Reforça «venda» e poderá rever em baixa estimativas
Lisbon Brokers diz resultados da Sonae Indústria foram «francamente maus»
Os resultados ontem divulgados pela Sonae Indústria foram «francamente maus», considera a Lisbon Brokers que reforçou a recomendação de «venda» após os mesmos, sublinhando que poderão vir a rever em baixa as estimativas para esta empresa. Os analistas do BPI também consideraram os números negativos principalmente na Europa central.
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Ana Filipa Rego
arego@mediafin.pt
Os resultados ontem divulgados pela Sonae Indústria foram «francamente maus», considera a Lisbon Brokers que reforçou a recomendação de «venda» após os mesmos, sublinhando que poderão vir a rever em baixa as estimativas para esta empresa. Os analistas do BPI também consideraram os números negativos principalmente na Europa central.
Numa nota de «research», o analista John dos Santos explica que «apesar do sólido crescimento ao nível das receitas, suportado pela aumento dos preços médio de venda, esta performance não foi traduzida efectivamente para a linha do EBITDA já que o aumento do custo das matérias primas teve um impacto nefasto nos custos operacionais».
A Sonae Indústria anunciou ontem que as receitas cresceram 7,1% em termos homólogos para os 410 milhões de euros sustentadas pelo aumento dos preços médio de venda, 4,3% acima da previsão de 393,1 milhões de euros desta casa de investimento.
No entanto, o EBITDA caiu 22% em termos homólogos para 46 milhões de euros, 16,8% abaixo das suas expectativas de 55,3 milhões de euros.
Para além disso, o especialista sublinha que os lucros – que caíram 87,1% para dois milhões de euros – «ficaram substancialmente abaixo» das suas expectativas de 9,8 milhões de euros.
Petróleo e incêndio no Canadá deverão afectar empresa nos próximos trimestres
A Lisbon Brokers acredita que a natureza cíclica da empresa «irá ser agravada» nos próximos trimestres por dois factores essenciais. Em primeiro lugar, o elevado preço do petróleo «irá continuar a ser um forte entrave à performance operacional da empresa».
Em segundo lugar, o incêndio sofrido na sua unidade fabril no Canadá - que, segundo a empresa deverá levar pelo menos dez meses a reparar - «irá afectar os níveis de produção e necessariamente os custos de transporte já que a empresa tem forçosamente de cumprir os seus contratos de fornecimento com os seus actuais clientes com a produção das suas outras fabricas».
«Deste modo, reforçamos a nossa recomendação de ‘venda’ nos títulos da Sonae Indústria com base num valor justo de sete euros por acção. Ainda assim vão actualizar o seu modelo para incorporar os resultados do primeiro trimestre de 2006 «que poderá resultar num ajuste para baixo das nossas estimativas», explica John dos Santos.
BPI sublinha negativamente desempenho na Europa central
Os resultados da Sonae Indústria também não surpreenderam pela positiva o BPI. No Iberian Daily desta casa de investimento, os analistas explicam que o impacto destes números é negativo uma vez que estavam à espera que a empresa registasse uma recuperação mais acelerada na Alemanha e em França.
Os resultados na Europa Central «desiludiram-nos uma vez que o impacto da subida dos preços foi menor do que aquilo que esperávamos», explicam os especialistas sublinhando que a Sonae Industria «foi apenas capaz de aumentar os preços em Março e que foi afectada pela subida nos custos das matérias-primas».
A mesma fonte remete ainda para o facto da paragem de produção no Canadá ser maior do que o previsto e que poderá impulsionar os custos de transporte uma vez que a empresa vai ser obrigada a fornecer os seus clientes na América do Norte através da suas fábricas ibéricas. No entanto, sublinha que continuam a acreditar que a empresa será capaz de ter um desempenho forte e de recuperar