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Caldeirão da Bolsa

O gajo está mesmo metido, não está?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por mfsr1980 » 5/2/2010 23:33

O Sócrates estará de saida?
Passam-se coisas mesmo graves!

http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=408793
 
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por Lion_Heart » 5/2/2010 10:18

Ora mais um pouco de lenha para a fogueira
Anexos
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" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

Lion_Heart
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por Elias » 2/2/2010 17:54

keijas Escreveu:P.S. "Elias" desculpa colocar em bold uma passagem do teu post[/b]


no problem :wink:
 
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por keijas » 2/2/2010 17:08

Elias Escreveu:Vara tentou cunha a Mário Lino
2 de Fevereiro de 2010
Jornal de Negócios Online

Armando Vara terá tentado o exercício de influência sobre o ministro Mário Lino, por causa dos negócios de Godinho na Refer; terá solicitado e recebido dez mil euros para apresentar Godinho a Paiva Nunes, da EDP Imobiliária, e terá ainda recebido 25 mil euros por conseguir que Paiva Nunes “arranjasse trabalho” ao sucateiro de Ovar.

De acordo com o “Correio da Manhã”, estes são os três pilares da acusação do MP contra o ex-ministro do PS, no âmbito da investigação do ‘Face Oculta’, tendo o juiz entendido que era relativamente ao último pagamento que aprova era mais consistente.

O magistrado de Aveiro deu ainda como suficientemente indiciado, durante o primeiro interrogatório judicial, que Manuel Godinho tinha um telefone apenas para falar com Vara (que mais tarde passou a usar também para os contactos com Paiva Nunes), tendo também validado a tese de que o ex-ministro socialista sabia desde o final de Junho que estava a ser alvo de escutas telefónicas.

Os indícios mais fortes, para o juiz de instrução criminal, dizem, no entanto, respeito ao alegado pagamento de 25 mil euros. “Temos de concluir que aquele valor se destinava a compensar a intermediação entre Manuel Godinho e Paiva Nunes levada a cabo por Armando Vara”, assegura o juiz que fala mesmo em ausência de justificação razoável para as conversas.

O pagamento terá então ocorrido a 20 de Junho e diz ainda o juiz que é forçoso concluir que “o dinheiro terá tido como destinatários Armando Vara e Lopes Barreira [25 mil euros para cada] porque no dia em questão estas foram as únicas pessoas com quem Manuel Godinho se encontrou depois de sair das instalações da empresa”.


Só não consigo perceber como é que um juiz que tem de julgar em facto de provas, pode assentar a sua tese numa suspeita.
Não me refiro ao processo em causa, mas é o que se está a passar pela maioria dos tribunais. Aqueles que lá dão entrada por crimes,muitas vezes de sangue são postos em liberdade a aguardar julgamento, invocam não serem apanhados a cometer o crime, e isto há uns tempos para cá é o pão nosso de cada dia. Aqui o sr.juiz deduz.

Assim não vamos lá.
keijas

P.S. "Elias" desculpa colocar em bold uma passagem do teu post[/b]
 
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por Elias » 2/2/2010 16:07

Vara tentou cunha a Mário Lino
2 de Fevereiro de 2010
Jornal de Negócios Online

Armando Vara terá tentado o exercício de influência sobre o ministro Mário Lino, por causa dos negócios de Godinho na Refer; terá solicitado e recebido dez mil euros para apresentar Godinho a Paiva Nunes, da EDP Imobiliária, e terá ainda recebido 25 mil euros por conseguir que Paiva Nunes “arranjasse trabalho” ao sucateiro de Ovar.

De acordo com o “Correio da Manhã”, estes são os três pilares da acusação do MP contra o ex-ministro do PS, no âmbito da investigação do ‘Face Oculta’, tendo o juiz entendido que era relativamente ao último pagamento que aprova era mais consistente.

O magistrado de Aveiro deu ainda como suficientemente indiciado, durante o primeiro interrogatório judicial, que Manuel Godinho tinha um telefone apenas para falar com Vara (que mais tarde passou a usar também para os contactos com Paiva Nunes), tendo também validado a tese de que o ex-ministro socialista sabia desde o final de Junho que estava a ser alvo de escutas telefónicas.

Os indícios mais fortes, para o juiz de instrução criminal, dizem, no entanto, respeito ao alegado pagamento de 25 mil euros. “Temos de concluir que aquele valor se destinava a compensar a intermediação entre Manuel Godinho e Paiva Nunes levada a cabo por Armando Vara”, assegura o juiz que fala mesmo em ausência de justificação razoável para as conversas.

O pagamento terá então ocorrido a 20 de Junho e diz ainda o juiz que é forçoso concluir que “o dinheiro terá tido como destinatários Armando Vara e Lopes Barreira [25 mil euros para cada] porque no dia em questão estas foram as únicas pessoas com quem Manuel Godinho se encontrou depois de sair das instalações da empresa”.
 
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Melhor é impossível

por mfsr1980 » 1/2/2010 15:02

O livro "O Triunfo dos Porcos" faz-me lembrar muito a situação actual. No fundo todos iguais perante a lei só que uns eram mais iguais que outros!
Andar a mais de 130km/hora na Av.da Liberdade só é crime para os menos iguais deste regime.
Viva a república dos bananas! :)
 
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por charles » 1/2/2010 14:39

Mário Crespo denuncia conversas hostis de membros do Governo
(01-02-2010 13:28:00)

Mário Crespo, denuncia hoje, num artigo que se encontra publicado no site do Instituto Francisco Sá Carneiro, ter sido alvo conversas hostis por parte de três membros do Governo: José Sócrates, Jorge Lacão e Silva Pereira.

No texto, o jornalista da SIC refere ter sido o “epicentro” de uma conversa entre José Sócrates, o ministro do presidência, Pedro Silva Pereira, o ministro dos assuntos parlamentares, Jorge Lacão, e o executivo de uma televisão, cuja identidade não é revelada. “Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”, descreve Mário Crespo.

A relação entre o poder e os meios de comunicação social é também mencionada. “Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige ‘solução’”, acrescenta.

O jornalista ataca os membros do governo, referindo que “Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre”.

Mário Crespo faz ainda referência ao afastamento de Manuela Moura Guedes dos ecrãs da TVI ou da anunciada saída de Marcelo Rebelo de Sousa da RTP. “O problema José Eduardo Moniz foi ‘solucionado’. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o ‘problema’que era o Director do Público. Agora, que o ‘problema’ Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais ‘um problema que tem que ser solucionado’”


Via BIG
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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calma Marco

por mcarvalho » 17/1/2010 17:36

bestas são cavaloS e burros e les não têm culpa das atitudes que estes "senhores" tomam


abraço

mcarvalho
 
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por Marco Martins » 17/1/2010 17:00

Elias Escreveu:(...)
O dirigente da ACA-M salientou a importância da instalação de tacógrafos nas viaturas do Estado, e disse que deve ser aprofundado e explicitado o conceito de marcha de urgência.
(...)


Isso era o que deveriam fazer, para que (desculpem a expressão) "aquelas bestas" que temos no parlamento e outros cargos públicos com motorista pago por todos nós, aprendam a respeitar todos os cidadão que têm de respeitar o código!!!

Ou há lei para todos ou não há para ninguém!!!
 
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por Elias » 15/1/2010 22:16

Mário Mendes bateu a 120 quilómetros/hora mas acidente não será investigado pelo MP
15.01.2010 - 08:49 Por José Bento Amaro

publico.pt
O acidente que, em Novembro passado, envolveu duas viaturas do Estado, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, causando ferimentos aos dois principais responsáveis do Serviço de Segurança Interna, não será enviado para averiguações no Ministério Público (MP).

O facto de não ter sido considerado um crime público, apesar de configurar diversas infracções rodoviárias muito graves, motivou uma reacção da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), a qual considera que o Estado está a agir como "promotor de insegurança rodoviária".

As peritagens ao acidente já foram concluídas pela equipa da PSP destacada para casos do género, tendo as mesmas concluído que se registou apenas um possível caso de ofensas à integridade física por acção negligente e, em consequência, não haver motivos para que o caso seja remetido ao MP. A responsabilidade do acidente terá sido da viatura onde circulava o secretário-geral de Segurança Interna, juiz Mário Mendes (esteve internado em São José), a qual se deslocava a mais de 120 quilómetros/hora.

"A ACA-M entende que existe uma utilização indevida das viaturas do Estado, que assinalam a marcha de urgência sem justificação. Chegar mais depressa à cerimónia de tomada de posse dos governadores civis não me parece um motivo que justifique a marcha de urgência", comentou o dirigente daquela associação, Manuel João Ramos.

Tal como expressara o presidente do Observatório de Segurança das Estradas e Cidades, juiz Nuno Salpico, também Manuel João Ramos entende que este caso deveria ser considerado crime público e enviado para a justiça. "Não são apenas as consequências directas do acidente, mas também os outros danos que poderiam ter resultado. Mas, acima de tudo, é preciso ter em conta que houve um comportamento [excesso de velocidade] que foi induzido por um mandante [Mário Mendes terá concordado ou até ordenado ao motorista que andasse em velocidade excessiva]."

"Parece que estamos em presença de uma prática reiterada de coacção sobre os motoristas dos carros do Estado", adiantou ainda Manuel João Ramos, frisando não compreender que a investigação de acidentes de carros conduzidos por elementos policiais seja feita por polícias. "A PSP sabe que está a mexer em terrenos muito lodosos", adiantou.

O dirigente da ACA-M salientou a importância da instalação de tacógrafos nas viaturas do Estado, e disse que deve ser aprofundado e explicitado o conceito de marcha de urgência. "O ministro Rui Pereira, que exultou com números que nem são correctos relativamente à sinistralidade rodoviária, apresentou [na sequência do acidente de Mário Mendes] um silêncio embaraçoso. Deveria empenhar-se em provar que os ministros não são cidadãos de primeira e os seus motoristas cidadãos de segunda, pois todos sabemos que há milhares de viaturas do Estado e das autarquias que todos os dias violam a lei, com os motoristas a terem de obedecer aos mandantes."
 
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por Marco Martins » 13/12/2009 2:04

CTT: Horta e Costa acusado de grave abuso de função

Ex-gestor praticou factos em benefício de terceiros
* 2009-12-11 20:10

O ex-presidente dos CTT Horta e Costa está acusado dos crimes de participação económica em negócio e administração danosa, incorrendo ainda na pena acessória de proibição de exercer funções como titular de cargo público, funcionário ou agente de administração.

Segundo disse esta sexta-feira fonte judicial, a acusação do Ministério Público (MP) refere que Horta e Costa, juntamente com os arguidos Manuel Carrasqueira Baptista e Gonçalo Leónidas da Rocha, praticou factos com flagrante e grave abuso da função, em benefício de terceiros e em prejuízo dos CTT, causando com estes crimes prejuízo patrimonial importante à empresa pública.

O MP entendeu que Manuel Carrasqueira Baptista e Gonçalo Leónidas da Rocha, enquanto titulares de cargos públicos, e o arguido Luís do Carmo Ramos, como funcionário público, puseram em causa a confiança da comunidade na boa administração do sector empresarial do Estado e dos dinheiros públicos.

http://www.agenciafinanceira.iol.pt/emp ... -1728.html



Esperemos que a nossa justiça recupere a confiança do povo, pois só assim haverá melhor distribuição da riqueza do país.
Os inocentes deverão ver a justiça do seu lado... mas os culpados deverão ser bem penalizados...
 
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por jlmf » 12/12/2009 18:56

Sim, é esse Senhor que deu aulas na Uni. Católica, (não tenho saudades), cujo pai foi militante comunista e originário de Leiria que rumou e singrou na capital, talvez um dos que se "deslumbrou" com a "grande cidade".

Que ponto de vista este? Porque vamos criar fronteiras e juízos entre Portugueses da provincia e os da cidade? Não chegam já as que infelizmente existem, como alías, algumas, um pouco inevitavelmente não só em Portugal? Ou será uma tentativa de colocar um rótulo ás pessoa á nascença e todos os que tiverem sucesso, mas que geográficamente estejam deslocados, passam a ser "os deslumbrados"? E se fôr o inverso, nascerem na cidade e a vida lhes correr bem na provincia? São o quê? Oportunistas? Batem em cegos?

Tinha escapado a esse artigo, não leio o Sol, mas azar, veio aqui parar e constato que o Senhor piorou.

Esquece ele porventura que a maioria de nós, alfacinhas ou viemos ou somos filhos de gente da provincia? Será que por isso padecemos daqueles males genéticos referidos?

Dê-se valor a quem o tem, negue-se a quem o não merece, frontalmente, sem insinuações nem juízos incompetentes e, muito menos tendo como critério estúpido, a origem.
 
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Re: Os boys de Guterres

por keijas » 12/12/2009 18:15

carf2007 Escreveu:"

Publicado por: José António Saraiva

Os boys de Guterres
20 November 09 12:01 PM
in O Sol



Não será por acaso José António Saraiva um senhor que durante muitos anos foi o director do EXPRESSO?

Esse tal deslumbramento pela cidade (neste caso pelo poder) que o levou a meter-se na aventura do "SOL"?

Também ele queria tomar o poder,que continua a ser do rival, não terá dado este senhor um passo maior que a perna?

Não andará por aqui algum desespero por a sua aventura ter sido um "flop"?

Neste caso o "SOL" não nasceu para todos, nasceu só para quem o quis seguir,a maioria prefere ir de "EXPRESSO" ao contrário do que se propunha J.A.S.no
arranque deste projecto e é aqui que reside o problema, tudo o resto é poeira.

Bom fim de semana
keijas
 
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por tava3 » 12/12/2009 13:10

Isso parece-me um tipo de fobia contra o interior, mas explicava as trapalhadas do presidente com as escutas, aquele...provinciano.


:mrgreen:
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Os boys de Guterres

por carf2007 » 12/12/2009 1:20

"O PROCESSO chamado ‘Face Oculta’ tem as suas raízes longínquas num fenómeno que podemos designar por ‘deslumbramento’.

Muitos dos envolvidos no caso, a começar por Armando Vara, são pessoas nascidas na Província que vieram para Lisboa, ascenderam a cargos políticos de relevo e se deslumbraram.

Deslumbraram-se, para começar, com o poder em si próprio.

Com o facto de mandarem, com os cargos que podiam distribuir pelos amigos, com a subserviência de muitos subordinados, com as mordomias, com os carros pretos de luxo, com os chauffeurs, com os salões, com os novos conhecimentos.

Deslumbraram-se, depois, com a cidade.

Com a dimensão da cidade, com o luxo da cidade, com as luzes da cidade, com os divertimentos da cidade, com as mulheres da cidade.

ORA, para homens que até aí tinham vivido sempre na Província, que até aí tinham uma existência obscura, limitada, ligados às estruturas partidárias locais, este salto simultâneo para o poder político e para a cidade representou um cocktail explosivo.

As suas vidas mudaram por completo.

Para eles, tudo era novo – tudo era deslumbrante.

Era verdadeiramente um conto de fadas – só que aqui o príncipe encantado não era um jovem vestido de cetim mas o poder e aquilo que ele proporcionava.

Não é difícil perceber que quem viveu esse sonho se tenha deixado perturbar.

CURIOSAMENTE, várias pessoas ligadas a este processo ‘Face Oculta’ (e também ao ‘caso Freeport’) entraram na política pela mão de António Guterres, integrando os seus Governos.

Armando Vara começou por ser secretário de Estado da Administração Interna, José Sócrates foi secretário de Estado do Ambiente, José Penedos foi secretário de Estado da Defesa e da Energia, Rui Gonçalves foi secretário de Estado do Ambiente.

Todos eles tiveram um percurso idêntico.

E alguns, como Vara e Sócrates, pareciam irmãos siameses.

Naturais de Trás-os-Montes, vieram para o poder em Lisboa,inscreveram-se na universidade, licenciaram-se, frequentaram mestrados.

Sentindo-se talvez estranhos na capital, procuraram o reconhecimento da instituição universitária como uma forma de afirmação pessoal e de legitimação do estatuto.

A QUESTÃO que agora se põe é a seguinte: por que razão estas pessoas apareceram todas na política ao mais alto nível pela mão de António Guterres?

A explicação pode estar na mudança de agulha que Guterres levou a cabo no Partido Socialista.

Guterres queria um PS menos ideológico, um PS mais pragmático, mais terra-a-terra.

Ora estes homens tinham essas qualidades: eram despachados, pragmáticos, activos, desenrascados.

E isso proporcionou-lhes uma ascensão constante nos meandros do poder.

Só que, a par dessas inegáveis qualidades, tinham também defeitos.

Alguns eram atrevidos em excesso.

E esse atrevimento foi potenciado pelo tal deslumbramento da cidade e pela ascensão meteórica.

QUANDO o PS perdeu o poder, estes homens ficaram momentaneamente desocupados.

Mas, quando o recuperaram, quiseram ocupá-lo a sério.

Montaram uma rede para tomar o Estado.

José Sócrates ficou no topo, como primeiro-ministro, Armando Vara tornou-se o homem forte do banco do Estado – a CGD –, com ligação directa ao primeiro-ministro, José Penedos tornou-se presidente da Rede Eléctrica Nacional, etc.

Ou seja, alguns secretários de Estado do tempo de Guterres, aqueles homens vindos da Província e deslumbrados com Lisboa, eram agora senhores do país.

MAS, para isso ser efectivo, perceberam que havia uma questão decisiva: o controlo da comunicação social.

Obstinaram-se, assim, nessa cruzada.

A RTP não constituía preocupação, pois sendo dependente do Governo nunca se portaria muito mal.

Os privados acabaram por ser as primeiras vítimas.

O Diário Económico, que estava fora de controlo e era consumido pelas elites, mudou de mãos e foi domesticado.

O SOL foi objecto de chantagem e de uma tentativa de estrangulamento através do BCP (liderado em boa parte por Armando Vara).

A TVI, depois de uma tentativa falhada de compra por parte da PT, foi objecto de uma ‘OPA’, que determinou a saída de José Eduardo Moniz e o afastamento dos ecrãs de Manuela Moura Guedes.

O director do Público foi atacado em público por Sócrates – e, apesar da tão propalada independência do patrão Belmiro de Azevedo, acabou por ser substituído.

A Controlinvest, de Joaquim Oliveira (que detém o JN, o DN, o 24 Horas, a TSF) está financeiramente dependente do BCP, que por sua vez depende do Governo.

SUCEDE que, na sua ascensão política, social e económica, no seu deslumbramento, algumas destas pessoas de quem temos vindo a falar foram deixando rabos de palha.

É quase inevitável que assim aconteça.

O caso da Universidade Independente, o Freeport, agora o ‘Face Oculta’, são exemplos disso – e exemplos importantes da rede de interesses que foi sendo montada para preservar o poder, obter financiamentos partidários e promover a ascensão social e o enriquecimento de alguns dos seus membros.

É isso que agora a Justiça está a tentar desmontar: essa rede de interesses criada por esse grupo em que se incluem vários boys de Guterres.

Consegui-lo-á?

Não deixa de ser triste, entretanto, ver como está a acabar esta história para alguns senhores que um dia se deslumbraram com a grande cidade."

Publicado por: José António Saraiva

Os boys de Guterres
20 November 09 12:01 PM
in O Sol
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por Marco Martins » 11/12/2009 23:43

E esperem até que as leis anti-corrupção sejam aprovadas!

É certo que até prova em contrário todos somos inocentes, mas também é certo que se somos inocentes, também fizemos todos os descontos e pagamos tudo o que deviamos. Será crime apresentarmos à justiça os recibos dos nossos vencimentos?

Não quero acusar ninguém, mas sinceramente o PM pareceu-me muito nervoso no dia do debate no parlamento sobre esse assunto!!

ps.: infelizmente, até que seja criada uma comissão de avaliação das leis anti-corrupção e alguma coisa entre em vigor, já deu tempo para todos arranjarem justificações!!! Só o Zé Povinho não terá essa possibilidade, pois ele é sempre "roubado" e "enganado" e para isso não se passam recibos!!
 
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por tava3 » 11/12/2009 14:27

Também foi bonito ele dizer que recebeu uma carta anónima, supostamente encontrada pela pj, que o primeiro ministro estava sobre escuta. Mas então ele estava ou não sobre escuta? Já aqui tinha dito que sim e que o caso face oculta aconteceu por acaso, foi sorte.
Também gostava de perceber porque é que casos, que envolvem o psd e cds, como o dos casos portucale, submarinos e bpn, o segredo de justiça funcionou bem mas nos casos, que envolvem o ps como os da casa pia, freeporte e este face oculta já não aconteceu o mesmo. É no mínimo estranho as fugas acontecerem só para um dos lados.
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por pmpcpinto » 11/12/2009 10:34

.....“Foi um facto fortuito”, disse, adiantando que Manuel Godinho estava perdido e queria saber onde ficava a EDP.

Ao nível de "O dinheiro que está na Suiça não é meu, é do meu sobrinho (taxista)" :lol:

Pedro
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por tava3 » 5/12/2009 15:11

Agora o Armando Vara quer levantar o segredo de justiça, assim não pode ser, mas ele não percebe que vai estragar o esquema todo? tss tss.

P.S. Estou para ver se o vão deixar.
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por tava3 » 4/12/2009 19:34

Nunca disse que a coreia do norte é uma democracia, o mesmo acho da arabia saudita, aquele grande aliado dos estados unidos, de entre outros. Mas apesar de ler de todos não apanho gosma.

:wink:
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Afinal ... sempre há justiça igual para todos

por mcarvalho » 4/12/2009 19:31

os delinquentes

in JN



Condutor que matou peão não foi proibido de guiar
00h30m
SUSANA OTÃO
Jovem que arrastou mulher foi libertado pelo juiz e carta não foi apreendida.

O jovem que na segunda-feira atropelou mortalmente uma mulher, de 51 anos, em Loures, arrastando o seu corpo ao longo de dois quilómetros, continua a poder conduzir. Presente ao juiz, ficou em liberdade e na posse da sua carta de condução.

Luís R., de 24 anos, foi presente ao juiz, na tarde de quarta-feira e terá, ao que o JN apurou, confessando que não se apercebeu da gravidade do acidente, ocorrido em Lousa, e por esse facto não parou a marcha do automóvel. A vítima, Maria Isabel Lima, foi arrastada em cima do capô do automóvel. O condutor fez com que o corpo caísse e fugiu.

O juiz do Tribunal de Loures entendeu que não existe "perigo de fuga" por parte do arguido, pelo que acabou por decretar como medida de coacção o termo de identidade e residência (a opção menos gravosa), apresentações semanais no posto da Malveira da GNR e ainda a proibição de frequentar a zona de Lousa, local onde ocorreu o acidente, presume-se que para salvaguarda da sua própria integridade física.

No entanto, o juiz não lhe decretou qualquer sanção que o iniba de conduzir, pelo que o jovem pode guiar normalmente, pelo menos até ser novamente presente a tribunal para julgamento.

Como a sua detenção não se verificou em flagrante delito - a GNR acabou por interceptar o indivíduo quase 15 horas depois do acidente -, a sua carta de condução também não foi apreendida pelos elementos desta força de segurança. De notar que só quando a detenção acontece em flagrante é que o infractor vê, imediatamente, o documento apreendido.

Pelas 20 horas de segunda-feira, Maria Isabel Lima preparava-se para atravessar a estrada, frente a sua casa, em Lousa, concelho de Loures, numa passadeira. Foi colhida pelo automóvel do arguido, um Seat Léon, e arrastada ao longo de dois quilómetros pela Estrada Nacional 8 (EN8), até Freixeira, já no concelho de Mafra. Teve morte imediata.

O suspeito colocou-se em fuga, mas a GNR acabou por localizá-lo, bem como ao automóvel que guiava na altura do acidente, já apreendido e sujeito a diversas perícias por parte de elementos da Polícia Judiciária (PJ).

Fonte policial revelou ao JN que o indivíduo não resistiu, quando a GNR o interceptou na sua residência, na Venda do Pinheiro. No entanto, como não existiu flagrante delito acabou por não ser detido, sendo apenas identificado e notificado para comparecer em tribunal no dia seguinte.

O jovem, que não conta com qualquer antecedente criminal, ficou impedido pelo tribunal de se aproximar do local do acidente, uma vez que o juiz terá considerado que a sua presença naquele local poderia eventualmente dar origem a desordem pública.

comentário

É de elogiar a preocupação do Juiz com a integridade física do jóvem aconselhando-o a não se deslocar ao local do crime para não ser magoado por algum arruaceiro .. se calhar marido ou filho da incauta que resolveu atravessar a passadeira provocando estragos no automóvel............
 
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muito bem

por mcarvalho » 4/12/2009 18:38

nada como o regime norte coreano

Todos felizes e contentes por isso nem se queixam

e lá são todos do tavaaverquesim :mrgreen:



note . tavaaverquesim é todo aquele que passa a concordar com o tavaaverquenão :!: :!: :!:
 
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por tava3 » 4/12/2009 17:07

Não sei se é assim ou não, mas convém ler de todos os lados porque ler só os pró americanos não chega, pelo menos para mim.
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por Camisa Roxa » 4/12/2009 16:50

tavaverquenao2 Escreveu:Esta ultima parte diz tudo, uma democracia à americana, onde por sinal há bases deles.


penso que deverá ser possível efectuar uma revisão constitucional; era isso que o Zelaya deveria ter feito em vez de tentar violar a lei

PS: uma carta reaccionária ahah para esse site democracia só mesmo em Cuba, Coreia do Norte e Vietname não? enfim
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por tava3 » 4/12/2009 16:24

"Os pontos aceitos por ambos os lados são, na maior parte, retirados do Acordo de San Jose, produto da mediação do presidente da Costa Rica, Oscar Arias, apoiado pelos EUA. O acordo pretende estabelecer um "governo de reconciliação nacional", dominado por líderes políticos e militares do golpe, com Zelaya restaurado ao cargo durante quase dois meses, mas despojado de qualquer poder real.

O acordo rejeita expressamente qualquer tentativa de alterar a Constituição hondurenha, uma carta reacionária imposta ao país no início de 1980 por uma ditadura militar e pela embaixada americana."

Esta ultima parte diz tudo, uma democracia à americana, onde por sinal há bases deles.

http://www.wsws.org/pt/2009/oct2009/pthd-o28.shtml
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