Situação na Islândia - Tópico Geral
Islândia promove eleições para escolher presidente
Berlim, 30 jun (EFE).- Os colégios eleitorais na Islândia abriram suas portas às 9h locais deste sábado para as eleições presidenciais nas quais o atual chefe de Estado, Ólafur Ragnar Grímsson, desponta como claro favorito.
Se confirmar a vitória, o presidente assumirá seu quinto mandato, algo que nunca aconteceu nos 68 anos de independência deste país nórdico.
Segundo uma das últimas pesquisas da empresa de consultoria Gallup para a televisão pública 'RÚV', 50,8% dos islandeses votariam em Grímsson, enquanto 33,6% escolheriam a sua principal rival, a jornalista Thóra Arnórsdóttir.
Já uma enquete realizada pelo periódico 'Fréttabladid' e a cadeia privada 'Stöd 2' assinala que o atual presidente teria 57% de apoio do eleitorado, contra 30,8% de Arnórsdóttir.
Há um mês era Arnórsdóttir quem liderava as pesquisas, mas Grímsson lançou uma tática agressiva que lhe permitiu ditar os assuntos a serem discutir na campanha, centrada no ingresso da Islândia na União Europeia (UE) e na reforma do sistema de cotas pesqueiras.
Com seu ataque frontal a Arnórsdóttir, a quem acusa de ser uma 'marionete' da primeira-ministra, a social-democrata Jóhanna Sigurdardóttir, Grímsson quis atrair os eleitores conservadores e aproveitar a impopularidade crescente do Governo, embora ele mesmo proceda originalmente da centro-esquerda.
Frente à figura de líder experiente e patriota de Grímsson, que conta ainda com uma base eleitoral sólida e um forte apoio econômico, Arnórsdóttir se apresentou como a imagem da renovação e da ascensão das mulheres frente à cultura masculina que alguns associam à crise econômica.
Os colégios eleitorais, aos quais foram convocados os 235.784 cidadãos com direito a voto, fecharão suas postas às 22h locais, e os primeiros resultados já devem ser divulgados uma hora depois.
O papel do presidente na Islândia é similar ao de um rei em uma monarquia parlamentar, mas o atual chefe de Estado o dotou de um maior protagonismo, sobretudo quando usou o direito a veto para forçar dois referendos sobre um acordo para indenizar poupadores estrangeiros do banco Icesave. EFE
http://veja.abril.com.br/noticia/intern ... presidente
Berlim, 30 jun (EFE).- Os colégios eleitorais na Islândia abriram suas portas às 9h locais deste sábado para as eleições presidenciais nas quais o atual chefe de Estado, Ólafur Ragnar Grímsson, desponta como claro favorito.
Se confirmar a vitória, o presidente assumirá seu quinto mandato, algo que nunca aconteceu nos 68 anos de independência deste país nórdico.
Segundo uma das últimas pesquisas da empresa de consultoria Gallup para a televisão pública 'RÚV', 50,8% dos islandeses votariam em Grímsson, enquanto 33,6% escolheriam a sua principal rival, a jornalista Thóra Arnórsdóttir.
Já uma enquete realizada pelo periódico 'Fréttabladid' e a cadeia privada 'Stöd 2' assinala que o atual presidente teria 57% de apoio do eleitorado, contra 30,8% de Arnórsdóttir.
Há um mês era Arnórsdóttir quem liderava as pesquisas, mas Grímsson lançou uma tática agressiva que lhe permitiu ditar os assuntos a serem discutir na campanha, centrada no ingresso da Islândia na União Europeia (UE) e na reforma do sistema de cotas pesqueiras.
Com seu ataque frontal a Arnórsdóttir, a quem acusa de ser uma 'marionete' da primeira-ministra, a social-democrata Jóhanna Sigurdardóttir, Grímsson quis atrair os eleitores conservadores e aproveitar a impopularidade crescente do Governo, embora ele mesmo proceda originalmente da centro-esquerda.
Frente à figura de líder experiente e patriota de Grímsson, que conta ainda com uma base eleitoral sólida e um forte apoio econômico, Arnórsdóttir se apresentou como a imagem da renovação e da ascensão das mulheres frente à cultura masculina que alguns associam à crise econômica.
Os colégios eleitorais, aos quais foram convocados os 235.784 cidadãos com direito a voto, fecharão suas postas às 22h locais, e os primeiros resultados já devem ser divulgados uma hora depois.
O papel do presidente na Islândia é similar ao de um rei em uma monarquia parlamentar, mas o atual chefe de Estado o dotou de um maior protagonismo, sobretudo quando usou o direito a veto para forçar dois referendos sobre um acordo para indenizar poupadores estrangeiros do banco Icesave. EFE
http://veja.abril.com.br/noticia/intern ... presidente
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A Islândia é sem dúvida uma lição de democracia para nós.
A melhor expressão que encontro para descrever as nossas instituições é: um nojo.
E sem instituições que transmitam confiança e funcionem de forma imparcial e transparente, simplesmente não há economia que funcione num regime democrático.
Entretanto, em Portugal:
Cada vez sou mais apologista da privatização de todas as empresas de transporte público. O apoio dos contribuintes passa a ser concedido directamente aos cidadãos que efectivamente precisem de apoio. As empresas passariam a ser geridas como deve ser ou os seus accionistas e credores sofreriam as consequências.
Deixo uns gráficos que ajudam a ilustrar estes últimos anos na Islândia e também para comparar com Portugal.
Bom fim-de-semana.
A melhor expressão que encontro para descrever as nossas instituições é: um nojo.
E sem instituições que transmitam confiança e funcionem de forma imparcial e transparente, simplesmente não há economia que funcione num regime democrático.
Entretanto, em Portugal:
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economi ... id=2312070Portugal gastou, durante o segundo semestre de 2011, mais três mil milhões de euros com empresas públicas do que o valor previsto no Programa de Assistência Económica e Financeira.
Cada vez sou mais apologista da privatização de todas as empresas de transporte público. O apoio dos contribuintes passa a ser concedido directamente aos cidadãos que efectivamente precisem de apoio. As empresas passariam a ser geridas como deve ser ou os seus accionistas e credores sofreriam as consequências.
Deixo uns gráficos que ajudam a ilustrar estes últimos anos na Islândia e também para comparar com Portugal.
Bom fim-de-semana.
- Anexos
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- Portugal GDP Annual Growth Rate.png (17.18 KiB) Visualizado 8494 vezes
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- Iceland GDP Annual Growth Rate.png (17.57 KiB) Visualizado 8490 vezes
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- Gráfico Desemprego Portugal.png (17.16 KiB) Visualizado 8489 vezes
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- Iceland Unemployment Rate.png (19.27 KiB) Visualizado 8484 vezes
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Sorry...
Desculpa lá Elias...Criei um tópico para a Islândia ...mas depois vi que já tinhas criado um...
In ionline:
"Islândia.
O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessãopor Joana Azevedo Viana, Publicado em 26 de Março de 2011
A crise levou os islandeses a mudar de governo e a chumbar o resgate dos bancos. Mas o exemplo de democracia não tem tido cobertura
Os protestos populares, quando surgem, são para ser levados até ao fim. Quem o mostra são os islandeses, cuja acção popular sem precedentes levou à queda do governo conservador, à pressão por alterações à Constituição (já encaminhadas) e à ida às urnas em massa para chumbar o resgate dos bancos.
Desde a eclosão da crise, em 2008, os países europeus tentam desesperadamente encontrar soluções económicas para sair da recessão. A nacionalização de bancos privados que abriram bancarrota assim que os grandes bancos privados de investimento nos EUA (como o Lehman Brothers) entraram em colapso é um sonho que muitos europeus não se atrevem a ter. A Islândia não só o teve como o levou mais longe.
Assim que a banca entrou em incumprimento, o governo islandês decidiu nacionalizar os seus três bancos privados - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir. Mas nem isto impediu que o país caísse na recessão. A Islândia foi à falência e o Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em acção, injectando 2,1 mil milhões de dólares no país, com um acrescento de 2,5 mil milhões de dólares pelos países nórdicos. O povo revoltou-se e saiu à rua.
Lição democrática n.º 1: Pacificamente, os islandeses começaram a concentrar-se, todos os dias, em frente ao Althingi [Parlamento] exigindo a renúncia do governo conservador de Geir H. Haarde em bloco. E conseguiram. Foram convocadas eleições antecipadas e, em Abril de 2009, foi eleita uma coligação formada pela Aliança Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde - chefiada por Johanna Sigurdardottir, actual primeira-ministra.
Durante esse ano, a economia manteve-se em situação precária, fechando o ano com uma queda de 7%. Porém, no terceiro trimestre de 2010 o país saiu da recessão - com o PIB real a registar, entre Julho e Setembro, um crescimento de 1,2%, comparado com o trimestre anterior. Mas os problemas continuaram.
Lição democrática n.º 2: Os clientes dos bancos privados islandeses eram sobretudo estrangeiros - na sua maioria dos EUA e do Reino Unido - e o Landsbanki o que acumulava a maior dívida dos três. Com o colapso do Landsbanki, os governos britânico e holandês entraram em acção, indemnizando os seus cidadãos com 5 mil milhões de dólares [cerca de 3,5 mil milhões de euros] e planeando a cobrança desses valores à Islândia.
Algum do dinheiro para pagar essa dívida virá directamente do Landsbanki, que está neste momento a vender os seus bens. Porém, o relatório de uma empresa de consultoria privada mostra que isso apenas cobrirá entre 200 mil e 2 mil milhões de dólares. O resto teria de ser pago pela Islândia, agora detentora do banco. Só que, mais uma vez, o povo saiu à rua. Os governos da Islândia, da Holanda e do Reino Unido tinham acordado que seria o governo a desembolsar o valor total das indemnizações - que corresponde a 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes do país, a ser pago mensalmente por cada família a 15 anos, com juros de 5,5%. A 16 de Fevereiro, o Parlamento aprovou a lei e fez renascer a revolta popular. Depois de vários dias em protesto na capital, Reiquiavique, o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson, recusou aprovar a lei e marcou novo referendo para 9 de Abril.
Lição democrática n.º 3: As últimas sondagens mostram que as intenções de votar contra a lei aumentam de dia para dia, com entre 52% e 63% da população a declarar que vai rejeitar a lei n.o 13/2011. Enquanto o país se prepara para mais um exercício de verdadeira democracia, os responsáveis pelas dívidas que entalaram a Islândia começam a ser responsabilizados - muito à conta da pressão popular sobre o novo governo de coligação, que parece o único do mundo disposto a investigar estes crimes sem rosto (até agora).
Na semana passada, a Interpol abriu uma caça a Sigurdur Einarsson, ex-presidente-executivo do Kaupthing. Einarsson é suspeito de fraude e de falsificação de documentos e, segundo a imprensa islandesa, terá dito ao procurador-geral do país que está disposto a regressar à Islândia para ajudar nas investigações se lhe for prometido que não é preso.
Para as mudanças constitucionais, outra vitória popular: a coligação aceitou criar uma assembleia de 25 islandeses sem filiação partidária, eleitos entre 500 advogados, estudantes, jornalistas, agricultores, representantes sindicais, etc. A nova Constituição será inspirada na da Dinamarca e, entre outras coisas, incluirá um novo projecto de lei, o Initiative Media - que visa tornar o país porto seguro para jornalistas de investigação e de fontes e criar, entre outras coisas, provedores de internet. É a lição número 4 ao mundo, de uma lista que não parece dar tréguas: é que toda a revolução islandesa está a passar despercebida nos media internacionais."
In ionline:
"Islândia.
O povo é quem mais ordena. E já tirou o país da recessãopor Joana Azevedo Viana, Publicado em 26 de Março de 2011
A crise levou os islandeses a mudar de governo e a chumbar o resgate dos bancos. Mas o exemplo de democracia não tem tido cobertura
Os protestos populares, quando surgem, são para ser levados até ao fim. Quem o mostra são os islandeses, cuja acção popular sem precedentes levou à queda do governo conservador, à pressão por alterações à Constituição (já encaminhadas) e à ida às urnas em massa para chumbar o resgate dos bancos.
Desde a eclosão da crise, em 2008, os países europeus tentam desesperadamente encontrar soluções económicas para sair da recessão. A nacionalização de bancos privados que abriram bancarrota assim que os grandes bancos privados de investimento nos EUA (como o Lehman Brothers) entraram em colapso é um sonho que muitos europeus não se atrevem a ter. A Islândia não só o teve como o levou mais longe.
Assim que a banca entrou em incumprimento, o governo islandês decidiu nacionalizar os seus três bancos privados - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir. Mas nem isto impediu que o país caísse na recessão. A Islândia foi à falência e o Fundo Monetário Internacional (FMI) entrou em acção, injectando 2,1 mil milhões de dólares no país, com um acrescento de 2,5 mil milhões de dólares pelos países nórdicos. O povo revoltou-se e saiu à rua.
Lição democrática n.º 1: Pacificamente, os islandeses começaram a concentrar-se, todos os dias, em frente ao Althingi [Parlamento] exigindo a renúncia do governo conservador de Geir H. Haarde em bloco. E conseguiram. Foram convocadas eleições antecipadas e, em Abril de 2009, foi eleita uma coligação formada pela Aliança Social-Democrata e o Movimento Esquerda Verde - chefiada por Johanna Sigurdardottir, actual primeira-ministra.
Durante esse ano, a economia manteve-se em situação precária, fechando o ano com uma queda de 7%. Porém, no terceiro trimestre de 2010 o país saiu da recessão - com o PIB real a registar, entre Julho e Setembro, um crescimento de 1,2%, comparado com o trimestre anterior. Mas os problemas continuaram.
Lição democrática n.º 2: Os clientes dos bancos privados islandeses eram sobretudo estrangeiros - na sua maioria dos EUA e do Reino Unido - e o Landsbanki o que acumulava a maior dívida dos três. Com o colapso do Landsbanki, os governos britânico e holandês entraram em acção, indemnizando os seus cidadãos com 5 mil milhões de dólares [cerca de 3,5 mil milhões de euros] e planeando a cobrança desses valores à Islândia.
Algum do dinheiro para pagar essa dívida virá directamente do Landsbanki, que está neste momento a vender os seus bens. Porém, o relatório de uma empresa de consultoria privada mostra que isso apenas cobrirá entre 200 mil e 2 mil milhões de dólares. O resto teria de ser pago pela Islândia, agora detentora do banco. Só que, mais uma vez, o povo saiu à rua. Os governos da Islândia, da Holanda e do Reino Unido tinham acordado que seria o governo a desembolsar o valor total das indemnizações - que corresponde a 6 mil dólares por cada um dos 320 mil habitantes do país, a ser pago mensalmente por cada família a 15 anos, com juros de 5,5%. A 16 de Fevereiro, o Parlamento aprovou a lei e fez renascer a revolta popular. Depois de vários dias em protesto na capital, Reiquiavique, o presidente islandês, Ólafur Ragnar Grímsson, recusou aprovar a lei e marcou novo referendo para 9 de Abril.
Lição democrática n.º 3: As últimas sondagens mostram que as intenções de votar contra a lei aumentam de dia para dia, com entre 52% e 63% da população a declarar que vai rejeitar a lei n.o 13/2011. Enquanto o país se prepara para mais um exercício de verdadeira democracia, os responsáveis pelas dívidas que entalaram a Islândia começam a ser responsabilizados - muito à conta da pressão popular sobre o novo governo de coligação, que parece o único do mundo disposto a investigar estes crimes sem rosto (até agora).
Na semana passada, a Interpol abriu uma caça a Sigurdur Einarsson, ex-presidente-executivo do Kaupthing. Einarsson é suspeito de fraude e de falsificação de documentos e, segundo a imprensa islandesa, terá dito ao procurador-geral do país que está disposto a regressar à Islândia para ajudar nas investigações se lhe for prometido que não é preso.
Para as mudanças constitucionais, outra vitória popular: a coligação aceitou criar uma assembleia de 25 islandeses sem filiação partidária, eleitos entre 500 advogados, estudantes, jornalistas, agricultores, representantes sindicais, etc. A nova Constituição será inspirada na da Dinamarca e, entre outras coisas, incluirá um novo projecto de lei, o Initiative Media - que visa tornar o país porto seguro para jornalistas de investigação e de fontes e criar, entre outras coisas, provedores de internet. É a lição número 4 ao mundo, de uma lista que não parece dar tréguas: é que toda a revolução islandesa está a passar despercebida nos media internacionais."
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Islândia deixa de ser "lixo" para a Fitch
17 Fevereiro 2012 | 19:16
Ana Filipa Rego - arego@negocios.pt
A agência de notação financeira afirma que esta subida reflecte as medidas que o país tomou para estabilizar o seu mercado financeiro e reavivar o crescimento económico.
O "rating" da Islândia foi revisto em alta para BBB-, de BB+ com um "outlook" estável.
Esta alteração "reflecte o progresso que se tem verificado na restauração da estabilidade macroeconómica, com a ajuda de reformas estruturais", diz o director da Fitch, Paul Rawkins em comunicado, citado pela Bloomberg.
A economia da Islândia, que terminou o programa de ajuda do FMI de 33 meses, em Agosto, deverá crescer este ano a um ritmo mais elevado do que a média da Zona Euro. Paralelamente, o país está a ter menos restrições em obter capital.
17 Fevereiro 2012 | 19:16
Ana Filipa Rego - arego@negocios.pt
A agência de notação financeira afirma que esta subida reflecte as medidas que o país tomou para estabilizar o seu mercado financeiro e reavivar o crescimento económico.
O "rating" da Islândia foi revisto em alta para BBB-, de BB+ com um "outlook" estável.
Esta alteração "reflecte o progresso que se tem verificado na restauração da estabilidade macroeconómica, com a ajuda de reformas estruturais", diz o director da Fitch, Paul Rawkins em comunicado, citado pela Bloomberg.
A economia da Islândia, que terminou o programa de ajuda do FMI de 33 meses, em Agosto, deverá crescer este ano a um ritmo mais elevado do que a média da Zona Euro. Paralelamente, o país está a ter menos restrições em obter capital.
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Já li e gostei..........
Mas aqui no forum, quando alguem repete por desconhecimento um topico, vejo que lhe chamam a atenção para isso e eventualmente lho bloqueiam,,,mas agora foi forte bloquearam sem qualquer explicação. Ja tinha pedido desculpas ao Pt Trader.........
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Pareces a "Lusa" aqui do caldeirão 

Artigos e estudos: Página repositório dos meus estudos e análises que vou fazendo. Regularmente actualizada. É costume pelo menos mais um estudo por semana. Inclui a análise e acompanhamento das carteiras 4 e 8Fundos.
Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus
"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
Portfolio Analyser: Ferramenta para backtests de Fundos e ETFs Europeus
"We don’t need a crystal ball to be successful investors. However, investing as if you have one is almost guaranteed to lead to sub-par results." The Irrelevant Investor
Já foi colocado noutro tópico mas creio que faz sentido colocar aqui também
Islândia diz "adeus" ao FMI com autorização para abrandar ataque ao défice
07 Setembro 2011 | 00:01
FMI diz que programa foi um "sucesso". Próximo passo é desmantelar controlo de capitais e combater inflação.
Três anos depois, a Islândia terminou o programa de ajuda financeira acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Um programa que entrou na galeria de "sucessos" do FMI e que deixa o pequeno país do Norte da Europa em boas condições para continuar a caminhar pelo seu próprio pé: com a economia a crescer a mais de 2% ao ano e uma taxa de desemprego em queda acelerada.
Islândia diz "adeus" ao FMI com autorização para abrandar ataque ao défice
07 Setembro 2011 | 00:01
FMI diz que programa foi um "sucesso". Próximo passo é desmantelar controlo de capitais e combater inflação.
Três anos depois, a Islândia terminou o programa de ajuda financeira acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Um programa que entrou na galeria de "sucessos" do FMI e que deixa o pequeno país do Norte da Europa em boas condições para continuar a caminhar pelo seu próprio pé: com a economia a crescer a mais de 2% ao ano e uma taxa de desemprego em queda acelerada.
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Começou o julgamento do antigo primeiro-ministro da Islândia
05 Setembro 2011 | 14:15
Lusa
O ex-primeiro-ministro da Islândia Geeir Haarde começou hoje a ser julgado num tribunal em Reiquejavique por ter sido acusado de negligência grave devido ao colapso do sistema financeiro do país, em 2008.
À entrada do tribunal, o político conservador, acompanhado pela mulher, classificou de "farsa" o processo judicial e avançou que irá pedir ao tribunal a anulação do julgamento, alegando tratar-se de um processo político.
Em Setembro de 2010, o Parlamento islandês decidiu processar por "negligência" o antigo chefe do Governo, que liderava o país na altura em que o sistema financeiro islandês entrou em colapso, em Outubro de 2008.
O ex-chefe do Governo islandês é acusado de violar a lei da responsabilidade ministerial e de ter ignorado as advertências sobre uma crise iminente nos principais bancos islandeses.
O colapso económico em Outubro de 2008, que obrigou o Governo islandês a nacionalizar os principais bancos do país, arrastou a Islândia, que recebeu então ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI), para uma das piores crises da sua história recente.
O antigo governante, que incorre numa pena de prisão que pode atingir os dois anos, será julgado pelo Tribunal Superior de Justiça (Landsdomur), um tribunal especial, o único habilitado para julgar ministros e ex-ministros, que nunca tinha actuado desde a sua criação em 1905.
A casa da Cultura na capital islandesa foi o local escolhido para o funcionamento deste tribunal especial.
Numa audiência preliminar, em Junho passado, Geir Haarde, 60 anos, declarou-se inocente das acusações. Haarde demitiu-se em Janeiro de 2009, anunciando sofrer de um cancro.
05 Setembro 2011 | 14:15
Lusa
O ex-primeiro-ministro da Islândia Geeir Haarde começou hoje a ser julgado num tribunal em Reiquejavique por ter sido acusado de negligência grave devido ao colapso do sistema financeiro do país, em 2008.
À entrada do tribunal, o político conservador, acompanhado pela mulher, classificou de "farsa" o processo judicial e avançou que irá pedir ao tribunal a anulação do julgamento, alegando tratar-se de um processo político.
Em Setembro de 2010, o Parlamento islandês decidiu processar por "negligência" o antigo chefe do Governo, que liderava o país na altura em que o sistema financeiro islandês entrou em colapso, em Outubro de 2008.
O ex-chefe do Governo islandês é acusado de violar a lei da responsabilidade ministerial e de ter ignorado as advertências sobre uma crise iminente nos principais bancos islandeses.
O colapso económico em Outubro de 2008, que obrigou o Governo islandês a nacionalizar os principais bancos do país, arrastou a Islândia, que recebeu então ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI), para uma das piores crises da sua história recente.
O antigo governante, que incorre numa pena de prisão que pode atingir os dois anos, será julgado pelo Tribunal Superior de Justiça (Landsdomur), um tribunal especial, o único habilitado para julgar ministros e ex-ministros, que nunca tinha actuado desde a sua criação em 1905.
A casa da Cultura na capital islandesa foi o local escolhido para o funcionamento deste tribunal especial.
Numa audiência preliminar, em Junho passado, Geir Haarde, 60 anos, declarou-se inocente das acusações. Haarde demitiu-se em Janeiro de 2009, anunciando sofrer de um cancro.
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Islândia sobe juros pela primeira vez desde Outubro de 2008
17 Agosto 2011 | 12:23
Ana Filipa Rego - arego@negocios.pt
O banco central do país aumentou a sua taxa de juro de referência pela primeira vez desde que Outubro de 2008 e avisou que poderá fazer mais subidas depois da desvalorização da coroa islandesa ter impulsionado a inflação para máximos de 13 meses.
A taxa de empréstimo colateral a sete dias do primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira mundial subiu de 4,25% para 4,50%, anunciou hoje o banco.
O banco central da Islândia mantinha a taxa de juro inalterada desde Março, mês em que terminou o ciclo de 15 cortes consecutivos desde que obteve o empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 4,6 mil milhões de dólares.
A coroa islandesa já perdeu 6% face ao euro este ano e a inflação aumentou a uma taxa anual de 5% em Julho, o máximo desde Junho de 2010.
17 Agosto 2011 | 12:23
Ana Filipa Rego - arego@negocios.pt
O banco central do país aumentou a sua taxa de juro de referência pela primeira vez desde que Outubro de 2008 e avisou que poderá fazer mais subidas depois da desvalorização da coroa islandesa ter impulsionado a inflação para máximos de 13 meses.
A taxa de empréstimo colateral a sete dias do primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira mundial subiu de 4,25% para 4,50%, anunciou hoje o banco.
O banco central da Islândia mantinha a taxa de juro inalterada desde Março, mês em que terminou o ciclo de 15 cortes consecutivos desde que obteve o empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 4,6 mil milhões de dólares.
A coroa islandesa já perdeu 6% face ao euro este ano e a inflação aumentou a uma taxa anual de 5% em Julho, o máximo desde Junho de 2010.
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Economia islandesa volta a recuperar três anos depois da crise
De Bruno J. A. Manteigas (LUSA) – há 3 dias
Reiquejavique, Islândia, 24 jul (Lusa) - Os islandeses sentem que a situação económica melhorou depois da crise de 2008, mas estão satisfeitos por não terem resgatado os bancos e por terem feito frente aos políticos.
"As coisas estão melhor porque foram feitas boas escolhas e [os políticos] ouviram o que a população queria", justificou Annel Finnbogason à agência Lusa.
Este assistente social de 45 anos lembra como os islandeses fizeram manifestações e se revoltaram contra o primeiro ministro da altura, Geir Haarde, o qual atacaram com ovos em janeiro de 2009.
© 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
De Bruno J. A. Manteigas (LUSA) – há 3 dias
Reiquejavique, Islândia, 24 jul (Lusa) - Os islandeses sentem que a situação económica melhorou depois da crise de 2008, mas estão satisfeitos por não terem resgatado os bancos e por terem feito frente aos políticos.
"As coisas estão melhor porque foram feitas boas escolhas e [os políticos] ouviram o que a população queria", justificou Annel Finnbogason à agência Lusa.
Este assistente social de 45 anos lembra como os islandeses fizeram manifestações e se revoltaram contra o primeiro ministro da altura, Geir Haarde, o qual atacaram com ovos em janeiro de 2009.
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Aqui está o verdadeiro museu anti-crise
No Museu do Pênis na Islândia tudo é uma questão de tamanho
De Nina Larson (AFP) – 11 de Julho de 2011
HUSAVIK, Islândia — O Museu do Pênis na Islândia, que exibe de falos gigantescos de baleias a microscópicos testículos do rato do campo, faz um verdadeiro inventário deste órgão masculino em todas as (des)proporções existentes e acaba de colocar em exibição seu primeiro exemplar humano.
"Este é o maior", afirma o fundador e curador do museu, Sigurdur Hjartarson, referindo-se a um enorme tubo de plexiglass que contém uma massa esbranquiçada, grande como um tronco.
Trata-se do pênis de um grande cachalote, pesa 70 kg, mede 170 centímetros e flutua em formol. Segundo o curador, esta é apenas a parte externa do órgão sexual.
"Na realidade, o pênis completo pode ter cinco metros e pesar entre 350 e 450 kg. Evidentemente, o animal do qual provém pesava cerca de 50 toneladas", explica rindo o diretor de escola aposentado.
Este item é apenas um dos 276 espécimes expostos e que procedem de 46 mamíferos da Islândia e de alguns convidados especiais estrangeiros. O museu, considerado o único do gênero do mundo, fica numa pequena aldeia pesqueira de Husavik, no litoral norte da Islândia.
A sala está cheia de provetas e bocais de vidro de todas as formas e tamanhos imagináveis. Estes contêm membros de baleias, golfinhos, morsas, bodes, ratos e muitos outros animais.
Neste templo da virilidade, longos exemplares secos decoram as paredes.
Sigurdur Hjartarson iniciou sua estranha coleção em 1974. Ele afirma que ainda era criança quando ganhou um pênis seco de touro usado para atrair vacas a pastar. Em seguida, foi ganhando outros do tipo.
Vinte e três anos depois, Hjartarson abriu um primeiro museu em Reykjavik, que, em 2004, ele transferiu para Husavik, dando notoriedade internacional a esse modesto povoado de 2.200 habitantes.
Todos os verões (o museu só abre de maio a setembro), cerca de 11.000 pessoas visitam o estabelecimento, e a frequência aumentou desde que um pênis humano foi acrescentando à coleção.
Trata-se do pênis que pertencia a um indivíduo chamado Pall Arason, falecido em janeiro passado, aos 95 anos, e que prometeu doar seu órgão sexual para a instituição em 1996.
"Tive que esperar por ele 15 anos", brinca de novo Hjartarson, recordando seu amigo, que era um pioneiro do turismo islandês e um célebre sedutor.
Apesar de entusiasmado por baleias, Martin Thorsen, um visitante islandês de 42 anos, reconhece que "se decepcionou muito com o exemplar do homo sapiens".
"Não tem importância. Era de um idoso, mas logo terei um mais jovem, maior e mais bonito", afirma Hjartarson.
Ele já recebeu promessas de doação de um britânico e de um alemão, sem esquecer um americano que prometeu doar sua peça ainda em vida.
Htartarson não decidiu ainda se doará seu próprio membro ao museu. Tudo depende de quem morrer primeiro, ele ou a esposa.
"Se for ela, meu espécime fará parte da coleção. Mas se for eu, não sei. Ela poderá negar-se a fazer isso", confessa divertido.
Copyright © 2011 AFP. Todos os direitos reservados.

No Museu do Pênis na Islândia tudo é uma questão de tamanho
De Nina Larson (AFP) – 11 de Julho de 2011
HUSAVIK, Islândia — O Museu do Pênis na Islândia, que exibe de falos gigantescos de baleias a microscópicos testículos do rato do campo, faz um verdadeiro inventário deste órgão masculino em todas as (des)proporções existentes e acaba de colocar em exibição seu primeiro exemplar humano.
"Este é o maior", afirma o fundador e curador do museu, Sigurdur Hjartarson, referindo-se a um enorme tubo de plexiglass que contém uma massa esbranquiçada, grande como um tronco.
Trata-se do pênis de um grande cachalote, pesa 70 kg, mede 170 centímetros e flutua em formol. Segundo o curador, esta é apenas a parte externa do órgão sexual.
"Na realidade, o pênis completo pode ter cinco metros e pesar entre 350 e 450 kg. Evidentemente, o animal do qual provém pesava cerca de 50 toneladas", explica rindo o diretor de escola aposentado.
Este item é apenas um dos 276 espécimes expostos e que procedem de 46 mamíferos da Islândia e de alguns convidados especiais estrangeiros. O museu, considerado o único do gênero do mundo, fica numa pequena aldeia pesqueira de Husavik, no litoral norte da Islândia.
A sala está cheia de provetas e bocais de vidro de todas as formas e tamanhos imagináveis. Estes contêm membros de baleias, golfinhos, morsas, bodes, ratos e muitos outros animais.
Neste templo da virilidade, longos exemplares secos decoram as paredes.
Sigurdur Hjartarson iniciou sua estranha coleção em 1974. Ele afirma que ainda era criança quando ganhou um pênis seco de touro usado para atrair vacas a pastar. Em seguida, foi ganhando outros do tipo.
Vinte e três anos depois, Hjartarson abriu um primeiro museu em Reykjavik, que, em 2004, ele transferiu para Husavik, dando notoriedade internacional a esse modesto povoado de 2.200 habitantes.
Todos os verões (o museu só abre de maio a setembro), cerca de 11.000 pessoas visitam o estabelecimento, e a frequência aumentou desde que um pênis humano foi acrescentando à coleção.
Trata-se do pênis que pertencia a um indivíduo chamado Pall Arason, falecido em janeiro passado, aos 95 anos, e que prometeu doar seu órgão sexual para a instituição em 1996.
"Tive que esperar por ele 15 anos", brinca de novo Hjartarson, recordando seu amigo, que era um pioneiro do turismo islandês e um célebre sedutor.
Apesar de entusiasmado por baleias, Martin Thorsen, um visitante islandês de 42 anos, reconhece que "se decepcionou muito com o exemplar do homo sapiens".
"Não tem importância. Era de um idoso, mas logo terei um mais jovem, maior e mais bonito", afirma Hjartarson.
Ele já recebeu promessas de doação de um britânico e de um alemão, sem esquecer um americano que prometeu doar sua peça ainda em vida.
Htartarson não decidiu ainda se doará seu próprio membro ao museu. Tudo depende de quem morrer primeiro, ele ou a esposa.
"Se for ela, meu espécime fará parte da coleção. Mas se for eu, não sei. Ela poderá negar-se a fazer isso", confessa divertido.
Copyright © 2011 AFP. Todos os direitos reservados.
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Las_Vegas Escreveu:psylva79 Escreveu:Las_Vegas Escreveu:Vou já lá deixar uma sugestão:
Pagar sempre o que se deve.
A questão que se coloca é se temos condições para pagar o que se deve ou se corremos o risco de entrar numa espiral de crédito (pe, taxas de juro superiores ao crescimento nominal do PIB mesmo no longo prazo). De qualquer modo, antes de qualquer restruturação é necessário um saldo orçamental primário nulo.
Eu bem sei que os tipos não estão com má vontade, foi um azar... e os bandidos dos especuladores não ajudaram nada...
Mas já que a constituição é nova não ficava lá mal um artigo não vá o calote cair no esquecimento.
Isso não faz sentido nenhum. Não foi a Islândia que não pagou o que devia, foram uns bancos (que por acaso eram islandeses, mas podiam ter outra nacionalidade qualquer) que apostaram num tipo de crescimento inorgânico e artificial. Que culpa (e responsabilidade fiadora) tem um islandês perante tais colapsos, só por partilhar a mesma nacionalidade que aqueles que praticaram tais fraudes?
Esta é uma questão mais profunda do que pensas. Se os movimentos financeiros são globais e é mais fácil meter 1 euro a viajar pelo Mundo do que uma pessoa, então só se pode manter este status quo com uma regulação global. Exigir aos cidadãos de um país que paguem os desvios de instituições lá sedeadas é ridículo e constitui um péssimo indicador de irracionalidade.
Mas se é mesmo pra responsabilizar os cidadãos pela nacionalidade, então voltamos ao proteccionismo social, económico e financeiro. Não se pode ter o melhor de 2 mundos.
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psylva79 Escreveu:Las_Vegas Escreveu:Vou já lá deixar uma sugestão:
Pagar sempre o que se deve.
A questão que se coloca é se temos condições para pagar o que se deve ou se corremos o risco de entrar numa espiral de crédito (pe, taxas de juro superiores ao crescimento nominal do PIB mesmo no longo prazo). De qualquer modo, antes de qualquer restruturação é necessário um saldo orçamental primário nulo.
Eu bem sei que os tipos não estão com má vontade, foi um azar... e os bandidos dos especuladores não ajudaram nada...
Mas já que a constituição é nova não ficava lá mal um artigo não vá o calote cair no esquecimento.
Las_Vegas Escreveu:Vou já lá deixar uma sugestão:
Pagar sempre o que se deve.
A questão que se coloca é se temos condições para pagar o que se deve ou se corremos o risco de entrar numa espiral de crédito (pe, taxas de juro superiores ao crescimento nominal do PIB mesmo no longo prazo). De qualquer modo, antes de qualquer restruturação é necessário um saldo orçamental primário nulo.
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Crise na Islândia leva ex-Primeiro Ministro a tribunal… e a repouso em Portugal
Junho 8, 2011 por cefaria
Esta notícia leva-me ao tema em que a grande maioria dos políticos e pessoas de direito discordam de mim, mas insisto: não se pode dizer que a Justiça é igual para todos se a gestão danosa de uma empresa dá origem a um processo judicial e a gestão danosa de um país não o puder.
Dirão: em democracia o julgamento duma questão política faz-se pelo voto, mas para mim, uma coisa é escolher-se um modelo de gestão política, outra é cometer-se erros de gestão económica no governo.
A direção de uma sociedade eleita responsabiliza-se perante o sócios, tem de respeitar a lei, as deliberações em Assembleia Geral e ainda pode justificar-se de erros grave cá fora em Tribunal. Os políticos muitas vezes depois das eleições não cumprem o programa que foi a votos, o que justifica o julgamento político no fim do mandato, mas o povo dificilmente consegue interferir na responsabilização dos erros económicos dos governantes, até os de corrupção têm uma neblina de “interesses de Estado” que dificulta a investigação e a acusação.
Na verdade, os políticos, mesmo levando países à pobreza, a seguir à perda de eleições vão para lugares de representação oficial que mais parecem uma recompensa e até podem ocupar lugares em empresas que beneficiaram dos erros ou gestões danosas do Governo, enquanto o Povo fica a pagar duramente as consequências dessas decisões desastrosos para o País.
Por isso defendo a criminalização da gestão danosa do Estado que resulta diretamente de opções não referendadas pelo voto popular, como de acordos prejudiciais em Parcerias Público Privadas, das más opções estratégicas com base em dados ”moldados” à pretensão ou do adiamento das decisões urgentes para não enfrentar custos eleitorais, etc. Neste campo estou de acordo com o que está a acontecer na Islândia.
http://cefariazores.wordpress.com/2011/ ... -portugal/
Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
Islândia está a preparar nova Constituição com a ajuda das redes sociais
29.06.2011 - 20:02 Por Isabel Gorjão Santos
publico
A Islândia está a preparar uma nova Constituição, numa altura em que o país procura erguer-se da crise financeira que o deixou na bancarrota. Mas desta vez está a fazê-lo de modo diferente, com a ajuda dos cidadãos e também do Facebook.
Há mensagens mais insólitas – “Podiam pôr na nova Constituição algo sobre extraterrestres. Seríamos provavelmente os primeiros”. Outras mais pragmáticas – “Todos os cidadãos deveriam ter, de forma automática, uma poupança no banco nacional relacionada com o seu documento de identidade”. Os exemplos, que o “El País” sublinhou num artigo publicado nesta semana, são dois entre os muitos deixados nas redes sociais. O documento mais importante da Islândia está a ser escrito com a ajuda da Internet.
A crise financeira de 2008 deixou o país na bancarrota e os seus cidadãos a pensar no futuro. Por isso, foram os cidadãos – e mais concretamente um grupo de 25 pessoas escolhidas entre 522 islandeses maiores de 18 anos – que assumiram a tarefa de criar a nova Constituição. A que ainda está em vigor foi criada em 1944, quando o país se tornou independente da Dinamarca. Desde essa altura pouco mudou, tirando o facto de a palavra rei ter sido substituída por presidente.
O que está a acontecer agora é uma verdadeira corrida contra o tempo, porque tudo tem de estar pronto no final de Julho, para depois ser submetido a referendo. Mas a urgência não impediu que os islandeses fossem chamados para o debate e para isso foram criados espaços nas redes sociais como o Facebook e o Twitter onde podem ser deixadas sugestões.
“Se não fizermos com que as pessoas participem agora não vai haver um sentimento de propriedade em relação ao novo documento”, explicou ao “El País” Katrin Oddsdóttir, uma das 25 pessoas encarregues de preparar a nova Constituição, um grupo que abrange gente de diversas idades e profissões. “Creio que esta é a primeira vez que uma Constituição está a ser preparada na Internet. As pessoas estão a vê-la nascer mesmo diante dos seus olhos”, adiantou ao britânico “The Guardian” outro elemento do grupo, Thorvaldur Gylfason.
O “rascunho” da nova Constituição está na Internet para ser comentado, o que pode ser feito na página dedicada ao tema ou num outro perfil criado no Facebook. “Há muito boa vontade no que estamos a fazer e as pessoas têm acrescentado muito a este debate”, diz Gylfason.
Receio de "grosserias"
A ideia foi bem acolhida, mas também gerou receios. “Temíamos que as pessoas participassem a dizer grosserias”, disse ao “El País” Katrin Oddsdóttir. “Mas não foi nada assim, houve muito respeito e as pessoas preocuparam-se realmente com o processo”.
Numa página na Internet estão colocadas as versões iniciais da Constituição que serviram de base a este trabalho, em islandês e em inglês. Depois, as sugestões podem ser colocadas nessa página ou no Facebook. Há um informático que zela pelo sistema e pelo fluxo de informação e uma editora que lê os conteúdos, explica o “El País”. Depois, todas as quintas-feiras, uma reunião da assembleia é transmitida em directo através da Web.
O recurso às redes sociais não é uma realidade estranha para os islandeses. Dos 320 mil habitantes, cerca de dois terços têm perfil no Facebook, que até foi usado como meio de contestação social quando o país se viu a braços com a grave crise financeira.
Nas redes sociais as propostas para a nova Constituição têm-se centrado em vários temas, da separação entre o poder legislativo e o Governo à religião e meio ambiente. A nova Constituição irá a referendo sem qualquer mudança imposta pelo Parlamento e a alteração do texto é bem acolhida pela primeira-ministra islandesa, Johanna Sigurdardottir, para quem "é claro há muito tempo que uma revisão compreensível da Constituição só pode ser realizada com a participação directa do povo islandês”
29.06.2011 - 20:02 Por Isabel Gorjão Santos
publico
A Islândia está a preparar uma nova Constituição, numa altura em que o país procura erguer-se da crise financeira que o deixou na bancarrota. Mas desta vez está a fazê-lo de modo diferente, com a ajuda dos cidadãos e também do Facebook.
Há mensagens mais insólitas – “Podiam pôr na nova Constituição algo sobre extraterrestres. Seríamos provavelmente os primeiros”. Outras mais pragmáticas – “Todos os cidadãos deveriam ter, de forma automática, uma poupança no banco nacional relacionada com o seu documento de identidade”. Os exemplos, que o “El País” sublinhou num artigo publicado nesta semana, são dois entre os muitos deixados nas redes sociais. O documento mais importante da Islândia está a ser escrito com a ajuda da Internet.
A crise financeira de 2008 deixou o país na bancarrota e os seus cidadãos a pensar no futuro. Por isso, foram os cidadãos – e mais concretamente um grupo de 25 pessoas escolhidas entre 522 islandeses maiores de 18 anos – que assumiram a tarefa de criar a nova Constituição. A que ainda está em vigor foi criada em 1944, quando o país se tornou independente da Dinamarca. Desde essa altura pouco mudou, tirando o facto de a palavra rei ter sido substituída por presidente.
O que está a acontecer agora é uma verdadeira corrida contra o tempo, porque tudo tem de estar pronto no final de Julho, para depois ser submetido a referendo. Mas a urgência não impediu que os islandeses fossem chamados para o debate e para isso foram criados espaços nas redes sociais como o Facebook e o Twitter onde podem ser deixadas sugestões.
“Se não fizermos com que as pessoas participem agora não vai haver um sentimento de propriedade em relação ao novo documento”, explicou ao “El País” Katrin Oddsdóttir, uma das 25 pessoas encarregues de preparar a nova Constituição, um grupo que abrange gente de diversas idades e profissões. “Creio que esta é a primeira vez que uma Constituição está a ser preparada na Internet. As pessoas estão a vê-la nascer mesmo diante dos seus olhos”, adiantou ao britânico “The Guardian” outro elemento do grupo, Thorvaldur Gylfason.
O “rascunho” da nova Constituição está na Internet para ser comentado, o que pode ser feito na página dedicada ao tema ou num outro perfil criado no Facebook. “Há muito boa vontade no que estamos a fazer e as pessoas têm acrescentado muito a este debate”, diz Gylfason.
Receio de "grosserias"
A ideia foi bem acolhida, mas também gerou receios. “Temíamos que as pessoas participassem a dizer grosserias”, disse ao “El País” Katrin Oddsdóttir. “Mas não foi nada assim, houve muito respeito e as pessoas preocuparam-se realmente com o processo”.
Numa página na Internet estão colocadas as versões iniciais da Constituição que serviram de base a este trabalho, em islandês e em inglês. Depois, as sugestões podem ser colocadas nessa página ou no Facebook. Há um informático que zela pelo sistema e pelo fluxo de informação e uma editora que lê os conteúdos, explica o “El País”. Depois, todas as quintas-feiras, uma reunião da assembleia é transmitida em directo através da Web.
O recurso às redes sociais não é uma realidade estranha para os islandeses. Dos 320 mil habitantes, cerca de dois terços têm perfil no Facebook, que até foi usado como meio de contestação social quando o país se viu a braços com a grave crise financeira.
Nas redes sociais as propostas para a nova Constituição têm-se centrado em vários temas, da separação entre o poder legislativo e o Governo à religião e meio ambiente. A nova Constituição irá a referendo sem qualquer mudança imposta pelo Parlamento e a alteração do texto é bem acolhida pela primeira-ministra islandesa, Johanna Sigurdardottir, para quem "é claro há muito tempo que uma revisão compreensível da Constituição só pode ser realizada com a participação directa do povo islandês”
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"Dont try this at home! This show is performed by trained professionals."
disclaimer: isto é a minha opinião, se não gosta ponha na beira do prato. Se gosta e agir baseado nela, quero deixar claro que o está a fazer por sua única e exclusiva conta e risco.
"When it comes to money, the level of integrity is the least." - Parag Parikh
* Fight club sem nódoas negras: http://artista1939.mybrute.com
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Situação na Islândia - Tópico Geral
Islândia. Dizer "não pagamos" parece ter funcionado como estratégia
por Joana Azevedo Viana, Publicado em 16 de Junho de 2011
Ao mesmo tempo que vão superando a crise, os islandeses alertam Irlanda, Grécia e Portugal para não tentarem imitar o seu modelo de recuperação
"As pessoas devem ser muito cautelosas no que toca a comparar a Islândia com a Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda. A Islândia não tinha capacidade para salvar os bancos. Tentar reescrever os acontecimentos que levaram a essa eventualidade como uma espécie de produto importado é uma irresponsabilidade." As palavras de alerta proferidas ontem pelo ministro islandês das Finanças, Steingrimur J. Sigfusson, são um soco no estômago para as nações europeias que continuam a lutar com recessões e défices explosivos no rescaldo da crise financeira global, ao mesmo tempo que vêem a Islândia a sair dessa crise sem esforço.
A seu favor, a Islândia tem dois factores que nenhum dos países citados por Sigfusson têm: é uma nação pequena, de apenas 320 mil cidadãos, e tem uma moeda própria, cuja desvalorização funciona como ferramenta de equilíbrio das contas públicas. Uma queda de 80% da coroa islandesa face ao euro em 2008 conduziu o défice da balança comercial a um superávit em poucos meses. Os cortes nos gastos do governo fizeram o resto, ajudando a controlar o Orçamento, e actualmente a Islândia prevê um défice de 1,4% do PIB no final deste ano.
O número é impressionante quando comparado com os défices registados pelos países europeus que estão a ter mais dificuldades em lidar com a crise (em Portugal, por exemplo, a meta da troika é chegar a um défice orçamental de 5,9% este ano).
Mas apesar do exemplo de sucesso, o governo islandês mantém que o caso não é comparável e, na entrevista que deu à agência financeira "Bloomberg", o ministro das Finanças sublinhou: "A Islândia deve ser humilde e evitar dar conselhos a outros países, especialmente no que toca à banca. O que aconteceu aqui foi uma situação de emergência que não podia ser evitada."
Entre outras coisas, "o que aconteceu" na Islândia foi a nacionalização dos três grandes bancos privados do país, que abriram falência dias depois do crash de grandes instituições norte-americanas como o Lehman Brothers. O que o actual ministro define como "situação de emergência" não foi mais do que o não-pagamento das dívidas da banca, que acumulava 85 mil milhões de dólares em perdas à data da falência. A juntar a isto, o país tornou-se, no mês passado, no primeiro do mundo a sentar um ex-primeiro-ministro no banco dos réus por negligência e por não evitar uma crise que podia ter sido prevenida (leia aqui).
Mudanças "A Islândia saiu disto surpreendentemente bem", diz Lars Christensen, do Danske Bank na Dinamarca. "2009 foi um ano decisivo em termos de como a crise evoluiu. Os países da zona euro deram um passo na direcção errada, ao adoptarem políticas orçamentais expansionistas. A Islândia não o fez, porque a sua única hipótese era adoptar políticas restritivas. Dois anos mais tarde, a Islândia afastou-se bastante dos seus problemas, enquanto a Grécia está a tentar desenredar-se do que fez."
A opinião de Christensen é semelhante à de outros economistas. Contudo, o povo não parece estar completamente satisfeito com o desenrolar dos acontecimentos. O editorial de Haukur S. Magnússon na última edição da revista "The Reykyavík Grapevine" é prova disso. "Apesar de se poder dizer que eu apoio o nosso actual governo - no sentido em que não quereria que nenhum outro partido ocupasse o Althingi [parlamento islandês] para me governar neste momento - e apesar de estar a torcer por ele - no sentido em que concordo com a maioria dos seus objectivos e que espero que os consiga alcançar - tenho sentimentos mistos em relação a ele. De facto, pode até dizer-se que... não gosto dele."
As palavras que o director da publicação islandesa escolheu para usar na edição dedicada à pergunta "como evitar estragar a próxima década" são duras e baseiam-se numa única crítica: a coligação da Aliança Social-Democrata e do Movimento Esquerda Verde, eleita depois de o governo de Geir Haarde ter apresentado demissão, não está a saber aproveitar "a grande oportunidade que o total colapso da Islândia proporcionou" nem está a conseguir diferenciar-se de anteriores governos.
Um estudo de uma socióloga polaca apresentado esta semana na Universidade da Islândia mostra que os islandeses estão a perder a confiança e lealdade que sentiam em relação ao governo. Segundo Katarzyna Growiec - que comparou os resultados de inquéritos a estudantes islandeses de 2010 com outros de 1984 - a população tem perdido confiança nas instituições governamentais desde o colapso da banca islandesa. Pelo contrário, os laços familiares entre islandeses, "que já eram fortes antes da crise, ficaram ainda mais fortalecidos" entre 2008 e 2011.
Dívidas Outro assombro para a Islândia actual é a questão, até agora pendente, do processo judicial contra o país levantado pelo Reino Unido e Holanda. Depois de, num referendo em Abril, 59% dos islandeses ter votado contra o pagamento de dinheiro que investidores dos dois países tinham colocado nos bancos islandeses falidos, no valor de 4 mil milhões de euros, os governos britânico e holandês decidiram levar o caso ao tribunal da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA).
Antes do início do julgamento, na passada sexta-feira, a organização decidiu que "a Islândia é obrigada a garantir o pagamento de uma compensação mínima aos depositantes no Reino Unido e na Holanda, de acordo com a Directiva de Garantia de Depósitos". O governo islandês - que condenou a decisão da população - tem agora três meses para começar a tomar medidas para pagar esta dívida de acordo com a directiva. Caso falhe, a primeira-ministra, Johanna Sigurdardottir, poderá ser a próxima política islandesa a sentar-se no banco dos réus.
por Joana Azevedo Viana, Publicado em 16 de Junho de 2011
Ao mesmo tempo que vão superando a crise, os islandeses alertam Irlanda, Grécia e Portugal para não tentarem imitar o seu modelo de recuperação
"As pessoas devem ser muito cautelosas no que toca a comparar a Islândia com a Grécia, Portugal, Espanha e Irlanda. A Islândia não tinha capacidade para salvar os bancos. Tentar reescrever os acontecimentos que levaram a essa eventualidade como uma espécie de produto importado é uma irresponsabilidade." As palavras de alerta proferidas ontem pelo ministro islandês das Finanças, Steingrimur J. Sigfusson, são um soco no estômago para as nações europeias que continuam a lutar com recessões e défices explosivos no rescaldo da crise financeira global, ao mesmo tempo que vêem a Islândia a sair dessa crise sem esforço.
A seu favor, a Islândia tem dois factores que nenhum dos países citados por Sigfusson têm: é uma nação pequena, de apenas 320 mil cidadãos, e tem uma moeda própria, cuja desvalorização funciona como ferramenta de equilíbrio das contas públicas. Uma queda de 80% da coroa islandesa face ao euro em 2008 conduziu o défice da balança comercial a um superávit em poucos meses. Os cortes nos gastos do governo fizeram o resto, ajudando a controlar o Orçamento, e actualmente a Islândia prevê um défice de 1,4% do PIB no final deste ano.
O número é impressionante quando comparado com os défices registados pelos países europeus que estão a ter mais dificuldades em lidar com a crise (em Portugal, por exemplo, a meta da troika é chegar a um défice orçamental de 5,9% este ano).
Mas apesar do exemplo de sucesso, o governo islandês mantém que o caso não é comparável e, na entrevista que deu à agência financeira "Bloomberg", o ministro das Finanças sublinhou: "A Islândia deve ser humilde e evitar dar conselhos a outros países, especialmente no que toca à banca. O que aconteceu aqui foi uma situação de emergência que não podia ser evitada."
Entre outras coisas, "o que aconteceu" na Islândia foi a nacionalização dos três grandes bancos privados do país, que abriram falência dias depois do crash de grandes instituições norte-americanas como o Lehman Brothers. O que o actual ministro define como "situação de emergência" não foi mais do que o não-pagamento das dívidas da banca, que acumulava 85 mil milhões de dólares em perdas à data da falência. A juntar a isto, o país tornou-se, no mês passado, no primeiro do mundo a sentar um ex-primeiro-ministro no banco dos réus por negligência e por não evitar uma crise que podia ter sido prevenida (leia aqui).
Mudanças "A Islândia saiu disto surpreendentemente bem", diz Lars Christensen, do Danske Bank na Dinamarca. "2009 foi um ano decisivo em termos de como a crise evoluiu. Os países da zona euro deram um passo na direcção errada, ao adoptarem políticas orçamentais expansionistas. A Islândia não o fez, porque a sua única hipótese era adoptar políticas restritivas. Dois anos mais tarde, a Islândia afastou-se bastante dos seus problemas, enquanto a Grécia está a tentar desenredar-se do que fez."
A opinião de Christensen é semelhante à de outros economistas. Contudo, o povo não parece estar completamente satisfeito com o desenrolar dos acontecimentos. O editorial de Haukur S. Magnússon na última edição da revista "The Reykyavík Grapevine" é prova disso. "Apesar de se poder dizer que eu apoio o nosso actual governo - no sentido em que não quereria que nenhum outro partido ocupasse o Althingi [parlamento islandês] para me governar neste momento - e apesar de estar a torcer por ele - no sentido em que concordo com a maioria dos seus objectivos e que espero que os consiga alcançar - tenho sentimentos mistos em relação a ele. De facto, pode até dizer-se que... não gosto dele."
As palavras que o director da publicação islandesa escolheu para usar na edição dedicada à pergunta "como evitar estragar a próxima década" são duras e baseiam-se numa única crítica: a coligação da Aliança Social-Democrata e do Movimento Esquerda Verde, eleita depois de o governo de Geir Haarde ter apresentado demissão, não está a saber aproveitar "a grande oportunidade que o total colapso da Islândia proporcionou" nem está a conseguir diferenciar-se de anteriores governos.
Um estudo de uma socióloga polaca apresentado esta semana na Universidade da Islândia mostra que os islandeses estão a perder a confiança e lealdade que sentiam em relação ao governo. Segundo Katarzyna Growiec - que comparou os resultados de inquéritos a estudantes islandeses de 2010 com outros de 1984 - a população tem perdido confiança nas instituições governamentais desde o colapso da banca islandesa. Pelo contrário, os laços familiares entre islandeses, "que já eram fortes antes da crise, ficaram ainda mais fortalecidos" entre 2008 e 2011.
Dívidas Outro assombro para a Islândia actual é a questão, até agora pendente, do processo judicial contra o país levantado pelo Reino Unido e Holanda. Depois de, num referendo em Abril, 59% dos islandeses ter votado contra o pagamento de dinheiro que investidores dos dois países tinham colocado nos bancos islandeses falidos, no valor de 4 mil milhões de euros, os governos britânico e holandês decidiram levar o caso ao tribunal da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA).
Antes do início do julgamento, na passada sexta-feira, a organização decidiu que "a Islândia é obrigada a garantir o pagamento de uma compensação mínima aos depositantes no Reino Unido e na Holanda, de acordo com a Directiva de Garantia de Depósitos". O governo islandês - que condenou a decisão da população - tem agora três meses para começar a tomar medidas para pagar esta dívida de acordo com a directiva. Caso falhe, a primeira-ministra, Johanna Sigurdardottir, poderá ser a próxima política islandesa a sentar-se no banco dos réus.
Editado pela última vez por Elias em 26/7/2012 19:11, num total de 1 vez.
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