Cofina passa de prejuízos para lucros no primeiro semestre
25 Agosto 2011 | 17:37
Jornal de Negócios Online -
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Receitas operacionais da empresa liderada por Paulo Fernandes desceram devido às quebras nos produtos de marketing alternativo e da publicidade.
A Cofina registou lucros de 4,4 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, contra um prejuízo de 10,9 milhões de euros no período homólogo.
As receitas operacionais ascenderam a 62,2 milhões de euros, menos 6,8% face aos primeiros seis meses do ano passado. Isto porque o aumento de 0,8% das receitas de circulação não foi suficiente para anular as quebras registadas nos produtos de marketing alternativo, que atingiram 31,4%, e da publicidade, que registou uma diminuição de 8,4%, refere a empresa liderada por Paulo Fernandes em comunicado à CMVM.
“O primeiro semestre de 2011 ficou marcado por um contexto macroeconómico recessivo, que se fez sentir com grande intensidade na contracção do consumo privado. Assim, o investimento publicitário no conjunto do mercado registou quedas significativas, com os anunciantes a adiarem e reduzirem as suas decisões de investimento”, sublinha o documento.
O EBITDA no período em causa foi de cerca de 9,1 milhões de euros, o que corresponde a uma queda de 8,9% em termos homólogos. “No entanto, é de salientar o bom comportamento da área de jornais, cuja margem de rentabilidade aumentou em 0,7 pontos percentuais”, refere a empresa de media, que conta neste segmento com títulos como o “Jornal de Negócios”, “Correio da Manhã” e “Record”.
As receitas de circulação cresceram 1,4% no segmento de jornais. Já no segmento das revistas, registaram uma depreciação de 0,8% no período em análise.
“Os resultados financeiros verificaram uma melhoria significativa, para um valor quase nulo, sendo influenciados pela variação da cotação de mercado da Zon Multimédia”, empresa onde a Cofina detinha, no final de Junho, uma participação accionista de cerca de 1,3%.
O impacto total da participação accionista na Zon Multimédia na demonstração dos resultados do primeiro semestre de 2011 ascendeu a cerca de 2,4 milhões de euros. Refira-se que, já no decorrer do segundo semestre de 2011, a Cofina alienou a totalidade da sua participação na Zon.
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Caixa BI: Mercado publicitário penaliza resultados da Cofina
26 Agosto 2011 | 13:45
Hugo Paula -
hugopaula@negocios.pt
Os resultados da Cofina reflectem o mau momento do mercado publicitário e o desempenho operacional desapontou os analistas.
A empresa de media que é dona de jornais e revistas como o “Jornal de Negócios” e a “Sábado” apresentou os resultados do segundo semestre, em que deu conta de lucros de 4,5 milhões de euros.
No entanto, nos três meses que terminaram a 31 de Julho, teve um prejuízo de 300 mil euros, que compara com estimativas de lucros que apontavam para 1,3 milhões de euros, segundo o BPI Equity Research.
Os BPI diz, assim, que os resultados têm um impacto "negativo" e destaca que estes foram "piores do que esperado". As receitas terem ficado “em linha com as nossas expectativas”. No entanto, os custos ficaram 2% acima do esperado, contribuindo por isso para um desvio de 7% ao nível do EBITDA.
Já o Caixa BI sublinha que “os resultados da Cofina são caracterizados por uma performance positiva em termos de circulação”, diz o analista Guido Varatojo dos Santos, que refere o bom desempenho das vendas do “Correio da Manhã”.
Mas as receitas de publicidade declinaram 8,4% em termos homólogos, “consequência do difícil ambiente económico, o que tem penalizado o mercado publicitário”, explica.
“Apesar da performance positiva em termos de circulação no segmento de jornais, esta não foi suficiente para compensar o mau momento do mercado publicitário português”, conclui Guido Varatojo dos Santos.
O analista do BPI, Tiago Veiga Anjos, sublinhou que, “a partir de agora, o foco [dos investidores] deverá incidir sobre a evolução do mercado publicitário e o impacto que as actuais medidas de austeridade poderão ter no consumo privado”, destacou.
O BPI tem um preço-alvo de 0,70 euros para as acções da cotada liderada por Paulo Fernandes (na foto), o que lhes confere um potencial de valorização de 159% e justifica a recomendação de “acumular”. Já o Caixa BI avalia as acções em 0,85 euros (215% acima do actual valor de mercado) e recomenda de “comprar” os títulos.
Hoje as acções da Cofina estão a negociar inalteradas nos 0,27 euros.
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