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Caldeirão da Bolsa

Biografia de Warren Buffett

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 17/5/2015 13:17

Capítulo 23 - The Omaha Club

Este capítulo descreve o primeiro encontro entre Warren e Munger, que decorreu no principal clube da cidade.

Desde pequeno que Munger se evidenciava pela inteligência, aliada ao facto de não tomar as coisas por garantidas e esperar o mínimo das situações. Assim, mais dificilmente sairia desiludido. Tirou uma pré-graduação em Matemática na Universidade do Michigan, antes de rumar ao exército, onde ficou estacionado no Alasca, como meteorologista. Agradece ainda hoje este facto, que preveniu a sua ida para a Guerra. Pearl Harbour tinha sido atacado um ano antes.

O equivalente em Munger das corridas de cavalo foi o poker. Segundo ele, foi "aqui que aprendi a foldar rápido quando as probabilidades são baixas e a apostar forte quando estas estão a meu favor". Após o exército, mudou-se para Los Angeles, onde se formou em Direito e conheceu a sua primeira mulher.
Após alguns anos de incompatibilização, e já com 3 filhos, acabou por se divorciar, algo considerado "trágico" na década de 50. Ao seu filho Teddy foi diagnosticada leucemia. Era incurável, acabando Teddy por falecer com 9 anos. Foi o período mais dificil da vida de Charlie, que contudo prosseguiu, casando-se de novo. Após este casamento, e com um total de 8 filhos, entre o primeiro casamento e o segundo (contando com os 2 da segunda esposa), Charlie sentia a necessidade de enriquecer. Não tanto para ter Ferraris, mas para se sentir independente.

Além da advocacia, Munger estava agora também ligado aos negócios imobiliários e foi através destes negócios paralelos que acabou por vir a conhecer Buffett.

Quando se encontraram, e apesar da fraca apresentação de Warren, que mais parecia um jovem vendedor pela forma como se vestia, as suas mentes entraram em ebulição e rápidamente constataram que pensavam de forma muito semelhante. Munger perguntou a Buffett se podia fazer o mesmo que ele, mas em Los Angeles. Warren respondeu que sim, é claro. Por esta altura, as parcerias de Warren batiam consecutivamente o Dow, e os constantes reenvestimentos estava a dar frutos. Cada vez mais pessoas se queriam juntar e o caminho do sucesso começava parecer cada vez mais claro.

Por esta altura, Charlie e Buffett falavam horas por telefone, trocando ideias e análises sobre acções. Segundo MUnger, não "estava perante um ser humano comum",
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 16/5/2015 13:47

Capitulo 22 - Hidden Splendor

Em 1956 Warren tinha já amealhado $174,000. Tinha-se mudado para Omaha e podia, através dos seus investimentos pessoais viver com cerca de $12,000 anuais e...reformar-se.

Contudo a sua ambção era ser bilionário e por muito acima da média que $12,000 fossem em relação ao comum norte-americano, não bastava para chegar à categoria dos bilionários. Assim, em May de 1956 foi criada a Buffett Associates, Ltd, uma parceria ao estilo da Graham-Newman. Nesta, Warren teria total controlo, quem nela investisse apenas saberia no final do ano quais as estatíticas dos vários fundos e não poderia opinar sobre as estratégias de Warren. Só assim poderia ser e, para tal, Buffett começou por angariar capital nas únicas pessoas que estariam dispostas a aceitar tais condições, a sua família e amigo mais chegados. A fórmula dos fundos era simples, Warren receberia metade dos ganhos que o fundo conseguisse acima do patamar dos 4%, e pagaria um quarto das perdas le próprio (uma obrigação que não estava limitada ao capital que tinha investido!). Em caso de brek-even Buffett perderia dinheiro...estava lançado o estímulo certo. Ele achava que só desta forma alguém poderia concordar com os seus termos "se eles ganharem eu ganho, se eles perderem eu perco também"

Com o passar do tempo, os fundos foram aumentando e o rol de investidores foi-se diversificando. As referências que o agora reformado Graham fazia ao seu antigo pupilo, foram sendo vitais para que mais e maiores investidores se fossem juntando ao grupo.

Ao longo do capítulo são referidos investimentos como a National American, que ganhava $29 por acção e transacionava a cerca de $30; a compra de selos de 4 cêntimos, que acabou por se revelar um erro de $25,000; a compra da sua primeira casa no valor de $31,500, que Warren considerou caríssima, até porque via esses $31,500 transformarem-se num milhão em cerca de 12 anos; e surgimento pela primeira vez do nome de Charlie Munger numa conversa com um dos seus investidores. Este considerava Buffett muito parecido com Charlie, levando-o a investir num fundo de Buffett apenas por esse motivo. Buffett havia ficado curioso...
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 15/5/2015 13:57

CAPÍTULO 21 - THE SIDE TO PLAY

Entre 1954 e 1956 Warren trabalhou na Graham-Newman.

Um dos negócios efectuados nesta altura consistiu num processo de arbitragem que envolvia a empresa Rockwood & Co., produtora de manteiga de cacau e de pedaços de chocolate (os pedaços que se costumam encontrar em bolachas com chocolate) Ora, na época, o prelo do cacau tinha sofrido um aumento substancial. A Rockwood, embora fazendo parte do sector, não estava a conseguir aproveitar esta onda, pelo que necessitava de um investidor. A Graham-Newman entrou então em acção e encontrou alguém disposto a investir, de seu nome Jay Pritzer. Pritzer propôs dar a quem lhe vendesse acções da Rockwood, que na altura cotavam a $34, cerca de $36 em grãos de cacau como incentivo. Graham viu isto como uma simples e quase infalível possibilidade de fazer arbitragem, e lucrar $2 por acção. Quase infalível porque sempre havia a possibilidade de o preço do cacau cair e acabar por tornar este negócio em algo potencialmente ruinoso.Para evitar tal cenário, procedeu-se à venda de futuros de cacau de forma a precaver esta situação. Comissões à parte este foi um negócio em que os $2 foram garantidos. Quem ficou de fazer esta transacção foi Warren, que no entanto pensou de forma diferente.

Buffett, ainda que considerasse a arbitragem como algo interessante, achava que se Pritzer queria comprar acções da Rockwood, algum motivo teria. Na verdade a transacção só inclui certa parte dos stocks de grãos de cacau da Rockwood, devido a imperativos legais. Pritzer estava a pagar cerca de 80 libras (unidade de peso) por acção, contudo, Warren chegou à conclusão que na verdade se se dividi-se o numero de grãos em stock pelo numero de acções da Rockwood, um accionista teira acções que valeriam mais dos que 80 libras de cacau. Assim, não fazia sentido vender acções, ao invés comprá-las. Warren comprou 222 acções antes do negócio vir a lume, por cerca de $15. Quando todo o processo se concluiu as acções da Rockwood cotavam a mais de $85. Lucro final para Warren - $13000 (lucro estimado).

Mais uma vez ficava estabelecida a diferença entre Warren e Graham, um disposto a arriscar, baseado em muita análise, enquanto o outro, ainda que também analisando, preferia jogar pelo seguro.

Neste capítulo também vem descrito o negócio da Union Street Railway, uma empresa de autocarros, que transacionava a cerca de $30-$35 e tinha um valor contabilístico próximo dos $60, segundo contas de Buffett. mais uma ineficiência aproveitada. Além disso, a empresa como era uma regulated utility obrigada a pagar dividendos em múltiplos do par value, que era de $25. Nesta época era possível falar com a Direcção de uma empresa cotada, algo que para Warren era já um hábito. Ele veio a saber pela boca do presidente da empresa que na verdade iriam pagar $50 por acção!!

Ora, a partir do momento em que Warren comprasse uma acção, ela não só estaria automáticamente paga pelo dividendo, com algum lucro acrescido, como também ficaria com algo que detinha ainda valor intrínseco, ou como ele gosta de chamar, a slice of the business.

Em 1956 Graham decidiu reformar-se e naturalmente Warren foi proposto como seu sucessor, embora tivesse que ficar como junior partner na empresa. Buffett recusou.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 14/5/2015 18:55

PARTE 3 - THE RACETRACK

Capítulo 20 - Graham-Newman

A partir de 1952 começa a verdadeira carreira de Buffett. Após o seu casamento, continua a trabalhar na corretagem, embora sempre persistindo na tentativa de trabalhar para e com Graham. A família vai aumentando, nasce a sua primeira filha, ao passo que o seu pai sofre um forte e definitivo revez político aquando da vitoria de Eisenhower para a Presidência.

Por fim, em 1954 é aceite a sua tenaz candidatura e entra finalmente para a Graham-Newman. Inicia-se aqui a famosa parceria entre Warren e Benjamin Graham. O mais interessante neste capítulo é a evidência das diferenças entre Warren e o seu mentor. Graham, era um metódico, adepto fervoroso da diversificação, chegando ao ponto de ter posições de $1.000. Ele acreditava em comprar empresas esquecidas por Wall Street. Para ele, deveria olhar-se para uma empresa segundo o valor que teria caso amanhã estivesse liquidada, morta. Caso se conseguisse comprar a desconto face a este valor, então estar-se-ia a compra dentro de uma margem de segurança. Acrescente-se isto à diversificação e, voilá, um investimento seguro e rentável.

Warren por outro lado acreditava piamente nas suas capacidades de análise e stock picking. Desconsiderava a diversificação e sempre que possível tendia a colocar quase todos os ovos no mesmo cesto. A Geico havia sido disso um exemplo, que entretanto tinha vendido para comprar a sua mais recente descoberta - Western Insurance. EPS de $29 para uma empresa que era transaccionada a $3, era o que ele considerava uma slot machine em que o único resultado que saia era a vitória.

É nesta altura também que Warren começa a travar conhecimentos com outras figuras de Wall Street. Na mesma altura a familia alarga-se ao seu segundo filho - Howard Graham Buffett, em 1954.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 14/5/2015 10:06

Capítulo 19 - Stage Fright

Uma nova fase da vida de Warren ia-se iniciar - o casamento, e o com isso o sustentar de uma família.

Assim, a decisão foi a de começar a trabalhar com o pai na sua empresa de corretagem. Aquilo que a principio lhe parecia um emprego de sonho rapidamente se transformou numa cruzada de esforço. Os negócios não lhe corriam muito bem e as recomendações e compras que fazia para os seus clientes saiam algumas vezes ao lado. Tal como uns anos antes, quando comprou acções em seu nome e em nome da sua irmã, também agora Warren se sentia responsável pelas perdas que muitos dos clientes por vezes tinham. Por outro lado, ter de comprar e vender acções em que não acreditava também lhe dava a volta ao estômago. Ele acreditava no investimento de longo-prazo, contudo, este tipo de investimento não gerava as receitas que um corretor necessita para viver, sob a forma de comissões. Desta forma, ele estava basicamente a ser pago pelo numero de negócios que fazia, independentemente dos resultados que atingia. Sentia-se um médico a prescrever medicamentos.

A melhor opção passava claramente pela gestão directa de fortunas e não tanto pelo negócio de intermediário. No entanto outros valores mais prementes de levantavam neste momento.

O seu casamento ocorreu a 19 de Abril de 1952, apesar de ter estado quase para não acontecer, devido às cheias que inundaram a região nessa altura. Na época Warren estava na Guarda Nacional e por sorte, e à última da hora, acabou por ser o único recruta a não ser convocado para as equipas de emergência de cheias.

A sua lua-de-mel, embora sem grandes detalhes, passou-se numa viagem de carro, as famosas road trips, até à costa oeste, onde ainda teve a possibilidade de passar por Las Vegas e ganhar, ou melhor, Susie ganhar um jackpot nas slot machines.

FIM DA PARTE 2
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 13/5/2015 21:57

Capítulo 18 - Miss Nebraska

Este capítulo, inserido na parte final da 2ª Parte do livro, retrata o verdadeiro início da vida amorosa de Buffett.

Desde a primeira vez que conheceu Susan Thompson, que a principio não demonstrou qualquer interesse por ele; ao "relacionamento" que manteve com Vanita Brown, a Miss Nebraska; até à conquista do coração de Susan, após a conquista do coração e da amizade do seu pai.

Nesta mesma altura Warren procurou melhorar as suas capacidades relacionais, inscrevendo-se num curso da Dale Carnegie, com a esperança que tal curso facilitasse a conquista do coração de Susan. Segundo ele próprio afirma, este é ainda hoje o curso mais importante que tirou em toda a sua vida.

Em Abril de 1952 estava assim marcada a data do seu casamento. Um passo para a maturidade?
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 13/5/2015 11:12

Capítulo 17 - Mount Everest

Primavera de 1951. Warren estava no segundo semestre em Columbia, o seu pai tinha sido reeleito para um 4º mandato no congresso e, mais importante, iria ter a oportunidade de finalmente conhecer o seu ídolo.

Benjamin Graham, nascido Benjamin Grossbaum provinha de uma família que havia sofrido os temores de várias crises e depressões. Um dia abastados, viram-se após a morte do seu pai (tinha Graham 9 anos) numa situação de autêntica penúria. Foi neste clima que Graham cresceu, em constante luta alicerçada numa inteligência quasi-renascentista. Fluente em francês, grego e latim, para além do profundo gosto pela matemática e assuntos financeiros, aprofundou ao longo da sua vida a paixão pelas artes. Ainda que frustrado, tinha o sonho de escrever uma peça para a Broadway.
A sua personalidade era muito reservada, considerando os autores clássicos como os seus verdadeiros confidentes, não considerando ter feito qualquer amigo desde os tempos do liceu.Muitos o conheciam e respeitavam, nenhum era verdadeiramente um amigo per si. Desde jovem trabalhou em corretoras, desde moço de recados até ao ponto em que pode fundar a sua. Tinha uma outra grande paixão, melhor dizendo, paixões - as mulheres. A monogamia era uma expressão que constava numa página que o seu dicionário não tinha. Embora fosse obsessivo quando se sentia atraído por alguém, e a beleza não fosse um dos seus pontos fortes, sabia-se que muitas mulheres se sentiam atraídas pelo seu forte carácter, e que o "monte Evereste" que ele era constitui um desafio que muitas não resistiam a superar.

Como seria de esperar, Buffett tornou-se rapidamente a estrela da sua aula, sendo o único aluno que conseguia a nota máxima, A+. As aulas era autênticos diálogos a dois que os outros alunos, muitos deles executivos que assistiam às palestras de Graham, se habituaram a seguir, sem que muito pudessem fazer.

Foi aqui que Warren aprendeu que o mais importante na análise de uma empresa passa por determinar o seu "valor intrínseco", isto é, o valor que ela teria caso tivesse que pagar as suas dívidas e vender os seus bens. Interessaria comprar empresas com um valor intrínseco inferior à cotação de mercado. Por outro lado, e porque se tratava de uma ciência falível, era também vital avançar com uma margem de segurança, sendo mesmo este o conceito mais importante. O investimento é feito com base em assunções e estimativas, convinha assim pecar por defeito, por forma a não se ficar a braços com um investimento ruinoso. Isso advinha da fortíssima aversão ao risco que Graham tinha.

Contudo, havia uma regra que Warren não seguia, a diversificação através da compra de pequenas parcelas de muitas empresas. Recorde-se que nesta altura Buffett tinha 3/4 do seu capital investido numa única empresa, na GEICO. Era no entanto esta profunda admiração e o facto de ser o melhor aluno que Graham jamais havia tido que fazia com que Warren quisesse dar o próximo passo - trabalhar para Graham. A proposta veio, com o bónus de ser trabalho grátis.

Graham declinou.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por RaposoTavares » 11/5/2015 15:27

Sigo este tópico acerrimamente. Excelente iniciativa.
Parabéns.
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in: Citações e Pensamentos, Friedrich Nietzsche
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 11/5/2015 15:04

Capítulo 16 - Strike One

Outono de 1951, Buffett chega a Nova Iorque, para frequentar a Universidade de Columbia.

Como era já hábito, mesmo antes de começar as aulas já tinha decorado os livros, nomeadamente o Security Analysis, cuja aula seria leccionada por David Dodd. Naturalmente que isso impressionou Dodd, até porque Warren era sempre "aquele aluno que sabia tudo e estava sempre pronto a responder".

Nesta altura Warren tinha conseguido poupar cerca de $10.000, grande parte dos quais estavam investidos em acções e obrigações. As suas leituras sobre o trabalho de Graham tinham conduzido a um investimento em particular - o retalhista Marshall -Wells. Como tal, e como agora se encontrava no centro do mundo financeiro, poderia ter a oportunidade de ir à primeira reunião de accionistas da sua vida. A escolha estava feita. Nessa reunião conheceu Louis Green, um investidor conhecido, grande amigo de Graham e do seu sócio Jerry Newman. Juntos, costumavam analisar empresas por forma a comprarem aquelas que lhes parecessem subvalorizadas face ao seu valor contabilístico. Era o método Graham a ser aplicado pela sua empresa Graham & Newman. Na conversa que se seguiu, Buffett tentaria impressionar Green, até porque seria mais um meio de poder vir a conhecer melhor Graham. Contudo não foi lá muito bem sucedido, porque após a pergunta: "Porque é que comprou Marshall-Wells?", Buffett impetuosamente respondeu " Porque Graham também comprou". Green, muito calmamente virou-se para Warren e disse-lhe "Strike one." (1)

Apercebendo-se que esta não era forma de escolher o que quer que fosse, Warren procurou aprofundar ainda mais os seus conhecimentos das técnicas de Graham. Nas suas leituras ficou a saber que Graham tinha uma percentagem de 55% de uma pequena companhia seguradora chamada GEICO.

Semanas de pois, dirigiu-se aos escritórios da seguradora e, apesar de ser Sábado, conseguiu ser recebido por Lorimer Davidson, vice-presidente. Aquilo que era para ser (pensava Davidson) uma conversa de 10 minutos para "despachar o miúdo", transformou-se numa troca de ideias de mais de 4 horas. Buffett teve a oportunidade de começar a aprender uma parte vital do que mais tarde viria a ser o seu método - saber "como as empresas fazem dinheiro".

Na segunda-feira seguinte, Buffett apressou-se a fechar um 3/4 dos seu portofólio, aplicando o dinheiro em 350 acções da GEICO. O negócio segurador, e particularmente a abordagem inovadora da empresa pareciam-lhe uma oportunidade a não perder. Nessa altura a GEICO transaccionava a $42, com um múltiplo de cerca de 8 o seu EPS. A maioria das outras empresas transaccionava a múltiplos muito superiores. Em 5 anos, e segundo a sua análise, esperava que pudesse cotar entre os $80 e $90. As maiores corretoras especializadas em seguros disseram-lhe, após consulta pessoal, que ele estava doido. A GEICO tinha apenas 1% do mercado e seria impossível competir contra os gigantes seguradores.

Warren não percebia como eles não conseguiam ver aquilo que estava mesmo à frente dos seus olhos.

(1) Expressão utilizada no Baseball para quando o batedor falha a primeira bola arremessada pelo pitcher. Neste caso, trata-se de uma alusão a uma resposta supostamente falhada por Buffett, até porque ele sabia que os motivos da compra não eram apenas a mímica dos movimentos de Graham.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por ricardmag » 19/4/2015 19:38

Obrigado pelo empurrão :wink:
Vou ter que ver :shock: isto melhor ...

Cumprimentos
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Re: Biografia de Warren Buffett

por richardj » 19/4/2015 11:18

ricardmag Escreveu:Caro richardj, obrigado desde já pelo comentário.

Quando falas em acções com correlação negativa falas em pares que quando uma sobe a outra desce?
Ou falas em correlação sectorial? Podias dar um exemplo prático aplicando a tecnica? Desculpa estar a abusar 8-)

Obrigado desde já, cumprimentos.


Acções com correlação negativa. Quando uma sobe a outra desce. E vice versa. É como nas corridas, não sabes quem vai ganhar, mas sabes que alguém tem de ganhar. Aqui é igual, não sabes qual delas vai subir, mas uma delas tem de subir.

Por exemplo:

A banca em geral e a sonae tem uma correlação elevada com o psi-20. Quando Psi-20 sobe estas acções são as que tendem a subir mais.
Do outro lado, as acções com correlação mais negativa em relação ao Psi-20 são JMT, Galp, Portucel e EDP. Quer dizer que nos dias em que o índice está negativo estás empresas estão positivas, ou são das que caiem menos.

A partir daqui podes montar uma estratégia tipo Dutching, com base na tua opinião na evolução do Psi-20. Vamos imaginar que achas que o Psi-20 está dentro de um tend ascendente se calhar escolhemos 5 acções de um lado e 1 do outro. E vice versa.

Repara que através da correlação, escolhemos as acções "preferenciais", escolhendo aquelas que tem mais potencial para uma determinada situação.
Repara também que podemos montar vários tipos de estratégias deste género.

Por exemplo, quando o sector da banca sobe, quais são as acções que mais sobem e quais as que mais descem? E quando o sector da banca cai? Com base nessa informação podes montar todo um sistema, tendo por base a evolução do sector.


Aqui estamos a entrar num campo de investimento mais focado nas probabilidades e na estatística, o que tem algumas diferenças fundamentais.

Neste tipo de analises, o futuro "já está escrito" e se foi verdade no passado, é verdade no futuro. Nos mercado também existe essa tendência (os trend), mas estes vão alternando entre os ascendentes e os descendentes. Para isto das probabilidades funcionar convém ter um "sistema" para quando o tend é ascendente e outro para quando é descendente, senão as probabilidades começam a perder fiabilidade.

E fundamental também ir actualizado as correlações. Aquilo que é verdade hoje não tem de ser verdade daqui 6 meses.


Existe uma componente de Money Management aqui. Acho que o Ralph Vince tem coisas escritas sobre isto, mas só vendo.

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CASE: It's not possible.

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Re: Biografia de Warren Buffett

por ricardmag » 18/4/2015 19:53

Caro richardj, obrigado desde já pelo comentário.

Quando falas em acções com correlação negativa falas em pares que quando uma sobe a outra desce?
Ou falas em correlação sectorial? Podias dar um exemplo prático aplicando a tecnica? Desculpa estar a abusar 8-)

Obrigado desde já, cumprimentos.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por richardj » 17/4/2015 23:26

ricardmag Escreveu:Por falar em corridas de cavalos e afins o al capone usava uma técnica chamada Dutching, que se revelou bastante lucrativa.
Penso que no mundo dos mercados não dá para aplicar, se alguém tiver alguma experiência nisto gostava de ler a opinião.

Cumprimentos


Antes pelo contrario amigo mag, basta investir em acções com correlação negativa. Quando há parte das odds mais prováveis, pode ser visto como dentro do conjunto de acções de correlação negativa aquelas que do ponto de vista técnico estejam em altura de entrar.

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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 17/4/2015 17:43

Capítulo 15 - The Interview

Em 1949, de volta ao Nebraska, Warren retomara as actividades que tinha deixado para trás 2 anos antes. Para além do negócio das bolas de golfe, e de uma ou outra actividade empreendedora, tal como vendedor de roupa na JC Penney's, na parte da manhã frequentava a Universidade do Nebraska.

Um ano mais tarde, quando apenas lhe faltavam alguma disciplinas para se licenciar, Buffett tomou uma decisão em sentido inverso ao que a maioria fazia nessa altura. Ele queria continuar a estudar e deixar o trabalho para segundo plano. A sua ambição - Harvard. Através de uma oportunidade de bolsa de estudo que leu num jornal local, decidiu comparecer na data fixada para se inscrever. Para seu espanto, mais ninguém apareceu, tornando-o automáticamente classificado. Passo seguinte, a entrevista. Parecia, ser favas contadas, até porque ninguém conseguia resistir-lhe logo que começasse a falar de acções e mercados financeiros. Por certo o entrevistador de Harvard não seria diferente. Contudo, no que mais tarde considerou um momento decisivo da sua vida, a sua candidatura foi rejeitada. Harvard formava líderes, e a imaturidade daquele jovem de 19 anos não permitia que fosse aceite.

De volta a Omaha, começou de imediato a pesquisar novas possibilidades. Umas das brochuras que lhe chegou às mãos foi da Universidade de Columbia, onde dois nomes se salientavam: Benjamin Graham e David Dodd.


Warren tinha lido recentemente "The Intelligent Investor", de Graham. Foi o livro que o marcou. É verdade que Buffett "devorava" livros, contudo este era especial. Parecia ter um conteúdo diferente daquilo que era transmitido na época, desmistificando os mercados, mostrando o lado mais matemático e menos especulativo de uma acção/empresa. Talvez fosse demasiado tarde, mas Warren tinha que tentar entrar em Columbia. Assim, completamente fora do prazo de candidaturas, decidiu enviar uma carta de apresentação. Nessa altura, Dodd era o vice-reitor e a dita carta acabou por ir parar à sua secretária.

Ao contrário de Harvard, Graham e Dodd não pretendiam formar líderes. A sua arte era mais especializada. Mesmo sem entrevista, a candidatura foi aceite.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 16/4/2015 18:30

Capítulo 14 - The Elephant

Este capítulo retracta os primeiros anos de Warren na universidade. Com cerca de 16 anos tinha conseguido entrar na Wharton Business School, umas das principais, senão a principal escola de gestão dos E.U.A. Contudo esta foi uma experiência agridoce.

Por um lado, graças à sua memória prodigiosa, Buffett facilmente evoluía do ponto de vista académico. Lia os livros que tinha a ler mesmo antes do semestre começar e bastava-lhe ouvir os professores nas aulas para reter os conceitos. Isto acaba por lhe deixar muito tempo livre, quer para os seus negócios, quer para as partidas que continuava a pregar. Contudo, o ambiente envolvente não era o do liceu, e se aí se sentia desenquadrado, então neste ambiente mais adulto o que dizer!

A vida nocturna, os copos, as miúdas eram parte do dia-a-dia dum universitário prezado, e embora fosse tentando se inserir, o facto é que em nenhum destes campos se sentia completamente à vontade. Além de ser mais jovem do que a maioria, era, para a sua tenra idade de 16, mais imaturo do que os anos contavam.

O seu segundo ano, coincidiu com o periodo eleitoral do Congresso. O seu pai tentava a reeleição para o 4º mandato. O republicano Thomas F. Dewey competia com o fraco incumbente Harry Truman. Em ambos os casos se esperavam fáceis vitórias caseiras. De tal forma era a convicção que Warren resolveu "alugar" um elefante para o dia das eleições, que marcharia pelas ruas em comeoração da vitória de Howard. Seria uma reedição da entrada de Hanibal na Sardenha. Enfim, algo épico.

Épica foi também a derrota em ambas as frentes, e num período de 2 meses, toda a família Buffett estava de malas feitas para a terra natal - Omaha. Aproveitando a mudança, Warren pediu transferência para a Universidade do Nebraska. Estava farto de Philadelphia e esta acabava por ser uma oportunidade de poupar algum dinheiro extra.
Autor do livro: "O BioInvestidor - como investir e ganhar na indústria biofarmacêutica" (Chiado Editora - Fevereiro 2015)

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Re: Biografia de Warren Buffett

por ricardmag » 15/4/2015 13:55

Por falar em corridas de cavalos e afins o al capone usava uma técnica chamada Dutching, que se revelou bastante lucrativa.
Penso que no mundo dos mercados não dá para aplicar, se alguém tiver alguma experiência nisto gostava de ler a opinião.

Cumprimentos
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Re: Biografia de Warren Buffett

por bogos » 15/4/2015 13:49

BioInvestidor Escreveu:Capítulo 13 - The Rules of the Racetrack

A experiência e aplicação prática das regras de Dale Carnegie estavam a revelar-se uma aposta ganha. Aposta era de facto a palavra certa, nomeadamente apostas em corridas de cavalos.

Quando era pequeno, Warren e um amigo, passavam boa parte do tempo nas pistas de cavalos. Não a apostar, até porque não podiam, mas a arranjar maneira de retirar algum beneficio disso. Anos mais tarde, já em Washington, Buffett levou a experiência a outro nível, lendo dezenas de livros sobre apostas (que havia pedido ao pai, através do acesso privilegiado que este tinha à Biblioteca do Congresso). As apostas aliavam dois coisas que o atraiam particularmente: matemática e a possibilidade de ganhar com isso.

Os livros ensinaram-lhe técnicas e métodos de análise que incrementavam as sua possibilidades de sucesso, mas também continham algo bem menos matemático, e bem mais empírico, nomeadamente duas regras de ouro:

1 - Nobody ever goes home after the first race

2 - You don't have to make it back the way you lost it
.

Na primeira vez em que se aventurou sozinho nas apostas, munido da sua técnica e estudo... perdeu. Começou por perder na primeira corrida e, é claro, prosseguiu. Prosseguiu de tal forma que após umas horas já tinha perdido $175. Ora, esta era a quantia que conseguia em média retirar do seu trabalho de distribuição, quantia essa que se tinha esvaído num abrir e fechar de olhos. O pouco que tinha no bolso permitiu-lhe comprar um sundae reforçado e algo mais, a memória de uma experiência que não podia ser repetida.

Um conjunto de regras que tinham sido quebradas, levando à última coisa que um apostador, ou mais tarde um investidor, deveria fazer... tomar decisões emocionais.


Quando se quer a todo o custo endeusar a emoção.....o caminho mais certo é perder a razão à custa dessa emoção. Quando se verifica o validar de uma emoção, estamos no campo da sorte da slot machine..

Quando se manda a emoção às malvas aí sim......podemos vir a falhar, mas a probabilidade de acerto é bastante grande.

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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 15/4/2015 13:08

Capítulo 13 - The Rules of the Racetrack

A experiência e aplicação prática das regras de Dale Carnegie estavam a revelar-se uma aposta ganha. Aposta era de facto a palavra certa, nomeadamente apostas em corridas de cavalos.

Quando era pequeno, Warren e um amigo, passavam boa parte do tempo nas pistas de cavalos. Não a apostar, até porque não podiam, mas a arranjar maneira de retirar algum beneficio disso. Anos mais tarde, já em Washington, Buffett levou a experiência a outro nível, lendo dezenas de livros sobre apostas (que havia pedido ao pai, através do acesso privilegiado que este tinha à Biblioteca do Congresso). As apostas aliavam dois coisas que o atraiam particularmente: matemática e a possibilidade de ganhar com isso.

Os livros ensinaram-lhe técnicas e métodos de análise que incrementavam as sua possibilidades de sucesso, mas também continham algo bem menos matemático, e bem mais empírico, nomeadamente duas regras de ouro:

1 - Nobody ever goes home after the first race

2 - You don't have to make it back the way you lost it
.

Na primeira vez em que se aventurou sozinho nas apostas, munido da sua técnica e estudo... perdeu. Começou por perder na primeira corrida e, é claro, prosseguiu. Prosseguiu de tal forma que após umas horas já tinha perdido $175. Ora, esta era a quantia que conseguia em média retirar do seu trabalho de distribuição, quantia essa que se tinha esvaído num abrir e fechar de olhos. O pouco que tinha no bolso permitiu-lhe comprar um sundae reforçado e algo mais, a memória de uma experiência que não podia ser repetida.

Um conjunto de regras que tinham sido quebradas, levando à última coisa que um apostador, ou mais tarde um investidor, deveria fazer... tomar decisões emocionais.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 14/4/2015 15:35

Capítulo 12 - Silent Sales

Aos 15 anos Warren já tinha acumulado uma pequena fortuna, cerca de $2000. Os vários negócios em que se metia, principalmente a distribuição de jornais tinham permitido que agora se desse ao luxo de comprar um pequena quinta de 6 hectares, a qual explorava à sociedade. Ele entrava com o dinheiro, o seu sócio entrava com o trabalho. O tipo de negócio que ele sempre gostou.

Contudo, uma parte da sua vida continuava a falhar... os relacionamentos. E por relacionamentos entenda-se não apenas o sexo oposto, mas grande parte dos seus colegas. Já com os adultos sentia-se mais confortável, com a excepção dos seus professores. Para os assustar, ao saber que muitos deles tinham investido as sua poupanças em acções da AT&T, chegou a "shortar" as mesmas e a apresentar os extractos aos professores. Warren não era fácil!

No entanto, no fundo, ele sempre quis que gostassem dele, e com a ajuda do livro "How to win friends and Influence people", de Dale Carnegie, começou a encetar um processo de mudança. Rule number one: Don't criticize, condemn or complain. E embora muito do que o livro apregoava não era de directa aplicação, e a não crítica ou a assunção do erro não fosse muitas vezes nada fácil, Buffett foi constatando que, face à anterior táctica de alienação geral, estes novos processos estavam a resultar. Com o passar do tempo tornou-se mais sociável, não propriamente popular, mas mais acessível. As qualidades de vendedor começaram a vir ao de cima.

Nos tempos de liceu já ganhava qualquer coisa como $175 por mês, mais do que os seus professores. A acumulação continuou, não só de dinheiro, mas sobretudo da sua aplicação. Novos negócios surgiram, desde a venda de bolas de golfe até à venda de selos de colecção. Mas, o seu melhor negócio estava para vir... a exploração de máquinas de pinball.

Através da sua melhoria de comunicabilidade, Warren ganhou contactos, nomeadamente de um dos barbeiros da cidade. Conseguiu então colocar uma máquina na barbearia, sendo que rápidamente os $25 de custo foram recuperados. O negócio expandiu-se e em breve 7 ou 8 barbearias já prestavam o nobre serviço de divertimento em tempo de espera. Máquinas que se pagavam umas às outras... o milagre do capital a trabalhar para o seu dono.

Estes negócios permitiram-lhe chegar, aos 16 anos de idade, à quantia de $5000 o que corresponde grosso modo, a preços correntes de 2007, a $53000. Nada mau Warren.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 13/4/2015 10:59

Capítulo 11 - Pudgy She Was Not

Enquanto Warren prosseguia no seu duplo trabalho, entrega de jornais e de desestabilização familiar, o seu pai, Howard, lutava diáriamente contra os estigmas do Congresso.

Por si só já não era fácil ser um devoto republicano num mar de democratas, a começar no odiado FDR, como a sua própria personalidade independente o impedia de subir os degraus que a sua esposa tanto ambicionava. De facto, palmadinhas nas costas não eram o seu forte e a sua carreira estava a ressentir-se. Os EUA viviam um clima económico complicado, consequência do esforço de guerra e de um orçamento altamente deficitário. Howard sonhava com o regresso ao gold standard e receava que em breve a imagem do carrinho de mão cheio de notas se tornasse corriqueira. Já o havia sido na Alemanha dos anos 30 e veja-se no que tinha desembocado. A morte de Roosevelt (celebrada pela família Buffett) lançava alguma esperança, até porque para eles dificilmente Truman, ou já agora, qualquer outro, poderia ser pior que FDR.

Por seu turno, Warren tinha um novo hobbie/vício... a musculação. Incentivado pelos cartoons que mostravam que apenas os mais fortes e musculados conseguiam as raparigas mais atraentes, iniciou um programa de treinos rigoroso. As medições constantes apelavam ao seu gosto pelos números e aquilo não era para si muito entidiante, pelo contrário. Abbye "Pudgy" Stockton era a mais famosa culturista do mundo e, ao contrário das outras, de "pudgy"(1) nada tinha, deixando atrás de si um rasto de fãs babados. Warren era apenas mais um.

Infelizmente, tal como ele próprio disse "The Big Arms books didn't do me much good".

(1) Pudgy significa gorda e atarracada; grossa; cheia.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 9/4/2015 21:16

Capítulo 10 -True Crime Stories

Quem diria que em 1943, com apenas 13 anos, Warren podia ser legitimamente considerado um deliquente. Notas escolares paupérrimas (mesmo a matemática), apoiadas em companhias duvidosas a redundarem em furtos. Embora sem intuitos de venda, Buffett dedicava-se frequentemente ao furto de bolas e tacos de golfe numa loja de desporto local, que acabavam empacotadas no armário do seu quarto.

Cada vez mais anti-social, em especial na escola, chegou ao ponto de ter aulas/lições ao estilo Hannibal Lecter, com papeis a serem-lhe distribuidos por baixo da porta de uma sala de aula vazia. Tinha-se chegado à conclusão que conseguia melhores resultados na proporção inversa do seu relacionamento com os professores. Aquando da sua graduação fincou pé, recusando-se a vestir o uniforme de gala. Naturalmente a comissão executiva da escola ameaçou-o de não aceitação da formatura. Foi então que o seu pai, de forma muito serena e perspicaz, interviu. Ou se começava a comportar de acordo com o seu potencial, ou, a sua principal fonte de receitas poderia secar instantaneamente, isto é, impediria o seu trabalho enquanto distribuidor de jornais e revistas.

Warren compreendeu a mensagem.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 7/4/2015 13:28

Capítulo 9 - Inky Fingers

Este capítulo, embora mais longo, pode ser retratado de forma bastante sumária.

Como já havia dito anteriormente, Howard, pai de Warren, era um ávido seguidor dos ideais republicanos, assim, quando a dada altura foi necessário alguém concorrer para o cargo de congressista, e ninguém queria desafiar o imcumbente democrata, Howard acabou por avançar. Como não é raro nestes casos, contra todas as expectativas, a começar pelas da sua própria família, o underdog acabou por ganhar.

Resumindo, Warren acabou por ter de mudar para Washington, e embora não se tenha adaptado numa primeira fase (acabando inclusive por retornar a Omaha, onde trabalhou para o seu avô), após esse período voltou a Washington, já mais determinado.

Aqui, e de acordo com o título do capítulo, trabalhou como paper boy nas ruas da capital, conquistando a pulso cada dólar até à meta a que se tinha proposto - algo que vinha também no título do livro que referi no capítulo anterior.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 6/4/2015 16:39

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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 6/4/2015 15:00

Capítulo 8 - A Thousand Ways

Aos seis anos de idade começou a saga do Buffett "máquina de fazer dinheiro".
Primeiro vendendo pastilhas elásticas, que comprava na mercearia do seu avô e depois revendia porta a porta; depois vendendo amendoins e pipocas nos estádios da cidade, Warren começou desde cedo a tentar alguma independência. Vivia-se uma época pós-depressiva, onde o medo de arriscar era a norma. Roosevelt (para mal dos pecados da família Buffett) ia-se recandidatar ao um terceiro mandato, e, ao contrário do seu pai, para o qual a política era tema numero um acima do dinheiro, para Warren o inverso era mais preemente.

"One Thousand ways to make 1000$" foi o primeiro livro que o fascinou. Com uma reluzente capa prateada, este livro demonstrava um conjunto de formas empreendedoras de se ganhar 1000 dólares. De entre maneiras mais curriqueiras, a que na altura despertou mais interesse a Warren foram as balanças. Ele achava que se tivesse uma se pesaria 50 vezes por dia, daí que os outros talvez pensassem igual. E se ele comprasse uma e colocasse uma a prestar este serviço. E se fossem 10! Segundo se recorda, terá sido das primeiras vezes que se apercebeu do poder da capitalização.

Além do livro, as idas constantes ao escritório de corretagem do pai, acrescidas de uma ida ao New York Stock Exchange, onde conheceu Sidney Weinberg, uma das altas figuras do Goldman Sachs, ajudaram a incrementar o seu entusiasmo pelos mercados.

Sendo assim, na Primavera de 1942 fez a sua primeira transacção nos mercados. Conjuntamente com a sua irmã, comprou 3 acções, por 114,75$ (38,25$ cada) do Cities Service Preferred (1). Por sinal uma acção famosa lá por casa, uma vez que tinha ouvido o seu pai falar dela repetidamente aos seus clientes. Em Junho as acções caíram até 27$. A sua irmã diáriamente o relembrava do dinheiro que estava a perder. Warren sentia-se responsável por isso. Assim, quando as accções subiram até 40$ ele apressou-se a vender conseguindo um lucro de 5$ para os dois. Pouco tempo depois as acções estavam a cotar a 202$!

3 importantes lições retirou desta primeira transacção:

1) Não prestar excessiva importância ao preço que tinha pago;

2) Não se apressar, sem a devida reflexão, em obter um pequeno lucro. Se tivesse esperado poderia ter ganho quase 500$. Quantas pipocas teria de vender agora!?

3) Cuidado quando se investe o dinheiro dos outros. Se perdemos, ficamos com alguém à perna. Talvez fosse preferível não ter essa responsabilidade enquanto ele não tivesse a certeza que poderia ter sucesso.
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Re: Biografia de Warren Buffett

por BioInvestidor » 4/4/2015 10:18

Capítulo 7 - Armistice Day

O sétimo capítulo retrata os primeiros anos da vida escolar de Buffett. O sua curiosidade pelos números tinha agora um campo onde melhor se podia desenvolver. Desde concursos de contas na escola, até ao fascínio que tinha por contar matriculas e coleccionar selos e tampas de garrafa, Warren procurava satisfazer constantemente esta paixão.

Por outro lado, a escola permitia-lhe estar longe de casa, onde a sua relação com a mãe era por vezes penosa. Como curiosidade, devido à sua precocidade matemática, conseguiu passar de ano, ou de matéria, mais cedo que a restante classe, apenas sendo acompanhado pelo seu amigo Bob Russell.

A música era outra das suas paixões, nomeadamente o trompete. À medida que foi aprendendo, acabou por ser tão razoável que foi convidado a tocar na cerimónia anual de celebração do Armistício que se realizava na sua escola. Embora não tocasse o solo, mas fizesse apenas parte do coro, ou eco, de trompete, Warren estava excitado e ansioso pelo grande momento. Contudo, quando no momento anterior à sua parte, o outro trompetista cometeu um erro na nota, deixando Warren paralisado. Deveria ele copiar o erro do primeiro trompetista ou tocar bem, e embaraçá-lo? Segundo ele conta, já não se lembra ao certo qual decisão tomou, ou sequer se alguém reparou nisso, contudo aprendeu, ainda que indirectamente, uma lição.

"It might seem easier to go trought life as the echo - but only until the other guy plays the wrong note."(1)

(1) Julgo que se trata de uma referência adaptável, ainda que muitos anos depois, ao mercado financeiro, e ao contentar-mo-nos em seguir índices em vez de estratégias pessoais bem delineadas.

P.S.

http://youtu.be/aADYCPq5vvk
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