ING coloca BES na lista de bancos preferidos na Europa
A banca portuguesa registou o melhor comportamento bolsista na Europa em 2006, mas o ING continua optimista para o desempenho dos bancos portugueses ao longo deste ano, tendo aumentado a recomendação de "neutral" para "overweight". O BES é mesmo um dos seus bancos preferidos na Europa para 2007.
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Nuno Carregueiro
nc@mediafin.pt
A banca portuguesa registou o melhor comportamento bolsista na Europa em 2006, mas o ING continua optimista para o desempenho dos bancos portugueses ao longo deste ano, tendo aumentado a recomendação de "neutral" para "overweight". O BES é mesmo um dos seus bancos preferidos na Europa para 2007.
Os bancos nacionais subiram em média 32% no ano passado, o que representou a melhor "performance" da banca europeia (apreciou 18,5%). O ING explica este desempenho "impressionante" com "os excelentes fundamentais e boas condições para operações de consolidação". Para a banca europeia, o ING continua a recomendar "neutral", tendo seleccionado quatro mercados preferidos.
Um deles é Portugal, com o ING a recomendar aos seus clientes uma sobre-exposição, devido ao "potencial de criação de valor da fusão BCP/BPI e a possível melhoria nas provisões do BES". "No nosso ponto de vista, os mercados grego, espanhol e português podem [em 2007] registar uma expansão nos seus múltiplos, em consequência de taxas de crescimento acima da média, por isso recomendamos ‘overweight’".
Evolução das acções do BES no último ano
BES entre os melhores
O ING seleccionou também os bancos que acredita que vão ter a melhor "performance" em 2007. Ao todo são nove e entre eles está o banco liderado por Ricardo Salgado.
"Acreditamos que o BES é a melhor opção para estar presente na recuperação da economia portuguesa, pois a sua exposição ao segmento empresarial deve dar frutos, com mais receitas e menos provisões", refere o ING, que subiu o preço-alvo do BES de 14,40 para 16 euros, mantendo a recomendação de "comprar".
O outro catalizador para as acções do BES está, segundo o ING, nos ganhos potenciais com a possível fusão do BCP com o BPI. O banco de investimento estima que, no espaço de 12 meses, o BES pode ganhar dois pontos percentuais de quota de mercado no segmento empresarial. Acrescenta que o fluxo de notícias no futuro deverá impulsionar o banco, como a apresentação dos resultados (1 de Fevereiro), a divulgação de dados económicos e a decisão da AdC sobre a OPA ao BPI.
Este optimismo dos analistas para as acções do BES surgiu sobretudo depois da OPA e do aumento de capital efectuado em 2006. Só este ano, foram cinco os bancos a emitirem "research" para o banco de Ricardo Salgado, apontando para uma avaliação média 15,43 euros por acção, o que se traduz numa capitalização bolsista próxima de 8 mil milhões de euros.
Evolução das acções do BCP no último ano
OPA ao BCP?
Apesar do BES ser o banco preferido do ING, o BCP e o BPI recebem também recomendações positivas, de "comprar" e "manter", respectivamente. Para o banco liderado por Paulo Teixeira Pinto, o preço-alvo é de 2,85 euros, mas o ING coloca o BCP na lista de bancos europeus que poderão ser alvo de uma OPA em 2007, um cenário que eleva substancialmente o valor do maior banco privado português. "Reconhecemos que o mercado pode considerar o banco português como um alvo de OPA, se a fusão com o BPI falhar, o que colocaria a gestão numa posição frágil, depois do fracasso na aquisição do romeno BCR", diz o ING, que ainda assim atribui uma "probabilidade baixa" a esta possibilidade. Tendo em conta a média dos avaliações de outros bancos adquiridos, o ING calcula que uma OPA ao BCP teria que ser feita a 3,70 euros.
No estudo efectuado no início do ano passado, o ING colocou o BPI na lista de bancos "opáveis"...