Magrebe é «prioridade» na política externa portuguesa
O primeiro-ministro, José Sócrates, incentivou hoje os empresários portugueses a investirem no mercado argelino, dizendo que a região do Magrebe é uma nova prioridade na política externa portuguesa.
As palavras de José Sócrates foram proferidas num encontro com representantes de empresas portuguesas a operar no mercado argelino antes de inaugurar com o presidente da Argélia uma exposição sobre arte islâmica, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian.
«Vocês fazem um serviço a Portugal investindo na Argélia», declarou o primeiro-ministro, que tinha ao seu lado o ministro de Estado e dos negócios Estrangeiros, Luís Amado.
Na mira dos empresários portugueses estão concursos internacionais no domínio das obras públicas e da indústria de defesa.
Na sua breve intervenção, José Sócrates disse que a política externa nacional em relação ao norte de África tem «subido de importância gradualmente».
«Portugal tem cimeiras anuais com Marrocos, com a Argélia e com a Tunísia e abriu este ano uma embaixada na Líbia», salientou o chefe do Governo português.
Já sobre a exposição de arte islâmica, o primeiro-ministro português voltou a referir que Portugal «sente-se orgulhoso da cultura árabe que herdou».
«Nós temos uma componente árabe o que nos honra e nos distingue. Queremos preservar essa componente porque somos um país aberto e cosmopolita», disse.
A Argélia tem um ambicioso plano quinquenal de investimentos que ascende a 42 milhões de euros.
Empresas nacionais de construção civil e obras públicas como a Coba, Abrantina, Protelecom, Ferconsult, Efacec, Mota Engil,
Teixeira Duarte, Topecal, Amorim, Visabeira e Zagope já operam neste momento na Argélia.
Em Outubro passado, a EDP e a Sonatrach acordaram o estabelecimento de uma parceria empresarial na área do gás natural e da energia eléctrica, em que a empresa argelina passou a deter 2,03 por cento do capital da portuguesa.
O acordo prevê a constituição de uma empresa para a comercialização de gás natural, sob controlo conjunto das duas entidades, e a constituição de uma empresa comum para a criação de novas centrais de ciclo combinado, onde a Sonatrach ficará como accionista minoritário, mas com uma participação não inferior a 25 por cento.
Além da área da energia, empresas portuguesas têm já carteira de encomendas no mercado argelino, casos do Metro de Lisboa (estudos e projectos de expansão do metro de Argel),
a Teixeira Duarte (troço de auto-estrada e projecto hidráulico), a Efacec (equipamentos eléctricos), a Lena Construções (construção de estradas e intervenções no aeroporto de Argel), a Abrantina (intervenção no porto de Tipaza), a Zagope (construção de barragem) e a ISQ, que ganhou um concurso público para inspecção e avaliação da integridade estrutural de 850 equipamentos sob pressão instalados em unidades de liquefacção de gás natural
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