Jerónimo Martins fecha semestre com subida inferior a 1% nos lucros
A dona do Pingo Doce inverteu os resultados em quebra nos primeiros meses do ano. Após subir 5,7% as vendas até junho, a retalhista promete no resto do ano “trabalhar para ter as melhores propostas comerciais”.A Jerónimo Martins reportou um resultado líquido de 181 milhões de euros no primeiro semestre do ano, um valor acima do antecipado pelos analistas – estimavam uma quebra homóloga de 6% - e que representa uma subida de 0,7% face ao mesmo período do ano passado.
Os resultados foram divulgados esta quinta-feira, 25 de julho, em comunicado enviado à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários). Esta ligeira melhoria nos resultados é evidenciada pelo grupo liderado por Pedro Soares dos Santos, "apesar da redução de oito dias de vendas na Polónia".
Nos primeiros seis meses do ano, as vendas consolidadas aumentaram 5,7%, para 8,9 mil milhões de euros, com um Like-for-Like (LfL) de +3,9% em termos homólogos. Considerando só o segundo trimestre, depois de um desempenho mais fraco nos primeiros três meses do ano, as vendas subiram a dois dígitos (10,3%), impulsionadas pela Páscoa.
O EBITDA da retalhista, que controla o Pingo Doce e o Recheio, atingiu 471 milhões de euros, um crescimento de 5,6%, enquanto "a dívida líquida, excluindo as locações operacionais capitalizadas, foi de 158 milhões de euros, com o ‘gearing’ a cifrar-se em 7,9% e já refletindo o pagamento, em maio deste ano, de 204 milhões de euros de dividendos".
"Em linha com a nossa estratégia, o foco no consumidor e o crescimento das vendas mantêm-se como as principais prioridades do grupo, sem comprometer a disciplina de custos e a filosofia de eficiência que garantem a competitividade e rentabilidade dos nossos modelos de negócio", frisou Soares dos Santos. O gestor particularizou o desempenho da colombiana Ara, que disparou 26% as vendas, para 356 milhões de euros, num semestre em que inaugurou 25 novas lojas e chegou às 557 naquele país da América Latina.
O presidente e administrador-delegado perspetivou ainda, nesta nota ao mercado, que no resto do ano quer "[manter-se] a crescer acima dos mercados nos quais [desenvolve] os negócios", prometendo que continuará a "reforçar as operações e a trabalhar para ter as melhores propostas comerciais, que mereçam, cada vez mais, o reconhecimento e a preferência dos consumidores".
Promoções no Pingo Doce e Recheio de marcas própriasDurante o primeiro semestre, a Jerónimo Martins abriu um total de 73 novas lojas – em termos líquidos foram mais 62 unidades – e atualmente emprega um total de 110 mil trabalhadores (mais 2.250 do que há um ano) nas várias geografias em que está envolvida, nomeadamente em Portugal (Pingo Doce e Recheio), na Polónia (Biedronka e Hebe) e na Colômbia (Ara).
Descrevendo um "ambiente de consumo favorável" em Portugal no primeiro semestre, o último antes de enfrentar a concorrente Mercadona, a JM destaca que o retalho alimentar "continuou a ser dominado pela intensidade das ações promocionais promovidas pela generalidade dos operadores". Incluindo nas 436 lojas do Pingo Doce, que viu as vendas cresceram 4,1% neste período (em que abriu quatro novas unidades e remodelou 19), num total de 1,9 mil milhões de euros.
Já no setor grossista, em que reclama a liderança de mercado com a insígnia Recheio, faturou 467 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano (+2%). As marcas próprias Amanhecer, Masterchef e Gourmês representam aqui 22% das vendas (excluindo perecíveis especializados) e são descritas como "um pilar estratégico" da companhia, que chegou a junho com 330 lojas aderentes na rede Amanhecer, criada em parceria com pequenos retalhistas tradicionais.
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