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Altri é a preferida no sector da pasta do papel ibérico
O anúncio de que a Fibria, líder mundial na produção de pasta de eucalipto, vai voltar a aumentar o preço da pasta levou os analistas do BPI a emitirem uma nota de investimento para o sector. Os analistas mantêm “uma perspectiva positiva para a evolução do mercado de pasta de eucalipto”. A Altri surge como a preferida entre o sector.
Os analistas subiram a recomendação de “manter” para “comprar” aos títulos da Altri e consideram-na a preferida para o sector de pasta e papel ibérico, apesar de ter descido o preço-alvo de 5,35 euros para 4,80 euros. A sua par ibérica, Ence, viu o seu preço-alvo revisto em alta de 3,20 para 3,30 euros, com a recomendação a permanecer em “comprar”.
O novo preço-alvo da cotada portuguesa reflecte um maior prémio de risco, bem como impostos mais altos em Portugal. Paulo Fernandes lidera a Altri e também é CEO da Cofina, dona do Negócios entre outras publicações como o Correio da Manhã e o Record.
A Fibria vai aumentar o preço da pasta em 30 dólares por tonelada na Europa e Estados Unidos a partir de Junho, acumulando uma subida de 440 dólares desde o início do ciclo de subida do preço da pasta, em Abril de 2009, refere a nota de investimento a que o Negócios teve acesso. Os preços da pasta já estão nos níveis mais elevados dos últimos 15 anos, a preços em dólares e ao mais elevado de sempre quando denominados em euros.
“De um modo geral, antecipamos que as condições de mercado da pasta de eucalipto continuem em alta e a subida do preço proposto seja implementada com sucesso”, diz a equipa de analistas liderada por Eduardo Coelho e José Rito. A “total normalização”, no final do ano, das operações no Chile deverá levar os preços a regressar aos 800 dólares por tonelada, sendo que a partir de meados de 2012 “prevemos uma descida acentuada devido a uma situação desequilibrada do mercado”.
Os analistas referem que a Altri tem um endividamento superior à da sua par ibérica Ence, mas “só enfrenta necessidades de financiamento relevantes em 2013”. Os lucros da Altri deverão saldar-se em 94 milhões de euros em 2010 e 103 milhões em 2011, segundo estima o BPI. Os resultados da Ence deverão ser de 110 milhões de euros e de 115 milhões, em 2010 e 2011.
“Temos uma perspectiva positiva para as duas acções” e reconhecem que a avalição da Ence é “convincente”. “Ainda assim” equipa do BPI vê o prémio a que a Altri negoceia como “justos”, tendo em conta (1) a qualidade dos activos, (2) menor risco regulativo na energia de biomassa e (3) melhor comunicação com o mercado."
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