http://www.oje.pt/noticias/negocios/vei ... arta-feira
Veículo eléctrico da Renault rola primeiros quilómetros em Portugal na quarta-feira
23/11/09, 07:48
OJE/Lusa
O primeiro carro eléctrico que a Renault vai pôr à venda no mercado vai rolar os primeiros quilómetros em Portugal na quarta-feira, uma versão eléctrica do Kangoo que a marca quer vender ao mesmo preço que a versão diesel.
Ao Kangoo eléctrico, seguir-se-á o Fluance (que tal como o Kangoo parte de uma base já existente com motor térmico) e mais tarde o Twizy e o Zoe, estes dois desenhados e pensados exclusivamente para o mercado eléctrico.
"A Renault vai comercializar o seu primeiro carro eléctrico dentro de 18 meses. O sentido em que hoje trabalhamos é que venderemos o automóvel e a bateria será alugada, num serviço prestado pela Renault", disse à Lusa o director de comunicação da Renault Portugal, Ricardo Oliveira.
Apesar de a bateria ser o componente tecnologicamente mais desenvolvido num carro eléctrico - e consequentemente o mais caro - a Renault planeia vender o Kangoo eléctrico ao mesmo preço da versão com motor de combustão a diesel.
"Para os carros que tenham uma equivalência no motor térmico, e estamos a falar por exemplo no Kangoo, venderemos o carro a um preço equivalente ao carro a diesel. Mesmo sem a bateria", disse a mesma fonte.
"Há aqui um efeito de economia de escala", explicou Ricardo Oliveira. "Anualmente vendem-se 60 milhões de carros de motor térmico. Nós sabemos que o carro eléctrico não vai ter esse volume, nem pouco mais ou menos, portanto apesar de o carro ser em teoria mais barato na produção, há um efeito de volume que também vai pesar no preço inicial", completou.
A Renault conta com outro factor: a diferença de custo da utilização do eléctrico face ao carro de motor térmico [de combustão interna]. "Meter o "combustível" - neste caso a electricidade - torna o custo de utilização do carro eléctrico cerca de 30% inferior ao de um carro a motor diesel", disse Ricardo Oliveira.
Os obstáculos iniciais que o carro eléctrico tem que vencer são muitos: pouca autonomia (abaixo dos 200 quilómetros), indefinição quanto aos pontos de carregamento e o preço inicial do carro são as principais críticas apontadas.
A Renault propõe três soluções para o carregamento: "o normal, que se faz em qualquer lugar onde haja uma ficha eléctrica (demora oito horas), o carregamento rápido, que implica uma infra-estrutura onde se carrega o carro em 20 minutos - com corrente trifásica e 32 amperes - e a troca de baterias numa estação de serviço em que um robot tira a bateria e mete outra carregada, em menos de três minutos", enumerou Ricardo Oliveira.
A Renault, acrescentou Ricardo Oliveira, está optimista quanto à penetração do carro eléctrico em Portugal, país onde identificou uma "série de vantagens".
"É um país pequeno, em que a maioria das deslocações não implica muita quilometragem. Depois o país tem um fornecedor de energia preferencial [a EDP] que vai ajudar no desenvolvimento da infra-estrutura [de carregamento]. O terceiro é a apetência que os portugueses têm pelas novas tecnologias", sublinhou.