[OT] - Democracia em Portugal, um exercício...
MUDAR O SISTEMA ELEITORAL
1) PARLAMENTO: A CASA DA PARTIDOCRACIA -
Os portugueses não têm os direitos políticos dos outros europeus. Não podem sequer escolher os candidatos que são "eleitos" para a assembleia da república. O "julgamento nas urnas" é um logro, pois os candidatos colocados nos primeiros lugares das listas dos maiores partidos têm garantia prévia dum lugar no parlamento. Não há julgamento sem possibilidade de penalização, mas os portugueses não têm maneira de penalizar os candidatos em "lugares elegíveis". Podem ser espiões, maçons ou outra coisa qualquer, não interessa. A ida para o parlamento não depende dos votantes, que apenas decidem a distribuição relativa dos 230 deputados. A raiz do problema é a eleição dos deputados não ser por voto nominal.
2) EM ELEIÇÕES DEMOCRÁTICAS NÃO HÁ VENCEDORES ANTECIPADOS -
É sabido que faz parte da essência da democracia que o resultado duma eleição não possa estar decidido antes da sua realização. O sistema português não cumpre este critério. Nas eleições legislativas, os candidatos recebem os lugares de deputado em função da posição que ocupam na lista eleitoral - não das preferências dos eleitores. Os candidatos dos primeiros lugares têm um lugar garantido, semanas antes das eleições - são os "lugares elegíveis". Como não existe uma relação entre o voto e a atribuição dum lugar de deputado, os deputados NÃO representam os eleitores. Seguramente representam alguém, mas não é quem vota.
3) AUSÊNCIA DE ESCRUTÍNIO ORIGINA DESGOVERNO E CORRUPÇÃO -
O sistema de listas fechadas teve muitas e graves consequências para Portugal: A) Os barões dos principais partidos não podem ser desalojados do parlamento pela via dos votos, vivem numa perpétua impunidade. Mesmo quando a votação do partido está em baixa, têm muitos "lugares elegíveis" para onde se refugiar. B) CORRUPÇÃO: os lóbis contornam o eleitorado e agem diretamente sobre os caciques parlamentares para fazer valer os seus interesses. Na prática, são os lóbis que têm representação no parlamento, não os eleitores. C) Surge o "fosso" entre "os políticos" e o "País Real". Cresce o sentimento pouco saudável de um político é, por omissão, um vigarista ou malfeitor.
4) IMPEDEM-NOS DE FAZER A NOSSA PARTE NA RENOVAÇÃO DOS PARTIDOS -
D) A ausência de voto nominal bloqueia a renovação interna dos partidos. "Renovação" é uns serem substituídos por outros. É o papel do eleitorado indicar quem vai e quem fica, através dos actos eleitorais. O natural é que novos candidatos que tenham mais votos substituam políticos menos votados e ascendam gradualmente às chefias dos partidos. Mas se o sistema eleitoral impede os eleitores de expressar preferências dentro duma lista, está a impedir o eleitorado de exercer o seu papel na renovação dos partidos. Em consequência, perpetuam-se os caciques e apenas os que têm a sua anuência sobem nas estruturas partidárias.
5) OS PARTIDOS NÃO ESCOLHEM BONS DEPUTADOS -
E) Listas fechadas à ordenação pelos votos produzem elencos parlamentares altamente desequilibrados. João Duque afirmou na TV ter examinado o CV de cada um dos deputados e constatado que nenhum teve experiência de integrar os quadros de administração duma empresa. Os desequilíbrios são nítidos a muitos níveis, por exemplo na representação desproporcionada de maçons e juristas. Basta recordar as frequentes cenas embaraçosas envolvendo deputados. Se fossem os eleitores a ordenar as listas, os partidos estariam sujeitos à concorrência a nível dos candidatos individuais. Passariam a propor bons candidatos, pois arriscavam-se a perder votos para outros partidos, com candidatos melhores.
6) LISTAS: ZONA DE CONFORTO DOS BOYS -
Não é por acaso que os políticos nunca falam do sistema eleitoral. Não querem que os cidadãos se apercebam do que está errado na "democracia" portuguesa e comecem a exigir mudanças na sua "zona de conforto". Livres do escrutínio, os partidos sofrem todos de caciquismo avançado. Ao longo das décadas capturaram não só o sistema político, como o próprio regime e as instituições do Estado. Os problemas de obesidade do Estado, corrupção e desgoverno vêm daí. É por isso que a denúncia de actos escandalosos nunca resulta em penalização. Até é recebida com indiferença! O pior que pode acontecer a um cacique partidário é passar o mandato seguinte no parlamento. Mas o sistema não dá meios para o tirar de lá.
7) NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS POR POLÍTICOS QUE NÃO PODEMOS ESCOLHER -
Analisando o sistema português, percebe-se que é injusta a ideia de que os políticos são maus porque os eleitores não sabem votar. Os portugueses até são bastante exigentes. O problema é que não dispõem quaisquer meios para impor a sua exigência. O sistema nega aos portugueses praticamente todos os direitos eleitorais: não podem expressar preferências dentro duma lista; só os votos em partidos entram nas contagens, o parlamento enche-se sempre com 230 deputados, não importa quantos votem. 2 votações, uma com 99% do eleitorado e outra com 1%, podem produzir exactamente o mesmo elenco parlamentar. Na prática, nem podem negar o voto aos partidos.
8) QUALQUER DEMOCRACIA MODERNA TEM O VOTO NOMINAL -
O sistema português é o "sistema proporcional de listas fechadas". As listas são "fechadas" porque a ordem pela qual os lugares são distribuídos é a IMPOSTA pelo partido. Naturalmente, os políticos evitem esta designação, preferindo "sistema representativo" - mais outro logro. Na Europa, quase só é usado na Albânia, Ucrânia e Rússia (e Itália, nas eleições nacionais). Existe um sistema "parecido" - listas "abertas" - em que a ordem das listas é em função de quem tem mais votos. São muitos os países europeus que o usam, incluindo a Itália nas eleições municipais, regionais e europeias, mas também Áustria, Dinamarca, Holanda, Finlândia, Noruega, Suécia, Suíça, etc.
9) NÃO HÁ BONS ARGUMENTOS CONTRA LISTAS ELEITORAIS ABERTAS -
Não é possível desbloquear a partidocracia sem introduzir o voto nominal. Mas para uma reforma eleitoral se concretizar, é essencial que esta seja simples e pacífica e não pode dar pretextos para negociações "intermináveis" entre bancadas. Uma hipótese realista é o sistema PASSAR DE LISTAS FECHADAS PARA LISTAS ABERTAS. As listas são incluídas no boletim de voto para os eleitores as ordenarem em função de quem tem mais votos - ditos preferenciais. Se esse voto também contar como um voto na lista, o método de D'Hondt pode continuar a ser usado tal como agora, bem como os actuais círculos eleitorais. Nenhum candidato tem garantia prévia de ser eleito: passa a haver escrutínio.
Fonte: comentários a esta notícia
(mas o mesmo comentário surge noutras notícias)
1) PARLAMENTO: A CASA DA PARTIDOCRACIA -
Os portugueses não têm os direitos políticos dos outros europeus. Não podem sequer escolher os candidatos que são "eleitos" para a assembleia da república. O "julgamento nas urnas" é um logro, pois os candidatos colocados nos primeiros lugares das listas dos maiores partidos têm garantia prévia dum lugar no parlamento. Não há julgamento sem possibilidade de penalização, mas os portugueses não têm maneira de penalizar os candidatos em "lugares elegíveis". Podem ser espiões, maçons ou outra coisa qualquer, não interessa. A ida para o parlamento não depende dos votantes, que apenas decidem a distribuição relativa dos 230 deputados. A raiz do problema é a eleição dos deputados não ser por voto nominal.
2) EM ELEIÇÕES DEMOCRÁTICAS NÃO HÁ VENCEDORES ANTECIPADOS -
É sabido que faz parte da essência da democracia que o resultado duma eleição não possa estar decidido antes da sua realização. O sistema português não cumpre este critério. Nas eleições legislativas, os candidatos recebem os lugares de deputado em função da posição que ocupam na lista eleitoral - não das preferências dos eleitores. Os candidatos dos primeiros lugares têm um lugar garantido, semanas antes das eleições - são os "lugares elegíveis". Como não existe uma relação entre o voto e a atribuição dum lugar de deputado, os deputados NÃO representam os eleitores. Seguramente representam alguém, mas não é quem vota.
3) AUSÊNCIA DE ESCRUTÍNIO ORIGINA DESGOVERNO E CORRUPÇÃO -
O sistema de listas fechadas teve muitas e graves consequências para Portugal: A) Os barões dos principais partidos não podem ser desalojados do parlamento pela via dos votos, vivem numa perpétua impunidade. Mesmo quando a votação do partido está em baixa, têm muitos "lugares elegíveis" para onde se refugiar. B) CORRUPÇÃO: os lóbis contornam o eleitorado e agem diretamente sobre os caciques parlamentares para fazer valer os seus interesses. Na prática, são os lóbis que têm representação no parlamento, não os eleitores. C) Surge o "fosso" entre "os políticos" e o "País Real". Cresce o sentimento pouco saudável de um político é, por omissão, um vigarista ou malfeitor.
4) IMPEDEM-NOS DE FAZER A NOSSA PARTE NA RENOVAÇÃO DOS PARTIDOS -
D) A ausência de voto nominal bloqueia a renovação interna dos partidos. "Renovação" é uns serem substituídos por outros. É o papel do eleitorado indicar quem vai e quem fica, através dos actos eleitorais. O natural é que novos candidatos que tenham mais votos substituam políticos menos votados e ascendam gradualmente às chefias dos partidos. Mas se o sistema eleitoral impede os eleitores de expressar preferências dentro duma lista, está a impedir o eleitorado de exercer o seu papel na renovação dos partidos. Em consequência, perpetuam-se os caciques e apenas os que têm a sua anuência sobem nas estruturas partidárias.
5) OS PARTIDOS NÃO ESCOLHEM BONS DEPUTADOS -
E) Listas fechadas à ordenação pelos votos produzem elencos parlamentares altamente desequilibrados. João Duque afirmou na TV ter examinado o CV de cada um dos deputados e constatado que nenhum teve experiência de integrar os quadros de administração duma empresa. Os desequilíbrios são nítidos a muitos níveis, por exemplo na representação desproporcionada de maçons e juristas. Basta recordar as frequentes cenas embaraçosas envolvendo deputados. Se fossem os eleitores a ordenar as listas, os partidos estariam sujeitos à concorrência a nível dos candidatos individuais. Passariam a propor bons candidatos, pois arriscavam-se a perder votos para outros partidos, com candidatos melhores.
6) LISTAS: ZONA DE CONFORTO DOS BOYS -
Não é por acaso que os políticos nunca falam do sistema eleitoral. Não querem que os cidadãos se apercebam do que está errado na "democracia" portuguesa e comecem a exigir mudanças na sua "zona de conforto". Livres do escrutínio, os partidos sofrem todos de caciquismo avançado. Ao longo das décadas capturaram não só o sistema político, como o próprio regime e as instituições do Estado. Os problemas de obesidade do Estado, corrupção e desgoverno vêm daí. É por isso que a denúncia de actos escandalosos nunca resulta em penalização. Até é recebida com indiferença! O pior que pode acontecer a um cacique partidário é passar o mandato seguinte no parlamento. Mas o sistema não dá meios para o tirar de lá.
7) NÃO SOMOS RESPONSÁVEIS POR POLÍTICOS QUE NÃO PODEMOS ESCOLHER -
Analisando o sistema português, percebe-se que é injusta a ideia de que os políticos são maus porque os eleitores não sabem votar. Os portugueses até são bastante exigentes. O problema é que não dispõem quaisquer meios para impor a sua exigência. O sistema nega aos portugueses praticamente todos os direitos eleitorais: não podem expressar preferências dentro duma lista; só os votos em partidos entram nas contagens, o parlamento enche-se sempre com 230 deputados, não importa quantos votem. 2 votações, uma com 99% do eleitorado e outra com 1%, podem produzir exactamente o mesmo elenco parlamentar. Na prática, nem podem negar o voto aos partidos.
8) QUALQUER DEMOCRACIA MODERNA TEM O VOTO NOMINAL -
O sistema português é o "sistema proporcional de listas fechadas". As listas são "fechadas" porque a ordem pela qual os lugares são distribuídos é a IMPOSTA pelo partido. Naturalmente, os políticos evitem esta designação, preferindo "sistema representativo" - mais outro logro. Na Europa, quase só é usado na Albânia, Ucrânia e Rússia (e Itália, nas eleições nacionais). Existe um sistema "parecido" - listas "abertas" - em que a ordem das listas é em função de quem tem mais votos. São muitos os países europeus que o usam, incluindo a Itália nas eleições municipais, regionais e europeias, mas também Áustria, Dinamarca, Holanda, Finlândia, Noruega, Suécia, Suíça, etc.
9) NÃO HÁ BONS ARGUMENTOS CONTRA LISTAS ELEITORAIS ABERTAS -
Não é possível desbloquear a partidocracia sem introduzir o voto nominal. Mas para uma reforma eleitoral se concretizar, é essencial que esta seja simples e pacífica e não pode dar pretextos para negociações "intermináveis" entre bancadas. Uma hipótese realista é o sistema PASSAR DE LISTAS FECHADAS PARA LISTAS ABERTAS. As listas são incluídas no boletim de voto para os eleitores as ordenarem em função de quem tem mais votos - ditos preferenciais. Se esse voto também contar como um voto na lista, o método de D'Hondt pode continuar a ser usado tal como agora, bem como os actuais círculos eleitorais. Nenhum candidato tem garantia prévia de ser eleito: passa a haver escrutínio.
Fonte: comentários a esta notícia
(mas o mesmo comentário surge noutras notícias)
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Elias Escreveu:Entretanto aqui vai o que consegui apurar sobre os referendos na Suíça (dito por quem mora lá):
- há referendos federais, cantonais e locais
- qualquer tema pode ir a referendo por iniciativa dos cidadãos, basta reunir 20000 assinaturas nos cantonais e 50000 nos federais
- exemplos de coisas referendadas: proibição de minaretes
Uma coisa tão boa e querem proibir os minaretes??? Isso não...
Lose your opinion, not your money
Tribunal Constitucional confirma perda de mandato de Macário Correia
Macário Correia pode ser candidato às próximas autárquicas
Macário Correia pode ser candidato às próximas autárquicas
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Entretanto aqui vai o que consegui apurar sobre os referendos na Suíça (dito por quem mora lá):
- há referendos federais, cantonais e locais
- qualquer tema pode ir a referendo por iniciativa dos cidadãos, basta reunir 20000 assinaturas nos cantonais e 50000 nos federais
- exemplos de coisas referendadas: limite de velocidade na autoestrada, proibição de minaretes, proibição de fumar, onde cortar na despesa municipal (limpeza de estradas, transportes publicos, etc), aumento/baixa de impostos variados, apoio as familias na forma de melhores estruturas de acolhimento nas escolas (almoços, ATL, etc) e beneficios fiscais, etc.
- nos referendos locais há imensa coisa referendada
- normalmente juntam aos 20 de cada vez, em geral vem por e-mail (mas quem quiser pode votar presencialmente)
- a abstenção é muito grande neste tipo de consultas, depois acontecem situações como a lei da proibição dos minaretes, que foi aprovada com um número reduzido de votos
- há referendos federais, cantonais e locais
- qualquer tema pode ir a referendo por iniciativa dos cidadãos, basta reunir 20000 assinaturas nos cantonais e 50000 nos federais
- exemplos de coisas referendadas: limite de velocidade na autoestrada, proibição de minaretes, proibição de fumar, onde cortar na despesa municipal (limpeza de estradas, transportes publicos, etc), aumento/baixa de impostos variados, apoio as familias na forma de melhores estruturas de acolhimento nas escolas (almoços, ATL, etc) e beneficios fiscais, etc.
- nos referendos locais há imensa coisa referendada
- normalmente juntam aos 20 de cada vez, em geral vem por e-mail (mas quem quiser pode votar presencialmente)
- a abstenção é muito grande neste tipo de consultas, depois acontecem situações como a lei da proibição dos minaretes, que foi aprovada com um número reduzido de votos
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MarcoAntonio Escreveu:Banesco Escreveu:Estou mesmo curioso para ver se eles só convocam referendos em questões menores e escrutinadas pelos políticos.
A lista de todos os referendos realizados na Suíça (actualizada até 2011) está disponível aqui:
http://www.swissvotes.ch/db/votes/listing
Há situações que implicam obrigatoriamente referendo e outras em que o referendo é facultativo.
Esta lista só tem os referendos federais.
Mas há os cantonais e os locais (municipais) que, segundo sei, são muito mais numerosos.
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Dom_Quixote Escreveu:
Pois... "o problema clássico na democracia directa parte do facto dos votantes não saberem o que estão a fazer"... uma vez que os programas eleitorais dos partidos do dito "arco do poder" não são mais que um conjunto de intenções esboçado no sentido da obtenção do voto. Quando o elaboraram já sabiam que não era exequível. Assim, e em consciência, induziram em erro o eleitor.
Então, assiste-te razão: O votante não sabe o que está a fazer!
Por vezes não sabe mesmo.Vide a reeleição do socrates e do isaltino.
A330
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Dom_Quixote Escreveu:Banesco Escreveu:O problema clássico na democracia directa... parte do facto dos votantes não saberem o que estão a fazer.
Banesco,
Banesco Escreveu: Dom_Quixote, não fui eu quem inventou isso, mas da mesma forma que admito pode não fazer sentido, também admito que o pode fazer, e que em certas situações pode ser lesivo.
Pois... "o problema clássico na democracia directa parte do facto dos votantes não saberem o que estão a fazer"... uma vez que os programas eleitorais dos partidos do dito "arco do poder" não são mais que um conjunto de intenções esboçado no sentido da obtenção do voto. Quando o elaboraram já sabiam que não era exequível. Assim, e em consciência, induziram em erro o eleitor.
Então, assiste-te razão: O votante não sabe o que está a fazer!
Banesco Escreveu:Estou mesmo curioso para ver se eles só convocam referendos em questões menores e escrutinadas pelos políticos.
A lista de todos os referendos realizados na Suíça (actualizada até 2011) está disponível aqui:
http://www.swissvotes.ch/db/votes/listing
Há situações que implicam obrigatoriamente referendo e outras em que o referendo é facultativo.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Banesco Escreveu:Actualmente o povo escolhe os seus representantes apenas com base em algumas políticas, ideologia, etc.
Era bonito que isso fosse verdade.
Mas não é.
O voto é principalmente emocional e não tanto racional. A maioria das pessoas não faz puto de ideia sobre os programas políticos. Se fosse feita uma sondagem sobre as políticas dos vários partidos, duvido que a maioria das pessoas soubesse responder.
Quantos jovens há que votam num dado partido porque os papás votam assim.
Uma vez vi uma entrevista na televisão e uma senhora dizia que votava no partido X porque o marido a mandava votar assim.
Esta é a realidade. O resto é fantasia.
(nota: não estou a dizer que toda a população é ignorante em termos políticos, mas não alimento a ilusão de que a população está bem informada sobre os programas políticos, porque não está).
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Elias Escreveu:Então se os votantes não sabem o que estão a fazer, qual é o propósito de dar o voto ao povo para escolher os seus representantes?![]()
Actualmente o povo escolhe os seus representantes apenas com base em algumas políticas, ideologia, etc. O povo espera que os eles tomem as restantes decisões partindo destes princípios gerais.
Banesco Escreveu:Mas nota que os eleitos são o espelho de quem os elegeu. Num país onde a população em geral não promove o mérito, não são os políticos que o vão fazer.
Verdade, até porque os políticos são originários dessa mesma população

Elias Escreveu:P.S. - Já tenho informações sobre os referendos na Suíça, daqui a pouco ponho aqui.
Estou mesmo curioso para ver se eles só convocam referendos em questões menores e escrutinadas pelos políticos.
Dom_Quixote, não fui eu quem inventou isso, mas da mesma forma que admito pode não fazer sentido, também admito que o pode fazer, e que em certas situações pode ser lesivo.
Banesco Escreveu:Ou seja, o problema parte do facto dos votantes não saberem o que estão a fazer.
Então se os votantes não sabem o que estão a fazer, qual é o propósito de dar o voto ao povo para escolher os seus representantes?

Banesco Escreveu:Acho que podia ser mais transparente, os programas eleitorais realistas, os partidos serem mais selectos ao escolherem os seus dirigentes, dar mais prioridade à meritocracia, etc
Mas nota que os eleitos são o espelho de quem os elegeu. Num país onde a população em geral não promove o mérito, não são os políticos que o vão fazer.
P.S. - Já tenho informações sobre os referendos na Suíça, daqui a pouco ponho aqui.
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Elias Escreveu:Não quero alinhar em populismo barato, mas deixa-me perguntar-te: se a maioria da população quiser fechar as fronteiras, onde está a irrazoabilidade?
O problema clássico na democracia directa está no facto de os votantes exercerem a sua opção sem estarem plenamente conscientes das consequências e como a sua decisão individual poderia afectar todos. Ou seja, o problema parte do facto dos votantes não saberem o que estão a fazer.
Elias Escreveu:Podes elaborar? Em que aspectos achas que o sistema pode ser melhorado?
Acho que podia ser mais transparente, os programas eleitorais realistas, os partidos serem mais selectos ao escolherem os seus dirigentes, dar mais prioridade à meritocracia, etc
Elias Escreveu:Também já ouvi dizer isso. A questão é: como é que chegas aos números reais?
É possível chegar a estimativas da taxa real de violações através de inquéritos anónimos, por exemplo.
Julgo saber de resto que grande parte da informação que existe sobre esta matéria provém de estudos e não de dados oficiais que tendem a não reflectir a realidade (nuns países mais do que noutros) e são bastante enganadores.
Eu como disse, tenho a ideia (de ter visto isso em qualquer lado) que em Portugal a taxa de casos que não são reportados é bastante elevada. Para além do estigma social que possivelmente é mais forte num país mediterrânico, também poderá haver influência de um descrédito no funcionamento da Justiça.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Dom_Quixote Escreveu:Não chegas. Não tens como. Porque grande parte não é denunciada por, como dizeis, estigma social, vergonha, medo de represálias, etc.. Nesta matéria, infelizmente, só o decorrer do tempo e a evolução que se deseja que o mesmo traga consigo permitirá à mulher fazer o que desde sempre devia ser feito: Apresentar a respectiva queixa crime contra conhecido ou desconhecido.
A violação não diz respeito apenas às mulheres: a violação de individuos do sexo masculino é uma realidade e que tende a ser descurada (em adultos acontece em particular nas prisões - mas não só! - e depois ainda existe a violação de individuos não adultos).
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Elias Escreveu:Dom_Quixote Escreveu:Elias Escreveu:(...) o país com mais alta taxa de homicídios na Europa é Finlândia.
E que os outros países nórdicos não estão especialmente bem colocados. Por exemplo, a taxa de homicídios na Dinamarca, na Suécia ou no Reino Unido é superior à que se regista em Espanha ou em Itália.
Pode nada ter a vêr com o nível de vida, mas talvez com o próprio clima. É sabido que em climas mais quentes menor é aptência para a depressão.![]()
Tenho ideia que na Finlândia o número de armas é muito elevado. Não sei se há relação directa...
Há, sempre! Olha para os USA e vê o que se passa...
Uma nota: Por cá nos anos 80 a autorização para compra de arma de defesa demorava 2 anos e não era pela burocracia. Já nesse tempo era (penso) por precaução.

MarcoAntonio Escreveu:Elias Escreveu:
No que diz respeito a violações, o país europeu com maior taxa de casos reportados é a Suécia, seguindo-se a Islândia, a Noruega e a Finlândia. As taxas registadas nos países do sul são incomparavelmente mais baixas.
Tenho a vaga ideia é que há países (nomeadamente Portugal) onde uma grande parte das violações não são reportadas devido ao estigma social.
Tenho isto de memória, para documentar valores teria de ir pesquisar mas olhar para os números dos casos reportados pode ser extremamente enganador.
Elias Escreveu:Também já ouvi dizer isso. A questão é: como é que chegas aos números reais?
Não chegas. Não tens como. Porque grande parte não é denunciada por, como dizeis, estigma social, vergonha, medo de represálias, etc.. Nesta matéria, infelizmente, só o decorrer do tempo e a evolução que se deseja que o mesmo traga consigo permitirá à mulher fazer o que desde sempre devia ser feito: Apresentar a respectiva queixa crime contra conhecido ou desconhecido.
Dom_Quixote Escreveu:Elias Escreveu:(...) o país com mais alta taxa de homicídios na Europa é Finlândia.
E que os outros países nórdicos não estão especialmente bem colocados. Por exemplo, a taxa de homicídios na Dinamarca, na Suécia ou no Reino Unido é superior à que se regista em Espanha ou em Itália.
Pode nada ter a vêr com o nível de vida, mas talvez com o próprio clima. É sabido que em climas mais quentes menor é aptência para a depressão.![]()
Tenho ideia que na Finlândia o número de armas é muito elevado. Não sei se há relação directa...
MarcoAntonio Escreveu:Elias Escreveu:
No que diz respeito a violações, o país europeu com maior taxa de casos reportados é a Suécia, seguindo-se a Islândia, a Noruega e a Finlândia. As taxas registadas nos países do sul são incomparavelmente mais baixas.
Tenho a vaga ideia é que há países (nomeadamente Portugal) onde uma grande parte das violações não são reportadas devido ao estigma social.
Tenho isto de memória, para documentar valores teria de ir pesquisar mas olhar para os números dos casos reportados pode ser extremamente enganador.
Também já ouvi dizer isso. A questão é: como é que chegas aos números reais?
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Elias Escreveu:(...) o país com mais alta taxa de homicídios na Europa é Finlândia.
E que os outros países nórdicos não estão especialmente bem colocados. Por exemplo, a taxa de homicídios na Dinamarca, na Suécia ou no Reino Unido é superior à que se regista em Espanha ou em Itália.
Elias Escreveu: No que diz respeito a violações, o país europeu com maior taxa de casos reportados é a Suécia, seguindo-se a Islândia, a Noruega e a Finlândia. As taxas registadas nos países do sul são incomparavelmente mais baixas.
Mt interessante.
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Elias Escreveu:
No que diz respeito a violações, o país europeu com maior taxa de casos reportados é a Suécia, seguindo-se a Islândia, a Noruega e a Finlândia. As taxas registadas nos países do sul são incomparavelmente mais baixas.
Tenho a vaga ideia é que há países (nomeadamente Portugal) onde uma grande parte das violações não são reportadas devido ao estigma social.
Tenho isto de memória, para documentar valores teria de ir pesquisar mas olhar para os números dos casos reportados pode ser extremamente enganador.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Elias Escreveu:(...) o país com mais alta taxa de homicídios na Europa é Finlândia.
E que os outros países nórdicos não estão especialmente bem colocados. Por exemplo, a taxa de homicídios na Dinamarca, na Suécia ou no Reino Unido é superior à que se regista em Espanha ou em Itália.
Pode nada ter a vêr com o nível de vida, mas talvez com o próprio clima. É sabido que em climas mais quentes menor é aptência para a depressão.

Elias Escreveu: No que diz respeito a violações, o país europeu com maior taxa de casos reportados é a Suécia, seguindo-se a Islândia, a Noruega e a Finlândia. As taxas registadas nos países do sul são incomparavelmente mais baixas.
Pode nada ter a vêr com a criminalidade em si mesma, mas talvez com o próprio clima. É sabido que em climas mais quentes maior é a disponibilidade do sexo feminino para a práctica do acto sexual... ou, se não fôr bem assim, pelo menos existe a possibilidade de que menos frio implique menor frigidez... ou não?

Banesco Escreveu:Agora a sério, o que eu queria mesmo especificar era mais o caso de se colocarem a referendo directo questões concretas e populistas. Imagina que em França davam a possibilidade das pessoas votarem em questões como "Devemos fechar as fronteiras?", "Devemos expulsar os não naturais, que nos tiram o trabalho, de França?" ou mesmo "Devemos confiscar 90% da fortuna dos ricos para evitar que se aumente em 1% os impostos?". Temos que ser razoáveis.
Não quero alinhar em populismo barato, mas deixa-me perguntar-te: se a maioria da população quiser fechar as fronteiras, onde está a irrazoabilidade?
Banesco Escreveu:Até lá basta-nos afinar melhor o sistema que temos e conhecemos.
Podes elaborar? Em que aspectos achas que o sistema pode ser melhorado?
Banesco Escreveu:Sobre que temas fazem eles referendos, podes dar-me alguns exemplos? Fazem-no sobre como orientar políticas económicas ou diplomacia internacional? Ou apenas abordam questões a nível do município?
Não te sei responder directamente, mas vou contactar o meu amigo que mora na Suíça e logo que tenha mais informação responderei.
Banesco Escreveu:Existe uma correlação entre a riqueza de um país e a democracia/liberdade dos seus cidadãos. Nos países altamente desenvolvidos (nórdicos, Suiça) o nível de vida é bom, há boas condições para todos, em resumo, há dinheiro para resolver todo e qualquer problema. Os cidadãos e os políticos não precisam de ser corruptos para se saírem bem na vida. Disto resulta uma sociedade ordeira com poucos conflitos.
Estas afirmações (especialmente a última) assentam, parece-me, num conjunto de "ideias feitas" acerca dos países nórdicos.
Por isso parece-me importante lembrar que o país com mais alta taxa de homicídios na Europa é Finlândia.
E que os outros países nórdicos não estão especialmente bem colocados. Por exemplo, a taxa de homicídios na Dinamarca, na Suécia ou no Reino Unido é superior à que se regista em Espanha ou em Itália.
No que diz respeito a violações, o país europeu com maior taxa de casos reportados é a Suécia, seguindo-se a Islândia, a Noruega e a Finlândia. As taxas registadas nos países do sul são incomparavelmente mais baixas.
Não sei se os números são rigorosos ou não. Mas a ideia de que nos países nórdicos "é tudo bom" e a sociedade é "ordeira e com poucos conflitos" parece-me demasiado colorida.
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Elias Escreveu:E qual é a diferença em relação à situação actual? Se um populista nacionalista for eleito, que mecanismos tens para o impedir?
(...)
Basicamente estás a sugerir que as pessoas não sabem o que é melhor para os outros e que devem ser os eleitos a decidir, porque eles é que sabem.
Mas isso conduz-nos a um paradoxo: se as pessoas não sabem decidir o que é melhor para elas, o que nos leva a crer que saibam escolher quem melhor sabe decidir?
(...)
Nós por cá é que estamos mais habituados a que outros decidam por nós - infelizmente.
Mecanismos à la Grécia?

Agora a sério, o que eu queria mesmo especificar era mais o caso de se colocarem a referendo directo questões concretas e populistas. Imagina que em França davam a possibilidade das pessoas votarem em questões como "Devemos fechar as fronteiras?", "Devemos expulsar os não naturais, que nos tiram o trabalho, de França?" ou mesmo "Devemos confiscar 90% da fortuna dos ricos para evitar que se aumente em 1% os impostos?". Temos que ser razoáveis.

Para mim a Democracia Directa seria o sistema ideal, mas como em muitas coisas, o que se idealiza nem sempre funciona como queremos. Em vez disso, temos que ser práticos.
Talvez com o aumento da literacia e da cultura da população e em conjunção com as novas tecnologias, possamos um dia exercer a nossa vontade, facilmente e conscientes de todos os argumentos pro- e contra- um determinado assunto. Até lá basta-nos afinar melhor o sistema que temos e conhecemos.
Elias Escreveu:Nota que isso é apenas uma parte da história.
A Suíça é composta por cantões que têm todos uma grande autonomia e estão sempre a fazer referendos por tudo e por nada. Um amigo meu que mora na Suíça há 10 anos conta-me que recebe referendos todas as semanas para dar a opinião / votar sobre tudo e mais alguma coisa. Por isso a maioria tem poder de decisão, e muito.
Sobre que temas fazem eles referendos, podes dar-me alguns exemplos? Fazem-no sobre como orientar políticas económicas ou diplomacia internacional? Ou apenas abordam questões a nível do município?
O problema é que a democracia não chega a todos!
Existe uma correlação entre a riqueza de um país e a democracia/liberdade dos seus cidadãos. Nos países altamente desenvolvidos (nórdicos, Suiça) o nível de vida é bom, há boas condições para todos, em resumo, há dinheiro para resolver todo e qualquer problema. Os cidadãos e os políticos não precisam de ser corruptos para se saírem bem na vida. Disto resulta uma sociedade ordeira com poucos conflitos.
Já nos países de 3º mundo passa-se o contrário, são países pouco desenvolvidos, há grande competição pelos recursos (que não chegam para todos), não há dinheiro para resolver os problemas. Por isso as pessoas têm um mau nível de vida e há corrupção/crime. Para manter a ordem os governantes recorrem à força para esmagar qualquer conflito e fazer as pessoas aceitarem a vida que levam. Daí que não haja democracia para estes..
Elias Escreveu:Muffin Escreveu:Elias, um rápido comentário pois penso que o "problema" é mais vasto que o de ser um "hábito".
Lembro-me na altura dos "pseudo"-referendos ouvir pessoas verdadeiramente irritadas por lhe estarem a solicitar que vote numa questão que deveriam ser os políticos a decidir pois "é para isso que os elegemos".
Sim é verdade, mas para mim isso é o reflexo de uma mentalidade / cultura instalada que basicamente se resume ao "não me chateiem" e ao "alguém que resolva".
Basta ver o que se passa nos condomínios: em muitos deles é frequente não haver quorum pelo facto de muitos dos condóminos não porem os pés nas assembleias anuais. E estamos a falar de tomar decisões sobre um espaço que lhes pertence.
O mesmo sucede nas associações: é frequente nas assembleias gerais de sócios estarem presentes apenas 10 ou 15 sócios (estamos a falar de associações com vários milhares de sócios). As pessoas não querem participar, não querem decidir, querem simplesmente alguém que faça.
Creio que o mesmo se passa em relação aos políticos. Para muitas pessoas, a visão é exactamente essa: "a gente elege-os e eles que decidam".
Pessoalmente faz-me pena. Creio que todo o país teria a ganhar se houvesse mais interesse por participar nas decisões. A começar pelas associações e pelos condomínios, como acabei de referir.
Vai demorar várias gerações até termos uma sociedade mais participativa... A mentalidade tem de evoluir e estamos há pouco tempo em democracia. Este tipo de coisas tem uma evolução lenta...
Penso também que o desânimo geral que existe no nosso país ainda acentua mais essa do "não me chateiem, tenho mais que fazer" pois muito boa gente está preocupada com o seu díficil dia-a-dia e nem quer saber de política.
Afinal não era há uns 10/15 anos atrás que tinhamos cerca de 40% de analfabetos funcionais em Portugal?
Segue a tendência e não te armes em herói ao tentar contrariá-la.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
Muffin Escreveu:Elias, um rápido comentário pois penso que o "problema" é mais vasto que o de ser um "hábito".
Lembro-me na altura dos "pseudo"-referendos ouvir pessoas verdadeiramente irritadas por lhe estarem a solicitar que vote numa questão que deveriam ser os políticos a decidir pois "é para isso que os elegemos".
Sim é verdade, mas para mim isso é o reflexo de uma mentalidade / cultura instalada que basicamente se resume ao "não me chateiem" e ao "alguém que resolva".
Basta ver o que se passa nos condomínios: em muitos deles é frequente não haver quorum pelo facto de muitos dos condóminos não porem os pés nas assembleias anuais. E estamos a falar de tomar decisões sobre um espaço que lhes pertence.
O mesmo sucede nas associações: é frequente nas assembleias gerais de sócios estarem presentes apenas 10 ou 15 sócios (estamos a falar de associações com vários milhares de sócios). As pessoas não querem participar, não querem decidir, querem simplesmente alguém que faça.
Creio que o mesmo se passa em relação aos políticos. Para muitas pessoas, a visão é exactamente essa: "a gente elege-os e eles que decidam".
Pessoalmente faz-me pena. Creio que todo o país teria a ganhar se houvesse mais interesse por participar nas decisões. A começar pelas associações e pelos condomínios, como acabei de referir.
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