BALSEMÃO (E BILDERBERG) É QUEM MANDAM: MARCHAR EM FORÇA PARA ANGOLA!e marcar posições estratégicas em novos mercados emergentes, como é o caso de Angola, foram temas em foco na última reunião efectuada pelo Grupo de Bilderberg, no hotel Casa Suvretta na Suíça. Um Grupo que, como temos vindo a referir neste blogue, conta com Pinto Balsemão como membro permanente, embora nessa reunião na Suiça, tivessem participado mais dois portugueses ( Clara Ferreira Alves e o economista António Nogueira Leite, actual vice presidente da Caixa Geral de Depósitos ),como destacou o jornal suíço, A Tribuna de Genebra, que publicou a lista.
Porquê este introito? É que depois de lermos o tema central da «Visão» da semana passada, «O Poder do Dinheiro de Angola», desenvolvido no interior em cinco páginas, retomado no Expresso também no último fim de semana e pela SIC e SIC Notícias, ficou claro que Balsemão não hesita em usar toda a «artilharia» ao seu dispor, no caso, o grupo editorial Impresa, para também ele, seguindo as directrizes traçadas na reunião Bilderberg, reforçar as suas relações com certos grupos angolanos.
«A presença de Angola é cada vez mais forte na economia portuguesa. Saiba quem são os investidores, o que já dominam e o que ainda querem comprar», surge em destaque no artigo da «Visão». E no capítulo das conquistas aparece, logo à cabeça, o BCP, alvo apetecível dos capitais angolanos em Portugal, com a Sonangol a controlar já 11,5 % do capital. A »Visão» não o diz, off course, mas Balsemão já deu uma ajudinha para que esse objectivo tivesse êxito, através do lançamento em Angola e em Portugal da revista Rumo, um dos produtos da joint-venture «Rumo Media» (revista amplamente divulgada nos canais de TV da Impresa numa campanha publicitária denominada “Rumo ao sucesso”). Um sucesso que se explica facilmente: Balsemão associou-se aos angolanos da Finicapital para lançar o voo de ataque ao BCP ( link para o blogue Merdia de Vida onde o assunto está bem explicitado) e ganhou com isso uma participação minoritária num novo grupo de media…tudo com o apoio tácito do «velho» grupo media da Impresa, com todos os «meios« assestados em promover todas estas negociatas opacas e as estratégias do «chefe» Balsemão que se torna, assim, um peão muito útil no xadrez angolano de controlo do maior banco privado português. Ou seja, o amigo Balsemão ajuda os Angolanos a entrar no BCP e passa a ter acesso ao mercado dos media do país, tudo uma questão de negócios pouco claros, pois bem sabemos a necessidade dos capitais angolanos em se …escoarem. Resta saber se essa estratégia não terá sido gizada entre os comparsas do Gupo Bilderberg, os quais, na ultima reunião efectuada na Suiça, deliberaram apostar nos novos mercados emergentes, ou seja, aqueles que mostrem ter solidez ( ou liquidez) financeira, numa altura em que a crise tomou conta da Europa. E a última reunião do Grupo na Suiça já contou com a presença de dois chineses, um dos quais, Fu, Ying, foi vice ministro dos Negócios Estrangeiros…para a próxima, quase que apostamos que os angolanos também vão comparecer…
Interessante o que referiu o Luanda Digital, ao salientar que a joint-venture Rumo Media significa uma normalização das relações entre Luanda e Balsemão.
“Esta iniciativa é o primeiro passo da normalização das relações entre o grupo português e o regime angolano. Os órgãos do grupo não eram bem considerados pelas autoridades angolanas, principalmente após as reportagens sobre o acto eleitoral de 2008. A Finicapital é uma empresa próxima dos meios presidenciais, o que significa uma alteração na atitude dos angolanos”
E o que revela a Angonotícias. “A próxima assembleia geral do BCP vai formalizar o domínio dos interesses angolanos no banco, que passam a ter não um representante, como acontecia até agora (Manuel Vicente, presidente da Sonangol), mas pelo menos três membros no Conselho Geral e de Supervisão, estrutura onde as matérias estratégicas são decididas.E pela primeira vez, desde a sua fundação em 1986, o BCP terá na comissão executiva um gestor recrutado em grupos ligados a interesses accionistas: José Iglésias Soares, do angolano Banco Atlântico (detentor de 49 por cento do Millennium bcp Angola, e onde a Sonangol tem uma forte presença)”,
“A próxima reunião magna do BCP, agendada para 18 de Abril, vai decorrer num quadro de crise de liquidez e de confiança, o que facilita a passagem do controlo accionista do maior banco português para as mãos de capitais angolanos, liderados pela petrolífera estatal.
O reforço da Sonangol no BCP, em articulação com o Banco Atlântico e com a InterOceânico, holding liderada pelo banqueiro angolano Carlos da Silva (do Atlântico), é parte integrante da estratégia de consolidação do novo poder, que, em 2008, substituiu o grupo de Jardim Gonçalves. Carlos Santos Ferreira tem procurado juntar a este grupo, de modo a criar uma estrutura accionista equilibrada, capitais chineses, tendo mantido contactos com o ICBC.
É neste quadro que as listas candidatas aos órgãos sociais do BCP, subscritas por vários accionistas como a Sonangol, Metalgest (de Joe Berardo), Teixeira Duarte, EDP, Sabadell, STDM (de Stanley Ho, agora representada pela filha, Pansy), integram vários novos nomes ligados ao eixo angolano.
No Conselho Geral e de Supervisão, para além de Manuel Vicente, que ocupa o cargo de vice-presidente (a Sonangol, que lidera, é o maior accionista do BCP com 14,6 por cento do capital, com autorização do Banco de Portugal para subir até 20 por cento), este órgão de gestão passará a ser encabeçado por António Monteiro, embaixador português de carreira.
António Monteiro, que substitui Luís Champalimaud nas funções, é um dos accionistas portugueses (tal como Francisco Balsemão, Proença de Carvalho, Rui Nabeiro, e Hipólito Pires) da InterOceânico, holding controlada por capitais angolanos.
E é, também, quadro do Banco Atlântico. António Monteiro já pertencia aos órgão sociais do BCP, ocupando agora uma posição de maior relevo. Depois, também Carlos da Silva, que domina o Banco Atlântico e preside à InterOceânico, vai passar também a sentar-se no Conselho Geral.
O eixo angolano no BCP conta com o apoio de grandes accionistas portugueses, como é o caso da Teixeira Duarte (TD), que reforçou, ainda que ligeiramente, a sua posição no banco para 7,8 por cento. A TD tem interesses em Angola onde desenvolve parcerias com o Banco Atlântico. Se se articularem no BCP com os angolanos formam uma minoria de bloqueio. Outros investidores, ou já estão no país africano, ou projectam entrar.
É neste contexto, que vai entrar para a Comissão Executiva do BCP José Iglésias de Sousa, actual administrador do Banco Atlântico. A nomeação de Iglésias resulta numa alteração no modelo de governação, pois, na prática, este órgão deixa de ser totalmente independente dos accionistas, como acontecia desde a fundação. O que era aliás defendido por Jardim Gonçalves“.
AGORA SE PERCEBE A CAMPANHA CONTRA O SUPER-ESPIÃO
Entretanto, e voltando ao artigo da «Visão», num outro destaque fica-se a saber que a Newhold já conseguiu uma posição não qualificada de 1,7% no grupo da SIC, Expresso ,Visão e Caras entre outros títulos. Mas, sibilinamente, refere-se no mesmo destaque que os angolanos estão a tentar negociar a compra da participação de 23 % que a Ongoing detém na Impresa, o que lhes permitiria assumir quase 25% do capital do grupo.
Agora se percebe o descabelado ataque do Grupo Balsemão ao ex- responsável do SIED, Jorge Silva Carvalho, que levou este últimoa a afastar-se de um dos cargos de responsabilidade na Ongoing .Uma estratégia que, já afirmámos neste blogue, se insere num processo de liquidação dos Serviços de Informação, SIRP, sempre com o objectivo de impedir que alguém, que escudado em informações a que tenha tido acesso, visse à «lupa» esses «negócios»…tropicais.
Este processo de «branqueamento» dos negócios angolanos a que Balsemão se associou ( para, entre outros objectivos,tomar de assalto o controlo do BCP como aqui ficou bem claro) não pode ser perturbado…E quem lá for meter o nariz, leva! Nem que para tanto seja necessário descredibilizar as «secretas».
Aliás, este uso dos meios próprios para «branquear» situações e negócios é uma prática recorrente no «modus operandi» de Balsemão. Recorde-se a operação de limpeza do caso BPP quando tentou reaver os 4,7 milhões de euros que ele a família tinham no banco ao invocaram, pela primeira vez, a qualidade de credores, resgate esse que foi impugnado pelo Estado.
Cada vez mais surge reforçada a nossa convicção de estar em curso uma campanha maquiavélica tendo por alvo organismos do Estado que gozam de alguma autonomia dos governos (Forças Armadas e serviços de informação, por exemplo) ou instituições nacionais da sociedade civil (igrejas, maçonarias…) visando desestrutura-los e reduzi-los à expressão mais simples, para que não caiam em qualquer tentação de forjar alguma oposição às imposições “europeias”… Desse trabalho sujo se encarregam centros de decisão transnacionais e não-eleitos. Como o grupo Bilderberg, por exemplo. O caso Angolano é paradigmático dessa estratégia…
Fonte.
http://crimedigoeu.wordpress.com/2012/0 ... ra-angola/
j.f.vieira