Sonae SGPS - Tópico Geral
Esta "criatura", prestes a entregar a alma ao criador, passou de 5% negativa a positiva num "fosforo". Com um volume jeitoso. Há algum gato escondido com o rabo de fora, ou o Tio Belmy tinha uns trocos a mais e foi ás compras?
Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
Podes não chegar á Lua
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Re: gap
RuiAndrade Escreveu:Nyk Escreveu:RuiAndrade Escreveu:RuiAndrade Escreveu:parece que afinal o gap dos 0,417, "penso eu de que" vai ser fechado....![]()
tempos dificeis se avizinham...
cada vez mais parece uma realidade a curto prazo...![]()
Não estou a ver nenhum gap aberto nos valores ( 0,417 ) que referes, existe sim um, mas está actualmente entre os 0,436 e 0,439, se é que podemos chamar a isto um gap.
existia..... digo existia pq já foi fechado hoje de manha... fica o grafico ja postado anteriormente...
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Re: gap
Nyk Escreveu:RuiAndrade Escreveu:RuiAndrade Escreveu:parece que afinal o gap dos 0,417, "penso eu de que" vai ser fechado....![]()
tempos dificeis se avizinham...
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Não estou a ver nenhum gap aberto nos valores ( 0,417 ) que referes, existe sim um, mas está actualmente entre os 0,436 e 0,439, se é que podemos chamar a isto um gap.
existia..... digo existia pq já foi fechado hoje de manha... fica o grafico ja postado anteriormente...
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O Conselho de Administração da Sonae Distribuição SGPS, SA inaugurou hoje a sua nova unidade Modelo, em Palmela, Estrada Nacional, 252 - Volta da Pedra, Palmela.
O novo hipermercado de Palmela vem reforçar o desenvolvimento regional, representando um investimento de 8,5 milhões de euros e a criação de cerca de 161 novos postos de trabalho.
A inauguração contou com a presença do Presidente da Sonae Distribuição, Nuno Jordão e da Presidente da Câmara de Palmela, Ana Teresa Vicente.
O novo hipermercado de Palmela vem reforçar o desenvolvimento regional, representando um investimento de 8,5 milhões de euros e a criação de cerca de 161 novos postos de trabalho.
A inauguração contou com a presença do Presidente da Sonae Distribuição, Nuno Jordão e da Presidente da Câmara de Palmela, Ana Teresa Vicente.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Re: gap
RuiAndrade Escreveu:RuiAndrade Escreveu:parece que afinal o gap dos 0,417, "penso eu de que" vai ser fechado....![]()
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Não estou a ver nenhum gap aberto nos valores ( 0,417 ) que referes, existe sim um, mas está actualmente entre os 0,436 e 0,439, se é que podemos chamar a isto um gap.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
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Re: gap
RuiAndrade Escreveu:parece que afinal o gap dos 0,417, "penso eu de que" vai ser fechado....![]()
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Uma "holding" para novos negócios à escala global
Quais são os novos negócios onde a Sonae quer entrar?
--------------------------------------------------------------------------------
Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
Quais são os novos negócios onde a Sonae quer entrar?
Acho que não é o momento de falar nisso. Neste momento, somos uma empresa focada nos negócios que temos e a nossa prioridade é melhorar, crescer. Não é o momento de falarmos sobre novos negócios.
Mas vão entrar em novos negócios?
Estamos a trabalhar no nosso futuro de longo prazo e esse futuro pode contar com investimentos em novos negócios. Não é uma coisa de curto prazo, quer porque requereria outra preparação, outro tipo de “holding”, quer porque também não é o momento, em termos financeiros, para estar a fazer grandes investimentos, para além dos que temos previstos, que são bons, e que queremos fazer nos nossos negócios.
Outro tipo de “holding”, como?
Não é o momento de falar sobre isso. Nós temos muitas competências. O que a Sonae faz melhor é gerir tarefas complexas e sofisticadas. Conseguimos gerir a complexidade. Temos gente tecnicamente muito competente, muito trabalhadora e capaz de levar processos difíceis de implementar para a frente, isso depois reflecte-se em tarefas muito diferentes.
Mas estamos a falar de que tipo de negócios?
Não é específica a negócios, é específica a tipo de funções. Por exemplo, a integração do Carrefour. Tenho muita dificuldade em imaginar uma empresa fazer o que nós fizemos. Aliás, o próprio Carrefour teve muita dificuldade em perceber como é que o fizemos. Entregaram a loja, fechámos tudo e abrimos em dois dias com sistemas nossos, marcas nossas, produtos nossos, abastecimento centralizado em vez de entrega loja a loja.
Quando falamos da nova “holding”...
...Não quero falar da futura “holding”.
Mas estamos a falar em algo à escala global.
Acho que o futuro do grupo é cada vez mais internacional.
Quais são os novos negócios onde a Sonae quer entrar?
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Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
Quais são os novos negócios onde a Sonae quer entrar?
Acho que não é o momento de falar nisso. Neste momento, somos uma empresa focada nos negócios que temos e a nossa prioridade é melhorar, crescer. Não é o momento de falarmos sobre novos negócios.
Mas vão entrar em novos negócios?
Estamos a trabalhar no nosso futuro de longo prazo e esse futuro pode contar com investimentos em novos negócios. Não é uma coisa de curto prazo, quer porque requereria outra preparação, outro tipo de “holding”, quer porque também não é o momento, em termos financeiros, para estar a fazer grandes investimentos, para além dos que temos previstos, que são bons, e que queremos fazer nos nossos negócios.
Outro tipo de “holding”, como?
Não é o momento de falar sobre isso. Nós temos muitas competências. O que a Sonae faz melhor é gerir tarefas complexas e sofisticadas. Conseguimos gerir a complexidade. Temos gente tecnicamente muito competente, muito trabalhadora e capaz de levar processos difíceis de implementar para a frente, isso depois reflecte-se em tarefas muito diferentes.
Mas estamos a falar de que tipo de negócios?
Não é específica a negócios, é específica a tipo de funções. Por exemplo, a integração do Carrefour. Tenho muita dificuldade em imaginar uma empresa fazer o que nós fizemos. Aliás, o próprio Carrefour teve muita dificuldade em perceber como é que o fizemos. Entregaram a loja, fechámos tudo e abrimos em dois dias com sistemas nossos, marcas nossas, produtos nossos, abastecimento centralizado em vez de entrega loja a loja.
Quando falamos da nova “holding”...
...Não quero falar da futura “holding”.
Mas estamos a falar em algo à escala global.
Acho que o futuro do grupo é cada vez mais internacional.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Nunca faríamos uma OPA [à Zon] sem sermos convidados
A crise financeira fá-lo pensar: ainda bem que não compramos a PT ?
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Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
A crise financeira fá-lo pensar: “ainda bem que não compramos a PT”?
Sabe o que me faz pensar? Às vezes fico mesmo contente, contente, contente por não ter subido o preço. Houve uma altura em que me senti um bocadinho isolado. Todos os fundos achavam que não percebíamos a dinâmica do mercado, excessivamente conservadores, não queríamos subir acima de um certo risco e fomos um bocado mal tratados por causa disso, mas olhamos muitas vezes para os nossos números, fizemos muitas vezes as contas, e tenho muito orgulho de termos tomado a decisão de não subirmos o preço. Ao preço a que oferecemos, se as coisas tivessem corrido conforme o previsto, estaríamos bem, teria sido um bom negócio, estaríamos a correr riscos se a execução tivesse sido lenta, porque algumas coisas foram piores do que o nosso pior cenário. Havia um período de muita alavancagem. O crítico era a velocidade e o preço a que teríamos conseguido vender uma das redes fixas.
E coincidiria com a crise.
Em princípios seria antes. Até por imposição da Autoridade da Concorrência seria antes, mas são operações complicadas. As vendas poderiam ter atrasos, mas se tivesse corrido conforme tínhamos previsto teria sido uma excelente operação. Subir o preço teria sido muito mau para nós.
Seria a carta de sobrevivência da Sonaecom? A Sonaecom não está numa encruzilhada?
Numa encruzilhada de sobrevivência não está, de certeza. É um “player” absolutamente incontornável nas telecomunicações portuguesas: excelente rede móvel, excelente “backbone”, excelente equipa, é um “player” absolutamente incontornável. Se me está a perguntar se acho que a actual configuração do mercado é boa e faz sentido, acho que não. Vê-se, no dia-a-dia, uma concorrência irracional, muita gente com posições muito pequenas em alguns segmentos disposta a vender abaixo do custo real nesses segmentos, olhando para os investimentos numa lógica marginal e na esperança de ganhar crescimento, enquanto na área principal está sob ataque.
Está a pensar na Zon?
Na Zon e na PT. A Zon tem essa abordagem em relação à voz fixa, a PT tem essa abordagem em relação à televisão. A Vodafone tem essa abordagem em relação à Internet fixa e, portanto, a resultante é que é mau para todos. Ninguém cresce, ou cresce muito pouco, e a rentabilidade sofre. Há cenários de mercado em que isto podia acontecer com o mesmo interesse para o consumidor, mas com muita rentabilidade para o sector e a rentabilidade para o sector, num cenário de concorrência, garante mais concorrência futura aos consumidores, mais investimento e mais desenvolvimento. Não achamos que esta configuração de quatro “players” desequilibrados em vários segmentos seja uma configuração útil para um desenvolvimento do sector a prazo.
E qual é a alternativa? Uma nova OPA?
(Risos). Não, de todo.
Uma consolidação com a Zon?
Temos uma posição pública, como accionistas da Sonaecom, que a fusão da Zon e Sonaecom seria a solução no papel mais fácil para rapidamente construir um mercado muito bem balanceado e competitivo.
Mas...continua a não ver interesse por parte dos accionistas da Zon?
Uns têm, outros não. Não temos sido muito activos nisso, excepto em que temos tido muito empenho em demonstrar, quer aos accionistas quer ao Governo, que saberemos ser um accionista que sabe partilhar poder, sentar-se à volta da mesa e gerir as coisas com bom senso. Penso que um dos problemas é que há uma certa crença que a Sonae só tem actividades que controla e em que quer mandar sozinha.
Era a postura até há pouco tempo, não era?
“Quod erat demonstrandum” [como se queria demonstrar]. Essa percepção existe e vocês acabam de a dizer.
Foi assumida pelo seu antecessor.
Não é verdade.
O seu pai costumava dizer que não gostava de estar em negócios onde tivesse muito dinheiro e pouco mando.
O meu pai, como empreendedor que foi deste grupo, construiu talvez a empresa com mais alianças que alguma vez foi feita em Portugal, que é a Sonae Sierra. A Sonae Sierra tem 50-50 com tudo, projecto a projecto, fundo a fundo, “holding” a “holding”. Nunca ninguém conseguiu gerir tantas alianças 50-50 como a Sonae Sierra.
Mas manda...
Não. Partilha exactamente a meio e é com metade do capital. Partilhamos 50-50, não decidimos nada sozinhos e não decidimos em cima, não decidimos no fundo e não decidimos em baixo.
Não tem replicado esse modelo noutras áreas.
Não é verdade. Na distribuição temos o Max Mat 50-50, temos a Star onde acabámos de fazer 50-50. É mais uma percepção, do que a realidade. Depois quando digo Sonae Sierra, uma empresa muito grande com 15 alianças, dizem: ‘ok é só isso’. Caramba. Só? Expliquem-me outra empresa que tenha tanto só...
Estão a reforçar na Sonaecom.
Na Sonaecom de facto comprámos acções, mas não muda o controlo. Temos mais de 50%, é uma questão financeira de acharmos que é barata.
Não é para a retirar de bolsa?
Não. Achamos que nos faz bem estarmos expostos ao mercado de capitais. Outros exemplos. Nos seguros, somos minoritários no Brasil, temos 45% de uma empresa, muito capital e o outro sócio tem 55%, que manda muito mais do que nós. Na Sonae Capital, temos imensas alianças onde somos minoritários. É verdade que muitas vezes em relação a muitos sectores tomámos essa posição [de mandar]. Na indústria, sempre dissemos isso, a nossa função é gerir, temos uma visão muito diferente dos “players” no sector, não queremos estar em nenhum sítio a não ser em... mesmo aí quando foi o primeiro grande passo de expansão comprámos 14% da Tafisa, o segundo maior cotado em bolsa. Temos essa flexibilidade. Nascemos num grupo de gestão. Já foi há muito tempo, mas a Sonae dizia que a vantagem competitiva que tinha era saber gerir, num país onde havia pouca prática de gestão. Durante um período, fomos assim, tínhamos uma diversificação muito grande. Mas o percurso que fazemos há 20 anos é o contrário. É focar, tornar-nos especialistas, sermos maioritários onde somos os que sabemos mais, se não formos os que sabemos mais podemos ser minoritários, podemos ficar com 50%. Cada vez mais o caminho será esse. Mas há essa percepção. Nós temos tido muito empenho junto dos accionistas da Zon e do Governo em demonstrar que podemos ser de outra maneira. Outra coisa que é mais complicada é uma certa percepção que a Sonae até é uma força de oposição, uma força independente e política, que se opõe aos governos. Também temos demonstrado que somos, de facto, independentes e frontais, mas não somos força política, muito menos oposição a este governo.
Então onde vem o entrave para haver essa fusão?
Ainda não há vontade de toda a gente. Estou a dizer que me esforço, não estou a dizer que consigo. Ainda há boa parte dessa percepção, não chega eu dizer. Há pessoas que têm outra visão do mercado.
É o Governo?
Sobre visão do mercado, acho que não. Acho que muitas pessoas no Governo ainda têm dúvidas se a Sonae se juntará realmente à volta da mesa para ser um sócio com outros sócios. Acho que ainda há pessoas que duvidam disso.
O concurso para o quinto canal, que depende do poder político, pode ser um entrave nesta fase?
Acho que não. Os temas da comunicação social reforçam muito a componente política, mas não me parece que seja o quinto canal a questão que está a complicar isto. Não me parece.
Depois de fazer uma OPA sobre a PT, por que razão é a Sonaecom tem sido pouco activa a tentar concretizar essa fusão?
Hoje, não há dúvida nenhuma que a nossa oferta sobre a PT foi uma oferta de valor económico inquestionável e não perdemos por causa disso, perdemos por questões de poder. Ora, aprendemos. A Zon tem exactamente as mesmas características, o mesmo bloqueio de estatutos, a mesma ou até mais forte, presença do Governo. Nunca faríamos uma OPA nessas condições, a não ser que fossemos convidados a fazer, porque está visto que não interessa o preço, depois a decisão é política. Não faz sentido. Custa muito dinheiro e não se consegue nada.
É precisamente esse o ponto, a presença do estado na Zon, ainda que de forma indirecta?
Não sei se é só Estado. Acho que é importante todos os accionistas se sentirem confortáveis com a Sonae, pelo menos em larga maioria.
A crise financeira fá-lo pensar: ainda bem que não compramos a PT ?
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Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
A crise financeira fá-lo pensar: “ainda bem que não compramos a PT”?
Sabe o que me faz pensar? Às vezes fico mesmo contente, contente, contente por não ter subido o preço. Houve uma altura em que me senti um bocadinho isolado. Todos os fundos achavam que não percebíamos a dinâmica do mercado, excessivamente conservadores, não queríamos subir acima de um certo risco e fomos um bocado mal tratados por causa disso, mas olhamos muitas vezes para os nossos números, fizemos muitas vezes as contas, e tenho muito orgulho de termos tomado a decisão de não subirmos o preço. Ao preço a que oferecemos, se as coisas tivessem corrido conforme o previsto, estaríamos bem, teria sido um bom negócio, estaríamos a correr riscos se a execução tivesse sido lenta, porque algumas coisas foram piores do que o nosso pior cenário. Havia um período de muita alavancagem. O crítico era a velocidade e o preço a que teríamos conseguido vender uma das redes fixas.
E coincidiria com a crise.
Em princípios seria antes. Até por imposição da Autoridade da Concorrência seria antes, mas são operações complicadas. As vendas poderiam ter atrasos, mas se tivesse corrido conforme tínhamos previsto teria sido uma excelente operação. Subir o preço teria sido muito mau para nós.
Seria a carta de sobrevivência da Sonaecom? A Sonaecom não está numa encruzilhada?
Numa encruzilhada de sobrevivência não está, de certeza. É um “player” absolutamente incontornável nas telecomunicações portuguesas: excelente rede móvel, excelente “backbone”, excelente equipa, é um “player” absolutamente incontornável. Se me está a perguntar se acho que a actual configuração do mercado é boa e faz sentido, acho que não. Vê-se, no dia-a-dia, uma concorrência irracional, muita gente com posições muito pequenas em alguns segmentos disposta a vender abaixo do custo real nesses segmentos, olhando para os investimentos numa lógica marginal e na esperança de ganhar crescimento, enquanto na área principal está sob ataque.
Está a pensar na Zon?
Na Zon e na PT. A Zon tem essa abordagem em relação à voz fixa, a PT tem essa abordagem em relação à televisão. A Vodafone tem essa abordagem em relação à Internet fixa e, portanto, a resultante é que é mau para todos. Ninguém cresce, ou cresce muito pouco, e a rentabilidade sofre. Há cenários de mercado em que isto podia acontecer com o mesmo interesse para o consumidor, mas com muita rentabilidade para o sector e a rentabilidade para o sector, num cenário de concorrência, garante mais concorrência futura aos consumidores, mais investimento e mais desenvolvimento. Não achamos que esta configuração de quatro “players” desequilibrados em vários segmentos seja uma configuração útil para um desenvolvimento do sector a prazo.
E qual é a alternativa? Uma nova OPA?
(Risos). Não, de todo.
Uma consolidação com a Zon?
Temos uma posição pública, como accionistas da Sonaecom, que a fusão da Zon e Sonaecom seria a solução no papel mais fácil para rapidamente construir um mercado muito bem balanceado e competitivo.
Mas...continua a não ver interesse por parte dos accionistas da Zon?
Uns têm, outros não. Não temos sido muito activos nisso, excepto em que temos tido muito empenho em demonstrar, quer aos accionistas quer ao Governo, que saberemos ser um accionista que sabe partilhar poder, sentar-se à volta da mesa e gerir as coisas com bom senso. Penso que um dos problemas é que há uma certa crença que a Sonae só tem actividades que controla e em que quer mandar sozinha.
Era a postura até há pouco tempo, não era?
“Quod erat demonstrandum” [como se queria demonstrar]. Essa percepção existe e vocês acabam de a dizer.
Foi assumida pelo seu antecessor.
Não é verdade.
O seu pai costumava dizer que não gostava de estar em negócios onde tivesse muito dinheiro e pouco mando.
O meu pai, como empreendedor que foi deste grupo, construiu talvez a empresa com mais alianças que alguma vez foi feita em Portugal, que é a Sonae Sierra. A Sonae Sierra tem 50-50 com tudo, projecto a projecto, fundo a fundo, “holding” a “holding”. Nunca ninguém conseguiu gerir tantas alianças 50-50 como a Sonae Sierra.
Mas manda...
Não. Partilha exactamente a meio e é com metade do capital. Partilhamos 50-50, não decidimos nada sozinhos e não decidimos em cima, não decidimos no fundo e não decidimos em baixo.
Não tem replicado esse modelo noutras áreas.
Não é verdade. Na distribuição temos o Max Mat 50-50, temos a Star onde acabámos de fazer 50-50. É mais uma percepção, do que a realidade. Depois quando digo Sonae Sierra, uma empresa muito grande com 15 alianças, dizem: ‘ok é só isso’. Caramba. Só? Expliquem-me outra empresa que tenha tanto só...
Estão a reforçar na Sonaecom.
Na Sonaecom de facto comprámos acções, mas não muda o controlo. Temos mais de 50%, é uma questão financeira de acharmos que é barata.
Não é para a retirar de bolsa?
Não. Achamos que nos faz bem estarmos expostos ao mercado de capitais. Outros exemplos. Nos seguros, somos minoritários no Brasil, temos 45% de uma empresa, muito capital e o outro sócio tem 55%, que manda muito mais do que nós. Na Sonae Capital, temos imensas alianças onde somos minoritários. É verdade que muitas vezes em relação a muitos sectores tomámos essa posição [de mandar]. Na indústria, sempre dissemos isso, a nossa função é gerir, temos uma visão muito diferente dos “players” no sector, não queremos estar em nenhum sítio a não ser em... mesmo aí quando foi o primeiro grande passo de expansão comprámos 14% da Tafisa, o segundo maior cotado em bolsa. Temos essa flexibilidade. Nascemos num grupo de gestão. Já foi há muito tempo, mas a Sonae dizia que a vantagem competitiva que tinha era saber gerir, num país onde havia pouca prática de gestão. Durante um período, fomos assim, tínhamos uma diversificação muito grande. Mas o percurso que fazemos há 20 anos é o contrário. É focar, tornar-nos especialistas, sermos maioritários onde somos os que sabemos mais, se não formos os que sabemos mais podemos ser minoritários, podemos ficar com 50%. Cada vez mais o caminho será esse. Mas há essa percepção. Nós temos tido muito empenho junto dos accionistas da Zon e do Governo em demonstrar que podemos ser de outra maneira. Outra coisa que é mais complicada é uma certa percepção que a Sonae até é uma força de oposição, uma força independente e política, que se opõe aos governos. Também temos demonstrado que somos, de facto, independentes e frontais, mas não somos força política, muito menos oposição a este governo.
Então onde vem o entrave para haver essa fusão?
Ainda não há vontade de toda a gente. Estou a dizer que me esforço, não estou a dizer que consigo. Ainda há boa parte dessa percepção, não chega eu dizer. Há pessoas que têm outra visão do mercado.
É o Governo?
Sobre visão do mercado, acho que não. Acho que muitas pessoas no Governo ainda têm dúvidas se a Sonae se juntará realmente à volta da mesa para ser um sócio com outros sócios. Acho que ainda há pessoas que duvidam disso.
O concurso para o quinto canal, que depende do poder político, pode ser um entrave nesta fase?
Acho que não. Os temas da comunicação social reforçam muito a componente política, mas não me parece que seja o quinto canal a questão que está a complicar isto. Não me parece.
Depois de fazer uma OPA sobre a PT, por que razão é a Sonaecom tem sido pouco activa a tentar concretizar essa fusão?
Hoje, não há dúvida nenhuma que a nossa oferta sobre a PT foi uma oferta de valor económico inquestionável e não perdemos por causa disso, perdemos por questões de poder. Ora, aprendemos. A Zon tem exactamente as mesmas características, o mesmo bloqueio de estatutos, a mesma ou até mais forte, presença do Governo. Nunca faríamos uma OPA nessas condições, a não ser que fossemos convidados a fazer, porque está visto que não interessa o preço, depois a decisão é política. Não faz sentido. Custa muito dinheiro e não se consegue nada.
É precisamente esse o ponto, a presença do estado na Zon, ainda que de forma indirecta?
Não sei se é só Estado. Acho que é importante todos os accionistas se sentirem confortáveis com a Sonae, pelo menos em larga maioria.
Editado pela última vez por Nyk em 19/11/2008 8:19, num total de 1 vez.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Entrevista a Paulo Azevedo (versão integral)
"Não temos espaço para aquisições muito grandes"
A Sonae Sierra é um exemplo de internacionalização que a Sonae quer seguir. É também um bom exemplo de como a empresa consegue viver em parcerias, mensagem que a Sonae não tem conseguido passar.
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Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
A Sonae Sierra é um exemplo de internacionalização que a Sonae quer seguir. É também um bom exemplo de como a empresa consegue viver em parcerias, mensagem que a Sonae não tem conseguido passar.
Paulo Azevedo, que assumiu a presidência da Sonae SGPS em Maio de 2007, diz em entrevista ao Negócios, ontem publicada em papel e hoje aqui na integra, que o seu grupo não tem perfil para ser um conglomerado nacional.
Os resultados podem dar a sensação que a Sonae está a “comprar” crescimento. As receitas estão a crescer, mas os custos crescem ainda mais. Gostávamos de perceber se a Sonae está angustiada e se esta percepção que a Sonae está a comprar crescimento corresponde à realidade. E as compras vão traduzir-se em rentabilidade?
Em primeiro lugar surpreendido com essa percepção. Nós compramos muita coisa. O mais importante, que torna o resto quase imaterial, foi a compra do Carrefour em Portugal, isso tem uma componente importante no nosso crescimento. Se houvesse essa percepção seria a de ‘vocês só crescem porque compram coisas’. E não. A distribuição cresce a dois dígitos, somando o crescimento “like for like” [na mesma base de lojas] e a expansão orgânica. Isso é algo que temos feito ao longo dos anos e temo-nos comprometido em continuar a fazer. As pessoas acham estranho como é que é possível. A Sonae é um retalhista, num país maduro, como é que cresce 10% ao ano sem aquisições?
Por via da expansão das lojas.
Sim. O “like for like” subiu 1% este ano. Porque é que os custos crescem mais do que as receitas? Continuando nessa área, porque é a que se pode ligar a essa possível interpretação, o nosso compromisso é logo no primeiro ano ter a mesma margem operacional recorrente para o todo que tínhamos no ano passado sem a aquisição. Para isso acontecer, as receitas têm de crescer exactamente ou mais que os custos. Se conseguirmos fazer isso a resposta à pergunta será também aí não, os custos não sobem mais do que as receitas. Há muita gente que tem dúvidas que consigamos fazer a nossa promessa.
E vão conseguir?
Dissemos no semestre e dissemos agora no trimestre que reconhecemos que o mercado mudou em relação à altura em que demos o compromisso público. O “guidance” vai ser muito mais difícil fazer do que o que tínhamos imaginado. Mas estamos confiantes que conseguiremos.
No trimestre continuam a ter aumento de custos superior ao das receitas.
No alimentar, que é a componente que mais tinha a ver com o nosso compromisso, a margem do trimestre já é igual à margem do trimestre alimentar do ano passado. Até conseguimos o nosso objectivo um bocadinho antes do que o trimestre mais importante, que é o quarto, mas o não-alimentar está abaixo do ano passado. O compromisso é em relação a tudo. Achávamos que o não-alimentar não ia piorar e ia demorar mais tempo o Carrefour. E portanto não estou a fugir ao “guidance”, porque o nosso “guidance” é sobre tudo e é esse que estamos apostados em conseguir. No trimestre já se vê, estamos a conseguir fazer a integração muito rápida e com sucesso das lojas do Carrefour. O mercado está mais difícil, está mais difícil no alimentar e está sobretudo mais difícil o não-alimentar, mesmo assim, achamos que vai fazer.
Mesmo olhando para os dados mais recentes em termos de evolução da economia e consumo privado, mantém o objectivo e acha que consegue fazer?
Sim.
Têm de actuar mais ao nível de custos?
Tivemos de trabalhar mais do que o que estávamos à espera. Alguma coisa nos custos, muita coisa na relação com o cliente, muita aposta nas nossas marcas próprias e primeiros preços, aumentámos muito as gamas. E também muita aposta nos frescos e perecíveis, com reforço importante de gama. Com segmentação em produtos Continente, “Premium”, Primeiro Preço. E a operação, do Carrefour, teve de ser feita muito rapidamente. O cartão do cliente também é um utensílio muito importante nesta altura, podemos comunicar com os clientes, chamá-los à loja mais vezes, atraindo-os com descontos, promoções, com produtos que sabemos ser interessantes para eles. Tem sido, no que diz respeito ao retalho, essencialmente isso. No não-alimentar, a média engana um pouco. Temos formatos a correr muito bem, a Modalfa e a Sport Zone. Estamos essencialmente a sofrer em dois formatos: a Vobis e a Max Mat. A Vobis percebe-se bem, os computadores estão, neste momento, essencialmente a ser dados, é muito difícil vender computadores com um programa com tanto sucesso de promoção e oferta por parte do Governo e dos operadores [móveis], incluindo nós próprios. Esse formato está sob muita pressão. E o Max Mat também, sente-se pela construção. É um formato que não é só consumidor, atrai também pequenos construtores. É um formato semi-profissional e sofre com esta queda da construção.
Admitem desinvestir em algum desses formatos?
Não. Nós somos mais de investir do que de desinvestir, mas podemos procurar outras soluções.
A Vobis ainda faz sentido no grupo Sonae?
O que faz muito sentido no grupo Sonae é a competência que temos nessa área, mas temos estado cada vez mais a utilizar essa competência nas nossas outras lojas. É fundamental para a Worten termos sido especialistas no sector de computação, porque a Worten é muito competente nessa área. Temos cada vez mais essa competência a crescer no lado da Worten. E fizemos agora algum reposicionamento na marca e loja [Vobis], alargar para outros sub-segmentos além da informática mais directa. Se os computadores são de borla, alguma coisa há-de poder vender-se aos detentores dos computadores, aumentar acessórios, memórias, up-grades, impressoras, consumíveis. Vamos tentar adaptar-nos a essa realidade.
Qual é, então, o espaço de crescimento da Sonae Distribuição?
A Sonae Distribuição tem espaço para crescer a dois dígitos e continuamos a dizer que o fim desse programa será 2011. Temos de fazer o suficiente no crescimento internacional para, nessa altura, já termos uma base suficiente para a parte internacional poder dar uma boa taxa de crescimento ao conjunto. Isso é difícil. Porque agora somos 90 e muitos por cento em Portugal, se a partir de 2011 o grosso de crescimento vai ser fora de Portugal, é preciso fazer algum trabalho. Também se podia fazer só uma aquisição nessa altura, com o cash flow impressionante que a Sonae Distribuição gera todos os anos e não tendo lojas para fazer... Em vez de fazer isso poderia investir, certamente fará nessa altura aquisições, mas para fazermos boas aquisições temos de conhecer já bem os mercados, saber medir o nosso “know how” nos nossos formatos no mercado europeu em concorrência internacional fora de Portugal, sem as inter-ajudas entre formatos que existe aqui. Nesse aspecto, dificilmente poderia ter corrido melhor o ano. Iniciámos dois dos formatos mais fortes em Espanha: um por expansão orgânica, outro por aquisição, a Sport Zone e Worten. No caso da Sport Zone a expansão orgânica é mais fácil, é um formato essencialmente de centro comercial. Achamos que é o melhor formato de centro comercial na Europa, que tem um potencial incrível. Fomos para um mercado que tem dois campeões no desporto – Decathlon e Corte Inglés. Não escolhemos um mercado fácil, mas achamos que somos claramente melhor operador de lojas de desporto em centros comerciais do que qualquer um desses operadores. E tem corrido muito bem. Abrimos mais rápido do que o que estávamos inicialmente à espera. Temos quatro lojas e vamos ter seis até ao final do ano. É um arranque claramente rápido.
Estes formatos são facilitados pela rede da Sonae Sierra?
Na teoria sim, mas na prática não. Nenhuma destas lojas é num centro comercial da Sonae. Não calhou. Os bons centros que estavam a abrir com espaços não eram da Sonae Sierra. Esta abriu um centro em Espanha mas estava completo.
E na expansão para além Espanha, a Sierra pode ser um bom contacto?
Pode. E mesmo em Espanha, há sempre alguma remodelação onde pode haver oportunidades. Mas a Sonae Sierra e a Sonae Distribuição sempre tiveram uma relação com alguma independência. É importante para a Sonae Sierra os lojistas sentirem que trata a Distribuição da mesma forma que os trata a todos, não há discriminação. E a Sonae Distribuição também quer ser cliente de todos os operadores de centros comerciais e portanto luta por lugares nesses centros, da mesma forma que luta por lugares na Sonae Sierra. Penso que a Sonae Distribuição é o maior cliente de todos os operadores de centros comerciais europeus, pelo menos dos mais relevantes, Chamartín, Imorendimento, enfim é um forte cliente e isso tem de se manter. No caso da Worten, Boulanger é muito diferente, é preciso alguma logística local. Comprámos uma rede com um centro logístico e armazém próprio e também tem um “fit” com a situação do mercado. É um mercado deprimido e portanto há oportunidades de compra. A cadeia que comprámos foi essencialmente pelo valor imobiliário das lojas que eram detidas, não pagamos pelo “goodwill” do negócio. Há que aproveitar estes tempos para fazer bons negócios.
Os tempos são bons para comprar?
É. Para quem tem dinheiro.
O vosso balanço é confortável para aquisições?
Não temos espaço para aquisições muito grandes. Para estas deste género, temos para várias. Mas para aquisições muito, muito significativas não temos. A Sonae tem a sorte de ter sobretudo um balanço muito bem financiado, porque não é um balanço pouco alavancado. Mas está tudo financiado a médio e longo prazo, em boas condições, nas alturas certas e com alguma folga, o que nos permite fazer algumas aquisições, mas nada de realmente transformador.
Que mercados é que estão a ser analisados, além da presença em Espanha?
Aí coincide com a Sonae Sierra. Não só por serem empresas do mesmo grupo, mas também porque têm alguns objectivos comuns. Crescer em mercados onde a modernização do aparelho de retalho ainda está a caminho. É mais difícil entrar em mercados maduros. E também é mais fácil entrar em mercados onde isso já está a acontecer com algum ritmo, do que naqueles que ainda estão a ver se os conceitos de retalho moderno pegam. Estamos a olhar, em ambos os casos, para a Roménia e Turquia, e em fases mais exploratórias para boa parte dos países de Leste e boa parte dos países da Bacia Mediterrânea.
"Não temos espaço para aquisições muito grandes"
A Sonae Sierra é um exemplo de internacionalização que a Sonae quer seguir. É também um bom exemplo de como a empresa consegue viver em parcerias, mensagem que a Sonae não tem conseguido passar.
--------------------------------------------------------------------------------
Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
A Sonae Sierra é um exemplo de internacionalização que a Sonae quer seguir. É também um bom exemplo de como a empresa consegue viver em parcerias, mensagem que a Sonae não tem conseguido passar.
Paulo Azevedo, que assumiu a presidência da Sonae SGPS em Maio de 2007, diz em entrevista ao Negócios, ontem publicada em papel e hoje aqui na integra, que o seu grupo não tem perfil para ser um conglomerado nacional.
Os resultados podem dar a sensação que a Sonae está a “comprar” crescimento. As receitas estão a crescer, mas os custos crescem ainda mais. Gostávamos de perceber se a Sonae está angustiada e se esta percepção que a Sonae está a comprar crescimento corresponde à realidade. E as compras vão traduzir-se em rentabilidade?
Em primeiro lugar surpreendido com essa percepção. Nós compramos muita coisa. O mais importante, que torna o resto quase imaterial, foi a compra do Carrefour em Portugal, isso tem uma componente importante no nosso crescimento. Se houvesse essa percepção seria a de ‘vocês só crescem porque compram coisas’. E não. A distribuição cresce a dois dígitos, somando o crescimento “like for like” [na mesma base de lojas] e a expansão orgânica. Isso é algo que temos feito ao longo dos anos e temo-nos comprometido em continuar a fazer. As pessoas acham estranho como é que é possível. A Sonae é um retalhista, num país maduro, como é que cresce 10% ao ano sem aquisições?
Por via da expansão das lojas.
Sim. O “like for like” subiu 1% este ano. Porque é que os custos crescem mais do que as receitas? Continuando nessa área, porque é a que se pode ligar a essa possível interpretação, o nosso compromisso é logo no primeiro ano ter a mesma margem operacional recorrente para o todo que tínhamos no ano passado sem a aquisição. Para isso acontecer, as receitas têm de crescer exactamente ou mais que os custos. Se conseguirmos fazer isso a resposta à pergunta será também aí não, os custos não sobem mais do que as receitas. Há muita gente que tem dúvidas que consigamos fazer a nossa promessa.
E vão conseguir?
Dissemos no semestre e dissemos agora no trimestre que reconhecemos que o mercado mudou em relação à altura em que demos o compromisso público. O “guidance” vai ser muito mais difícil fazer do que o que tínhamos imaginado. Mas estamos confiantes que conseguiremos.
No trimestre continuam a ter aumento de custos superior ao das receitas.
No alimentar, que é a componente que mais tinha a ver com o nosso compromisso, a margem do trimestre já é igual à margem do trimestre alimentar do ano passado. Até conseguimos o nosso objectivo um bocadinho antes do que o trimestre mais importante, que é o quarto, mas o não-alimentar está abaixo do ano passado. O compromisso é em relação a tudo. Achávamos que o não-alimentar não ia piorar e ia demorar mais tempo o Carrefour. E portanto não estou a fugir ao “guidance”, porque o nosso “guidance” é sobre tudo e é esse que estamos apostados em conseguir. No trimestre já se vê, estamos a conseguir fazer a integração muito rápida e com sucesso das lojas do Carrefour. O mercado está mais difícil, está mais difícil no alimentar e está sobretudo mais difícil o não-alimentar, mesmo assim, achamos que vai fazer.
Mesmo olhando para os dados mais recentes em termos de evolução da economia e consumo privado, mantém o objectivo e acha que consegue fazer?
Sim.
Têm de actuar mais ao nível de custos?
Tivemos de trabalhar mais do que o que estávamos à espera. Alguma coisa nos custos, muita coisa na relação com o cliente, muita aposta nas nossas marcas próprias e primeiros preços, aumentámos muito as gamas. E também muita aposta nos frescos e perecíveis, com reforço importante de gama. Com segmentação em produtos Continente, “Premium”, Primeiro Preço. E a operação, do Carrefour, teve de ser feita muito rapidamente. O cartão do cliente também é um utensílio muito importante nesta altura, podemos comunicar com os clientes, chamá-los à loja mais vezes, atraindo-os com descontos, promoções, com produtos que sabemos ser interessantes para eles. Tem sido, no que diz respeito ao retalho, essencialmente isso. No não-alimentar, a média engana um pouco. Temos formatos a correr muito bem, a Modalfa e a Sport Zone. Estamos essencialmente a sofrer em dois formatos: a Vobis e a Max Mat. A Vobis percebe-se bem, os computadores estão, neste momento, essencialmente a ser dados, é muito difícil vender computadores com um programa com tanto sucesso de promoção e oferta por parte do Governo e dos operadores [móveis], incluindo nós próprios. Esse formato está sob muita pressão. E o Max Mat também, sente-se pela construção. É um formato que não é só consumidor, atrai também pequenos construtores. É um formato semi-profissional e sofre com esta queda da construção.
Admitem desinvestir em algum desses formatos?
Não. Nós somos mais de investir do que de desinvestir, mas podemos procurar outras soluções.
A Vobis ainda faz sentido no grupo Sonae?
O que faz muito sentido no grupo Sonae é a competência que temos nessa área, mas temos estado cada vez mais a utilizar essa competência nas nossas outras lojas. É fundamental para a Worten termos sido especialistas no sector de computação, porque a Worten é muito competente nessa área. Temos cada vez mais essa competência a crescer no lado da Worten. E fizemos agora algum reposicionamento na marca e loja [Vobis], alargar para outros sub-segmentos além da informática mais directa. Se os computadores são de borla, alguma coisa há-de poder vender-se aos detentores dos computadores, aumentar acessórios, memórias, up-grades, impressoras, consumíveis. Vamos tentar adaptar-nos a essa realidade.
Qual é, então, o espaço de crescimento da Sonae Distribuição?
A Sonae Distribuição tem espaço para crescer a dois dígitos e continuamos a dizer que o fim desse programa será 2011. Temos de fazer o suficiente no crescimento internacional para, nessa altura, já termos uma base suficiente para a parte internacional poder dar uma boa taxa de crescimento ao conjunto. Isso é difícil. Porque agora somos 90 e muitos por cento em Portugal, se a partir de 2011 o grosso de crescimento vai ser fora de Portugal, é preciso fazer algum trabalho. Também se podia fazer só uma aquisição nessa altura, com o cash flow impressionante que a Sonae Distribuição gera todos os anos e não tendo lojas para fazer... Em vez de fazer isso poderia investir, certamente fará nessa altura aquisições, mas para fazermos boas aquisições temos de conhecer já bem os mercados, saber medir o nosso “know how” nos nossos formatos no mercado europeu em concorrência internacional fora de Portugal, sem as inter-ajudas entre formatos que existe aqui. Nesse aspecto, dificilmente poderia ter corrido melhor o ano. Iniciámos dois dos formatos mais fortes em Espanha: um por expansão orgânica, outro por aquisição, a Sport Zone e Worten. No caso da Sport Zone a expansão orgânica é mais fácil, é um formato essencialmente de centro comercial. Achamos que é o melhor formato de centro comercial na Europa, que tem um potencial incrível. Fomos para um mercado que tem dois campeões no desporto – Decathlon e Corte Inglés. Não escolhemos um mercado fácil, mas achamos que somos claramente melhor operador de lojas de desporto em centros comerciais do que qualquer um desses operadores. E tem corrido muito bem. Abrimos mais rápido do que o que estávamos inicialmente à espera. Temos quatro lojas e vamos ter seis até ao final do ano. É um arranque claramente rápido.
Estes formatos são facilitados pela rede da Sonae Sierra?
Na teoria sim, mas na prática não. Nenhuma destas lojas é num centro comercial da Sonae. Não calhou. Os bons centros que estavam a abrir com espaços não eram da Sonae Sierra. Esta abriu um centro em Espanha mas estava completo.
E na expansão para além Espanha, a Sierra pode ser um bom contacto?
Pode. E mesmo em Espanha, há sempre alguma remodelação onde pode haver oportunidades. Mas a Sonae Sierra e a Sonae Distribuição sempre tiveram uma relação com alguma independência. É importante para a Sonae Sierra os lojistas sentirem que trata a Distribuição da mesma forma que os trata a todos, não há discriminação. E a Sonae Distribuição também quer ser cliente de todos os operadores de centros comerciais e portanto luta por lugares nesses centros, da mesma forma que luta por lugares na Sonae Sierra. Penso que a Sonae Distribuição é o maior cliente de todos os operadores de centros comerciais europeus, pelo menos dos mais relevantes, Chamartín, Imorendimento, enfim é um forte cliente e isso tem de se manter. No caso da Worten, Boulanger é muito diferente, é preciso alguma logística local. Comprámos uma rede com um centro logístico e armazém próprio e também tem um “fit” com a situação do mercado. É um mercado deprimido e portanto há oportunidades de compra. A cadeia que comprámos foi essencialmente pelo valor imobiliário das lojas que eram detidas, não pagamos pelo “goodwill” do negócio. Há que aproveitar estes tempos para fazer bons negócios.
Os tempos são bons para comprar?
É. Para quem tem dinheiro.
O vosso balanço é confortável para aquisições?
Não temos espaço para aquisições muito grandes. Para estas deste género, temos para várias. Mas para aquisições muito, muito significativas não temos. A Sonae tem a sorte de ter sobretudo um balanço muito bem financiado, porque não é um balanço pouco alavancado. Mas está tudo financiado a médio e longo prazo, em boas condições, nas alturas certas e com alguma folga, o que nos permite fazer algumas aquisições, mas nada de realmente transformador.
Que mercados é que estão a ser analisados, além da presença em Espanha?
Aí coincide com a Sonae Sierra. Não só por serem empresas do mesmo grupo, mas também porque têm alguns objectivos comuns. Crescer em mercados onde a modernização do aparelho de retalho ainda está a caminho. É mais difícil entrar em mercados maduros. E também é mais fácil entrar em mercados onde isso já está a acontecer com algum ritmo, do que naqueles que ainda estão a ver se os conceitos de retalho moderno pegam. Estamos a olhar, em ambos os casos, para a Roménia e Turquia, e em fases mais exploratórias para boa parte dos países de Leste e boa parte dos países da Bacia Mediterrânea.
Editado pela última vez por Nyk em 19/11/2008 8:22, num total de 1 vez.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Entrevista a Paulo Azevedo (versão integral)
"Não temos espaço para aquisições muito grandes"
A Sonae Sierra é um exemplo de internacionalização que a Sonae quer seguir. É também um bom exemplo de como a empresa consegue viver em parcerias, mensagem que a Sonae não tem conseguido passar.
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Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
A Sonae Sierra é um exemplo de internacionalização que a Sonae quer seguir. É também um bom exemplo de como a empresa consegue viver em parcerias, mensagem que a Sonae não tem conseguido passar.
Paulo Azevedo, que assumiu a presidência da Sonae SGPS em Maio de 2007, diz em entrevista ao Negócios, ontem publicada em papel e hoje aqui na integra, que o seu grupo não tem perfil para ser um conglomerado nacional.
Os resultados podem dar a sensação que a Sonae está a “comprar” crescimento. As receitas estão a crescer, mas os custos crescem ainda mais. Gostávamos de perceber se a Sonae está angustiada e se esta percepção que a Sonae está a comprar crescimento corresponde à realidade. E as compras vão traduzir-se em rentabilidade?
Em primeiro lugar surpreendido com essa percepção. Nós compramos muita coisa. O mais importante, que torna o resto quase imaterial, foi a compra do Carrefour em Portugal, isso tem uma componente importante no nosso crescimento. Se houvesse essa percepção seria a de ‘vocês só crescem porque compram coisas’. E não. A distribuição cresce a dois dígitos, somando o crescimento “like for like” [na mesma base de lojas] e a expansão orgânica. Isso é algo que temos feito ao longo dos anos e temo-nos comprometido em continuar a fazer. As pessoas acham estranho como é que é possível. A Sonae é um retalhista, num país maduro, como é que cresce 10% ao ano sem aquisições?
Por via da expansão das lojas.
Sim. O “like for like” subiu 1% este ano. Porque é que os custos crescem mais do que as receitas? Continuando nessa área, porque é a que se pode ligar a essa possível interpretação, o nosso compromisso é logo no primeiro ano ter a mesma margem operacional recorrente para o todo que tínhamos no ano passado sem a aquisição. Para isso acontecer, as receitas têm de crescer exactamente ou mais que os custos. Se conseguirmos fazer isso a resposta à pergunta será também aí não, os custos não sobem mais do que as receitas. Há muita gente que tem dúvidas que consigamos fazer a nossa promessa.
E vão conseguir?
Dissemos no semestre e dissemos agora no trimestre que reconhecemos que o mercado mudou em relação à altura em que demos o compromisso público. O “guidance” vai ser muito mais difícil fazer do que o que tínhamos imaginado. Mas estamos confiantes que conseguiremos.
No trimestre continuam a ter aumento de custos superior ao das receitas.
No alimentar, que é a componente que mais tinha a ver com o nosso compromisso, a margem do trimestre já é igual à margem do trimestre alimentar do ano passado. Até conseguimos o nosso objectivo um bocadinho antes do que o trimestre mais importante, que é o quarto, mas o não-alimentar está abaixo do ano passado. O compromisso é em relação a tudo. Achávamos que o não-alimentar não ia piorar e ia demorar mais tempo o Carrefour. E portanto não estou a fugir ao “guidance”, porque o nosso “guidance” é sobre tudo e é esse que estamos apostados em conseguir. No trimestre já se vê, estamos a conseguir fazer a integração muito rápida e com sucesso das lojas do Carrefour. O mercado está mais difícil, está mais difícil no alimentar e está sobretudo mais difícil o não-alimentar, mesmo assim, achamos que vai fazer.
Mesmo olhando para os dados mais recentes em termos de evolução da economia e consumo privado, mantém o objectivo e acha que consegue fazer?
Sim.
Têm de actuar mais ao nível de custos?
Tivemos de trabalhar mais do que o que estávamos à espera. Alguma coisa nos custos, muita coisa na relação com o cliente, muita aposta nas nossas marcas próprias e primeiros preços, aumentámos muito as gamas. E também muita aposta nos frescos e perecíveis, com reforço importante de gama. Com segmentação em produtos Continente, “Premium”, Primeiro Preço. E a operação, do Carrefour, teve de ser feita muito rapidamente. O cartão do cliente também é um utensílio muito importante nesta altura, podemos comunicar com os clientes, chamá-los à loja mais vezes, atraindo-os com descontos, promoções, com produtos que sabemos ser interessantes para eles. Tem sido, no que diz respeito ao retalho, essencialmente isso. No não-alimentar, a média engana um pouco. Temos formatos a correr muito bem, a Modalfa e a Sport Zone. Estamos essencialmente a sofrer em dois formatos: a Vobis e a Max Mat. A Vobis percebe-se bem, os computadores estão, neste momento, essencialmente a ser dados, é muito difícil vender computadores com um programa com tanto sucesso de promoção e oferta por parte do Governo e dos operadores [móveis], incluindo nós próprios. Esse formato está sob muita pressão. E o Max Mat também, sente-se pela construção. É um formato que não é só consumidor, atrai também pequenos construtores. É um formato semi-profissional e sofre com esta queda da construção.
Admitem desinvestir em algum desses formatos?
Não. Nós somos mais de investir do que de desinvestir, mas podemos procurar outras soluções.
A Vobis ainda faz sentido no grupo Sonae?
O que faz muito sentido no grupo Sonae é a competência que temos nessa área, mas temos estado cada vez mais a utilizar essa competência nas nossas outras lojas. É fundamental para a Worten termos sido especialistas no sector de computação, porque a Worten é muito competente nessa área. Temos cada vez mais essa competência a crescer no lado da Worten. E fizemos agora algum reposicionamento na marca e loja [Vobis], alargar para outros sub-segmentos além da informática mais directa. Se os computadores são de borla, alguma coisa há-de poder vender-se aos detentores dos computadores, aumentar acessórios, memórias, up-grades, impressoras, consumíveis. Vamos tentar adaptar-nos a essa realidade.
Qual é, então, o espaço de crescimento da Sonae Distribuição?
A Sonae Distribuição tem espaço para crescer a dois dígitos e continuamos a dizer que o fim desse programa será 2011. Temos de fazer o suficiente no crescimento internacional para, nessa altura, já termos uma base suficiente para a parte internacional poder dar uma boa taxa de crescimento ao conjunto. Isso é difícil. Porque agora somos 90 e muitos por cento em Portugal, se a partir de 2011 o grosso de crescimento vai ser fora de Portugal, é preciso fazer algum trabalho. Também se podia fazer só uma aquisição nessa altura, com o cash flow impressionante que a Sonae Distribuição gera todos os anos e não tendo lojas para fazer... Em vez de fazer isso poderia investir, certamente fará nessa altura aquisições, mas para fazermos boas aquisições temos de conhecer já bem os mercados, saber medir o nosso “know how” nos nossos formatos no mercado europeu em concorrência internacional fora de Portugal, sem as inter-ajudas entre formatos que existe aqui. Nesse aspecto, dificilmente poderia ter corrido melhor o ano. Iniciámos dois dos formatos mais fortes em Espanha: um por expansão orgânica, outro por aquisição, a Sport Zone e Worten. No caso da Sport Zone a expansão orgânica é mais fácil, é um formato essencialmente de centro comercial. Achamos que é o melhor formato de centro comercial na Europa, que tem um potencial incrível. Fomos para um mercado que tem dois campeões no desporto – Decathlon e Corte Inglés. Não escolhemos um mercado fácil, mas achamos que somos claramente melhor operador de lojas de desporto em centros comerciais do que qualquer um desses operadores. E tem corrido muito bem. Abrimos mais rápido do que o que estávamos inicialmente à espera. Temos quatro lojas e vamos ter seis até ao final do ano. É um arranque claramente rápido.
Estes formatos são facilitados pela rede da Sonae Sierra?
Na teoria sim, mas na prática não. Nenhuma destas lojas é num centro comercial da Sonae. Não calhou. Os bons centros que estavam a abrir com espaços não eram da Sonae Sierra. Esta abriu um centro em Espanha mas estava completo.
E na expansão para além Espanha, a Sierra pode ser um bom contacto?
Pode. E mesmo em Espanha, há sempre alguma remodelação onde pode haver oportunidades. Mas a Sonae Sierra e a Sonae Distribuição sempre tiveram uma relação com alguma independência. É importante para a Sonae Sierra os lojistas sentirem que trata a Distribuição da mesma forma que os trata a todos, não há discriminação. E a Sonae Distribuição também quer ser cliente de todos os operadores de centros comerciais e portanto luta por lugares nesses centros, da mesma forma que luta por lugares na Sonae Sierra. Penso que a Sonae Distribuição é o maior cliente de todos os operadores de centros comerciais europeus, pelo menos dos mais relevantes, Chamartín, Imorendimento, enfim é um forte cliente e isso tem de se manter. No caso da Worten, Boulanger é muito diferente, é preciso alguma logística local. Comprámos uma rede com um centro logístico e armazém próprio e também tem um “fit” com a situação do mercado. É um mercado deprimido e portanto há oportunidades de compra. A cadeia que comprámos foi essencialmente pelo valor imobiliário das lojas que eram detidas, não pagamos pelo “goodwill” do negócio. Há que aproveitar estes tempos para fazer bons negócios.
Os tempos são bons para comprar?
É. Para quem tem dinheiro.
O vosso balanço é confortável para aquisições?
Não temos espaço para aquisições muito grandes. Para estas deste género, temos para várias. Mas para aquisições muito, muito significativas não temos. A Sonae tem a sorte de ter sobretudo um balanço muito bem financiado, porque não é um balanço pouco alavancado. Mas está tudo financiado a médio e longo prazo, em boas condições, nas alturas certas e com alguma folga, o que nos permite fazer algumas aquisições, mas nada de realmente transformador.
Que mercados é que estão a ser analisados, além da presença em Espanha?
Aí coincide com a Sonae Sierra. Não só por serem empresas do mesmo grupo, mas também porque têm alguns objectivos comuns. Crescer em mercados onde a modernização do aparelho de retalho ainda está a caminho. É mais difícil entrar em mercados maduros. E também é mais fácil entrar em mercados onde isso já está a acontecer com algum ritmo, do que naqueles que ainda estão a ver se os conceitos de retalho moderno pegam. Estamos a olhar, em ambos os casos, para a Roménia e Turquia, e em fases mais exploratórias para boa parte dos países de Leste e boa parte dos países da Bacia Mediterrânea.
"Não temos espaço para aquisições muito grandes"
A Sonae Sierra é um exemplo de internacionalização que a Sonae quer seguir. É também um bom exemplo de como a empresa consegue viver em parcerias, mensagem que a Sonae não tem conseguido passar.
--------------------------------------------------------------------------------
Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
A Sonae Sierra é um exemplo de internacionalização que a Sonae quer seguir. É também um bom exemplo de como a empresa consegue viver em parcerias, mensagem que a Sonae não tem conseguido passar.
Paulo Azevedo, que assumiu a presidência da Sonae SGPS em Maio de 2007, diz em entrevista ao Negócios, ontem publicada em papel e hoje aqui na integra, que o seu grupo não tem perfil para ser um conglomerado nacional.
Os resultados podem dar a sensação que a Sonae está a “comprar” crescimento. As receitas estão a crescer, mas os custos crescem ainda mais. Gostávamos de perceber se a Sonae está angustiada e se esta percepção que a Sonae está a comprar crescimento corresponde à realidade. E as compras vão traduzir-se em rentabilidade?
Em primeiro lugar surpreendido com essa percepção. Nós compramos muita coisa. O mais importante, que torna o resto quase imaterial, foi a compra do Carrefour em Portugal, isso tem uma componente importante no nosso crescimento. Se houvesse essa percepção seria a de ‘vocês só crescem porque compram coisas’. E não. A distribuição cresce a dois dígitos, somando o crescimento “like for like” [na mesma base de lojas] e a expansão orgânica. Isso é algo que temos feito ao longo dos anos e temo-nos comprometido em continuar a fazer. As pessoas acham estranho como é que é possível. A Sonae é um retalhista, num país maduro, como é que cresce 10% ao ano sem aquisições?
Por via da expansão das lojas.
Sim. O “like for like” subiu 1% este ano. Porque é que os custos crescem mais do que as receitas? Continuando nessa área, porque é a que se pode ligar a essa possível interpretação, o nosso compromisso é logo no primeiro ano ter a mesma margem operacional recorrente para o todo que tínhamos no ano passado sem a aquisição. Para isso acontecer, as receitas têm de crescer exactamente ou mais que os custos. Se conseguirmos fazer isso a resposta à pergunta será também aí não, os custos não sobem mais do que as receitas. Há muita gente que tem dúvidas que consigamos fazer a nossa promessa.
E vão conseguir?
Dissemos no semestre e dissemos agora no trimestre que reconhecemos que o mercado mudou em relação à altura em que demos o compromisso público. O “guidance” vai ser muito mais difícil fazer do que o que tínhamos imaginado. Mas estamos confiantes que conseguiremos.
No trimestre continuam a ter aumento de custos superior ao das receitas.
No alimentar, que é a componente que mais tinha a ver com o nosso compromisso, a margem do trimestre já é igual à margem do trimestre alimentar do ano passado. Até conseguimos o nosso objectivo um bocadinho antes do que o trimestre mais importante, que é o quarto, mas o não-alimentar está abaixo do ano passado. O compromisso é em relação a tudo. Achávamos que o não-alimentar não ia piorar e ia demorar mais tempo o Carrefour. E portanto não estou a fugir ao “guidance”, porque o nosso “guidance” é sobre tudo e é esse que estamos apostados em conseguir. No trimestre já se vê, estamos a conseguir fazer a integração muito rápida e com sucesso das lojas do Carrefour. O mercado está mais difícil, está mais difícil no alimentar e está sobretudo mais difícil o não-alimentar, mesmo assim, achamos que vai fazer.
Mesmo olhando para os dados mais recentes em termos de evolução da economia e consumo privado, mantém o objectivo e acha que consegue fazer?
Sim.
Têm de actuar mais ao nível de custos?
Tivemos de trabalhar mais do que o que estávamos à espera. Alguma coisa nos custos, muita coisa na relação com o cliente, muita aposta nas nossas marcas próprias e primeiros preços, aumentámos muito as gamas. E também muita aposta nos frescos e perecíveis, com reforço importante de gama. Com segmentação em produtos Continente, “Premium”, Primeiro Preço. E a operação, do Carrefour, teve de ser feita muito rapidamente. O cartão do cliente também é um utensílio muito importante nesta altura, podemos comunicar com os clientes, chamá-los à loja mais vezes, atraindo-os com descontos, promoções, com produtos que sabemos ser interessantes para eles. Tem sido, no que diz respeito ao retalho, essencialmente isso. No não-alimentar, a média engana um pouco. Temos formatos a correr muito bem, a Modalfa e a Sport Zone. Estamos essencialmente a sofrer em dois formatos: a Vobis e a Max Mat. A Vobis percebe-se bem, os computadores estão, neste momento, essencialmente a ser dados, é muito difícil vender computadores com um programa com tanto sucesso de promoção e oferta por parte do Governo e dos operadores [móveis], incluindo nós próprios. Esse formato está sob muita pressão. E o Max Mat também, sente-se pela construção. É um formato que não é só consumidor, atrai também pequenos construtores. É um formato semi-profissional e sofre com esta queda da construção.
Admitem desinvestir em algum desses formatos?
Não. Nós somos mais de investir do que de desinvestir, mas podemos procurar outras soluções.
A Vobis ainda faz sentido no grupo Sonae?
O que faz muito sentido no grupo Sonae é a competência que temos nessa área, mas temos estado cada vez mais a utilizar essa competência nas nossas outras lojas. É fundamental para a Worten termos sido especialistas no sector de computação, porque a Worten é muito competente nessa área. Temos cada vez mais essa competência a crescer no lado da Worten. E fizemos agora algum reposicionamento na marca e loja [Vobis], alargar para outros sub-segmentos além da informática mais directa. Se os computadores são de borla, alguma coisa há-de poder vender-se aos detentores dos computadores, aumentar acessórios, memórias, up-grades, impressoras, consumíveis. Vamos tentar adaptar-nos a essa realidade.
Qual é, então, o espaço de crescimento da Sonae Distribuição?
A Sonae Distribuição tem espaço para crescer a dois dígitos e continuamos a dizer que o fim desse programa será 2011. Temos de fazer o suficiente no crescimento internacional para, nessa altura, já termos uma base suficiente para a parte internacional poder dar uma boa taxa de crescimento ao conjunto. Isso é difícil. Porque agora somos 90 e muitos por cento em Portugal, se a partir de 2011 o grosso de crescimento vai ser fora de Portugal, é preciso fazer algum trabalho. Também se podia fazer só uma aquisição nessa altura, com o cash flow impressionante que a Sonae Distribuição gera todos os anos e não tendo lojas para fazer... Em vez de fazer isso poderia investir, certamente fará nessa altura aquisições, mas para fazermos boas aquisições temos de conhecer já bem os mercados, saber medir o nosso “know how” nos nossos formatos no mercado europeu em concorrência internacional fora de Portugal, sem as inter-ajudas entre formatos que existe aqui. Nesse aspecto, dificilmente poderia ter corrido melhor o ano. Iniciámos dois dos formatos mais fortes em Espanha: um por expansão orgânica, outro por aquisição, a Sport Zone e Worten. No caso da Sport Zone a expansão orgânica é mais fácil, é um formato essencialmente de centro comercial. Achamos que é o melhor formato de centro comercial na Europa, que tem um potencial incrível. Fomos para um mercado que tem dois campeões no desporto – Decathlon e Corte Inglés. Não escolhemos um mercado fácil, mas achamos que somos claramente melhor operador de lojas de desporto em centros comerciais do que qualquer um desses operadores. E tem corrido muito bem. Abrimos mais rápido do que o que estávamos inicialmente à espera. Temos quatro lojas e vamos ter seis até ao final do ano. É um arranque claramente rápido.
Estes formatos são facilitados pela rede da Sonae Sierra?
Na teoria sim, mas na prática não. Nenhuma destas lojas é num centro comercial da Sonae. Não calhou. Os bons centros que estavam a abrir com espaços não eram da Sonae Sierra. Esta abriu um centro em Espanha mas estava completo.
E na expansão para além Espanha, a Sierra pode ser um bom contacto?
Pode. E mesmo em Espanha, há sempre alguma remodelação onde pode haver oportunidades. Mas a Sonae Sierra e a Sonae Distribuição sempre tiveram uma relação com alguma independência. É importante para a Sonae Sierra os lojistas sentirem que trata a Distribuição da mesma forma que os trata a todos, não há discriminação. E a Sonae Distribuição também quer ser cliente de todos os operadores de centros comerciais e portanto luta por lugares nesses centros, da mesma forma que luta por lugares na Sonae Sierra. Penso que a Sonae Distribuição é o maior cliente de todos os operadores de centros comerciais europeus, pelo menos dos mais relevantes, Chamartín, Imorendimento, enfim é um forte cliente e isso tem de se manter. No caso da Worten, Boulanger é muito diferente, é preciso alguma logística local. Comprámos uma rede com um centro logístico e armazém próprio e também tem um “fit” com a situação do mercado. É um mercado deprimido e portanto há oportunidades de compra. A cadeia que comprámos foi essencialmente pelo valor imobiliário das lojas que eram detidas, não pagamos pelo “goodwill” do negócio. Há que aproveitar estes tempos para fazer bons negócios.
Os tempos são bons para comprar?
É. Para quem tem dinheiro.
O vosso balanço é confortável para aquisições?
Não temos espaço para aquisições muito grandes. Para estas deste género, temos para várias. Mas para aquisições muito, muito significativas não temos. A Sonae tem a sorte de ter sobretudo um balanço muito bem financiado, porque não é um balanço pouco alavancado. Mas está tudo financiado a médio e longo prazo, em boas condições, nas alturas certas e com alguma folga, o que nos permite fazer algumas aquisições, mas nada de realmente transformador.
Que mercados é que estão a ser analisados, além da presença em Espanha?
Aí coincide com a Sonae Sierra. Não só por serem empresas do mesmo grupo, mas também porque têm alguns objectivos comuns. Crescer em mercados onde a modernização do aparelho de retalho ainda está a caminho. É mais difícil entrar em mercados maduros. E também é mais fácil entrar em mercados onde isso já está a acontecer com algum ritmo, do que naqueles que ainda estão a ver se os conceitos de retalho moderno pegam. Estamos a olhar, em ambos os casos, para a Roménia e Turquia, e em fases mais exploratórias para boa parte dos países de Leste e boa parte dos países da Bacia Mediterrânea.
Editado pela última vez por Nyk em 19/11/2008 8:25, num total de 1 vez.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Paulo Azevedo
Cenários na Sonae revistos semanalmente
Com dois anos de liderança, qual é o seu olhar sobre a crise, que é a mais grave desde a Grande Depressão?
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Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
Com dois anos de liderança, qual é o seu olhar sobre a crise, que é a mais grave desde a Grande Depressão?
Tem dado muito trabalho na construção de cenários. Ninguém soube até agora prever, com qualquer fiabilidade, o impacto da crise a três meses. Nem estou a dizer a um ano. Portanto, vamos fazer cenários, e olhar para o que faremos em cenários bons, maus, péssimos, mais péssimos do que alguma vez se achou péssimo e ver como gerir os nossos negócios em todos esses cenários.
Com que periodicidade é que estão a ser revistos os cenários na Sonae?
Eu diria quase semanal. Mas nós temos muitas empresas.
Todas muito expostas ao consumo privado.
Sim. Os nossos negócios são negócios de consumidor. A parte de “business to business” [para empresas] é muito pequena.
E a crise económica só agora está a começar.
Certo, mas os nossos negócios de consumidor não são necessariamente menos resiliantes do que os “business to business”, pelo contrário. Temos visto as empresas a cortarem investimento. Podem fazê-lo de forma radical e há mercados que desaparecem. O consumidor pode comer um bocadinho menos, mas nas crises até tende a comer menos nos restaurantes e a comprar mais nos supermercados e por isso o bom comportamento que o retalho alimentar tem tido. O alimentar é um sector resiliante, se não mesmo contra-ciclíco. O não alimentar já não é assim.
Cenários na Sonae revistos semanalmente
Com dois anos de liderança, qual é o seu olhar sobre a crise, que é a mais grave desde a Grande Depressão?
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Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
Com dois anos de liderança, qual é o seu olhar sobre a crise, que é a mais grave desde a Grande Depressão?
Tem dado muito trabalho na construção de cenários. Ninguém soube até agora prever, com qualquer fiabilidade, o impacto da crise a três meses. Nem estou a dizer a um ano. Portanto, vamos fazer cenários, e olhar para o que faremos em cenários bons, maus, péssimos, mais péssimos do que alguma vez se achou péssimo e ver como gerir os nossos negócios em todos esses cenários.
Com que periodicidade é que estão a ser revistos os cenários na Sonae?
Eu diria quase semanal. Mas nós temos muitas empresas.
Todas muito expostas ao consumo privado.
Sim. Os nossos negócios são negócios de consumidor. A parte de “business to business” [para empresas] é muito pequena.
E a crise económica só agora está a começar.
Certo, mas os nossos negócios de consumidor não são necessariamente menos resiliantes do que os “business to business”, pelo contrário. Temos visto as empresas a cortarem investimento. Podem fazê-lo de forma radical e há mercados que desaparecem. O consumidor pode comer um bocadinho menos, mas nas crises até tende a comer menos nos restaurantes e a comprar mais nos supermercados e por isso o bom comportamento que o retalho alimentar tem tido. O alimentar é um sector resiliante, se não mesmo contra-ciclíco. O não alimentar já não é assim.
Editado pela última vez por Nyk em 19/11/2008 8:23, num total de 1 vez.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Nunca lançaríamos uma OPA sobre a Zon sem sermos convidados"
O presidente da Sonae, Paulo Azevedo, fala, em entrevista ao Negócios, do grupo e dos desafios futuros. Um dos principais é o da internacionalização nos negócios "onde somos bons", como no retalho e nos centros comerciais. E admite, sem tabus, que, nas telecomunicações, a fusão entre Zon e Sonaecom faz sentido. Mas há obstáculos que ainda não estão ultrapassados.
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Rui Neves
ruineves@mediafin.pt
João Cândido da Silva
joaosilva@mediafin.pt
Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
O presidente da Sonae, Paulo Azevedo, fala, em entrevista ao Negócios, do grupo e dos desafios futuros. Um dos principais é o da internacionalização nos negócios "onde somos bons", como no retalho e nos centros comerciais. E admite, sem tabus, que, nas telecomunicações, a fusão entre Zon e Sonaecom faz sentido. Mas há obstáculos que ainda não estão ultrapassados.
"Não temos espaço para aquisições muito grandes", afirmou em entrevista Paulo Azevedo que acrescenta que “os bancos não querem conversar sobre novos centros comerciais”.
O presidente da Sonae, Paulo Azevedo, fala, em entrevista ao Negócios, do grupo e dos desafios futuros. Um dos principais é o da internacionalização nos negócios "onde somos bons", como no retalho e nos centros comerciais. E admite, sem tabus, que, nas telecomunicações, a fusão entre Zon e Sonaecom faz sentido. Mas há obstáculos que ainda não estão ultrapassados.
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Rui Neves
ruineves@mediafin.pt
João Cândido da Silva
joaosilva@mediafin.pt
Alexandra Machado
amachado@mediafin.pt
O presidente da Sonae, Paulo Azevedo, fala, em entrevista ao Negócios, do grupo e dos desafios futuros. Um dos principais é o da internacionalização nos negócios "onde somos bons", como no retalho e nos centros comerciais. E admite, sem tabus, que, nas telecomunicações, a fusão entre Zon e Sonaecom faz sentido. Mas há obstáculos que ainda não estão ultrapassados.
"Não temos espaço para aquisições muito grandes", afirmou em entrevista Paulo Azevedo que acrescenta que “os bancos não querem conversar sobre novos centros comerciais”.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Futuro....
Analistas salientam maior pressão nos resultados da Sonae SGPS após "Conference Call"
A "Conference Call" da Sonae SGPS, realizada no final da semana passada, não trouxe grandes novidades, para os analistas do BPI e do Espírito Santo Research. Ambos salientam que a "holding" liderada por Paulo Azevedo deverá continuar a sentir forte pressão nos resultados, dada a conjuntura económica actual.
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Paulo Moutinho
paulomoutinho@mediafin.pt
A “Conference Call” da Sonae SGPS, realizada no final da semana passada, não trouxe grandes novidades, para os analistas do BPI e do Espírito Santo Research. Ambos salientam que a “holding” liderada por Paulo Azevedo deverá continuar a sentir forte pressão nos resultados, dada a conjuntura económica actual.
“A Sonae SGPS deu um novo ‘outlook’ negativo para o negócio da Sonae Sierra, em particular em resultado da desaceleração do crescimento daqui para a frente, o elevado grau de incerteza no sector imobiliário que dificulta a análise da Sonae SGPS ao anterior ‘guidance’ para 2009”, refere o BPI.
A equipa de “research” refere ainda que espera que os resultados da Sonae SGPS “reflictam uma maior pressão por parte do desempenho da Sonae Sierra, sendo que os ‘cash flows’ negativos desta unidade devem anular a resistente geração de ‘cash flows’ da Sonae Distribuição”.
“A Sonae SGPS continua a enfrentar um ambiente difícil no seu negócio do retalho, nomeadamente na parte não-alimentar, à medida que a confiança dos consumidores [na economia] diminui”, salienta Pedro Morais, analista do Espírito Santo Research, no “Iberian Daily”.
Pedro Morais salienta ainda que acredita que “alguns dos investimentos que a empresa planeou para o negócio não-alimentar, entre 2009-2010, poderão, eventualmente, ser adiados”. Apesar da perspectiva mais negativa, o analista manteve inalterada a avaliação de 1,50 euros para a Sonae SGPS, bem como a recomendação de “comprar”.
Face a este “target”, a “holding” apresenta um potencial de subida de 214%,
tendo em conta a cotação actual de 0,477 euros (-0,21%). Conta também com uma margem de progressão elevada, de 193,5%, face à avaliação do BPI, de 1,40 euros. A recomendação é, igualmente, de “comprar”.
Cumps
A "Conference Call" da Sonae SGPS, realizada no final da semana passada, não trouxe grandes novidades, para os analistas do BPI e do Espírito Santo Research. Ambos salientam que a "holding" liderada por Paulo Azevedo deverá continuar a sentir forte pressão nos resultados, dada a conjuntura económica actual.
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Paulo Moutinho
paulomoutinho@mediafin.pt
A “Conference Call” da Sonae SGPS, realizada no final da semana passada, não trouxe grandes novidades, para os analistas do BPI e do Espírito Santo Research. Ambos salientam que a “holding” liderada por Paulo Azevedo deverá continuar a sentir forte pressão nos resultados, dada a conjuntura económica actual.
“A Sonae SGPS deu um novo ‘outlook’ negativo para o negócio da Sonae Sierra, em particular em resultado da desaceleração do crescimento daqui para a frente, o elevado grau de incerteza no sector imobiliário que dificulta a análise da Sonae SGPS ao anterior ‘guidance’ para 2009”, refere o BPI.
A equipa de “research” refere ainda que espera que os resultados da Sonae SGPS “reflictam uma maior pressão por parte do desempenho da Sonae Sierra, sendo que os ‘cash flows’ negativos desta unidade devem anular a resistente geração de ‘cash flows’ da Sonae Distribuição”.
“A Sonae SGPS continua a enfrentar um ambiente difícil no seu negócio do retalho, nomeadamente na parte não-alimentar, à medida que a confiança dos consumidores [na economia] diminui”, salienta Pedro Morais, analista do Espírito Santo Research, no “Iberian Daily”.
Pedro Morais salienta ainda que acredita que “alguns dos investimentos que a empresa planeou para o negócio não-alimentar, entre 2009-2010, poderão, eventualmente, ser adiados”. Apesar da perspectiva mais negativa, o analista manteve inalterada a avaliação de 1,50 euros para a Sonae SGPS, bem como a recomendação de “comprar”.
Face a este “target”, a “holding” apresenta um potencial de subida de 214%,

Cumps
SON
Para já não vale a pena esperar grandes subidas. Resultados futuros muito incertos ... é melhor aguardar pelos de março de 2009 para saber em que sentido vai a sonae.
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Paulo Azevedo: cotação da Sonae não reflecte resistência à crise
Presidente satifeito com resultados
O presidente da Sonae SGPS, Paulo Azevedo, considera que a resistência da empresa à crise não está a ter reflexo na cotação das suas acções, que têm sofrido fortes desvalorizações, em linha com a tendência do mercado, e que cotam agora nos 48 cêntimos.
Numa mensagem anexa aos resultados, Paulo Azevedo afirma que «o nosso desempenho operacional positivo e a nossa resiliência à crise financeira não se reflectiram no preço da acção Sonae». Por isso mesmo, promete, «iremos redobrar os esforços em comunicar ao mercado o valor dos nossos activos e em reverter a diferença crescente destes face ao consensus dos analistas».
Na mesma mensagem, o responsável garante que «os principais objectivos de investimento mantêm-se, nomeadamente o aumento do ritmo de desenvolvimento internacional, o fortalecimento das nossas posições de mercado no retalho, e a melhoria da qualidade, extensão e velocidade das nossas redes de telecomunicações».
«Tendo consciência das condicionantes do mercado financeiro, continuaremos a ambicionar por um crescimento em todos os negócios, por melhorias de rentabilidade, bem como por procurar novas fontes de expansão inovando nos produtos, mercados e modelos de negócio. Iremos, como sempre, tomas decisões tendo por base um critério de criação de valor no longo prazo para os nossos accionistas, clientes, colaboradores e parceiros», adianta.
O presidente da empresa diz ter «uma enorme satisfação» em «reportar um crescimento continuado e significativo do volume de negócios e EBITDA directo, com todos os nossos negócios a superarem um cenário macroeconómico adverso».
No que se refere à Sonae Distribuição e em termos de rentabilidade operacional, Paulo Azevedo diz que a empresa continua em linha com o compromisso de «uma rápida integração das lojas ex-Carrefour e a ambicionar atingir a mesma margem de EBITDA apresentada em 2007 (excluindo contributo das gasolineiras, com venda da operação ainda pendente de decisão pela Autoridade da Concorrência), apesar das pressões concorrenciais acrescidas ao nível dos formatos de retalho não-alimentar».
Já na Sonae Sierra, o presidente diz que «no futuro próximo, o ritmo de desenvolvimento de novos projectos irá provavelmente reduzir-se, apresentando-se estritamente relacionado com a recuperação do sistema financeiro».
Paulo Azevedo diz ser «notável» o facto de o EBITDA da Sonaecom estar a evoluir de acordo com o guidance da Empresa, « tendo em conta a deterioração das condições de mercado as quais, na nossa opinião, resultam essencialmente de uma estrutura de mercado desequilibrada».
«As condições inerentes à nossa dívida, bem como a contratualização de derivados de taxas de juro, permitiram-nos manter o custo médio da dívida para o 3T08 e, tendo em conta as recentes reduções das taxas de juro de referência do Banco Central, as flutuações da taxa de juro deixaram de ser uma preocupação capital», diz ainda.
Presidente satifeito com resultados
O presidente da Sonae SGPS, Paulo Azevedo, considera que a resistência da empresa à crise não está a ter reflexo na cotação das suas acções, que têm sofrido fortes desvalorizações, em linha com a tendência do mercado, e que cotam agora nos 48 cêntimos.
Numa mensagem anexa aos resultados, Paulo Azevedo afirma que «o nosso desempenho operacional positivo e a nossa resiliência à crise financeira não se reflectiram no preço da acção Sonae». Por isso mesmo, promete, «iremos redobrar os esforços em comunicar ao mercado o valor dos nossos activos e em reverter a diferença crescente destes face ao consensus dos analistas».
Na mesma mensagem, o responsável garante que «os principais objectivos de investimento mantêm-se, nomeadamente o aumento do ritmo de desenvolvimento internacional, o fortalecimento das nossas posições de mercado no retalho, e a melhoria da qualidade, extensão e velocidade das nossas redes de telecomunicações».
«Tendo consciência das condicionantes do mercado financeiro, continuaremos a ambicionar por um crescimento em todos os negócios, por melhorias de rentabilidade, bem como por procurar novas fontes de expansão inovando nos produtos, mercados e modelos de negócio. Iremos, como sempre, tomas decisões tendo por base um critério de criação de valor no longo prazo para os nossos accionistas, clientes, colaboradores e parceiros», adianta.
O presidente da empresa diz ter «uma enorme satisfação» em «reportar um crescimento continuado e significativo do volume de negócios e EBITDA directo, com todos os nossos negócios a superarem um cenário macroeconómico adverso».
No que se refere à Sonae Distribuição e em termos de rentabilidade operacional, Paulo Azevedo diz que a empresa continua em linha com o compromisso de «uma rápida integração das lojas ex-Carrefour e a ambicionar atingir a mesma margem de EBITDA apresentada em 2007 (excluindo contributo das gasolineiras, com venda da operação ainda pendente de decisão pela Autoridade da Concorrência), apesar das pressões concorrenciais acrescidas ao nível dos formatos de retalho não-alimentar».
Já na Sonae Sierra, o presidente diz que «no futuro próximo, o ritmo de desenvolvimento de novos projectos irá provavelmente reduzir-se, apresentando-se estritamente relacionado com a recuperação do sistema financeiro».
Paulo Azevedo diz ser «notável» o facto de o EBITDA da Sonaecom estar a evoluir de acordo com o guidance da Empresa, « tendo em conta a deterioração das condições de mercado as quais, na nossa opinião, resultam essencialmente de uma estrutura de mercado desequilibrada».
«As condições inerentes à nossa dívida, bem como a contratualização de derivados de taxas de juro, permitiram-nos manter o custo médio da dívida para o 3T08 e, tendo em conta as recentes reduções das taxas de juro de referência do Banco Central, as flutuações da taxa de juro deixaram de ser uma preocupação capital», diz ainda.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Sonae Sierra abranda novos projectos devido à crise
Liliana Coelho | Sexta-feira , 14 Novembro 2008
A Sonae deverá abrandar o investimento em novos centros comerciais devido à crise financeira, mas mantém os planos na área do retalho, afirmou Paulo de Azevedo Comentar artigo
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O CEO da Sonae SGPS, Paulo de Azevedo referiu que as actuais condições de financiamento e o aumento das yields deverão continuar em 2009 o que dificulta o desenvolvimento de novos projectos.
A Sonae Sierra, detida em 50% pela Sonae anunciou durante a divulgação dos resultados do primeiro semestre que deveria investir 1.990 milhões de euros até 2011, prevendo mais de 30 novos centros comerciais. No entanto, as dificuldades no acesso ao crédito estão a condicionar o mercado.
'Sentimos dificuldades quanto ao pipeline de expansão de novos centros comerciais para abrir em 2011 e 2012. A banca disse-nos para voltarmos a falar em Janeiro', afirmou Paulo Azevedo durante a Conferência da Exame/Expresso 'O Papel da Indústria no Futuro de Portugal'.
Segundo o CEO da Sonae, a empresa inaugura, normalmente, entre três a quatro centros comerciais ao ano. Mas face à actual conjuntura poderá não ser viável acelerar ou mesmo manter esse ritmo.
A Sonae Sierra anunciou que os lucros derraparam 96%, de 138,8 milhões de euros no período homólogo, para 5,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.
Em termos consolidados, a empresa registou um prejuízo de 18,1 milhões de euros, a que se compara um lucro de 206,6 milhões de euros, registado no mesmo período do ano anterior.
E devido à variação de valor das propriedades em carteira, apresentou uma perda de 68,6 milhões de euros nos resultados indirectos, no final do terceiro trimestre, contra um ganho de 142,3 milhões de euros no período homólogo de 2007.
Menos pessimismo no retalho
Paulo de Azevedo mostrou-se mais optimista quanto à Sonae Distribuição. 'No geral, estamos bem (no retalho)', afirmou à Reuters, acrescentando que 'está a abrir muitas lojas' e regista um 'crescimento orgânico significativo.'
Apesar de a Sonae ser líder no retalho alimentar em Portugal, os discounts constituem um forte concorrente no momento de crise. 'Não pensamos estar a perder quota de mercado, mas há um ponto: em tempos de consumo reduzido e aumento de preocupação sobre despesas do consumo, é amis difícil para as grandes lojas (...) concorrer com as lojas exclusivamente focadas nos preços baixos', frisou.
A Sonae Distribuição, que detém os hipermercados Continente prevê investir 900 milhões de euros no período 2008-2010.
Liliana Coelho | Sexta-feira , 14 Novembro 2008
A Sonae deverá abrandar o investimento em novos centros comerciais devido à crise financeira, mas mantém os planos na área do retalho, afirmou Paulo de Azevedo Comentar artigo
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O CEO da Sonae SGPS, Paulo de Azevedo referiu que as actuais condições de financiamento e o aumento das yields deverão continuar em 2009 o que dificulta o desenvolvimento de novos projectos.
A Sonae Sierra, detida em 50% pela Sonae anunciou durante a divulgação dos resultados do primeiro semestre que deveria investir 1.990 milhões de euros até 2011, prevendo mais de 30 novos centros comerciais. No entanto, as dificuldades no acesso ao crédito estão a condicionar o mercado.
'Sentimos dificuldades quanto ao pipeline de expansão de novos centros comerciais para abrir em 2011 e 2012. A banca disse-nos para voltarmos a falar em Janeiro', afirmou Paulo Azevedo durante a Conferência da Exame/Expresso 'O Papel da Indústria no Futuro de Portugal'.
Segundo o CEO da Sonae, a empresa inaugura, normalmente, entre três a quatro centros comerciais ao ano. Mas face à actual conjuntura poderá não ser viável acelerar ou mesmo manter esse ritmo.
A Sonae Sierra anunciou que os lucros derraparam 96%, de 138,8 milhões de euros no período homólogo, para 5,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.
Em termos consolidados, a empresa registou um prejuízo de 18,1 milhões de euros, a que se compara um lucro de 206,6 milhões de euros, registado no mesmo período do ano anterior.
E devido à variação de valor das propriedades em carteira, apresentou uma perda de 68,6 milhões de euros nos resultados indirectos, no final do terceiro trimestre, contra um ganho de 142,3 milhões de euros no período homólogo de 2007.
Menos pessimismo no retalho
Paulo de Azevedo mostrou-se mais optimista quanto à Sonae Distribuição. 'No geral, estamos bem (no retalho)', afirmou à Reuters, acrescentando que 'está a abrir muitas lojas' e regista um 'crescimento orgânico significativo.'
Apesar de a Sonae ser líder no retalho alimentar em Portugal, os discounts constituem um forte concorrente no momento de crise. 'Não pensamos estar a perder quota de mercado, mas há um ponto: em tempos de consumo reduzido e aumento de preocupação sobre despesas do consumo, é amis difícil para as grandes lojas (...) concorrer com as lojas exclusivamente focadas nos preços baixos', frisou.
A Sonae Distribuição, que detém os hipermercados Continente prevê investir 900 milhões de euros no período 2008-2010.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Nos gráficos vê-se o que se quer ver!Eu vejo uma LT descendente desde o principio do ano.Mas isso porque sou um investidor de médio/longo prazo!
Para mim LT para o curto prazo, de nada servem.Concluir que a Sonae vai continuar a subir só porque a LT dos últimos 30 dias é ascendente é um erro!
Para mim LT para o curto prazo, de nada servem.Concluir que a Sonae vai continuar a subir só porque a LT dos últimos 30 dias é ascendente é um erro!
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- Registado: 23/2/2008 0:35
Custos financeiros penalizam resultados da Sonae SGPS e preocupam analistas
Por um lado estão preocupados, por outro atribuem uma recomendação de 1,40€ por acção, vá-se lá compreender estes analistas
A equipa de analista, que confere à Sonae SGPS uma recomendaçãod e “comprar” e um preço-alvo de 1,40 euros,
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Custos financeiros penalizam resultados da Sonae SGPS e preocupam analistas
Os lucros da Sonae SGPS revelaram-se aquém das estimativas dos analistas, essencialmente devido à "sobrecarga" financeira.
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Lara Rosa
lararosa@mediafin.pt
Os lucros da Sonae SGPS revelaram-se aquém das estimativas dos analistas, essencialmente devido à "sobrecarga" financeira.
O resultado líquido da Sonae foi de 53 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a uma queda de 67,3% face aos 162 milhões de euros registados no mesmo período de 2007.
Para a equipa de analistas do BPI estes resultados deverão ter um impacto “neutral a negativo” uma vez que estes valores foram inferiores às expectativas em 20%.
A “sobrecarga” financeira, que é apontada pelo banco de investimento como a causa da queda dos resultados, mostra-se superior ao esperado “o que deve ser atribuído ao aumento significativo na média dos custos de dívida.”
Também a dívida da empresa é mencionada pela negativa pelo BPI, uma vez que superou as estimativas da casa de investimento.
A equipa de analista, que confere à Sonae SGPS uma recomendaçãod e “comprar” e um preço-alvo de 1,40 euros, acrescenta que no geral “acreditamos que este conjunto de resultados não trazem grandes novidades depois dos resultados” da Sonae Sierra, da Sonae Distribuição e da Sonaecom.
O analista Pedro Morais, do Espírito Santo Research (ESR), destaca a evolução dos custos financeiros referindo que esta “pode ser uma causa de preocupação.”
Os resultados da Sonae SGPS revelaram-se “ligeiramente” abaixo das expectativas do ERS. Ainda assim o banco de investimento refere que a empresa deverá “atrasar alguns dos seus projectos no retalho não alimentar em Portugal tal como alguns projectos da área dos centros comerciais.
Os títulos da Sonae SGPS avançam 1,46% para os 0,488 euros.
Os lucros da Sonae SGPS revelaram-se aquém das estimativas dos analistas, essencialmente devido à "sobrecarga" financeira.
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Lara Rosa
lararosa@mediafin.pt
Os lucros da Sonae SGPS revelaram-se aquém das estimativas dos analistas, essencialmente devido à "sobrecarga" financeira.
O resultado líquido da Sonae foi de 53 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a uma queda de 67,3% face aos 162 milhões de euros registados no mesmo período de 2007.
Para a equipa de analistas do BPI estes resultados deverão ter um impacto “neutral a negativo” uma vez que estes valores foram inferiores às expectativas em 20%.
A “sobrecarga” financeira, que é apontada pelo banco de investimento como a causa da queda dos resultados, mostra-se superior ao esperado “o que deve ser atribuído ao aumento significativo na média dos custos de dívida.”
Também a dívida da empresa é mencionada pela negativa pelo BPI, uma vez que superou as estimativas da casa de investimento.
A equipa de analista, que confere à Sonae SGPS uma recomendaçãod e “comprar” e um preço-alvo de 1,40 euros, acrescenta que no geral “acreditamos que este conjunto de resultados não trazem grandes novidades depois dos resultados” da Sonae Sierra, da Sonae Distribuição e da Sonaecom.
O analista Pedro Morais, do Espírito Santo Research (ESR), destaca a evolução dos custos financeiros referindo que esta “pode ser uma causa de preocupação.”
Os resultados da Sonae SGPS revelaram-se “ligeiramente” abaixo das expectativas do ERS. Ainda assim o banco de investimento refere que a empresa deverá “atrasar alguns dos seus projectos no retalho não alimentar em Portugal tal como alguns projectos da área dos centros comerciais.
Os títulos da Sonae SGPS avançam 1,46% para os 0,488 euros.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Lucros da Sonae SGPS terão recuado 62% até Setembro
A Sonae SGPS terá registado lucros de 64 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, uma queda de 62%, segundo as estimativas da Espírito Santo Research, que espera um conjunto de fracos resultados.
O resultado líquido da Sonae foi de 53 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, ficou um pouco aquem das espectativas dos analistas.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Lucros da Sonae caem 67,3% nos primeiros nove meses do ano
O resultado líquido da Sonae foi de 53 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a uma queda de 67,3% face aos 162 milhões de euros registados no mesmo período de 2007, anunciou em comunicado à CMVM a empresa liderada por Paulo Azevedo.
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Carla Pedro
cpedro@mediafin.pt
O resultado líquido da Sonae foi de 53 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a uma queda de 67,3% face aos 162 milhões de euros registados no mesmo período de 2007, anunciou em comunicado à CMVM a empresa liderada por Paulo Azevedo.
Os lucros foram sobretudo afectados pela deterioração dos resultados financeiros do período e pelo acréscimo de custos relativos a depreciações e amortizações, o último explicado pela maior extensão da rede de lojas da unidade de retalho e da rede de comunicações móvel e fixa da unidade de telecomunicações, explica a empresa liderada por Paulo Azevedo.
O volume de negócios consolidado aumentou 22,3% em termos homólogos, de 3.134 para 3.833 milhões de euros. Todas as empresas apresentaram crescimentos de dois dígitos no período em análise: o negócio de retalho aumentou em 25,1% a sua contribuição para o volume de negócios consolidado, o negócio de telecomunicações apresentou um aumento de 12% e o negócio dos centros comerciais aumentou em 18,6% o seu contributo, refere o comunicado.
O EBITDA total ascendeu a 368 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, 24,3% abaixo do registado no mesmo período de 2007. “Este decréscimo é essencialmente explicado por um menor valor criado em propriedades de investimento, sem consequentes impactos de tesouraria, no negócio de centros comerciais, entre períodos homólogos (-43 milhões de euros face a +120 milhões de euros)”, sublinha o comunicado.
O Capex (investimento operacional) atingiu 604 milhões de euros, o que representa um aumento de 20 milhões de euros face aos primeiros nove meses do ano passado, correspondendo a 15,7% do volume de negócios. Este incremento resulta do investimento contínuo dos vários negócios do Grupo, visando o crescimento, salienta a Sonae.
A dívida líquida consolidada diminuiu do seu pico registado no final do primeiro semestre do ano, para 3.107 milhões de euros no final dos primeiros nove meses. Face ao final de 2007, a dívida aumentou 581 milhões de euros.
Tendo por base os múltiplos de mercado, o valor líquido dos activos do grupo Sonae no final dos primeiros nove meses do ano era de aproximadamente 2.098 milhões de euros, representando 1,05 euros por acção, tendo um prémio subjacente de 96% sobre o preço de fecho da Sonae a 30 de Setembro de 2008 de 0,53 euros por acção, realça a empresa.
“Quando comparado com o final do ano de 2007, a estimativa do valor líquido dos activos do grupo com base nos múltiplos de mercado reduziu-se cerca de 29,4%, sendo em grande parte devido a uma diminuição de 20,2% na valorização do negócio de retalho e de uma redução de 50% na capitalização bolsista da Sonaecom”, refere ainda o comunicado da empresa liderada por Paulo Azevedo.
Em termos de desenvolvimentos corporativos, a Sonae adquiriu, através de subsidiária detida integralmente, 1,9 milhões de acções da Sonaecom, a um preço médio de 1,85 euros por acção. Com esta aquisição, a empresa passou a deter uma participação de 53,6% na Sonaecom no final dos primeiros nove meses de 2008.
O resultado líquido da Sonae foi de 53 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a uma queda de 67,3% face aos 162 milhões de euros registados no mesmo período de 2007, anunciou em comunicado à CMVM a empresa liderada por Paulo Azevedo.
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Carla Pedro
cpedro@mediafin.pt
O resultado líquido da Sonae foi de 53 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que corresponde a uma queda de 67,3% face aos 162 milhões de euros registados no mesmo período de 2007, anunciou em comunicado à CMVM a empresa liderada por Paulo Azevedo.
Os lucros foram sobretudo afectados pela deterioração dos resultados financeiros do período e pelo acréscimo de custos relativos a depreciações e amortizações, o último explicado pela maior extensão da rede de lojas da unidade de retalho e da rede de comunicações móvel e fixa da unidade de telecomunicações, explica a empresa liderada por Paulo Azevedo.
O volume de negócios consolidado aumentou 22,3% em termos homólogos, de 3.134 para 3.833 milhões de euros. Todas as empresas apresentaram crescimentos de dois dígitos no período em análise: o negócio de retalho aumentou em 25,1% a sua contribuição para o volume de negócios consolidado, o negócio de telecomunicações apresentou um aumento de 12% e o negócio dos centros comerciais aumentou em 18,6% o seu contributo, refere o comunicado.
O EBITDA total ascendeu a 368 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, 24,3% abaixo do registado no mesmo período de 2007. “Este decréscimo é essencialmente explicado por um menor valor criado em propriedades de investimento, sem consequentes impactos de tesouraria, no negócio de centros comerciais, entre períodos homólogos (-43 milhões de euros face a +120 milhões de euros)”, sublinha o comunicado.
O Capex (investimento operacional) atingiu 604 milhões de euros, o que representa um aumento de 20 milhões de euros face aos primeiros nove meses do ano passado, correspondendo a 15,7% do volume de negócios. Este incremento resulta do investimento contínuo dos vários negócios do Grupo, visando o crescimento, salienta a Sonae.
A dívida líquida consolidada diminuiu do seu pico registado no final do primeiro semestre do ano, para 3.107 milhões de euros no final dos primeiros nove meses. Face ao final de 2007, a dívida aumentou 581 milhões de euros.
Tendo por base os múltiplos de mercado, o valor líquido dos activos do grupo Sonae no final dos primeiros nove meses do ano era de aproximadamente 2.098 milhões de euros, representando 1,05 euros por acção, tendo um prémio subjacente de 96% sobre o preço de fecho da Sonae a 30 de Setembro de 2008 de 0,53 euros por acção, realça a empresa.
“Quando comparado com o final do ano de 2007, a estimativa do valor líquido dos activos do grupo com base nos múltiplos de mercado reduziu-se cerca de 29,4%, sendo em grande parte devido a uma diminuição de 20,2% na valorização do negócio de retalho e de uma redução de 50% na capitalização bolsista da Sonaecom”, refere ainda o comunicado da empresa liderada por Paulo Azevedo.
Em termos de desenvolvimentos corporativos, a Sonae adquiriu, através de subsidiária detida integralmente, 1,9 milhões de acções da Sonaecom, a um preço médio de 1,85 euros por acção. Com esta aquisição, a empresa passou a deter uma participação de 53,6% na Sonaecom no final dos primeiros nove meses de 2008.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
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