deverá ser muito lá para a frente não há assim tantos anos para descontar).
Ou seja, para os mais optimistas só estes 2 fatores justificam muito mais que a capitalização bolsista, sobrando ainda as licenças actuais.
Para os menos optimistas , ainda que não pessimistas a vantagem do Casino de Lisboa não será tão grande como os 70M (após depreciações aquilo aparece por 55M nas contas, em concurso a Estoril Sol não se vai arriscar a tentar apropriar-se da totalidade da vantagem competitiva porque aí correria o risco de perder a concessão) que lá foram investidos na altura e o online valerá uns 10M (basicamente 2,5 anos de lucros ao ritmo atual), e as licenças actuais valerão daqui a 4 anos umas 3.75 vezes o EBITDA de 2015 (30M) descontados da dívida líquida de 21M (ficando os restantes anos do casino da póvoa e qualquer lucro anual acima de 2015 para pagar o desmantelamento dessa mesma unidade e os juros da dívida ainda existente). Isto implicaria uma avaliação no fim de 2020 de cerca de 30*3.75+10+30?-21= 131.5M. Descontado ao presente isto daria próximo de 90M com uma taxa de desconto de 10%.
Ok, este post mudou bastante a minha avaliação da Estoril Sol. Estou a precisar de um bear para me contrariar