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Caldeirão da Bolsa

Artigo acerca de commodities, futuros e especulação

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Sei lá » 9/6/2008 16:12


OCDE considera urgente suspensão das ajudas à produção de biocombustíveis
A medida mais urgente a tomar para travar a subida dos preços das matérias-primas agrícolas é uma redução drástica dos programas de subsídios aos biocombustíveis, defendeu hoje Stefan Tangermann, director para a Agricultura da OCDE.

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Jornal de Negócios com Lusa


A medida mais urgente a tomar para travar a subida dos preços das matérias-primas agrícolas é uma redução drástica dos programas de subsídios aos biocombustíveis, defendeu hoje Stefan Tangermann, director para a Agricultura da OCDE.

"Apelo urgentemente à redução do apoio aos biocombustíveis", declarou este responsável da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE), que falava em Berlim numa conferência sobre a agricultura.

"É a única alavanca sobre a qual possamos actuar rapidamente", acrescentou.

Para a OCDE, os preços agrícolas, nomeadamente os cereais, vão continuar elevados de forma durável e o desenvolvimento dos biocombustíveis pesa cerca de um terço nesta subida.

O papel dos biocombustíveis na escalada dos preços agrícolas é objecto de polémica.

Os grandes produtores de etanol, os Estados Unidos e o Brasil, nomeadamente, refutam qualquer ligação entre o desenvolvimento das culturas e os preços.

Na semana passada, a questão dos biocombustíveis ocupou largamente os debates na cimeira da FAO em Roma, mas nenhuma decisão concreta foi negociada neste dossier muito sensível.

A Comissão Europeia, um dos defensores dos biocombustíveis e da expansão da sua exploração, fixou aos Estados-membros o objectivo de 10 por cento de biocombustíveis nos transportes até 2010.

Este objectivo é "imperativo", declarou hoje Klaus-Dieter Borchardt, vice-chefe de gabinete da comissária europeia para a Agricultura, Mariann Fischer Boel, rejeitando a tentação de fazer dos biocombustíveis o bode expiatório da subida dos preços agrícolas.

Segundo ele, "a primeira geração de biocombustíveis é uma fase de transição necessária antes de passar à segunda", que verá a produção de energia já não a partir de matérias-primas agrícolas, mas a partir de madeira ou de detritos, por exemplo.

http://www.jornaldenegocios.pt/index.ph ... &id=319646
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por Camisa Roxa » 28/5/2008 14:40

excelente branco

realça sobremaneira a hipocrisia dos políticos que lixam tudo, dizem que a culpa é dos outros e recomendam como solução uma dose reforçada das medidas que lixaram tudo em 1º lugar!
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por Crómio » 28/5/2008 14:33

:clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap:

Parabéns BrancO, regressaste em Grande!

Um artigo muito bem feito e de lição a quem quer saber mais...

Um Abraço e... Bons Negócios
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por Branc0 » 28/5/2008 14:29

Pata-Hari Escreveu:Opá, vocês hoje andam inspiradissimos!! Posso também meter o meu nome debaixo desse texto em sinal de total aprovação dos conteúdos? Parabéns ao autor!


Junta-te ... fazemos um baixo assinado e entregamos em Bruxelas a ver se ganham vergonha :)


Ahh... já tinha realmente saudades do Caldeirão :P
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por Pata-Hari » 28/5/2008 14:17

Opá, vocês hoje andam inspiradissimos!! Posso também meter o meu nome debaixo desse texto em sinal de total aprovação dos conteúdos? Parabéns ao autor!
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por Thunder » 28/5/2008 14:08

Agora não vou ter tempo, mas logo a noite vou ler com atenção. :wink:

E é bom ter novamente as tuas opiniões no caldeirão. Um bom filho sempre retorna a casa :mrgreen:

Um abraço 8-)
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por Branc0 » 28/5/2008 14:02

Deixo aqui um artigo que escrevi ontem para uns colegas, é largamente baseado em opiniões que tenho lido de outras pessoas que se interessam pelo assunto e que até já deixei aqui pelo forum alguns links para esses artigos.

Para quem tiver pachorra de ler tudo, espero que gostem :)

-----

Há coisas que me fazem confusão... uma delas foi os pescadores hoje a fazerem greve devido ao preço dos combustíveis, pretendiam provavelmente um subsidio para fazer frente à escalada do petróleo pois entendem que não se pode fazer dinheiro suficiente a pescar com estes custos, mais vale ficar em terra. Poderia dizer que isto era um sinal da nossa cultura, até aproveitar para atacar o velho regime ou a cultura de esquerda que imperou depois do 25 de Abril mas fiquei a saber que os pescadores espanhóis (habituados à direita do Aznar) e os franceses (naquela republica socialista) se juntaram aos nossos compatriotas nos queixumes. É pois um problema europeu, eu que às vezes me esforço para encontrar pontos de verdadeira união nestes 27 países finalmente encontrei um no jornal da noite: a falta de cultura de mercado.

O preço do combustível disparou desde Agosto de 2007 e realmente acredito que seja impossível continuar a pescar e manter as mesmas margens de lucro a não ser que... pasme-se... subam o preço do peixe. Será uma solução tão dificil de executar? É que se estes que protestam não o fizeram então aqueles que decidirem fazer-se ao mar ficarão realmente contentes pois poderão aumentar o preço duas vezes: a primeira para cobrir o preço do combustivel e a segunda para se aproveitarem da falta de peixe no mercado devido à falta de pescadores no mar.

Será fácil de compreender que os pescadores não tenham estudado as dinâmicas das curvas da oferta e da procura num mercado livre, mas é para mim dificil entender que não tenham aumentado o preço do peixe antes de correrem para as saias dos governantes a clamar subsidio.

Mas tudo isto fez-me pensar, de barriga já cheia de um belo bife de vaca (que está cada vez mais caro), das razões por detrás da subida de preços dos bens como o petróleo, os cereais e os metais. Dependendo de quem se pergunta há varias respostas.

Quando se pergunta a um economista a resposta será a da procura/oferta. A china consome hoje mais de 10 milhões de barris de petróleo por dia, coisa impensável há uns anos atrás. Nas suas pisadas segue a Índia e outros países em franco desenvolvimento como o Brasil. Há pois um aumento da procura que não tem sido satisfeito pela oferta... os novos postos de petróleo postos em funcionamento (poucos) extraem pouco mais petróleo do que aqueles entretanto esgotam... há até quem diga que a máxima extracção de petróleo foi já alcançada (peak oil) e portanto o preço do petróleo só pode ser para cima.

Claro que, se perguntarmos a um politico ele esclarece-nos logo que a culpa é de uns malandros de uns especuladores que andam aí pelo mercado. Nada de pensar que andam por aí gatunos que levam mais dinheiro da gasolina do que a gasolineira através de duas coisas que se chamam ISP e IVA. Esses especuladores andam, imagine-se, a comprar petróleo (como se alguém quisesse isso para alguma coisa) e devido a essa compra os preços sobem. Portanto a solução politica é obvia: vamos impedir esta gente de comprar petróleo e os preços não sobem (tanto). Obviamente que isto trará problemas maiores, sem um mercado liquido que determine o preço os produtores não terão a segurança de hoje em dia e podem vir a diminuir a produção o que pasme-se... aumentará o preço do petróleo. Esperemos que estas mentes iluminadas que se estendem de Lisboa a Bruxelas não tentem recuperar a politica de Nixon nos EUA durante os anos 70 em que simplesmente congelou o preço da gasolina por decreto... foi realmente assegurador saber que a gasolina não aumentava de preço de dia para dia, só é pena que quando se tentava encher o depósito não havia gasolineira nenhuma que tivesse o tão desejado liquido.

Há, obviamente, uma dose de especulação no preço do petróleo (como aliás, sempre houve) mas é preciso saber porque é que os especuladores se estão a virar para os bens materiais nos ultimos tempos. Nos anos 20 (a altura da grande depressão) houve um termo que andou na moda que se denominava "corrida à banca". As pessoas começaram a ficar desconfiadas da solvibilidade de certos bancos e decidiram, praticamente todas ao mesmo tempo, levantarem o seu dinheiro desses bancos. Obviamente os bancos não tinham esse dinheiro (os bancos são apenas obrigados a ter uma fracção do dinheiro disponível) disponível e não puderam devolver todo o dinheiro às pessoas. Interessa apreender daqui que se não houvesse a corrida à banca o banco continuaria a funcionar normalmente e capaz de fazer as operações do dia a dia... uma crise de confiança no sistema bancário da altura foi o suficiente para destruir uma série de bancos.

Inventou-se então nos EUA a Reserva Federal Americana (FED para abreviar - a congénere do nosso antigo Banco de Portugal e do agora "moderno" Banco Central Europeu). A função da FED é garantir que os bancos são soluveis. Quando houver uma corrida à banca a FED empresta o dinheiro... como é que eles fazem isto? Ligam a máquina de impressão e imprimem notas que cheguem para pagar a toda a gente (hoje em dia não precisam de imprimir nada, vai tudo por via electrónica para as contas bancárias). Assim, as pessoas ficam asseguradas que o seu dinheiro está seguro e nunca mais se ouviu falar de corridas à banca até a Northern Rock ter tecnicamente falido o ano passado devido à crise de crédito hipotecário. Sendo uma empresa britânica os governantes de sua majestade depressa se chegaram à frente para garantir que os depósitos das pessoas estavam assegurados pelo Banco Central. As pessoas voltaram à sua vida mais descansadas...

Mas houve uns malandos que se chamam "especuladores" que não ficaram descansados. É que esta gente percebe que este dinheiro vai ter que ser "imprimido" a partir do nada e através da baixa da taxa de juro como aconteceu em Inglaterra e nos EUA. Ao contrário dos nossos amigos pescadores estes especuladores percebem a lei da oferta e da procura... sabem que se estão a criar mais libras, dolares ou euros então essas moedas vão valer menos.. se valem menos é melhor comprar tudo já antes que o dinheiro valha zero.

É uma nova corrida à banca, silenciosa e diferente de todas as outras porque os especuladores não perderam a confiança em nenhum banco específico. Perderam, isso sim, a confiança nos bancos centrais. Houve um período de excesso desde os anos 90 com baixas taxas de juro no mundo ocidental. A globalização gerou poderosas forças deflaccionárias que permitiram que as taxas andassem em valores historicamente baixos (abaixo de 5%... acreditem que as taxas não estão altas agora). Quando as taxas estão baixas há mais dinheiro a ser criado através dos empréstimos que tem de ser aplicado em algum lado... nos anos 90 foi grande parte desse dinheiro foi investido no mercado accionista gerando a famosa "bolha tecnológica" que rebentou em 2001.

Com a economia em recessão devido ao rebentamento da bolha e após os ataques terroristas em solo americano a politica monetária foi imprimir ainda mais dinheiro. As pessoas não tinham dinheiro então baixa-se os juros. O resultado está há vista... uma bolha no sector da habitação que rebentou em 2007 nos EUA e ameaça rebentar por cá agora (já começou em Espanha)... a resposta da FED foi mais uma vez baixar as taxas de juro... criando ainda mais dinheiro. Há 20 anos que os principais bancos centrais mundiais estão a imprimir dinheiro: de bolha em bolha até ao estoiro final.

Quem anda nos mercados, os tais "especuladores", confiaram sempre (até hoje) nos bancos centrais e nas suas intervenções. Mas há que reconhecer que os resultados não têm sido optimos e dá-se então uma quebra de confiança. Essa quebra de confiança gera uma um nova corrida à banca mas mais perversa - uma corrida aos bancos centrais.

Como é que se levanta dinheiro do banco central? Simplesmente gasta-se o dinheiro.
Compra-se petróleo, ouro, prata, arroz, trigo... tudo o que estiver no mercado compra-se... e compra-se depressa porque amanhã vai estar mais caro. Se eu tiver 100 euros hoje posso comprar um barril de petróleo, daqui a dois meses não sei se consigo atestar o depósito. Se não sei há incerteza, se há incerteza não há confiança no valor do euro... se não há confiança no valor de 100 euros é melhor gastar já enquanto o "otário" da gasolineira ainda aceita este papel como moeda de troca.

Os especuladores sempre existiram e sempre foram acusados de manipular os preços tanto para cima como para baixo (curiosamente ninguém se queixou quando os especuladores levaram o petroleo aos 10 dolares por barril). Quando existe um choque de preço desta magnitude em todos os bens ao mesmo tempo não são especulações de curto prazo... é medo... é pânico.

Os politicos antes de apontar o dedo ao mercado deveriam se calhar olhar para as suas politicas de défices expansionistas. Com guerras pagas a prazo, com planos de pensões que serão pagos por pessoas que ainda não nasceram, por subsidios que são pagos com dinheiro que é extraido da economia real ou que é imprimido livremente pelos seus colegas economistas nos bancos centrais. Deveriam saber dizer "mea culpa" e arranjar soluções... podem não resultar todas mas certamente trarão alguma confiança de volta ao mercado e ao valor do dinheiro.

Da maneira que preferem fazer as coisas o melhor é mesmo amanhã encher o congelador de peixe, antes que os pescadores percebam que ele vai mesmo aumentar... infelizmente, estou certo que Socrates e Cavaco não se esquecerão de me culpar pela subida do preço da pescada.
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Preco = Valor intrinseco + Valor especulativo

por C.N. » 28/5/2008 5:48

Camisa Roxa Escreveu:...a culpa não é da especulação, os preços reflectem apenas um desequilíbrio entre oferta e procura...


Ola Camisa,

Em relacao a tua frase acima, pessoalmente tenho uma opiniao diferente. Passo a explicar.

O preco de algo e composto por um valor intrinseco e um valor especulativo. Por exemplo, o preco de uma caixa de 6 copos a agua no Continente de Lisboa e no de Torres Novas tem precos diferentes apesar de o valor intrinseco ser o mesmo. A diferenca de precos e criada pela especulacao - por exemplo, que o poder de compra dos Lisboetas seja maior que o dos Torrejanos.

Se concordarmos com a defenicao acima, entao podemos analisar o preco de qualquer mercadoria em termos de percentagens: x% de valor intrinseco + x% de valor especulativo. Se pegarmos no exemplo do preco do petroleo, eu sou da opiniao que a % de valor especulativo aumentou imenso (nao sei quantificar) nos ultimos meses. Historicamente, em qualquer produto (ate nos berlindes) quando ha um aumento muito forte em pouco tempo da percentagem do valor especulativo, significa que se esta a formar uma bolha. As bolhas acabam sempre por rebentar.

Abraco.

CN

PS - vold, obrigado por teres postado o artigo.
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por Crómio » 27/5/2008 19:30

Então poderão haver países a vender reservas de ouro para comprar petróleo ao mesmo tempo que vendem as reservas de dollars para comprar euros?
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por Camisa Roxa » 27/5/2008 16:29

Crómio Escreveu:Caros,

Encontrei este gráfico, só falta uma alimentar para completar...

Pode-se comprar oil com ouro?
É possível fazer esta engenharia?
Como?

Abraço


compras ouro e quando quiseres comprar petróleo vendes o ouro e compras o petróleo
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por Lion_Heart » 27/5/2008 16:28

Estes preços a mim não me admiram nem me espantam.
Alias acredito que eles vão continuar a subir.

Em 2005 na cnbc costumava ouvir um gestor de fundos chamado Hugh Hendry se nao me engano e ele ja dizia que num breve espaço de tempo o petroleo ia para os 100 dolars , simplesmente porque a evoluçao dos preços tinha sido pouca ate a data e a capacidade de refinaçao estava nos limites.

Se a isto adicionarmos os milhoes de fundos e particualres (milhoes de pessoas e bilioes de dolars)que entraram no mercado mais as tensoes nas areas do globo onde estao a maioria dos poços, so podemos dizer que o petroleo ate esta barato.

200 e a proxima meta
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Re: Biocombustiveis

por nunofaustino » 27/5/2008 15:42

Luis19 Escreveu:Bom dia a todos,

Na semana passada li uma noticia (já não sei precisar onde) que me pareceu muito promissora para solucionar (ou pelo menos para atenuar) esta problemática em torno do uso de alimentos para produção de biocombustíveis: Produção de micro-algas.

A ideia é simples: produz-se micro-algas, julgo que em laboratório, e a partir delas é possível obter biocombustiveis com grande eficiência energética.

E tem ainda 2 grandes vantagens:
- Não são usadas como alimento humano;
- Durante os seu crescimento sequestram grandes quantidades de CO2;

Julgo que ainda está em fase experimental, mas acredito que pode ser uma das mais promissoras soluções para resolver esta problemática.


Isso ainda está a anos luz de surgir...

Neste momento, e na mho, a empresa que está mais avançada é a Green Fuel (http://www.greenfuelonline.com/index.html) pois tem uma equipa científica e não só muito boa...

Mas, tal como disse, n acredito que seja possível produzir de modo rentável energia a partir deste tipo de algas (quer dizer... se a gasolina chegar aos 2€/l, ...).

Um abr
Nuno
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por Crómio » 27/5/2008 14:12

Caros,

Encontrei este gráfico, só falta uma alimentar para completar...

Pode-se comprar oil com ouro?
É possível fazer esta engenharia?
Como?

Abraço
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Re: Biocombustiveis

por Sei lá » 27/5/2008 13:48

Luis19 Escreveu:Bom dia a todos,

Na semana passada li uma noticia (já não sei precisar onde) que me pareceu muito promissora para solucionar (ou pelo menos para atenuar) esta problemática em torno do uso de alimentos para produção de biocombustíveis: Produção de micro-algas.

A ideia é simples: produz-se micro-algas, julgo que em laboratório, e a partir delas é possível obter biocombustiveis com grande eficiência energética.

E tem ainda 2 grandes vantagens:
- Não são usadas como alimento humano;
- Durante os seu crescimento sequestram grandes quantidades de CO2;

Julgo que ainda está em fase experimental, mas acredito que pode ser uma das mais promissoras soluções para resolver esta problemática.


A produção a partir de algas parece ser a solução mais viável para os biocombustíveis. De momento tudo está me fase experimental e os custos ainda são elevados, mas acredito que se veja a luz ao fundo do túnel em breve.

Além disso, com o preço do petróleo tão alto, os custos acabam por ser uma barreira que poderá aos poucos ir caindo, não só pela redução de custos na produção mas também pelo aumento de preço dos combustíveis fosseis. Se de facto estamos no "Peak oil", só nos resta acelerar as alternativas aos fósseis.

Os EUA podem começar a pensar na sua eficiência energática e o mesmo se exige à China e ìndia.

Este artigo é interessante e batsante completo ao relação ao que se faz nos EUA na produção de algas para combustíveis:

http://news.cnet.com/8301-11128_3-9933355-54.html?tag=bl
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por Crómio » 27/5/2008 12:00

Camisa Escreveu:sigam é o conselho do Ron Paul de regressarmos a uma espécie qualquer de padrão ouro e estes desequilíbrios provocados pela acção negligente dos Estados e respectivos bancos centrais deixarão de acontecer


Não sendo de todo um especialista na matéria, parece-me que o ouro está aos poucos a assumir esse papel.

Alguém tem um gráfico do preço do petróleo em ouro?
E do preço em ouro de alimentares tipo arroz ou soja?

Acho que seria importante essa comparação.

Um Abraço
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Biocombustiveis

por Luis19 » 27/5/2008 11:54

Bom dia a todos,

Na semana passada li uma noticia (já não sei precisar onde) que me pareceu muito promissora para solucionar (ou pelo menos para atenuar) esta problemática em torno do uso de alimentos para produção de biocombustíveis: Produção de micro-algas.

A ideia é simples: produz-se micro-algas, julgo que em laboratório, e a partir delas é possível obter biocombustiveis com grande eficiência energética.

E tem ainda 2 grandes vantagens:
- Não são usadas como alimento humano;
- Durante os seu crescimento sequestram grandes quantidades de CO2;

Julgo que ainda está em fase experimental, mas acredito que pode ser uma das mais promissoras soluções para resolver esta problemática.
 
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por tmms » 27/5/2008 10:22

Os preços dos alimentos estarão mesmo a subir? É que descontando a (natural) inflação então desde 1970, pelo menos, já passamos por muitas crises semelhantes e ninguém percebeu...

Anexo o da soja, mas poderia anexar arroz ou milho que o cenário é precisamente o mesmo.

Abraço,
Tiago
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os biocombustíveis não são o único factor....

por MMaduro » 27/5/2008 10:06

...nem o mais importante para explicar o problema que se está a viver no mercado dos produtos alimentares!!!!!

antes de mais, um disclaimer: eu trabalho numa empresa nacional de produção de biocombustível, mas penso que ainda consigo ver está situação com alguma isenção. passo a explicar o meu ponto de vista:

- de facto, assistiu-se ultimamente a uma corrida desenfreada a todo o que é biocombustível:biodiesel e bioetanol, mas como em tudo na vida, há 2 formas de fazer as coisas - a correcta e a errada.

- comecemos pela errada (biocombustíveis vermelhos)- fazer biocombustíveis a partir de cereais e óleos alimentares está ERRRADO!!produzir bioetanol a partir do milho e trigo, como fazem os americanos (e ainda subsidiam os produtores para colocarem o produto na Europa!!) é errado, neste caso estão a tirar a comida da boca para colocá-la no tanque do carro! da mesma forma que é errado produzir biodiesel a partir de óleo de girassol, milho, colza (óleos alimentares por natureza). nestes casos, os biocombustíveis estão a concorrer directamente com a alimentação, mas isso é fruto dos incentivos e das orientações que quer os americanos, quer os europeus estão a dar aos produtores (no caso dos americanos já expliquei acima o que estão a fazer). no caso de Portugal, o Governo prepara-se para apoiar a construção de uma unidade de bioetanol que irá utilizar MILHO na produção, cereal em que nós já somos grandemente deficitários!! e no caso do biodiesel, foram atribuídas quotas de produção para o triénio 2008-2010 a empresas que vão produzir o seu biodiesel exclusivamente a partir de óleo de girassol!!

- no entanto existe uma forma correcta de fazer biocombustíveis (biocombustíveis verdes), amiga do ambiente e socialmente equilibrada: produzir bioetanol a partir do sorgo sacarino e cana de açúcar (como já se faz há anos no Brasil, são o maior produtor mundial de bioetanol) e produzir biodiesel a partir de óleos vegetais de utilização industrial (óleo de soja, por exemplo), óleos alimentares usados, e gorduras animais! nestes casos, a concorrência com o mercado da alimentação é praticamente residual, uma vez que existe capacidade de produção excedentária nas matérias-primas referidas, o que permite a sua utilização para a produção de biocombustíveis.

- em 2006, da produção mundial de óleos vegetais, somente 5% foi utilizada na produção de biocombustíveis. e dos chamados terrenos aráveis, somente 35% do potencial mundial foi utilizado (com potencial quero dizer dos terrenos já existentes para cultivo-não é necessário recorrer à desflorestação!!- mas que estão em pousio!)

- isto de atirar as culpas para os biocombustíves da situação que se vive nos mercados das commodities, especialmente do mercado alimentar é um jogo de desinformação gerado pela comunicação social, pois os jornalistas não fazem (ou não querem fazer) o seu trabalho de investigação. quem está neste mercado há bastante tempo, como é o nosso caso, tem-se apercebido nestes últimos anos de 2 coisas: a componente especulativa subiu drasticamente neste mercado (até à cerca de 3-4 anos, o mercado de commodities era um mercado de sazonalidade) e a procura no mercado cresceu exponencialmente, com a entrada da China e da India na OMC.

- com a industrialização da China e da India, estes países, que eram até então auto-suficientes em produtos alimentares, passaram a ser compradores de bens alimentares no mercado, para satisfazer a procura interna. com o enriquecimento das suas populações, os seus hábitos alimentares alteraram-se, procurando um modo de vida mais ocidental.

- no entanto, o lado da oferta não sofreu acréscimo, tem-se mantido ao mesmo nível nos últimos anos, fruto das condições climatéricas adversas e das políticas erradas conduzidas pelos governantes (no caso da Europa, basta falar na PAC!). o aumento de consumo foi compensado pela diminuição de stocks, pois a oferta tem-se mantido praticamente estável.

para mim, este é o principal factor que explica a escalada no preço dos produtos alimentares, à qual temos de adicionar o aumento do custo do petróleo (não se esqueçam que a Europa importa praticamente tudo o que consume de cereais e oleaginosas, logo tem que se pagar os custos de transporte!).
prevejo que os próximos 2-3 anos serão de continuação desta situação, uma vez que não é possível no curto prazo tomar medidas para compensar o desiquilíbrio da oferta e procura.

a única solução é criar condições para a aposta na produção sustentada de bens alimentares, aumentado o seu cultivo (não é necessário aumentar a área!) e desincentivando o subsídio à não produção.
na questão dos biocombustíveis, deverá ser apoiada a produção dos biocombustíveis verdes, criando condições para a sua produção sustentada.

espero ter contribuido para algum esclarecimento sobre este tema, mas estarei sempre disponível para quaisquer dúvidas adicionais que pretendam esclarecer!

bons negócios!
 
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por Camisa Roxa » 27/5/2008 9:39

isto tudo não é mais que uma burrada do Estado...

a culpa não é da especulação, os preços reflectem apenas um desequilíbrio entre oferta e procura. E esse desequilíbrio foi provocado pelo Estado: o Fed ao injectar liquidez excessiva no mercado e ao manter as taxas de juro artificialmente baixas provocou uma inflação massiva que só podia originar a fuga desses capitais para activos reais: imobiliário e commodities

remember anos 70 e estagflação, picos de preços no petróleo, cereais, metais, etc.?

a história repete-se, e os erros repetem-se ad eternum quando há políticos e há Estado ao barulho

se há muitas pessoas a comprar e poucas a vender querem o quê, que os preços desçam???

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por Pata-Hari » 27/5/2008 7:21

crómio, isso vem exactamente no sentido do tal discurso feito ao senado. As vozes irão aumentar porque o problema está a afectar os americanos de modo directo. Nestas alturas tende-se a esquecer o papel fundamental dos financeiros nos mercados e a utilidade dos mesmos a favor de se encontrar um culpado fácil para situações incomodas. Se calhar fazer o que sugere o michael spence no outro artigo, no artigo acerca de terminar a pobreza no mundo-(tentar gerir melhor a produção de biodiesel em alturas de escassez alimentar) teria mais resultados sem minar um agente fundamental na geração de liquidez e de eficiencia do mercado.
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por Sei lá » 27/5/2008 0:38

Crómio Escreveu:Malandro... eu sabia que ias gostar deste artigo... não sei porquê...

No entanto... artigo parece-me bastante sóbrio, e salienta no último parágrafo a possibilidade de assistirmos a novas regulamentações nas commodities.


Sabias que eu ia gostar, porque a minha mensagem acabou por passar, por entre tumultos e cacetadas e o diabo a quatro alguma coisa passou. Mas mais importante do que a minha mensagem (que é algo ignorante e desprovida de fundamentação técnica) é o facto das pessoas ligadas aos mercados começarem a reconhecer o óbvio. Acho que é o que verdadeiramente importa, desde que isso resulte em medidas a tomar.

A regulamentação das commodities parece ser uma necessidade urgente, salvaguardando muitos aspectos. A maior regulamentação dos mercados financeiros e da banca também é uma necessidade urgente. Estourou em 2007 uma bolha por deficit de regulamentação e agora está outra a criar-se.... e de bolha em bolha andamos todos a levar no cortiço. Isto não está bem.
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
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por Crómio » 27/5/2008 0:27

Malandro... eu sabia que ias gostar deste artigo... não sei porquê...

No entanto... artigo parece-me bastante sóbrio, e salienta no último parágrafo a possibilidade de assistirmos a novas regulamentações nas commodities.

Bem, desde a queda das Torres que me sinto a observar o mundo em mudança vertiginosa, estamos a passar neste milénio por períodos recheados de grandezas há pouco inimagináveis, a velocidades nunca antes atingidas.

Quanto tempo até ao estoiro?
Mas... que digo eu? Vou mas é deitar que ainda pensam que sou louco...

Abraço
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por Sei lá » 27/5/2008 0:15

Artigo interessante. Saliento este parágrafo:

vold Escreveu:Indeed, the only people who don't believe speculation is driving a commodities bubble are the big commodity traders and the commodities exchanges, which are profiting handsomely from the soaring prices and trading volumes, and the regulators at the Commodities Futures Trading Commission, whose economists cannot seem to find statistical evidence that financial investors have had much of an impact on commodity prices.


Não sabiam que havia tantos aqui no forum :mrgreen:
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!? :shock: Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!
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por Crómio » 26/5/2008 23:06

vold,

Bingo! É esse mesmo, não pensei que fosse já de há um mês para trás.

Obrigado, fica aqui um artigo que nos oferece uma visão muito interessante acerca do que se está a passar.

Contango, uma palavra a reter.

Abraço a todos,
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William Bernstein
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por vold » 26/5/2008 22:48

Now, a Commodities Conundrum

By Steven Pearlstein
Wednesday, April 30, 2008; Page D01

The global financial system these days is beginning to look like a giant Whac-a-Mole game -- when we think we've knocked down one speculative bubble, another one just like it pops up.

The latest is the commodities bubble -- everything from oil and natural gas to gold, copper, wheat and rice. As with the credit bubble before it, the explosion in commodities prices has its origins in a global savings glut and massive trade imbalances. Like the credit bubble, this speculative bubble in commodities has badly distorted the workings of key markets and sectors of the global economy. And as with the other, this bubble is creating vast new wealth for some, including brokers, traders and investment houses who have gorged on fees and trading profits.

The difference this time, however, is that even before it bursts, this bubble is causing economic discomfort for households and businesses around the world, and misery for hundreds of millions of hungry people who suddenly cannot afford a bowl of rice or scrap of meat. The Post's eye-opening series this week on the global food crisis has provided a grim reminder that the global economic ecosystem has become so interdependent that a drought in Australia, a tax credit in the United States, French farm subsidies and export controls in India can wind up forcing a desperate African farmer to eat his seed corn.

Although commodity prices are notoriously volatile, the price increases in the past year are off the chart: rice up 122 percent; wheat, 95 percent; soybeans, 83 percent; crude oil, 82 percent; corn, 66 percent; gold, 37 percent.

Behind each of these increases is a particular story of supply that has been constrained or demand unleashed. To varying degrees, all of them reflect the fact that the global economy has just gone through one of its strongest growth periods in a generation, one that has lifted hundreds of millions of people out of poverty and made middle-class consumers out of hundreds of millions more in places like China, India and Brazil. Given those realities -- and the long lead time required to clear farmland, drill oil wells and open new mines to meet the surging demand -- a bull market in commodities was almost inevitable.

But what turned a bull market into a bubble was the sudden arrival of large numbers of new investors and an array of new investment vehicles, many of them involving derivative instruments traded outside the confines of regulated markets.

Speculators have always played a prominent role in commodities markets, but in the past year, they have literally overwhelmed them, causing a dramatic increase in trading volume, volatility and prices and disrupting many of the normal relationships between producers and end-users.

Many of these were the same hedge funds and hot-money investors who had gorged on sovereign debt of developing countries, tech and telecom stocks, subprime mortgages and commercial real estate and now needed a new thing to focus on. Others -- including, it is said, some sovereign wealth funds -- looked to commodities as a hedge against the falling dollar. But perhaps the biggest push came from pension funds, foundations and university endowments whose managers had all gone to the same conferences and read the same academic papers, suggesting that a basket of commodity futures would provide a good hedge against stock and bond market declines.

To meet the needs of these investors, Wall Street and Chicago's commodities houses came up with all sorts of new vehicles, including exchange traded funds, index funds and structured investment vehicles -- the commodities equivalent of mortgage pools and asset-backed securities.

There are various estimates of how much of this new investment money flowed into these vehicles in the past two years. Philip Verleger, an economist who closely studies commodity markets, estimates that the inflow was running at an average of $100 million a day during most of 2006 and 2007, rising to as much as $1 billion a day during the frenzied trading days of February and March. J.P. Morgan put the amount at between $150 billion and $270 billion. And the Bank for International Settlements estimates that the value of all the derivative contracts traded on the unregulated over-the-counter markets surged from about $3 trillion in the spring of 2005 to more than $8 trillion today.

Whatever the number, it's hard to imagine that it wasn't a significant factor in skyrocking prices that have created problems for many of the nonfinancial players who rely on the commodity futures markets for selling products, assuring adequate supplies and hedging against price fluctuations. Many farmers and grain elevators are reluctant to sell their product on futures markets out of fear they won't have the cash to meet the ever-escalating margin calls, while giant users like Cargill are reportedly also cutting back on the their use of futures contracts to lock in supplies.

On many commodities markets these days, the cash or spot market are often below that of futures market -- a condition known as "contango" that usually signals that something other than market fundamentals are at play.

Perhaps the best proof of all that there's a speculative bubble in commodities that may be about to burst: ConAgra, the 147 year-old food professor, last month sold its commodity trading division to a hedge fund for $2.1 billion. Cash.

Indeed, the only people who don't believe speculation is driving a commodities bubble are the big commodity traders and the commodities exchanges, which are profiting handsomely from the soaring prices and trading volumes, and the regulators at the Commodities Futures Trading Commission, whose economists cannot seem to find statistical evidence that financial investors have had much of an impact on commodity prices.

To its credit, the commission last week decided to hold off on plans to raise the limits on how much any one fund can speculate on any commodity. Ostensibly this is out of concern, in the words of the acting chairman, "that additional speculative pressures not exacerbate the anomalies we are experiencing in these markets."

I suspect what's really going on is that the industry, which has always called the tune at the CFTC, fears a backlash in Congress that could usher in an era of tough new regulation of commodities trading as part of a broader package of financial regulatory reforms.


http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/04/29/AR2008042902880.html


será este Cromio?

abraço
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