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Caldeirão da Bolsa

Impressão de Dinheiro

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por xico Xico » 27/1/2010 11:36

Cannot, com tanta complicação, como resolveríamos o comercio com eles?

Teria que haver troca de produtos no inicio como na Eras passadas
 
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por cannot » 27/1/2010 2:13

este é um tópico engraçado, algo dado a divagações e apropriado para esta hora da noite. vamos lá dizer qqr coisa també.

xico Xico Escreveu:Eu acho que uma das soluções era trocar por algum mineral deles, e assim surgia um novo ouro.

Só se o tal mineral fosse útil para nós é que teria valor. O ouro é útil e tem propriedades importante. apenas hoje em dia não se usa principalemente por ser raro e carissímo.

xico Xico Escreveu:Eles mesmo que fossem tecnicamente mais evoluídos tenderiam a formar uma base comercial connosco.

não necessariamente, mas podemos assumir que era pacíficos, ao contrário de nós, e queriam fazer comércio.

xico Xico Escreveu:Por exemplo nos descobrimentos trocavam ouro por espelhos.

isso é uma ideia um pouco romanceada... mas existiram muitas formas diferentes de comércio mas muitos casos era simplesmente pela conquista dos impérios existentes e implantação de um novo, tal como da religião. Mas casos como a Índia e Américas foram diferentes...

xico Xico Escreveu:O que para eles não tinha qualquer valor para nós tornava. Mesmo uma nota impressa em termos de valor tinha.

Como colecçao mas não para troca por bens. As coisas de coleção apenas têm valor se forem raras. A notas deles apenas teriam valor se as pudesses trocar por outros bens, i.e. se tiverem uma taxa de câmbio para o Euro.

Como não poderíamos ir lá comprar coisas com as notas deles, com fazemos com os ienes por exemplo, não faz sentido pensar que elas pudessem entrar no mercado financeiro nem acordar uma taxa de câmbio. Seria algo mais complicado do que isso, mas julgo que se os ETs aparecessem aqui, tanta coisa seria complicada que não acho que resolver essa questão da moeda fosse a mais difícil. Seria tudo igualmente difícil, de tal forma difícil que tudo o que pudermos dizer acerca disso agora é pura ficção científica.


xico Xico Escreveu:Os quadros de Picasso tem valor porque um conjunto de pessoas assim o acharam o que influenciou o resto da comunidade.

As coisas valem o que alguém estiver disposto a dar por elas...

Abraço
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por Branc0 » 26/1/2010 17:14

xico Xico Escreveu:Imaginam notas a ser comercializadas na Ebay, era ai que conseguíamos saber qual o seu valor.
Depois á medida que a nota ia ser inserida no nosso planeta essa iria perdendo o seu valor, até que chegássemos a uma taxa de cambio variável algo constante.
Mas de certeza que as primeiras teriam bastante valor


Em alternativa ao ebay podes ir ao mercado cambial e ter o mesmo resultado :P

Hint: http://www.oanda.com/currency/real-time-rates
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por Las_Vegas » 26/1/2010 16:53

xico Xico Escreveu:Eu acho que uma das soluções era trocar por algum mineral deles, e assim surgia um novo ouro.
Eles mesmo que fossem tecnicamente mais evoluídos tenderiam a formar uma base comercial connosco.
Por exemplo nos descobrimentos trocavam ouro por espelhos.
O que para eles não tinha qualquer valor para nós tornava. Mesmo uma nota impressa em termos de valor tinha.
Os quadros de Picasso tem valor porque um conjunto de pessoas assim o acharam o que influenciou o resto da comunidade.


Se uma civilização alienígena estivesse tecnologicamente tão evoluída que fosse capaz de viajar milhões de km ate ao nosso planeta e Se tivesse meios para transportar recursos da terra lá para o tasco deles a diferença civilizacional entre nós e eles seria porventura proporcional aquela que nós achamos existir entre um homem e uma ratazana...

Ou seja, na pior das hipóteses chegavam à conclusão que a nossa espécie era um tipo de parasita e usavam o Raid ou Mafu espacial para acabar connosco e deixar só as espécies terrestres em comunhão com o equilíbrio natural do nosso planetazinho

:wink:
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por xico Xico » 26/1/2010 16:48

Imaginam notas a ser comercializadas na Ebay, era ai que conseguíamos saber qual o seu valor.
Depois á medida que a nota ia ser inserida no nosso planeta essa iria perdendo o seu valor, até que chegássemos a uma taxa de cambio variável algo constante.
Mas de certeza que as primeiras teriam bastante valor
 
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por xico Xico » 26/1/2010 16:32

Eu acho que uma das soluções era trocar por algum mineral deles, e assim surgia um novo ouro.
Eles mesmo que fossem tecnicamente mais evoluídos tenderiam a formar uma base comercial connosco.
Por exemplo nos descobrimentos trocavam ouro por espelhos.
O que para eles não tinha qualquer valor para nós tornava. Mesmo uma nota impressa em termos de valor tinha.
Os quadros de Picasso tem valor porque um conjunto de pessoas assim o acharam o que influenciou o resto da comunidade.
 
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Asset Price Inflation

por C.N. » 26/1/2010 10:37

vset Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:...a mais de um ano que as maquinas não param. Nunca existiu tanto dinheiro no mundo.
Poupar ou investir em bens? :?:


Questao muito pertinente vset. A minha resposta e investir. A inflacao que se esta a ver apos o estimulo financeiro que comecou em 2008 e uma inflacao no preco dos investimentos (acoes etc.) e nao nos bens de consumo. E mais provavel acontecer um bull market tipo anos 80 do que uma inflacao tipo anos 70.

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por atomez » 26/1/2010 2:06

ja vou Escreveu:
xico Xico Escreveu:Para os mais entendidos, vou colocar uma questão patética aos dias de hoje mas possível aos dias de amanha num futuro longínquo.
Eramos visitados por extraterrestres, já todos sabiam da sua existência, o que não foi novidade aos olhos dos habitantes locais. Vamos supor que as moedas eram as mesmas que circulam hoje sendo as mesmas taxas de cambio. A determinada altura o ET. procurava as nossas especiarias e então resolviam pagar com a moeda deles. Não tinham quaisquer minérios que interessassem ás nossas empresas, bem tinham umas que não existiam cá mas que não tinham qualquer utilidade.
Nós por cá já conhecíamos os ET. mas a nossa inteligência não permitia viajar até ao planeta deles, então só recebíamos na nossa terra. Como eles só tinham a nota deles e estavam interessados em levar as nossas especiarias, como resolvíamos tal procura? Aceitávamos a nota deles, mas para quê? e como terminávamos o seu valor?
Bem é eu sei que um cenário patético, mas economicamente como se resolvia?


Essa é fácil.

Se os ETs eram tecnologicamente muito mais avançados do que nós não precisavam de comprar nada... chegavam e serviam-se ;)


Precisamente. Até há um exemplo histórico -- foi isso mesmo o que portugueses, espanhóis, ingleses, franceses fizeram na América ...
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por hmaavv » 26/1/2010 2:00

xico Xico Escreveu:Para os mais entendidos, vou colocar uma questão patética aos dias de hoje mas possível aos dias de amanha num futuro longínquo.
Eramos visitados por extraterrestres, já todos sabiam da sua existência, o que não foi novidade aos olhos dos habitantes locais. Vamos supor que as moedas eram as mesmas que circulam hoje sendo as mesmas taxas de cambio. A determinada altura o ET. procurava as nossas especiarias e então resolviam pagar com a moeda deles. Não tinham quaisquer minérios que interessassem ás nossas empresas, bem tinham umas que não existiam cá mas que não tinham qualquer utilidade.
Nós por cá já conhecíamos os ET. mas a nossa inteligência não permitia viajar até ao planeta deles, então só recebíamos na nossa terra. Como eles só tinham a nota deles e estavam interessados em levar as nossas especiarias, como resolvíamos tal procura? Aceitávamos a nota deles, mas para quê? e como terminávamos o seu valor?
Bem é eu sei que um cenário patético, mas economicamente como se resolvia?


Não sou entendido , muito menos em Economia alienígena, mas aqui vai :
Para o mercado funcionar os ETs tinham de dar algo em troca, esse bem ou serviço teria de ser valorizado em especiarias e posteriormente os dois bens seriam cotados numa moeda a definir .
A moeda irá facilitar e diversificar as transacções e permitir a acumulação de riqueza.
 
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por Branc0 » 26/1/2010 1:11

RiscoCalculado Escreveu:Uma posição de total ausência de intervenção , inclusivamente abolição do Banco Central não é uma posição de direita. É uma posição de um pequeno grupo que não sei se chegará a 1% (e acho que já estou a ser "simpático") da população.


Provavelmente mais de metade daqueles que sabem o que é um banco central :)
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por RiscoCalculado » 26/1/2010 1:05

Quanto ao exemplo do Eng. Químico: ele pode procurar financiadores para a sua ideia (banco, capitais de risco, amigos, etc.). Porque não o usaste na hipótese 2?
Quanto a os outros habitantes da ilha não emprestarem/investirem (individualmente ou em conjunto), estou a admitir que o universo de habitantes não se resume a 2 ou 3 "morcões" invejosos, mas será suficientemente grande para poder absorver novas ideias.


Mas no mundo real é isso por certo que acontece (procurar financiamento junto de bancos , investidores).
Para já as famílias e empresas ainda não se vão financiar junto do Banco Central.
Posteriormente a conceder o crédito o (ou os) banco(s) poderão chegar à conclusão
que estão com poucas reservas e terão que tentar financiar-se no mercado monetário.
Se o mercado monetário estiver pouco liquido como um todo acabam por ter que ir buscar dinheiro junto do Banco Central (desde que os projectos aos quais foi concedido crédito "resultem" e a actividade económica se expanda isso não é problemático).


(Quanto às bocas políticas... é claro que percebeste! icon_wink.gif Sobretudo quando estamos a falar de uma questão que "tem tudo a ver", pois é relativa a uma maior ou menor intervenção do estado na economia - deixar a economia funcionar de forma "natural" ou introduzir "artificialismos" arriscados na mesma. Mas admito que possas não querer entrar por aí.)


Na realidade no caso em questão não percebi. Até admito que em algum outro tópico possa já ter transmitido uma ou outra ideia que possa ser interpretada como mais voltada à esquerda (ainda que isso não signifique que seja de esquerda, na realidade sou relativamente apartidário).
No entanto no presente tópico de todo a minha opinião pode ser interpretada como sendo de esquerda. Nem direita , nem esquerda se opõe à existência de um Banco Central nem a que exista crescimento da massa monetária. Em relação a intervenção do estado na economia existirá diferença entre a esquerda e direita, mas a direita defende tb alguma intervenção.
Uma posição de total ausência de intervenção , inclusivamente abolição do Banco Central não é uma posição de direita. É uma posição de um pequeno grupo que não sei se chegará a 1% (e acho que já estou a ser "simpático") da população.
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por xico Xico » 25/1/2010 17:28

Só se fala em ouro e notas, e o sexo??
Nós homens se caíssemos numa ilha como o Risco Calculado disse, havia a moeda mais antiga,o sexo, mas como não havia moedas nem ouro, os pobres homens estavam condenados a trabalhar na cozinha, na lavoura, etc. :lol:
 
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por ja vou » 25/1/2010 17:14

xico Xico Escreveu:Para os mais entendidos, vou colocar uma questão patética aos dias de hoje mas possível aos dias de amanha num futuro longínquo.
Eramos visitados por extraterrestres, já todos sabiam da sua existência, o que não foi novidade aos olhos dos habitantes locais. Vamos supor que as moedas eram as mesmas que circulam hoje sendo as mesmas taxas de cambio. A determinada altura o ET. procurava as nossas especiarias e então resolviam pagar com a moeda deles. Não tinham quaisquer minérios que interessassem ás nossas empresas, bem tinham umas que não existiam cá mas que não tinham qualquer utilidade.
Nós por cá já conhecíamos os ET. mas a nossa inteligência não permitia viajar até ao planeta deles, então só recebíamos na nossa terra. Como eles só tinham a nota deles e estavam interessados em levar as nossas especiarias, como resolvíamos tal procura? Aceitávamos a nota deles, mas para quê? e como terminávamos o seu valor?
Bem é eu sei que um cenário patético, mas economicamente como se resolvia?


Essa é fácil.

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por xico Xico » 25/1/2010 17:09

Para os mais entendidos, vou colocar uma questão patética aos dias de hoje mas possível aos dias de amanha num futuro longínquo.
Eramos visitados por extraterrestres, já todos sabiam da sua existência, o que não foi novidade aos olhos dos habitantes locais. Vamos supor que as moedas eram as mesmas que circulam hoje sendo as mesmas taxas de cambio. A determinada altura o ET. procurava as nossas especiarias e então resolviam pagar com a moeda deles. Não tinham quaisquer minérios que interessassem ás nossas empresas, bem tinham umas que não existiam cá mas que não tinham qualquer utilidade.
Nós por cá já conhecíamos os ET. mas a nossa inteligência não permitia viajar até ao planeta deles, então só recebíamos na nossa terra. Como eles só tinham a nota deles e estavam interessados em levar as nossas especiarias, como resolvíamos tal procura? Aceitávamos a nota deles, mas para quê? e como terminávamos o seu valor?
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por Branc0 » 25/1/2010 16:51

Já agora Quico, não sei se conheces o Antal Fekete mas ele pega numa teoria de Smith para alguma das situações que se tem falado.

Está tudo mais ou menos explicado nestes artigos:
http://www.professorfekete.com/articles ... ctrine.pdf

http://www.professorfekete.com/articles ... TheAir.pdf

A teoria tem os seus méritos mas há coisas que eu não gosto (apesar de ser sempre melhor que o sistema actual). Assim por alto resume-se à emissão de notas contra produto.

Exemplo:
1) Moleiro passa uma "real bill" ao agricultor pelo valor do trigo + juros até à maturidade.

2) Padeiro passa uma "real bill" ao moleiro pelo valor da farinha + juros até à maturidade.

3) Cliente paga o pão em moeda de ouro. Essa moeda de ouro irá liquidar as "real bills" anteriores.

Essas notas são sempre de curto prazo (3 meses no máximo) e podem ser sempre descontados pelo portador no banco por moeda de ouro (descontando o juro).

Robert Blumen comenta aqui porque é que acha que são uma má ideia.
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por Branc0 » 25/1/2010 16:35

Quico Escreveu:O que defendes tem lógica. Ou seja, defendes que vá sendo emitida moeda na medida em que o sua quantidade em circulação representar o volume dos bens económicos que circulam na comunidade.
A questão será como se vai medir se de facto o aumento da capacidade de produção (o tal indigena que aparece) é real ou se não se irá tornar a prazo numa falsa expectativa (o indigena baldar-se).


Nem é preciso ele baldar-se, pode ser um erro honesto (ao prever a procura para o bem que produz) ao montar uma fábrica de produtos que ninguém quer comprar.

A questão é se a sociedade deve poupar para depois investir ou se deve gastar antes de poupar. A resposta é óbvia para todos excepto economistas :D
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por Quico » 25/1/2010 16:11

Caro Risco:

O que defendes tem lógica. Ou seja, defendes que vá sendo emitida moeda na medida em que o sua quantidade em circulação representar o volume dos bens económicos que circulam na comunidade.
A questão será como se vai medir se de facto o aumento da capacidade de produção (o tal indigena que aparece) é real ou se não se irá tornar a prazo numa falsa expectativa (o indigena baldar-se).

O que eu disse (embora admita que seja discutível) é que me parece que será melhor não se emitir mais moeda, mas fazê-la incorporar essa "entrada do indígena", ou esse crescimento na economia. É evidente que a moeda se tornará um bem escasso, e eventualmente valorizará ("tem que se pôr o designer a rasgar as de 100 que fez e a emitir notas de 10"). Mas não será melhor assim em vez de se enganar o mercado? (Não é uma pergunta de retórica... questiono-me mesmo.)

Quanto ao exemplo do Eng. Químico: ele pode procurar financiadores para a sua ideia (banco, capitais de risco, amigos, etc.). Porque não o usaste na hipótese 2?
Quanto a os outros habitantes da ilha não emprestarem/investirem (individualmente ou em conjunto), estou a admitir que o universo de habitantes não se resume a 2 ou 3 "morcões" invejosos, mas será suficientemente grande para poder absorver novas ideias.

Mas OK, convence-me que estou a ver mal a coisa! Eu não tenho grande formação em economia, e até estou curioso e gosto de pensar um bocado nestes assuntos.

(Quanto às bocas políticas... é claro que percebeste! :wink: Sobretudo quando estamos a falar de uma questão que "tem tudo a ver", pois é relativa a uma maior ou menor intervenção do estado na economia - deixar a economia funcionar de forma "natural" ou introduzir "artificialismos" arriscados na mesma. Mas admito que possas não querer entrar por aí.)

Abraço.
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por xico Xico » 25/1/2010 15:32

Ulisses Pereira Escreveu:xico, foram salvos à custa do défice. Naturalmente que isso obriga depois à emissão de dinheiro, por diversas vias. Nada disso foi feito às escuras. Aliás, no caso norte-americano teve as consequências que se sabe para o dólar.

Falar em emissão de moeda às escondidas nos tempos modernos parece mesmo brincadeira.

Um abraço,
Ulisses


Então foi criado um défice o que levou a um fabrico de dinheiro não produzido pela riqueza (PIB) com a consequência da desvalorização do dólar face as outras divisas.
Em tantos países que existem não há um fraudulento? O caso do zibabué, foi derivado ao quê?
 
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por RiscoCalculado » 25/1/2010 15:29

Há aí uma pequena falácia: parece que só existe essa hipótese para o indigena obter as notas! E porque não:
1 - O indígena começar a fazer trabalhos mais básicos à comunidade para arranjar as notas que precisa para montar o seu negocio?


Por um lado a "economia" local já está a funcionar bem antes da chegada do indigena e não há garantia de que precise do mesmo para realizar trabalhos básicos,
por outro e bastante mais importante como deves compreender isto trata-se apenas de uma historinha didáctica ... mas vamos então pensar numa hipotética situação real:
Um engenheiro químico está a pensar em desenvolver um novo medicamento para combate a uma bactéria e precisa de financiamento para o projecto. Achas que faz sentido o funcionário do banco responder : "ah e tal, o sr é engenheiro quimico mas vá lá é trabalhar para as obras ou para o telemarketing até ter dinheiro para o projecto que nós não lhe vamos emprestar..."
Isto é que não seria por certo economicamente saudável. A "economia" da divisão de tarefas baseia-se na ideia de que cada um deve fazer aquilo que melhor sabe . Isso é que é economicamente saudável.


2 - O indígena propor o negócio que pretende montar e encontrar um investidor ou um financiador do seu projecto?


Suponho que te estejas a referir a limitar o stock de moeda aquele que já existe em lugar de imprimir para financiar o projecto do indigena.
Repara que nessa situação haveria o risco de os restantes habitantes da ilha desenvolverem o seguinte raciocínio:
- A quantidade de moeda vai manter-se constante e agora aparece aqui este a querer
iniciar uma nova produção (bebidas alcoolicas). A procura relativa aos produtos "actuais"
vai diminuir ... o nosso negócio vai ser afectado.

e vai daí podem começar a pensar em:

- escorraçar o indigena que provavelmente só vem trazer problemas a todos os outros.
- reduzir a sua própria produção devido às expectativas negativas que têm em relação ao futuro (derivadas de o stock de moeda se manter constante e a qtd de produtos na ilha ir aumentar ) o que levaria a uma recessão económica.


Por cada indígena bem intencionado, surgiriam 10 que seguiriam a via mais fácil.


Os dados empíricos em nada suportam essa ideia.
As taxas de default em créditos concedidos em nada se aproximam do valor que referes. Nem sequer do inverso (1 mal intencionado por cada 10 bem intencionados).


Qualquer uma das 2 hipóteses que proponho seriam de bastante menor risco e mais económicamente "saudáveis" para a comunidade. Bem melhores que "imprimir notas"!


Em relação a "saúde" económica já expliquei porque motivo não concordo de todo com esse argumento.

Em relação a risco, a tua hipótese 1 comporta menos risco sim, mas à custa de ineficiência económica ("engenheiros quimicos" a trabalhar em "telemarketing" não é de todo boa ideia)
Já a tua hipótese 2 não me parece que comporte menos (ou mais) risco. A probabilidade do indigena ser mal intencionado é independente de o financiamento ser realizado com dinheiro já existente ou com "novo" dinheiro , e a avaliação que o pessoal da ilha faz da credibilidade do indigena deve tb ser independente da origem do dinheiro (não é pelo facto de o empréstimo ser feito de uma ou de outra forma que devem ser mais ou menos "benevolentes". Eles estão conscientes que mesmo que o empréstimo seja feito com "novo" dinheiro isso trará consequências nefastas para a economia se o indigena for mal intencionado).



É a velha história do "dar o peixe" ou "ensinar a pescar".


Obviamente concordo com "ensinar a pescar" e não "dar o peixe". Não percebo
é que relevância tem o teu comentário na presente discussão ...

(O pessoal de esquerda é que prefere dar o "peixe" e culpar os males do mundo em "quem sabe pescar").


Esta então percebo menos ainda. Mas porque é que estás a tentar introduzir política numa discussão que nada tem a ver com política ??

A ideia de que devem existir regras explícitas ( e mais ou menos fixas) para o crescimento da massa monetária ( que deveria estar relacionado com a capacidade de crescimento do produto real )é de origem monetarista e estes srs. até eram na sua maior parte pessoas de direita. Nenhum deles falou em manter constante a todo o custo a massa monetária.
Mas se for possível evitar a discussão política eu agradecia pois é um assunto que me interessa pouco (e que não é de todo necessário no presente tópico).
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por Ulisses Pereira » 25/1/2010 15:25

xico, foram salvos à custa do défice. Naturalmente que isso obriga depois à emissão de dinheiro, por diversas vias. Nada disso foi feito às escuras. Aliás, no caso norte-americano teve as consequências que se sabe para o dólar.

Falar em emissão de moeda às escondidas nos tempos modernos parece mesmo brincadeira.

Um abraço,
Ulisses
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por xico Xico » 25/1/2010 15:18

cannot Escreveu:
xico Xico Escreveu:(...)
E se USA imprimisse uma notas, achas que alguém ficava a saber.Esse dinheiro entrava nas contribuições do USA. Falo do USA como qualquer outro pais.
Imprimir dinheiro não tem custo, se fosse barras de ouro até compreenderia.
Eu sei que o problema era a inflação, mas como esse dinheiro não era distribuído pela população não vejo em que forma poderá influenciar a inflação.
Sou leigo nesta matéria mas na minha modesta opinião acho que não trazia problemas para a inflação do pais que imprimisse as notas.
No caso do USA, entregava o dinheiro á Unicef e lá eles faziam o resto. Mais milhão menos milhão, certamente que não iria afectar a economia do USA.


Isto já parece uma conversa de malucos. Achas que se pode andar a imprimir dinheiro sem ninguém saber? Achas que o mundo não tem contas, ou que os governos têm um saco fora das contas? Os USA chegavam e diziam que tinham encontrado aquele dinheiro que iam usar para ajudar. O dinheiro tem que vir de algum lado, né? Não se pode dizer que vem de um sítio que não existe porque para isso teriam que criar uma grande trafulhice que mais tarde ou mais cedo seria descoberta, e seria muito grave!

Imprimir dinheiro não tem custos? Claro que tem, tem o custo do dinheiro que imprimires. E imprimir poderá não ser mesmo fazer notas, podemos criar dinheiro de outras formas. Dinheiro físico apenas constitui uma mesmo muito pequena percentagem do total do dinheiro existente. Para além disso, criar dinheiro é um processo mais que regulado. Simplesmente o estado não pode criar dinheiro às escondidas, ponto final. Dares 10M que tens ou imprimires 10M para dar tem o mesmo custo. Custa 10M à tua economia.

Isto é um processo complicado e se queres realmente perceber o que se passa é melhor procurares literatura sobre isso (para perceberes até que ponto as tuas ideias não fazem sentido nenhum), não é muito produtivo para ti continuares a divagar dessa forma sobre isso. Terás que estudar o assunto em vez de formares uma opinião baseada numa ideia, sem perceberes nada do processo de que falas. E pelo que se percebeu o melhor não é perguntares aqui. É mesmo fazeres uma pesquisa na net sobre livros e começares a ler ;)

Abraço


Ouve-se em muito lado que muitos bancos foram salvos pelas mãos dos estados, com que dinheiro? Ouve-se falar que andam imprimir dinheiro, já li em alguns artigos e de certeza que não é novidade para ninguém. Quanto custou a recessão? E como foi paga?
Bem, tanta pergunta, tanta resposta.
Bem, mas não sou eu que sou leigo neste matéria que vou dizer quais eram as verdadeiras consequências se um USA imprimisse 1.000.000usd, talvez os mais entendidos o dissessem, mas de certeza que tal quantia não iria afectar tanto assim a sua economia
 
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por cannot » 25/1/2010 15:07

xico Xico Escreveu:(...)
E se USA imprimisse uma notas, achas que alguém ficava a saber.Esse dinheiro entrava nas contribuições do USA. Falo do USA como qualquer outro pais.
Imprimir dinheiro não tem custo, se fosse barras de ouro até compreenderia.
Eu sei que o problema era a inflação, mas como esse dinheiro não era distribuído pela população não vejo em que forma poderá influenciar a inflação.
Sou leigo nesta matéria mas na minha modesta opinião acho que não trazia problemas para a inflação do pais que imprimisse as notas.
No caso do USA, entregava o dinheiro á Unicef e lá eles faziam o resto. Mais milhão menos milhão, certamente que não iria afectar a economia do USA.


Isto já parece uma conversa de malucos. Achas que se pode andar a imprimir dinheiro sem ninguém saber? Achas que o mundo não tem contas, ou que os governos têm um saco fora das contas? Os USA chegavam e diziam que tinham encontrado aquele dinheiro que iam usar para ajudar. O dinheiro tem que vir de algum lado, né? Não se pode dizer que vem de um sítio que não existe porque para isso teriam que criar uma grande trafulhice que mais tarde ou mais cedo seria descoberta, e seria muito grave!

Imprimir dinheiro não tem custos? Claro que tem, tem o custo do dinheiro que imprimires. E imprimir poderá não ser mesmo fazer notas, podemos criar dinheiro de outras formas. Dinheiro físico apenas constitui uma mesmo muito pequena percentagem do total do dinheiro existente. Para além disso, criar dinheiro é um processo mais que regulado. Simplesmente o estado não pode criar dinheiro às escondidas, ponto final. Dares 10M que tens ou imprimires 10M para dar tem o mesmo custo. Custa 10M à tua economia.

Isto é um processo complicado e se queres realmente perceber o que se passa é melhor procurares literatura sobre isso (para perceberes até que ponto as tuas ideias não fazem sentido nenhum), não é muito produtivo para ti continuares a divagar dessa forma sobre isso. Terás que estudar o assunto em vez de formares uma opinião baseada numa ideia, sem perceberes nada do processo de que falas. E pelo que se percebeu o melhor não é perguntares aqui. É mesmo fazeres uma pesquisa na net sobre livros e começares a ler ;)

Abraço
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por xico Xico » 25/1/2010 14:08

Branc0 Escreveu:
xico Xico Escreveu:Branco, não sei como a ajuda é feita, mas se pensarmos que devida a ajuda irá haver uma grande aumento de procura dos produtos exportados, mas não irá influenciar na inflação dos mesmos, assim o penso.
Imagina que determinado pais através de um peditório conseguio 1.000.000usd , vai então comprar produtos ás empresas, não sei quais são os acordos legais em termos de catástrofe, não estou a ver as empresas subirem os preços dos produtos que vão ser exportados para o Haiti.
Branco também não estou a falar de grandes quantidades de dinheiro imprimido, mas talvez falo de uma quantia muito muito mais pequena do aquela que foi imprimida para salvar muitos dos Bancos que hoje operam. [/b]


O que é que um peditório tem a ver com imprimir notas? Quando te pedem dinheiro para uma causa qualquer tu dás o dinheiro que tens ou vais a casa ligar a impressora?

O ser muito ou pouco é irrelevante. Eu se andar aí a roubar a malta depois não vou dizer "mas olhem que só gamei 5€ a cada um". Achas que não me prendem por causa disso? :P


E se USA imprimisse uma notas, achas que alguém ficava a saber.Esse dinheiro entrava nas contribuições do USA. Falo do USA como qualquer outro pais.
Imprimir dinheiro não tem custo, se fosse barras de ouro até compreenderia.
Eu sei que o problema era a inflação, mas como esse dinheiro não era distribuído pela população não vejo em que forma poderá influenciar a inflação.
Sou leigo nesta matéria mas na minha modesta opinião acho que não trazia problemas para a inflação do pais que imprimisse as notas.
No caso do USA, entregava o dinheiro á Unicef e lá eles faziam o resto. Mais milhão menos milhão, certamente que não iria afectar a economia do USA.
 
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por Branc0 » 25/1/2010 14:02

RiscoCalculado Escreveu:sim, existirão ainda outra formas , nomeadamente a troca pura, mas como o objectivo é ser simultaneamente um exemplo simples
mas com alguma aderência à realidade (da economia) actual (e que mostre a importância do dinheiro e a pouca relevência da sua relação com o ouro) nem sequer mencionei essa(s) outra(s) possibilidade(s). :mrgreen:

De qualquer forma mesmo com o sistema de notas é possível uma espécie
de sistema de cooperação: por exemplo dividir as notas igualmente por todos (no início)
e acordar um sistema de preços que pareça justo de acordo com a dificuldade de cada tarefa e a preferência geral pelo "fruto" dessa tarefa (claro que isto pode vir a levantar alguns problemas, sobretudo se estivermos a falar da economia real) em vez de ser o "mercado" a decidir. E talvez ainda o comprometimento de cada trabalhador (com o grupo) de que trabalhará pelo menos x horas por dia.


Já agora podes tb descrever que tipo de sistemas de cooperação estás a pensar...


Sim... o mais provável no meio de um cenário desses era realmente os tipos que estavam na ilha juntarem-se todos e decidirem "não era muito inteligente da nossa parte andarmos a trabalhar feitos cães para arranjar comidinha e depois dar-mos ao outro em troca de uns papeis?"

O designer gráfico que não aprenda a pescar não :P

Certamente haverá uma altura em que passará a haver dinheiro na ilha, e esse dinheiro surgirá como surgiu o ouro: pegando no bem mais transaccionável e líquido que haja na ilha (e que tenha mais algumas propriedades específicas) e passar a usa-lo como moeda.

O ouro, ao contrário do papel, não precisou de decreto para ser dinheiro. Por livre vontade é mais provável nevar no inferno que as pessoas entregarem o seu trabalho a um designer em troca de papelinhos bonitos.
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por JCS » 25/1/2010 13:56

InversuS Escreveu:Já a algum tempo que ando a guardar dinheiro debaixo do colchão. Porque a crise quando nasce é para todos e todos temos que estar preparados.
Vou colocar aqui uma foto, só uma coisa, eu tirei o colchão de cima que era para se ver melhor o dinheiro...

Bons negócios...e boas poupanças...


eheh no Zimbabwe todos têm um colchão desses e maiores (esse é só de corpo e meio).

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