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Caldeirão da Bolsa

Vendermos o ouro é pecado?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Vendermos o ouro é pecado?

por PairOfJacks » 6/9/2013 1:48

Brunomanco Escreveu:não sei se não era melhor tentar.

Been there. Done that...

Brunomanco Escreveu: (...) como é feita a gestão do dinheiro em caixa do estado pelo igcp/banco de Portugal? está sempre "disponível"? ou há investimento nalguma coisa?

Isso já não sei, mas gostava de saber.
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Re: Vendermos o ouro é pecado?

por Gncl_C » 6/9/2013 1:38

Este senhor não deve ser levado como lei. Especialmente no que diz respeito ao ouro.

Recordo que quando o preço deste metal precioso era 900$ o Roubini dizia que era uma bolha, quando o preço era 1200$ idem, e 1500$ o mesmo.

Há "gold bugs" e depois há "anti-gold bugs". Que vêem o valor do ouro a equivalente um pisa-papéis.

Na minha humilde opinião o Roubini é um "anti-gold bug".
 
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Re: Vendermos o ouro é pecado?

por Beruno » 6/9/2013 1:21

não sei se não era melhor tentar. como é feita a gestão do dinheiro em caixa do estado pelo igcp/banco de Portugal? está sempre "disponível"? ou há investimento nalguma coisa?
 
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Re: Vendermos o ouro é pecado?

por PairOfJacks » 5/9/2013 22:30

Brunomanco Escreveu:(..)
ou então iam para o tudo ou nada em instrumentos alavancados para ver se conseguiam chegar a uns 35 a 40 mil milhões, e abatiam de uma so vez


:shock: Eu não sei se era a brincar se não, mas parece-me que a função governo não deve ser confundida com a função jogador de casino.
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Re: Vendermos o ouro é pecado?

por Beruno » 5/9/2013 20:46

por mim vendiam o ouro todo, e investiam em bilhetes/t-bills de outros países e iam amortizando lentamente na nossa divida. Sempre "would buy us more time"

ou então iam para o tudo ou nada em instrumentos alavancados para ver se conseguiam chegar a uns 35 a 40 mil milhões, e abatiam de uma so vez
 
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Depois da corrida ao ouro

por pepe7 » 5/9/2013 20:15

Depois da corrida ao ouro
05 Setembro 2013, 00:01 por Nouriel Roubini | © Project Syndicate http://www.project-syndicate.org

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Apesar de os preços do ouro poderem subir temporariamente nos próximos anos, continuarão a estar bastante voláteis e a tendência é para que desçam com o decorrer do tempo, à medida que a economia global vá melhorando. A corrida ao ouro terminou.
A escalada dos preços do ouro nos últimos anos – de 800 dólares por onça em inícios de 2009 para 1.900 dólares no Outono de 2011 – teve todas as características de uma bolha. E agora, tal como todas as fortes subidas de preços de activos que estão desligadas dos fundamentais da oferta e da procura, a bolha do ouro está a perder volume.

No seu pico, os chamados ‘malucos do ouro’ – uma conjugação de investidores paranóicos e de pessoas com uma agenda política baseada no medo - previam com muita satisfação que as cotações do metal amarelo atingiriam entre 2.000 e 3.000 dólares por onça, podendo até chegar aos 5.000 dólares, numa questão de poucos anos. Mas os preços têm estado a perder terreno desde então. Em Abril passado, o ouro valia em torno de 1.300 dólares por onça – e o preço mantém-se abaixo dos 1.400 dólares, o que corresponde a uma queda de quase 30% face aos máximos de 2011.

Existem muitas razões para a bolha estoirar e para o facto de os preços do ouro poderem cair ainda mais, para valores em torno de 1.000 dólares por onça em 2015.

Em primeiro lugar, as cotações do ouro tendem a disparar quando existem sérios riscos económicos, financeiros e geopolíticos para a economia mundial. Durante a crise financeira global, mesmo a segurança dos depósitos bancários e das obrigações soberanas esteve em dúvida para alguns investidores. Se você recear um Armagedão financeiro, é de facto altura – metaforicamente – de encher o seu ‘bunker’ com armas, munições, comida enlatada e barras de ouro.

Mas, mesmo nesse cenário funesto, o ouro pode ser um investimento fraco. Com efeito, no auge da crise financeira, em 2008 e 2009, os preços do metal amarelo caíram fortemente em algumas ocasiões. Num cenário de extremo aperto na concessão de crédito, as compras de ouro com recurso a empréstimo levam a vendas forçadas, pois qualquer correcção nos preços faz disparar os pedidos de cobertura. Consequentemente, o ouro pode ser bastante volátil – tanto para cima como para baixo – no pico de uma crise.

Em segundo lugar, o ouro tem melhor desempenho quando há um risco de inflação elevada, uma vez que a sua popularidade enquanto reserva de valor aumenta. Contudo, apesar de políticas monetárias bastante agressivas por parte de muitos bancos centrais – as sucessivas rondas de ‘flexibilização quantitativa’ fizeram duplicar, ou até mesmo triplicar, a oferta monetária na maioria das economias mais avançadas – a inflação global está baixa e em constante diminuição.

A razão é simples: quando a base monetária aumenta vertiginosamente, a velocidade de circulação do dinheiro diminui em consequência da acumulação de liquidez pelos bancos, sob a forma de excendente de reservas. O desendividamento em curso por parte do sector privado e do sector público manteve o crescimento da procura global abaixo do crescimento da oferta.

Assim, as empresas têm pouca margem de manobra na fixação de preços, devido à sua capacidade excedentária, ao passo que a margem de negociação dos trabalhadores é reduzida devido ao elevado desemprego. Além disso, os sindicatos continuam a enfraquecer, porque a globalização levou à produção barata de bens com forte recurso a mão-de-obra na China e noutros mercados emergentes, fazendo descer os salários e as perspectivas de emprego dos trabalhadores não qualificados nas economias avançadas.

Com o escasso aumento dos salários, é pouco provável que assistamos a uma elevada subida dos preços dos bens. Em todo o caso, a inflação está a diminuir em todo o mundo, à medida que os preços das matérias-primas se ajustam em baixa, em resposta ao débil crescimento global. E o ouro segue a queda da inflação real e esperada.

Em terceiro lugar, ao contrário de outros activos, o ouro não traz rendimentos. Ao passo que as acções têm dividendos para serem distribuídos, as obrigações têm cupões e as casas proporcionam rendas, o ouro é apenas uma jogada a favor da valorização do capital. Agora que a economia global está a recuperar, outros activos – acções ou até mesmo o imobiliário em fase de renascimento – proporcionam retornos mais elevados. Com efeito, as acções norte-americanas e globais têm tido um desempenho superior ao do ouro desde a forte subida dos preços do metal amarelo em inícios de 2009.

Em quarto lugar, as cotações do ouro sobem fortemente quando as taxas de juro reais (ajustadas à inflação) se tornam cada vez mais negativas após sucessivas rondas de ‘flexibilização quantitativa’. A altura de comprar ouro é quando os retornos reais da liquidez e das obrigações estão negativos e em baixa. Mas a perspectiva mais positiva para as economias norte-americana e global implica que, gradualmente, a Reserva Federal e outros bancos centrais começarão a abandonar a ‘flexibilização quantitativa’ e as políticas de taxas de juro zero, o que significa que as taxas reais aumentarão em vez de cair.

Em quinto lugar, há quem argumente que os países fortemente endividados empurrarão os investidores para o ouro, à medida que for aumentando o risco das obrigações soberanas. Mas actualmente assiste-se precisamente ao oposto. Muitos dos governos altamente endividados detêm grandes reservas de ouro, que poderão decidir vender para reduzirem as suas dívidas. Com efeito, a informação de que o Chipre visava vender uma pequena fracção – cerca de 400 milhões de euros (520 milhões de dólares) – das suas reservas de ouro levou a uma queda dos preços do metal precioso em Abril. Países como Itália, que detém vastas reservas de ouro (equivalentes a mais de 130 mil milhões de dólares) , poderão sentir-se tentados a fazer o mesmo, o que pressionará os preços ainda mais para a baixa.

Em sexto lugar, alguns políticos ultra-conservadores, especialmente nos Estados Unidos, exageraram de tal modo as virtudes do ouro, levando a uma corrida ao mesmo, que acabaram por se tornar contraproducentes. Para esta franja da extrema direita, o ouro é o melhor valor-refúgio contra o risco derivado da conspiração governamental visando expropriar a riqueza privada. Estes fanáticos também acreditam que o regresso ao padrão-ouro será inevitável, quando se der a hiper-inflação devido à ‘degradação’ do papel-moeda levada a cabo pelos bancos. No entanto, atendendo à ausência de conspirações, à queda da inflação e a impossibilidade de utilizar o ouro como moeda, esses argumentos deixam de ser válidos.

Uma moeda cumpre três funções: proporcionar um meio de pagamento, funcionar como unidade de conta e como reserva de valor. O ouro pode constituir uma reserva de valor para a riqueza, mas não é um meio de pagamento; não é possível pagar uma conta no supermercado com ouro. Também não é uma unidade de conta; os preços dos bens e serviços, e dos activos financeiros, não estão denominados em ouro.

Assim, o ouro continua a ser a ‘relíquia bárbara’ de John Maynard Keynes, sem valor intrínseco, e que é usado sobretudo como cobertura contra o medo e pânico mais irracional. Sim, todos os investidores deveriam ter uma modesta quota-parte de ouro nas suas carteiras de investimento como protecção contra riscos de cauda extremos. Mas outros activos reais podem providenciar essa protecção, além de que esses riscos de cauda – apesar de não terem sido eliminados – são actualmente mais baixos do que no auge da crise finaceira mundial.

Apesar de os preços do ouro poderem subir temporariamente nos próximos anos, continuarão a estar bastante voláteis e a tendência é para que desçam com o decorrer do tempo, à medida que a economia global vá melhorando. A corrida ao ouro terminou.
Nouriel Roubini é professor de Economia na Stern School of Business, Universidade de Nova Iorque, é “chairman” da consultora global de macroeconomia Roubini Global Economics e co-autor do livro intitulado “Crisis Economics”.
Abraço,
Pepe

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por frugal » 26/5/2013 19:29

Bom dia,

qual o melhor sitio em Portugal para vender ouro ? Quem compra a preço mais alto?

Casas de compra, bancos?
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Ouro

por pepe7 » 22/5/2013 0:05

Boa noite,
relativo ao artigo do Ulisses,

"Tecnicamente, o ouro quebrou o importante suporte situado entre os 1520 e os 1560 pontos que era aquela que eu considerava a fronteira entre o "Bull" e o "Bear Market". Depois de 2 anos de uma lateralização e em que as notícias até eram altamente favoráveis aos touros do ouro, o metal precioso quebrou agora um importante suporte e a reacção foi violenta. Dada a dimensão e velocidade das quedas, não me surpreenderia ver um ressalto nas próximas semanas. O cenário mais de acordo com os cânones da análise técnica seria um ressalto até à zona do suporte quebrado (nova resistência) naquilo que seria um clássico reteste, antes do regresso às quedas. Mas nem sempre os mercados são tão lineares assim."

O ressalto aconteceu e não andou muito "longe" da zona do suporte quebrado (nova resistência), voltou na sexta feira ao agora suporte, hoje respirou...vêm ali mais um "ressaltozinho" :?: :!: para continuar na sua tendência... :wink:
Sem duvida um artigo que diz tudo.Agora é ver dia-a-dia...
Boa noite
Abraço,
Pepe

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por pmpcpinto » 24/4/2013 12:57

Há uma outra história, contada pelo Medina Carreira, que era Ministro das Finanças (entre 76 e 78, num governo do Mários Soares), que efetuou uma vista ao EUA e quando chegou à embaixada deram-lhe um maço de dólares, para gastos durante a visita oficial.

Segundo conta, tentava pagar as refeições, mas não conseguia, pois havia sempre alguém que fazia questão de pagar.

No fim da visita foi jantar e convidou alguns americanos, pediu a fatura e quando chegou à embaixada para devolver o que sobrou e apresentar a fatura do jantar, disseram-lhe para deixar estar, que não queriam nada, pois não estavam a contar que lhes devolvessem o dinheiro.

Pedro
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por _x_ » 24/4/2013 10:13

Essa história já é conhecida, é a famosa história dos pobrezinhos mas honrados, que hoje em dia se traduz no, custe o que custar ou aguentam, aguentam.
Os chicos espertos dos europeus que agora estão todos pudicos na altura assobiaram para o ar a esfregar as mãos e não pagaram.
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por ruicarlov » 24/4/2013 10:00

Leitura muito interessante. Não fazia a mínima ideia que tal tinha acontecido. Verdade seja dita, também pouco sei do plano Marshall. Lá vou eu para a Wikipédia.
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por pmpcpinto » 23/4/2013 18:02

O valor absoluto da dívida também não interessa muito, interessa mais a sua evolução e sustentabilidade, porque como já alguem disse a dívida do estado é para gerir não é para pagar. (Sócrates, e apesar de ser uma frase fácil de chacotear, tem razão). Leia-se pagar no sentido de liquidar.



«Corria o ano da graça de 1962. A Embaixada de Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões de dólares (em termos actuais algo parecido com € 50 milhões) com instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano Marshall.

O embaixador incumbiu-me – ao tempo era eu primeiro secretário da Embaixada – dessa missão.

Aberto o expediente, estabeleci contacto telefónico com a desk portuguesa, pedi para ser recebido e, solicitado, disse ao que ia. O colega americano ficou algo perturbado e, contra o costume, pediu tempo para responder. Recebeu-me nessa tarde, no final do expediente. Disse-me que certamente havia um mal entendido da parte do governo português. Nada havia ficado estabelecido quanto ao pagamento do empréstimo e não seria aquele o momento adequado para criar precedentes ou estabelecer doutrina na matéria. Aconselhou a devolver o cheque a Lisboa, sugerindo que o mesmo fosse depositado numa conta a abrir para o efeito num Banco português, até que algo fosse decidido sobre o destino a dar a tal dinheiro. De qualquer maneira, o dinheiro ficaria em Portugal. Não estava previsto o seu regresso aos EUA.

Transmiti imediatamente esta posição a Lisboa, pensando que a notícia seria bem recebida, sobretudo num altura em que o Tesouro Português estava a braços com os custos da guerra em África. Pensei mal. A resposta veio imediata e chispava lume. Não posso garantir a esta distância a exactidão dos termos mas era algo do tipo: "Pague já e exija recibo". Voltei à desk e comuniquei a posição de Lisboa.

Lançada estava a confusão no Foggy Bottom: - não havia precedentes, nunca ninguém tinha pago empréstimos do Plano Marshall; muitos consideravam que empréstimo, no caso, era mera descrição; nem o State Department, nem qualquer outro órgão federal, estava autorizado a receber verbas provenientes de amortizações deste tipo. O colega americano ainda balbuciou uma sugestão de alteração da posição de Lisboa mas fiz-lhe ver que não era alternativa a considerar. A decisão do governo português era irrevogável.

Reuniram-se então os cérebros da task force que estabelecia as práticas a seguir em casos sem precedentes e concluíram que o Secretário de Estado - ao tempo Dean Rusk - teria que pedir autorização ao Congresso para receber o pagamento português. E assim foi feito. Quando o pedido chegou ao Congresso atingiu implicitamente as mesas dos correspondentes dos meios de comunicação e fez manchete nos principais jornais. "Portugal, o país mais pequeno da Europa, faz questão de pagar o empréstimo do Plano Marshall"; "Salazar não quer ficar a dever ao tio Sam" e outros títulos do mesmo teor anunciavam aos leitores americanos que na Europa havia um país – Portugal – que respeitava os seus compromissos.

Anos mais tarde conheci o Dr. Aureliano Felismino, Director-Geral perpétuo da Contabilidade Pública durante o salazarismo (e autor de umas famosas circulares conhecidas ao tempo por "Ordenações Felismínicas" as quais produziam mais efeito do que os decretos do governo). Aproveitei para lhe perguntar por que razão fizemos tanta questão de pagar o empréstimo que mais ninguém pagou. Respondeu-me empertigado: - "Um país pequeno só tem uma maneira de se fazer respeitar – é nada dever a quem quer que seja".

Lembrei-me desta gente e destas máximas quando há dias vi na televisão o nosso Presidente da República a ser enxovalhado pública e grosseiramente pelo seu congénere checo a propósito de dívidas acumuladas.

Eu ainda me lembro de tais coisas, mas a grande maioria dos Portugueses de hoje nem esse consolo tem.

Estoril, 18 de Abril de 2010

Luís Soares de Oliveira»
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por joaobarb » 23/4/2013 17:44

O ouro realmente não serve para nada, as más notícias é que também não serve para resolver o problema da dívida.

A venda de todo o ouro seria uma media extraordinária que resolveria o défice de um ano, mas o défice que importa é aquele que está livre de receitas extraordinárias.

O valor absoluto da dívida também não interessa muito, interessa mais a sua evolução e sustentabilidade, porque como já alguem disse a dívida do estado é para gerir não é para pagar. (Sócrates, e apesar de ser uma frase fácil de chacotear, tem razão). Leia-se pagar no sentido de liquidar.
 
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por Elias » 23/4/2013 13:55

Sinner Escreveu:Este teu raciocínio aplica-se a todo o lixo financeiro criado virtualmente, onde se inclui os títulos de divida pública, que os países pagam, como, quando e/ou se quiserem.


Evidentemente. O valor de qualquer activo é aquele que o mercado lhe atribui.
 
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por Sinner » 23/4/2013 12:37

Elias Escreveu:
Sinner Escreveu:O ouro têm a grande vantagem de que aconteça o que acontecer terá sempre valor, o que não acontece com títulos de dívida e outros afins.


Valor terá sempre, sem dúvida. Pode valer dez vezes menos que actualmente, mas lá por causa disso não deixará de ter valor :P


Este teu raciocínio aplica-se a todo o lixo financeiro criado virtualmente, onde se inclui os títulos de divida pública, que os países pagam, como, quando e/ou se quiserem.

O ouro só o perdes se fores evadido por uma potência estrangeira e mesmo assim ainda se costuma ter tempo para o proteger em outro território.
A volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”.
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por K. » 23/4/2013 10:14

Como especulador entendo o Ulisses, ter ouro neste momento não faz sentido como investimento, pois os riscos de uma queda continuada nos preços é grande. A nova moda, felizmente para nós, é investir em acções.

Agora, parece que há duas coisas que esqueçeram neste debate.

1)O ouro começou a subir com força há 10 anos porque, após os leilões do tesouro inglês, os Bancos centrais que têm ouro fizeram um cartel tipo OPEP e Portugal acordou com este cartel, ficando assim impedido de vender as reservas. Se algum país saísse deste cartel, os preços iam cair para os valores muito baixos.

2)O ouro não é do estado português, mas sim do Banco de Portugal e, devido ao Euro, o BP não pode injectar dinheiro no estado, pois esas funções são exclusivas do BCE. Caso Portugal saísse do Euro, o BP tinha a possibilidade de cunhar moeda e não seria necessária a venda de ouro. A única coisa que o BP pode fazer é vender a quota anual a que tem direito e investir em títulos de dívida (uma quantidade irrisória).
 
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por nfmarque » 23/4/2013 9:54

_x_ Escreveu:O pais não tem dinheiro, e, eis mais um grandioso projecto onde os politicos gastariam as reservas de ouro.

Banco de Fomento avança em 2014 com seis mil milhões.

Não tem o estado a CGD? não tem praticamente o banif todo? Não pode concessionar por via legislativa a criaçao de um banco privado para este efeito?

Os lugares para os grandes financeiros que acabaram de sair de secretarios de estado, necessitam de lugares à altura.


O BPN não faliu? É preciso colocar todos os gestores de topo em outro banco politico.
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por _x_ » 23/4/2013 9:35

O pais não tem dinheiro, e, eis mais um grandioso projecto onde os politicos gastariam as reservas de ouro.

Banco de Fomento avança em 2014 com seis mil milhões.

Não tem o estado a CGD? não tem praticamente o banif todo? Não pode concessionar por via legislativa a criaçao de um banco privado para este efeito?

Os lugares para os grandes financeiros que acabaram de sair de secretarios de estado, necessitam de lugares à altura.

Deixem mas é lá estar a porcaria que o salazar nos deixou sossegada.
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por ghorez » 23/4/2013 0:30

Lion_Heart Escreveu:
ghorez Escreveu:
Elias Escreveu:
Sinner Escreveu:O ouro têm a grande vantagem de que aconteça o que acontecer terá sempre valor, o que não acontece com títulos de dívida e outros afins.


Valor terá sempre, sem dúvida. Pode valer dez vezes menos que actualmente, mas lá por causa disso não deixará de ter valor :P


Até as notas de marcos alemães tinham valor na hiper-inflação de 1920. O de servir de combustível para aquecer no Inverno.


Bem, comparar um dos metais mais raros e preciosos com papel só pode ser por piada.

O ouro sempre teve o seu valor desde os inícios da Humanidade o papel moeda é muito mais recente e de valor muito mais duvidoso .


Eu estava a ser irónico. Eu sempre fui contra a algo que não produza valor: seja ouro, ou dinheiro "em papel".
Só julgo o ouro útil se comprares abaixo da sua média histórica e como "seguro". E mesmo assim limitar a sua presença na carteira a 10%.

http://www.forbes.com/sites/stevedennin ... t-in-gold/

“Why do you think gold bugs get so irate? Because they really do come out. If you go on CNBC and say that bonds are kind of a poor investment, people don’t get mad at you. You don’t hear from the Treasury. You can knock almost any investment and nothing happens. But when you talk about gold it’s different. Of course that says something about their motivation for ownership. They want people to agree with them. They want everybody to get so scared they run to a cave with gold. Caves might be a better investment than gold. At least they’re not producing more caves all the time. So they want people to be as afraid as they are. Incidentally, they’re right to be afraid of paper money. Their basic premise that paper money around the world is going to be worth less and less over time is absolutely correct. They have the correct basic premise. They should run from paper money. But where they run to is the mistake.
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por EuroVerde » 22/4/2013 22:47

Ouro é ouro! E foi com ele que se construiu já naquele tempo o Convento de Mafra!
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por EuroVerde » 22/4/2013 22:45

Uma coisa é certa: o ouro é um bem escasso que tende a subir de valor a longo prazo porque cada vez que os bancos centrais imprimem moeda para comprar obrigações do tesouro estão a criar valor artificial. Daí a valorização de 2001.

Mas quando o ouro fica sobreavaliado face ao que é imprimido e ainda assim a euforia continua, é fácil dar-se o colapso em qualquer activo e o ouro não é excepção. Em cima disto, creio que apesar de a longo prazo se ir descobrindo novas quantidades de ouro que o tornem menos escasso, é provável que o seu valor se mantenha viável como seguro, não como investimento. Se a velocidade de descoberta de novas quantidades de ouro for maior do que a velocidade de impressão de moeda por parte dos bancos centrais aí a minha opinião muda de figura.

Vender ouro não é, nem nunca foi pecado... mas pode tornar-se um grande erro a quem o herdou ou adquiriu como forma de seguro, não de investimento. :mrgreen:
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por MarcoAntonio » 22/4/2013 21:26

Já agora, sugiro que leiam o artigo do link ghorez também, não apenas olhem para o gráfico.

Está escrito de uma forma simples e muito acessível mas aponta para questões muito importantes quando se encara o ouro de forma especulativa ou como forma de investimento.
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 22/4/2013 21:12

trillion Escreveu:Mas porque vender o ouro?
Para ficarmos com menos 10% da divida?! Como sabemos que daqui a uns tempos o valor do ouro não vai quadriplicar?


Ou metade ou um quarto. Dá uma olhada no gráfico do ghorez que está na página anterior...

E se estamos a falar de reservas, especular com elas é precisamente o oposto do que é suposto fazer (com certeza é por isso que a maior parte dos países diversificam mais as reservas do que nós).
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
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por trillion » 22/4/2013 21:07

Mas porque vender o ouro?
Para ficarmos com menos 10% da divida?! Como sabemos que daqui a uns tempos o valor do ouro não vai quadriplicar?

Portugal percisa é de ser restruturado, não de vender o património que tem que um dia pode vir a ser muito útil...
"I can tell you how I became a winner - I learned how to lose" Martin Schwartz
 
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por MarcoAntonio » 22/4/2013 20:32

Já agora, em relação à parte dos imóveis, fui ver o que o Estado tinha à venda neste momento:

http://www.dgtf.pt/patrimonio-imobiliar ... s/pagina/1

Somei aquilo tudo (a maior parte tem valor) e nem aos 5 milhões chegou. Mesmo que o Estado agora desatasse a vender imóveis (já agora, na conjuntura actual, quem é que vai comprar esse imobiliário todo?!?) conseguia o quê? Provavelmente também umas dezenas de milhões. Enfim, talvez centenas de milhões (se acharmos que é verosímel que o Estado inunde o mercado de imobiliário e consiga vender (eu não estou a ver mt bem a malta - com o imobiliário já em crise - a fazer fila indiana para comprar imóveis ao Estado).


Para chegar aos tais muitos milhares de milhões de que falas, ainda falta mt fruta...



Eu francamente não me espantaria se eles já tivessem dificuldade em escoar a parte que já têm à venda.
Imagem

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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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