Jerónimo Martins - Tópico Geral
Artigo
Pontos críticos
Ainda sobre os impostos da “família Jerónimo Martins”
4 Jan 2012 15:06
Colocado por: Elisabete Miranda Comentários (4)
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Falar dos impactos fiscais de uma deslocalização de um grupo como o da família Soares dos Santos sem conhecer concretamente as suas intenções ao nível da reestruturação societária e dos seus planos de negócio futuros é um arriscado exercício de especulação científica.
Contudo, com o que se sabe até ao momento, não estaremos perante a típica situação de eliminação da dupla tributação económica em IRC, uma questão que recentemente foi alvo de um despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, e que tem sido aduzida como a mais óbvia das razões para esta deslocalização. E não estamos perante a dupla tributação económica das SGPS porque, à partida, não vai haver SGPS em Portugal para receber os tais dividendos.
Como o Negócios hoje descreve, nos planos da família Soares dos Santos está a extinção da própria casa-mãe em Portugal – a Francisco Manuel dos Santos SGPS, que detém os 56% da Jerónimo Martins SGPS (JM SGPS).
A venda anunciada dos 56% da JM SGPS à Francisco Manuel dos Santos BV (FMS BV, a sociedade holandesa que replica a estrutura da holding portuguesa e vai absorver 7% das acções próprias desta) será apenas uma operação intermédia para este plano global de transferência de todos os activos da família para a Holanda.
Completada esta operação de reorganização societária, complexa e cheia de nuances, será preciso ver quem são os accionistas da FMS BV que ficam em Portugal a receber os lucros. E neste campo, segundo descreve hoje o Negócios, eles são maioritariamente singulares - recebem dividendos e declaram-nos em IRS. Sendo residentes, pagam 25% de IRS (se optarem pela taxa liberatória) ou englobam-nos no rendimento, como fariam se os dividendos fossem distribuídos pela FMS SGPS. O facto de eles virem da Holanda, permite aos accionistas deduzirem no IRS cá o que o país baixo lhes reterá na fonte: 10%.
Sendo a maioria dos accionistas singulares, há um que tem as suas participações através de uma sociedade. Não se sabe qual a natureza jurídica da mesma nem o montante da participação, o que tem impacto na análise sobre as consequências ao nível do IRC sobre os dividendos. Mas se a participação for superior a 10%, e estável, as regras de tributação dos dividendos não se alteram só pelo facto de virem da Holanda.
Chegados até aqui, pode-se concluir que, com a estrutura societária que se perfila e caso a empresa apenas se reorganizasse para gerir as suas operações em Portugal, do ponto de vista tributário, a operação seria neutra para a família e lesiva para o Estado por via do IRS que tem de partilhar com a Holanda.
Mas claro que as variáveis podem mudar – e deverão mudar. Ao afirmar que vai para o exterior para conseguir melhores condições de financiamento, o grupo está a deixar implícito que tem alguns projectos de investimentos na calha (não se confundam com os planos da Jerónimo Martins SGPS propriamente dita, que muito provavelmente fará a sua expansão para a Colômbia através de outra BV – “SGPS holandesa”).
E, em função da localização desses novos investimentos, a Holanda poderá oferecer muito mais vantagens ao nível fiscal, financeiro e regulamentar, como tem sido amplamente descrito. Mas será preciso esperar para saber, entre outras coisas, onde quer a família investir e como, e como se organizarão os accionistas em Portugal (continuarão a receber dividendos como pessoas singulares, constituem-se em sociedades, etc.) para se poder fazer qualquer análise mais segura sobre as poupanças fiscais que daqui advêm para o grupo.
Ainda sobre os impostos da “família Jerónimo Martins”
4 Jan 2012 15:06
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Falar dos impactos fiscais de uma deslocalização de um grupo como o da família Soares dos Santos sem conhecer concretamente as suas intenções ao nível da reestruturação societária e dos seus planos de negócio futuros é um arriscado exercício de especulação científica.
Contudo, com o que se sabe até ao momento, não estaremos perante a típica situação de eliminação da dupla tributação económica em IRC, uma questão que recentemente foi alvo de um despacho do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, e que tem sido aduzida como a mais óbvia das razões para esta deslocalização. E não estamos perante a dupla tributação económica das SGPS porque, à partida, não vai haver SGPS em Portugal para receber os tais dividendos.
Como o Negócios hoje descreve, nos planos da família Soares dos Santos está a extinção da própria casa-mãe em Portugal – a Francisco Manuel dos Santos SGPS, que detém os 56% da Jerónimo Martins SGPS (JM SGPS).
A venda anunciada dos 56% da JM SGPS à Francisco Manuel dos Santos BV (FMS BV, a sociedade holandesa que replica a estrutura da holding portuguesa e vai absorver 7% das acções próprias desta) será apenas uma operação intermédia para este plano global de transferência de todos os activos da família para a Holanda.
Completada esta operação de reorganização societária, complexa e cheia de nuances, será preciso ver quem são os accionistas da FMS BV que ficam em Portugal a receber os lucros. E neste campo, segundo descreve hoje o Negócios, eles são maioritariamente singulares - recebem dividendos e declaram-nos em IRS. Sendo residentes, pagam 25% de IRS (se optarem pela taxa liberatória) ou englobam-nos no rendimento, como fariam se os dividendos fossem distribuídos pela FMS SGPS. O facto de eles virem da Holanda, permite aos accionistas deduzirem no IRS cá o que o país baixo lhes reterá na fonte: 10%.
Sendo a maioria dos accionistas singulares, há um que tem as suas participações através de uma sociedade. Não se sabe qual a natureza jurídica da mesma nem o montante da participação, o que tem impacto na análise sobre as consequências ao nível do IRC sobre os dividendos. Mas se a participação for superior a 10%, e estável, as regras de tributação dos dividendos não se alteram só pelo facto de virem da Holanda.
Chegados até aqui, pode-se concluir que, com a estrutura societária que se perfila e caso a empresa apenas se reorganizasse para gerir as suas operações em Portugal, do ponto de vista tributário, a operação seria neutra para a família e lesiva para o Estado por via do IRS que tem de partilhar com a Holanda.
Mas claro que as variáveis podem mudar – e deverão mudar. Ao afirmar que vai para o exterior para conseguir melhores condições de financiamento, o grupo está a deixar implícito que tem alguns projectos de investimentos na calha (não se confundam com os planos da Jerónimo Martins SGPS propriamente dita, que muito provavelmente fará a sua expansão para a Colômbia através de outra BV – “SGPS holandesa”).
E, em função da localização desses novos investimentos, a Holanda poderá oferecer muito mais vantagens ao nível fiscal, financeiro e regulamentar, como tem sido amplamente descrito. Mas será preciso esperar para saber, entre outras coisas, onde quer a família investir e como, e como se organizarão os accionistas em Portugal (continuarão a receber dividendos como pessoas singulares, constituem-se em sociedades, etc.) para se poder fazer qualquer análise mais segura sobre as poupanças fiscais que daqui advêm para o grupo.
A Woman is the most valuable asset a man will ever own, it's only a shame that some of us only realise that when she is gone..
andre_ferreira Escreveu:escada, se pudesses pagar as mais valias bolsistas noutro país c/ uma taxa bastante mais baixa do que portugal, que fazias?? continuavas a pagar em portugal?? porquê??
Claro que não. Não podemos vir com falsos patriotismos.
A verdade é só uma:
Somos todos muito patriotas, mas quando toca no que é nosso, leia-se "o meu carcanhol", fazemos o que for mais vantajoso. Ponto final parágrafo.
Quanto ao CEO da JMT, só digo isto: quem nos dera ter mais gente desta em Portugal. Criou riqueza cá, e investiu no estangeiro em tempo certo. Hoje com o mercado interno estagnado ou em declínio, só desta forma pode garantir o crescimento da empresa.
Afinal, quantas empresas com a performance da JMT, sem ligações de qualquer espécie ao mundo político, temos nós em Portugal?
Segue a tendência e não te armes em herói ao tentar contrariá-la.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
Para Fooman e A-330...
Caros Fooman e A-330,
Tenho a certeza que fazem parte da tal maçonaria de direita que lidera este país com os resultados "fantásticos" que se vê! Talvez até frequentem a mesma loja dos outros dois laranjas que andam na boca do povo...
Blá, blá, blá...porque os ricos é que são inteligentes...porque os ricos é que sustentam os pobres...porque os ricos é que geram riqueza...blá, blá, blá...
Que discurso tão pobre e sem argumentos. Coincidência, os ricos do meu tempo de escola até eram os mais burrinhos e hoje se estão bem é porque lá tiveram a ajudazinha da máquina do dinheiro e das influências...pois se não fosse isso, passavam fome.
Não me considero nem rico, nem pobre, mas não posso ver estes comentários de gentinha do colégio, que não suporta misturas pelos complexos de superioridade.
Mas dou-lhes um conselho para aproveitarem essa raiva pelos pobres e esse complexo de superioridade, criem um partido de direita, extrema-direita, pois já estão bem encaminhados e com a ideologia bem definida.
Para terminar, gostava de dizer que tenho muitas vezes a sensação de que quem não tiver pensamentos neo-liberais e de direita, não pode postar neste fórum, pois é imediatamente "bombardeado"!
Tenho a certeza que fazem parte da tal maçonaria de direita que lidera este país com os resultados "fantásticos" que se vê! Talvez até frequentem a mesma loja dos outros dois laranjas que andam na boca do povo...
Blá, blá, blá...porque os ricos é que são inteligentes...porque os ricos é que sustentam os pobres...porque os ricos é que geram riqueza...blá, blá, blá...
Que discurso tão pobre e sem argumentos. Coincidência, os ricos do meu tempo de escola até eram os mais burrinhos e hoje se estão bem é porque lá tiveram a ajudazinha da máquina do dinheiro e das influências...pois se não fosse isso, passavam fome.
Não me considero nem rico, nem pobre, mas não posso ver estes comentários de gentinha do colégio, que não suporta misturas pelos complexos de superioridade.
Mas dou-lhes um conselho para aproveitarem essa raiva pelos pobres e esse complexo de superioridade, criem um partido de direita, extrema-direita, pois já estão bem encaminhados e com a ideologia bem definida.
Para terminar, gostava de dizer que tenho muitas vezes a sensação de que quem não tiver pensamentos neo-liberais e de direita, não pode postar neste fórum, pois é imediatamente "bombardeado"!
escada, se pudesses pagar as mais valias bolsistas noutro país c/ uma taxa bastante mais baixa do que portugal, que fazias?? continuavas a pagar em portugal?? porquê??
"Any man who is not a socialist at age 20 has no heart.
Any man who is still a socialist at age 40 has no head." -Georges Clemenceau
"Juros Compostos é a 8ª maravilha do Mundo" - Einstein
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"Juros Compostos é a 8ª maravilha do Mundo" - Einstein
Mas isto tb não está certo !!
http://economia.publico.pt/Noticia/grev ... ro-1527594
Greves, e só penalizam os mais pobres ou ecológicos.
Estes sim, grevistas dos transportes, deviam aprender uma lição.
http://economia.publico.pt/Noticia/grev ... ro-1527594
Greves, e só penalizam os mais pobres ou ecológicos.
Estes sim, grevistas dos transportes, deviam aprender uma lição.
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Aqui está outro exemplo:
Tem lucros, mas despede.
Empresários destes deviam ser proibidos de ter negócios.
Se tem lucros, proibido despedir:
http://www.publico.pt/Cultura/leya-desp ... il-1527600
Tem lucros, mas despede.
Empresários destes deviam ser proibidos de ter negócios.
Se tem lucros, proibido despedir:
http://www.publico.pt/Cultura/leya-desp ... il-1527600
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escada1 Escreveu:E ao mesmo tempo, homens com muito poder e muito virtuosos nos seus discursos (Falo do tipo da JM), com as lições de moral, estar preocupado em ganhar mais uns milhoes.
Porque não pega nesse ganho extra e por exemplo não cria uns postos de trabalho ?
Então mas o tipo da JM não vai investir não sei quantos milhões cá em Portugal? E não tem investido? Não é por passar a ter a sede na Holanda que isso vai deixar de acontecer, aliás, tendo mais lucro poderá investir e criar mais postos de trabalho...
Portugal é o país da zona Euro com mais desigualdades entre ricos e pobres. As medidas de austeridade aplicadas em Portugal visto proporcionalmente foram as mais injustas, os mais pobres pagaram mais que os mais ricos.
Onde é que Portugal é um paraíso para os pobres? Quem afirma não conhece ou quer conhecer a realidade.
Mas já chega de off topic..
Onde é que Portugal é um paraíso para os pobres? Quem afirma não conhece ou quer conhecer a realidade.
Mas já chega de off topic..
Eu posso considerar-me um priveligiado.Estudei, esforçei-me e tenho vingado na vida.
Nao me falta nada, e acima de tudo tenho tentado assegurar o meu futuro financeiro e o bem estar da minha familia.
MAS custa-me ver a injustiça.Crianças nas escolas que passam fome, homens e mulheres sem emprego, sem dinheiro, sem esperança.
E ao mesmo tempo, homens com muito poder e muito virtuosos nos seus discursos (Falo do tipo da JM), com as lições de moral, estar preocupado em ganhar mais uns milhoes.
Porque não pega nesse ganho extra e por exemplo não cria uns postos de trabalho ?
Será que não entendem que há cada vez mais gente desesperada ?
BAsta ver o número de assaltos.
Será que queremos ser o Brasil em que matar e roubar, é tão natural como beber um copo de suco ?
Será que não se entende que NESTE MOMENTO de crise tem de haver mais compreensão ?
Será que querem Portugal a ferro e fogo ?
Parem para pensar.
Quem for pai, e olhar para o seu filho a passar fome (e não veham com a treta da emigração), e ao mesmo tempo um gajo da JM virtuoso, cheio de milhoes, a pagar misérias e a fugir ao pagamento de impostos, o que acham desta imagem ?
Será que querem voltar ao tempos do inicio do Séc XIX e anteriores ?
Solidariedade não é dar uns pães, solidariedade é não despedir só para aumentar os lucros.
É pagar os seus impostos, PRINCIPALMENTE, se estamos a falar de rendimentos absurdos (milhoes de euros).
Nao me falta nada, e acima de tudo tenho tentado assegurar o meu futuro financeiro e o bem estar da minha familia.
MAS custa-me ver a injustiça.Crianças nas escolas que passam fome, homens e mulheres sem emprego, sem dinheiro, sem esperança.
E ao mesmo tempo, homens com muito poder e muito virtuosos nos seus discursos (Falo do tipo da JM), com as lições de moral, estar preocupado em ganhar mais uns milhoes.
Porque não pega nesse ganho extra e por exemplo não cria uns postos de trabalho ?
Será que não entendem que há cada vez mais gente desesperada ?
BAsta ver o número de assaltos.
Será que queremos ser o Brasil em que matar e roubar, é tão natural como beber um copo de suco ?
Será que não se entende que NESTE MOMENTO de crise tem de haver mais compreensão ?
Será que querem Portugal a ferro e fogo ?
Parem para pensar.
Quem for pai, e olhar para o seu filho a passar fome (e não veham com a treta da emigração), e ao mesmo tempo um gajo da JM virtuoso, cheio de milhoes, a pagar misérias e a fugir ao pagamento de impostos, o que acham desta imagem ?
Será que querem voltar ao tempos do inicio do Séc XIX e anteriores ?
Solidariedade não é dar uns pães, solidariedade é não despedir só para aumentar os lucros.
É pagar os seus impostos, PRINCIPALMENTE, se estamos a falar de rendimentos absurdos (milhoes de euros).
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fooman Escreveu:habanero04 Escreveu:fooman, deves com certeza ser uma "rica" pessoa...
Existem coisas que numa sociedade são fundamentais a começar pelo respeito entre todas as ditas classes de que tu falas. Deves ser daqueles que tratas quem achas inferior (pobre) abaixo de cão.
Espero que nunca lá se chegue, mas se por acaso um dia quem tu tratas por inferior já não tiver nada a perder pode ser que venhas a ter problemas...
Em momento nenhum faltei ao respeito seja a quem for. O que parece que não entendem é que eu estou a falar do que é - hoje - e não do que poderia ser numa sociedade utópica qualquer.
Se ouvir a verdade vos incomoda, paciência. Faz parte do vosso (nosso?) DNA, por isso é que criminosos como o Sócrates fazem o que querem dos Tugas...
Provavelmente achei que o que tinhas escrito antes significava uma coisa enquanto querias dizer outra... De qualquer forma acho que o que escreveste relativamente a quem tem menos recursos ou menos oportunidades não foi grande coisa... adiante!
O problema não foi só o Sócrates, mas sim o sistema implementado pela pandilha do Soares, do Silva, do Barroso, do Sócrates e dos outros todos que por lá passaram...
fooman Escreveu:Discordo totalmente do que diz e nota-se que conhece muito pouco a "sua" europa. Em quase todos os países que enunciou, o sistema de ensino - por exemplo - tem quotas fixas para as várias profissões, dependendo do que a economia necessita. Na Holanda, por exemplo, o sistema permite que apenas uma pequena minoria tenha acesso ao ensino superior. Aos 12 anos o futuro da criança é definido tendo em conta a capacidade demonstrada. Penso que a Holanda será exemplo limite, mas no resto dos países (excepção talvez à França) há quotas muito bem definidas para o acesso ao ensino superior.
Quanto ao exemplo do Brasil, dê-lhe tempo. Em Economia não há milagres. E o Brasil já começou a dar sinais evidentes (para alguns) de deterioração. Ah, e o Brasil é só um país maior que Portugal - a mesma mentalidade está lá mas com uma agravante - nós tivemos os Ingleses que - em vários momentos da nossa história nos deram a mão (economicamente falando, é claro) e nos "ajudaram" a sair das crises... o Brasil está no "orgulhosamente sós" e a coisa não vai resultar.
Eu acho que te perdeste numa leitura do Admirável Mundo Novo do Aldous Huxley e acordaste sem saber dizer coisa com coisa.
Essa de as crianças na Holanda estarem com o futuro determinado aos 12 anos é de bradar aos céus. Não sei se consigo ter uma discussão razoável com uma pessoa assim.
Posso dizer-lhe que já estudei na Itália, fiz cursos na Suécia e na Holanda, e humildemente posso garantir-lhe que sei mais do que aquilo que pensa.
Mas de qualquer maneira e nem querendo aqui dizer que a quantidade de licenciados (em percentagem do total) é muito mais baixa em Portugal do que nos outros Países que mencionei, essa discussão foge ao ponto do que é esquerda ou direita. Se esquerda é proteger quem tem menos, então o País mais à direita na Europa Ocidental é Portugal e aparentemente não me conseguiu convencer do contrário.
Essa sua ideia peregrina de que existem uns pré-destinados a mandar e outros a servir (e aparentemente o seu conforto residirá em pensar que é um dos mandantes) é que é o cerne desta discussão da forma como eu vejo. Talvez lhe faça falta ter que limpar o chão para perceber que trabalho é trabalho, e as pessoas não são menos nem mais por terem ocupações mais humildes.
Sobre o Brasil, já percebi que também achará que sabe tudo e ninguém lhe pode ensinar coisa alguma. Mas dir-lhe-ia que não há sistemas sem falhas e que possam viver para sempre. Aliás no centro do capitalismo (EUA) nasceu a mais grave das crises recentes e que promete deslocalizar uma parte significativa do poder económico para outras bandas. Sinal de que nem o capitalismo está a salvo de problemas.
Pedro Carriço
escada1 Escreveu:Caro pdcarrico
Não vale a pena insistir.A o conceito não entra.
Mas não te preocupes, qualquer dia, Portugal vai ser como o Brasil antigo, e esses tais ricos, ou andam de helicopetro e têm 100 homens armados a proteje-los, ou simplesmente começam a sofrer as consequências de serem ricos.
Algumas pessoas deste forum deviam adorar a ditadura antiga onde as classes estavam muito bem definidas.
pdcarrico Escreveu:
Se ser mais à esquerda é defender direitos de pobres, então somos mais à direita que qualquer País rico Europeu a começar pela Suécia, continuando pela França, Alemanha, Luxemburgo e acabando na Noruega. Todos eles dão mais direitos aos mais pobres. Nós por cá temos das maiores assimetrias entre ricos e pobres na Europa - algo que nos coloca mais próximos de nações super-desenvolvidas como a Nigéria, o Bangladesh, ou a Jamaica, ou a Tailândia, etc...
Curiosamente o Brasil começa a ter menos assimetrias entre ricos e pobres (ainda assim com muito para fazer). E curiosamente nestes dez anos, o produto cresceu como raramente acontecia desde há muito tempo. Estranho não é?
Discordo totalmente do que diz e nota-se que conhece muito pouco a "sua" europa. Em quase todos os países que enunciou, o sistema de ensino - por exemplo - tem quotas fixas para as várias profissões, dependendo do que a economia necessita. Na Holanda, por exemplo, o sistema permite que apenas uma pequena minoria tenha acesso ao ensino superior. Aos 12 anos o futuro da criança é definido tendo em conta a capacidade demonstrada. Penso que a Holanda será exemplo limite, mas no resto dos países (excepção talvez à França) há quotas muito bem definidas para o acesso ao ensino superior.
Quanto ao exemplo do Brasil, dê-lhe tempo. Em Economia não há milagres. E o Brasil já começou a dar sinais evidentes (para alguns) de deterioração. Ah, e o Brasil é só um país maior que Portugal - a mesma mentalidade está lá mas com uma agravante - nós tivemos os Ingleses que - em vários momentos da nossa história nos deram a mão (economicamente falando, é claro) e nos "ajudaram" a sair das crises... o Brasil está no "orgulhosamente sós" e a coisa não vai resultar.
habanero04 Escreveu:fooman, deves com certeza ser uma "rica" pessoa...
Existem coisas que numa sociedade são fundamentais a começar pelo respeito entre todas as ditas classes de que tu falas. Deves ser daqueles que tratas quem achas inferior (pobre) abaixo de cão.
Espero que nunca lá se chegue, mas se por acaso um dia quem tu tratas por inferior já não tiver nada a perder pode ser que venhas a ter problemas...
Em momento nenhum faltei ao respeito seja a quem for. O que parece que não entendem é que eu estou a falar do que é - hoje - e não do que poderia ser numa sociedade utópica qualquer.
Se ouvir a verdade vos incomoda, paciência. Faz parte do vosso (nosso?) DNA, por isso é que criminosos como o Sócrates fazem o que querem dos Tugas...
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Este pais realmente não existe "Boicote ao Pingo Doce!? Está tudo maluco! podiam era boicotar quem elaborou politicas fiscais e sociais muito pouco coerentes e nada amigas de atrair o investimento nacional e porque o investimento estrangeiro já foi à muito. Meus amigos deviam era agradecer à Jerónimo Martins continuar a investir em Portugal! Não era muito mais interessante Portugal criar condições economica-financeira para atrair empresas Estrangeiras e Nacionais que estão nos paises como Holanda e Luxemburgo! Este Governo ainda não percebeu que esta instabilidade fiscal que criou, ( aumento de impostos quase diários) que não vão buscar mais receitas, deviam era cortar verdadeiramente na DESPESA Pública
Mais uma colherada no Caldeirão...
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Caro pdcarrico
Não vale a pena insistir.A o conceito não entra.
Mas não te preocupes, qualquer dia, Portugal vai ser como o Brasil antigo, e esses tais ricos, ou andam de helicopetro e têm 100 homens armados a proteje-los, ou simplesmente começam a sofrer as consequências de serem ricos.
Não vale a pena insistir.A o conceito não entra.
Mas não te preocupes, qualquer dia, Portugal vai ser como o Brasil antigo, e esses tais ricos, ou andam de helicopetro e têm 100 homens armados a proteje-los, ou simplesmente começam a sofrer as consequências de serem ricos.
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fooman, deves com certeza ser uma "rica" pessoa...
Existem coisas que numa sociedade são fundamentais a começar pelo respeito entre todas as ditas classes de que tu falas. Deves ser daqueles que tratas quem achas inferior (pobre) abaixo de cão.
Espero que nunca lá se chegue, mas se por acaso um dia quem tu tratas por inferior já não tiver nada a perder pode ser que venhas a ter problemas...
Existem coisas que numa sociedade são fundamentais a começar pelo respeito entre todas as ditas classes de que tu falas. Deves ser daqueles que tratas quem achas inferior (pobre) abaixo de cão.
Espero que nunca lá se chegue, mas se por acaso um dia quem tu tratas por inferior já não tiver nada a perder pode ser que venhas a ter problemas...
fooman Escreveu:Blablablabla...
É engraçado atacarem uma das maiores pedras basilares de todo o sistema económico: as classes.
Quem sabe em vez de me atacar chamando-me medíocre, devessem perder o vosso tempo a estudar um pouco mais.
Olhem à vossa volta, na natureza. Tudo está organizado por classes - do mais forte ao mais fraco - e mesmo dentro da mesma espécie, tudo está dividido por classes...
O homem - desde que existe - está dividido em classes e vai continuar dividido em classes, quer queiram quer não! As mais fracas trabalham e servem as mais fortes - aqui, na china e em qualquer outro país do mundo!
P.S.: Volto a dizer que Portugal é o país da Europa mais à esquerda, onde se criaram nos últimos 30 anos mais oportunidades para as classes inferiores... o resultado está à vista. Agora "amanhem-se"!
Eu não ataquei nada. Aliás, eu entendo que a tua ideia de sociedade encaixa no modelo darwinista, que comprovadamente é o que faz evoluir as espécies.
Mas constato é que o teu discurso é perfeitamente equivalente ao discurso que suporta machismo e racismo. Só isso. Quanto a precisar de estudar ... aceito a opinião mas acho sinceramente que é a ti que falta discernimento e conhecimento.
Quanto ao País ser o mais à esquerda... eu diria que te falta informação e capacidade para entender o que é um País mais à esquerda.
Se ser mais à esquerda é defender direitos de pobres, então somos mais à direita que qualquer País rico Europeu a começar pela Suécia, continuando pela França, Alemanha, Luxemburgo e acabando na Noruega. Todos eles dão mais direitos aos mais pobres. Nós por cá temos das maiores assimetrias entre ricos e pobres na Europa - algo que nos coloca mais próximos de nações super-desenvolvidas como a Nigéria, o Bangladesh, ou a Jamaica, ou a Tailândia, etc...
Curiosamente o Brasil começa a ter menos assimetrias entre ricos e pobres (ainda assim com muito para fazer). E curiosamente nestes dez anos, o produto cresceu como raramente acontecia desde há muito tempo. Estranho não é?
Pedro Carriço
pdcarrico Escreveu:fooman Escreveu:Os ricos é que fazem as coisas andar para a frente, não são os pobres. Os pobres servem para trabalhar e servir os ricos porque não sabem para mais e não servem para mais nada... porque se soubessem ou servissem, não eram pobres!!
Eu diria que se vivesses há 80 anos pensarias a mesma coisa mudando as palavras "ricos" por "homens" e "pobres" por "mulheres". Ou talvez se fosses um cidadão da Louisiana no século XIX, dirias o mesmo mudando "ricos" por "brancos" e "pobres" por "negros". Eram pensamentos comuns, mas nem por isso poderia considera-los apropriados ou justos.
Tu podes responder que qualquer pobre hoje pode aspirar a ser rico, basta que para isso tenha talento. Eu responderia que te falta a ti capacidade para ver o essencial, que é bem resumindo por um refrão de uma música dos Morcheeba: "there's no such thing as a self made man, cause everyone needs a helping hand".
Para concluir dou-te dois exemplos no País onde moro. Estaticamente a população afrodescendente tem menor educação, piores oportunidades e é pior paga que a população eurodescendente. Uma explicação simplista é de que são menos inteligentes. Uma explicação mais inteligente é de que sairam de um ponto de partida pior e por isso acabam a ter menos oportunidades. O mesmo raciocínio se aplica a mulheres que ainda têm sistematicamente menos condições que os homens.
Outro exemplo diz respeito a um bairro na cidade onde eu moro. Chama-se bairro da paz, tem 80 000 habitantes e apenas dois <b>(dois!!!)</b> alunos no ensino superior. No bairro onde eu moro, que é mais rico, temos taxas ao nível de Oeiras ou de Telheiras. Um habitante do bairro da paz, por muito dotado que seja, dificilmente será mais que caixa de supermercado.
Uma forma de ver o problema é que o povo desse bairro é maioritariamente burro. Do meu ponto de vista burrice é não perceber que o facto de pouca gente conseguir oportunidades nada tem a ver com o talento individual que todos eles podem ou não ter.
escada1 Escreveu:São pensamentos destes, que fazem com que uma nação definhe.
Isto é a mediocridade tuga no seu melhor.
Nem Buffet o grande milionário, pensa assim.
Compreendo que é necessário alguma instrução, e conhecimentos básicos de economia para entender, mas deve fazer-se um esforço.
A evolução humana só se dá quando há distribuição de riqueza.
Não interessa haver 1 homem no mundo com milhoes, e milhoes de homens sem nada.
A economia move-se por quantidade.
Não se vai fazer um jornal para 1 homem, nem investigação cientifica para 1 homem.
Nem investigação para desenvolver 1 processador para 1 homem, nem uma TV para 1 homem.
Faz-se para vender-se milhares ou milhoes.
Uma economia concentrada em poucos individuos é uma economia doente.
Sou contra o RSI e o dar aos pobres só porque são pobres.Mas também sou contra os patrões que pagam cada vez pior apenas para manterem as suas fortunas, à custa de fome e miséria que causam.
Economia não é mais do que a existÊncia de Quorum de potênciais compradores.
Eu não vou criar uma empresa de carros, se só vou vender 1.fooman Escreveu:Só num país de atrasados é que isto é notícia...
Os ricos é que fazem as coisas andar para a frente, não são os pobres. Os pobres servem para trabalhar e servir os ricos porque não sabem para mais e não servem para mais nada... porque se soubessem ou servissem, não eram pobres!!
Enfiem isto na cabeça de uma vez por todas! As classes sempre existiram, existem e existirão, por muito que custe a algumas cabecinhas muito utópicas que por aí andam!
Blablablabla...
É engraçado atacarem uma das maiores pedras basilares de todo o sistema económico: as classes.
Quem sabe em vez de me atacar chamando-me medíocre, devessem perder o vosso tempo a estudar um pouco mais.
Olhem à vossa volta, na natureza. Tudo está organizado por classes - do mais forte ao mais fraco - e mesmo dentro da mesma espécie, tudo está dividido por classes...
O homem - desde que existe - está dividido em classes e vai continuar dividido em classes, quer queiram quer não! As mais fracas trabalham e servem as mais fortes - aqui, na china e em qualquer outro país do mundo!
P.S.: Volto a dizer que Portugal é o país da Europa mais à esquerda, onde se criaram nos últimos 30 anos mais oportunidades para as classes inferiores... o resultado está à vista. Agora "amanhem-se"!
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São pensamentos destes, que fazem com que uma nação definhe.
Isto é a mediocridade tuga no seu melhor.
Nem Buffet o grande milionário, pensa assim.
Compreendo que é necessário alguma instrução, e conhecimentos básicos de economia para entender, mas deve fazer-se um esforço.
A evolução humana só se dá quando há distribuição de riqueza.
Não interessa haver 1 homem no mundo com milhoes, e milhoes de homens sem nada.
A economia move-se por quantidade.
Não se vai fazer um jornal para 1 homem, nem investigação cientifica para 1 homem.
Nem investigação para desenvolver 1 processador para 1 homem, nem uma TV para 1 homem.
Faz-se para vender-se milhares ou milhoes.
Uma economia concentrada em poucos individuos é uma economia doente.
Sou contra o RSI e o dar aos pobres só porque são pobres.Mas também sou contra os patrões que pagam cada vez pior apenas para manterem as suas fortunas, à custa de fome e miséria que causam.
Economia não é mais do que a existÊncia de Quorum de potênciais compradores.
Eu não vou criar uma empresa de carros, se só vou vender 1.
Isto é a mediocridade tuga no seu melhor.
Nem Buffet o grande milionário, pensa assim.
Compreendo que é necessário alguma instrução, e conhecimentos básicos de economia para entender, mas deve fazer-se um esforço.
A evolução humana só se dá quando há distribuição de riqueza.
Não interessa haver 1 homem no mundo com milhoes, e milhoes de homens sem nada.
A economia move-se por quantidade.
Não se vai fazer um jornal para 1 homem, nem investigação cientifica para 1 homem.
Nem investigação para desenvolver 1 processador para 1 homem, nem uma TV para 1 homem.
Faz-se para vender-se milhares ou milhoes.
Uma economia concentrada em poucos individuos é uma economia doente.
Sou contra o RSI e o dar aos pobres só porque são pobres.Mas também sou contra os patrões que pagam cada vez pior apenas para manterem as suas fortunas, à custa de fome e miséria que causam.
Economia não é mais do que a existÊncia de Quorum de potênciais compradores.
Eu não vou criar uma empresa de carros, se só vou vender 1.
fooman Escreveu:Só num país de atrasados é que isto é notícia...
Os ricos é que fazem as coisas andar para a frente, não são os pobres. Os pobres servem para trabalhar e servir os ricos porque não sabem para mais e não servem para mais nada... porque se soubessem ou servissem, não eram pobres!!
Enfiem isto na cabeça de uma vez por todas! As classes sempre existiram, existem e existirão, por muito que custe a algumas cabecinhas muito utópicas que por aí andam!
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fooman Escreveu:Os ricos é que fazem as coisas andar para a frente, não são os pobres. Os pobres servem para trabalhar e servir os ricos porque não sabem para mais e não servem para mais nada... porque se soubessem ou servissem, não eram pobres!!
Eu diria que se vivesses há 80 anos pensarias a mesma coisa mudando as palavras "ricos" por "homens" e "pobres" por "mulheres". Ou talvez se fosses um cidadão da Louisiana no século XIX, dirias o mesmo mudando "ricos" por "brancos" e "pobres" por "negros". Eram pensamentos comuns, mas nem por isso poderia considera-los apropriados ou justos.
Tu podes responder que qualquer pobre hoje pode aspirar a ser rico, basta que para isso tenha talento. Eu responderia que te falta a ti capacidade para ver o essencial, que é bem resumindo por um refrão de uma música dos Morcheeba: "there's no such thing as a self made man, cause everyone needs a helping hand".
Para concluir dou-te dois exemplos no País onde moro. Estaticamente a população afrodescendente tem menor educação, piores oportunidades e é pior paga que a população eurodescendente. Uma explicação simplista é de que são menos inteligentes. Uma explicação mais inteligente é de que sairam de um ponto de partida pior e por isso acabam a ter menos oportunidades. O mesmo raciocínio se aplica a mulheres que ainda têm sistematicamente menos condições que os homens.
Outro exemplo diz respeito a um bairro na cidade onde eu moro. Chama-se bairro da paz, tem 80 000 habitantes e apenas dois <b>(dois!!!)</b> alunos no ensino superior. No bairro onde eu moro, que é mais rico, temos taxas ao nível de Oeiras ou de Telheiras. Um habitante do bairro da paz, por muito dotado que seja, dificilmente será mais que caixa de supermercado.
Uma forma de ver o problema é que o povo desse bairro é maioritariamente burro. Do meu ponto de vista burrice é não perceber que o facto de pouca gente conseguir oportunidades nada tem a ver com o talento individual que todos eles podem ou não ter.
Pedro Carriço
escada1 Escreveu:Afinal quem lhe está a encher os bolsos, são por um lado, os desgraçados que por cá moram e sofrem cada vez mais, e por outro os seus empregados que são mal pagos.
Não sabemos todos os motivos que levaram a tomar tal decisão. Percebe-se que a ida para a Holanda foi tomada defendendo os interesses da empresa e esse motivo é legítimo, tudo o que a empresa fizer para preservar o seu lucro é legítimo.
Quanto às ideias radicais que se vêm defendidas por alguns dos forenses, deixo aqui mais algumas dicas que podem tomar no seu dia a dia de forma a defender o que é nacional.
Não comprar nas empresas dos grupos Inditex, Fnac, Corte Inglés, Lidl etc.
A Woman is the most valuable asset a man will ever own, it's only a shame that some of us only realise that when she is gone..
PSG Escreveu:Estamos saturados de manhosos, desconfiados de moralistas, estamos sem ídolos, sem heróis, estamos encandeados pelos faróis dos que saltam para o lado do bem para escapar à turba contra o mal. Quando apanhamos, abocanhamos. Estraçalhamos. Somos uma multidão furiosa. Às vezes, erramos. A família Soares dos Santos não está a fugir aos impostos. Mesmo se vai fugir ao País.
Só há um antídoto contra a especulação: a informação. É assustador ver tanta opinião instantânea sobre o que se desconhece. A sede de vingança tomou o lugar da fome de justiça. O problema não está na rua, nas redes sociais, nas esquinas dos desempregados. Está em quem tem a obrigação de saber do que fala. Do Parlamento, de Ana Gomes, de António Capucho, dos que pedem boicotes ao Pingo Doce (para comprar onde, já agora? No Continente da Sonae que tem praças na Holanda? No Lidl, que as tem na Alemanha?).
A decisão da família Soares dos Santos pode ser criticada mas não pelas razões que ontem se ouviu. A Jerónimo Martins não vai pagar menos impostos. E a família que a controla também não - até porque já pagava poucos.
Uma empresa tem lucro e paga IRC; depois distribui lucro pelos accionistas, que pagam IRC (se forem empresas) ou IRS (se forem particulares). Neste caso, a Jerónimo continua a pagar o mesmo IRC em Portugal (e na Polónia); o seu accionista de controlo, a "holding" da família Soares dos Santos, transferiu-se para a Holanda. Por ter mais de 10% da Jerónimo, essa "holding" não pagava cá imposto sobre os dividendos e continuará a não pagar lá. Já quando essa "holding" paga aos membros da família, cada um pagaria 25% de IRS cá - e pagará 25% lá. Com uma diferença: 10% são para a Holanda, 15% para Portugal.
Porque tomou a família uma decisão que, sendo neutra para si, prejudica o Estado português? Pela estabilidade e eficácia fiscal de lá, que bate a portuguesa. Pelo acesso a financiamento, impossível cá. E porque a família tem planos de crescimento que não incluem Portugal.
Aqueles que se escandalizaram ontem deviam ter-se comovido também quando, há um par de meses (como aqui foi escrito), a Jerónimo anunciou como iria investir 800 milhões de euros em 2012: 400 milhões da Colômbia, 300 na Polónia... e 100 milhões em Portugal. Isto sim, é sair de Portugal. E quando a Jerónimo investir na Colômbia, provavelmente vai fazê-lo também através da Holanda, onde se paga menos. Estes são problemas diferentes dos que ontem foram enunciados: a falta de atracção de investimento de Portugal; e a instabilidade fiscal, que muda leis como quem muda de camisa, afastando o capital.
A família Espírito Santo tem sede no Luxemburgo. Belmiro lançou a OPA à PT a partir do Holanda. O investimento estrangeiro é feito de fora. Isabel dos Santos investe na Zon a partir de Malta. Queiroz Pereira tem os activos estrangeiros separados de Portugal. António Mota desabafa há dias que pode ter de criar uma sede fora de Portugal só para que a banca lhe empreste dinheiro. E a família Soares dos Santos tem um plano que não nos contou mas que ainda nos vai surpreender - feito com bancos estrangeiros e a partir da Holanda, que é uma plataforma fiscal mais favorável à internacionalização para fora do espaço europeu, uma vez que não há dupla tributação da Holanda para e do resto do mundo.
O que custa a engolir não é que Soares dos Santos tenha cortado o passado com Portugal, esse mantém-no e continua a pagar impostos. É que tenha cortado o futuro. É que tenha decidido investir fora daqui porque aqui não tem por onde crescer, para procurar lucros fora de Portugal, criar postos de trabalho fora de Portugal e, então sim, pagar impostos desse futuro fora de Portugal. Pensando bem, esse é um grande problema e é um problema nosso. Mas investir fora do País não é traição. É apenas desistir dele. E a Jerónimo já partiu para a Polónia há muitos, muitos anos - ou ninguém reparou?
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... 29417&pn=1



PSG Escreveu:Estamos saturados de manhosos, desconfiados de moralistas, estamos sem ídolos, sem heróis, estamos encandeados pelos faróis dos que saltam para o lado do bem para escapar à turba contra o mal. Quando apanhamos, abocanhamos. Estraçalhamos. Somos uma multidão furiosa. Às vezes, erramos. A família Soares dos Santos não está a fugir aos impostos. Mesmo se vai fugir ao País.
Só há um antídoto contra a especulação: a informação. É assustador ver tanta opinião instantânea sobre o que se desconhece. A sede de vingança tomou o lugar da fome de justiça. O problema não está na rua, nas redes sociais, nas esquinas dos desempregados. Está em quem tem a obrigação de saber do que fala. Do Parlamento, de Ana Gomes, de António Capucho, dos que pedem boicotes ao Pingo Doce (para comprar onde, já agora? No Continente da Sonae que tem praças na Holanda? No Lidl, que as tem na Alemanha?).
A decisão da família Soares dos Santos pode ser criticada mas não pelas razões que ontem se ouviu. A Jerónimo Martins não vai pagar menos impostos. E a família que a controla também não - até porque já pagava poucos.
Uma empresa tem lucro e paga IRC; depois distribui lucro pelos accionistas, que pagam IRC (se forem empresas) ou IRS (se forem particulares). Neste caso, a Jerónimo continua a pagar o mesmo IRC em Portugal (e na Polónia); o seu accionista de controlo, a "holding" da família Soares dos Santos, transferiu-se para a Holanda. Por ter mais de 10% da Jerónimo, essa "holding" não pagava cá imposto sobre os dividendos e continuará a não pagar lá. Já quando essa "holding" paga aos membros da família, cada um pagaria 25% de IRS cá - e pagará 25% lá. Com uma diferença: 10% são para a Holanda, 15% para Portugal.
Porque tomou a família uma decisão que, sendo neutra para si, prejudica o Estado português? Pela estabilidade e eficácia fiscal de lá, que bate a portuguesa. Pelo acesso a financiamento, impossível cá. E porque a família tem planos de crescimento que não incluem Portugal.
Aqueles que se escandalizaram ontem deviam ter-se comovido também quando, há um par de meses (como aqui foi escrito), a Jerónimo anunciou como iria investir 800 milhões de euros em 2012: 400 milhões da Colômbia, 300 na Polónia... e 100 milhões em Portugal. Isto sim, é sair de Portugal. E quando a Jerónimo investir na Colômbia, provavelmente vai fazê-lo também através da Holanda, onde se paga menos. Estes são problemas diferentes dos que ontem foram enunciados: a falta de atracção de investimento de Portugal; e a instabilidade fiscal, que muda leis como quem muda de camisa, afastando o capital.
A família Espírito Santo tem sede no Luxemburgo. Belmiro lançou a OPA à PT a partir do Holanda. O investimento estrangeiro é feito de fora. Isabel dos Santos investe na Zon a partir de Malta. Queiroz Pereira tem os activos estrangeiros separados de Portugal. António Mota desabafa há dias que pode ter de criar uma sede fora de Portugal só para que a banca lhe empreste dinheiro. E a família Soares dos Santos tem um plano que não nos contou mas que ainda nos vai surpreender - feito com bancos estrangeiros e a partir da Holanda, que é uma plataforma fiscal mais favorável à internacionalização para fora do espaço europeu, uma vez que não há dupla tributação da Holanda para e do resto do mundo.
O que custa a engolir não é que Soares dos Santos tenha cortado o passado com Portugal, esse mantém-no e continua a pagar impostos. É que tenha cortado o futuro. É que tenha decidido investir fora daqui porque aqui não tem por onde crescer, para procurar lucros fora de Portugal, criar postos de trabalho fora de Portugal e, então sim, pagar impostos desse futuro fora de Portugal. Pensando bem, esse é um grande problema e é um problema nosso. Mas investir fora do País não é traição. É apenas desistir dele. E a Jerónimo já partiu para a Polónia há muitos, muitos anos - ou ninguém reparou?
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