Eurogrupo reúne de emergência
Quico, o mercado hoje cá subiu! Pode ter sido o fundo.
BCE diz que a taxa de inflação vai estar nos próximos anos acima de 2% e a taxa de crescimento economico extremamente baixa.
O pior seria: que o dinheiro está concentrado em certos entidades financeiras poderosas que se colocassem o dinheiro em circulação a inflação seria maior do que vai ser. O dinheiro está sendo um bem abundante, embora exista muita pobreza e destruição de riqueza.
BCE diz que a taxa de inflação vai estar nos próximos anos acima de 2% e a taxa de crescimento economico extremamente baixa.
O pior seria: que o dinheiro está concentrado em certos entidades financeiras poderosas que se colocassem o dinheiro em circulação a inflação seria maior do que vai ser. O dinheiro está sendo um bem abundante, embora exista muita pobreza e destruição de riqueza.
Os países da zona euro abriram ontem a porta a uma redução das taxas de juro dos empréstimos do fundo de socorro do euro – o mesmo que está a assistir financeiramente Portugal – a par de um prolongamento dos prazos do seu reembolso.
http://economia.publico.pt/Noticia/zona ... ro_1502406
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EuroVerde Escreveu:Se amanhã o mercado subir então desta vez os ministros das finanças europeus vão ser extremamente eficazes no impedimento do contágio.
Caso o mercado desça é porque não têm a coisa controlada.
Nem mais....ou então se calhar nem uma coisa nem outra, mas no entanto há que estar atento, porque uma coisa é certa até pode ser que seja, mas bem vista a coisa, por um lado sim, mas pelo outro não, no entanto nunca se sabe...alguém dizia, olho vivo e pé ligeiro e é bem verdade


Euroverde, tu sai-me de dentro desse teu fato de Euro que isso dá cabo de ti


Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
EuroVerde Escreveu:Se amanhã o mercado subir então desta vez os ministros das finanças europeus vão ser extremamente eficazes no impedimento do contágio.
Caso o mercado desça é porque não têm a coisa controlada.

"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
Eurogrupo diz que está para breve um acordo sobre segundo pacote de ajuda à Grécia
11 Julho 2011 | 22:45
Ana Luísa Marques - anamarques@negocios.pt
Carla Pedro - cpedro@negocios.pt
Sobre os potenciais apuros de Itália, os ministros das Finanças não se pronunciaram.
A reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro terminou com o anúncio de que estarão “para breve” os detalhes do segundo plano de ajuda à Grécia.
O anúncio foi feito por Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, no final dos trabalhos da reunião onde se estreou Vítor Gaspar.
Olli Rehn, comissário europeu para os Assuntos Económicos, revelou – citado pela Bloomberg - que os ministros das Finanças da Zona Euro vão começar a analisar formas de financiar o segundo pacote de ajuda financeira à Grécia.
“Os ministros das Finanças da Zona Euro estão prontos para tomar mais medidas no sentido de travar o contágio da crise da dívida”. Isto num dia em que bolsas afundaram e juros dispararam devido aos receios de que a crise da dívida nos periféricos da UE se estenda à Itália.
(notícia em actualização)
11 Julho 2011 | 22:45
Ana Luísa Marques - anamarques@negocios.pt
Carla Pedro - cpedro@negocios.pt
Sobre os potenciais apuros de Itália, os ministros das Finanças não se pronunciaram.
A reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro terminou com o anúncio de que estarão “para breve” os detalhes do segundo plano de ajuda à Grécia.
O anúncio foi feito por Jean-Claude Juncker, presidente do Eurogrupo, no final dos trabalhos da reunião onde se estreou Vítor Gaspar.
Olli Rehn, comissário europeu para os Assuntos Económicos, revelou – citado pela Bloomberg - que os ministros das Finanças da Zona Euro vão começar a analisar formas de financiar o segundo pacote de ajuda financeira à Grécia.
“Os ministros das Finanças da Zona Euro estão prontos para tomar mais medidas no sentido de travar o contágio da crise da dívida”. Isto num dia em que bolsas afundaram e juros dispararam devido aos receios de que a crise da dívida nos periféricos da UE se estenda à Itália.
(notícia em actualização)
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Elias Escreveu:LFA1 Escreveu:Deduzo, então, que para ti o mercado de agências de rating está muito bem como está e não há mais nada a fazer.
Vou responder à tua questão mas primeiro vou divagar um pouco e falar do mercado dos combustíveis.
Facto 1 - o preço das matérias-primas, nomeadamente do brent, tem vindo a aumentar consistentemente, o que tem reflexos no preço de venda dos combustíveis
Facto 2 - devido ao tipo de vida que leva, muitos portugueses (talvez a maioria) são afectados por essa subida de preços, seja porque usam carro próprio, seja porque têm de recorrer a outros meios de transporte
Facto 3 - frustrada com o aumento constante dos preços, uma grande fatia da população tem manifestado DESAGRADO com os preços elevados e tem expressado o DESEJO de que os preços de venda baixem
Para descarregar a frustração que sentem relativamente ao facto de os preços estarem mais elevados do que elas desejariam, muitas pessoas culpam diferentes actores do mercado: as malandras das gasolineiras que só querem é enriquecer, a inoperante da autoridade da concorrência que nada faz, os desonestos dos políticos que não querem alterar o estado de coisas porque estão feitos com os grandes grupos económicos, os parvos dos tugas que continuam a abastecer na GALP, entre outros... não percebem, ou não querem perceber que a situação a que se chegou, com preços historicamente elevados, resulta essencialmente de dois factores:
- primeiro, o modelo de desenvolvimento adoptado pela nossa sociedade, que tem levado a uma subida constante da procura e ao consequente aumento dos preços; mas disto não dá jeito nenhum falar, porque a bem dizer são muito poucos os que estarão dispostos a reduzir o seu nível de vida;
- segundo, o facto de mais de metade do preço de venda dos combustíveis ser composto por impostos, que vão direitinhos para os cofres do Estado, sendo pois o governo o actor que mais poder tem para alterar o preço de venda (nomeadamente ao mexer no ISP); mas disto também não dá jeito falar, porque mexe com convicções políticas e a maioria das pessoas não gosta de se expor dessa maneira.
Será que o mercado de combustíveis está bem? Não sei. Até hoje não encontrei nada de errado nele. Mas as pessoas gostam de acreditar que sim, que o mercado está distorcido, porque isso lhes traz conforto moral. É moralmente reconfortante achar que estamos a pagar mais do que devíamos pelos combustíveis porque alguém nos está a sacanear. Não é moralmente reconfortante admitir que temos de pagar cada vez mais porque isso é uma consequência directa do modelo de desnvolvimento que adoptámos. Assim, preferimos encontrar bodes expiatórios. Não resolve o problema, mas traz conforto moral.
Finda esta divagação, vou voltar ao tema em apreço: o das agências de rating. Vou traçar um paralelo com a situação dos combustíveis e por isso vou adaptar o texto anterior.
Facto 1 - os ratings sobre a dívida portuguesa têm vindo a diminuir consistentemente; esta descida de rating tem sido acompanhada por um aumento das taxas de juro sobre a dívida pública portuguesa, o que tem reflexos na despesa do Estado e, consequentemente, nos nossos impostos
Facto 2 - a maioria dos portugueses é afectada por essa descida de rating, uma vez que o aumento de impostos vai penalizar tanto o consumo como o rendimento, diminuindo o rendimento disponível das famílias e também das empresas
Facto 3 - frustrada com a quebra continuada do rendimento disponível, uma grande fatia da população tem manifestado DESAGRADO com os ratings cada vez mais baixos (nomeadamente com a recente classificação de "lixo") e tem expressado o DESEJO de que os ratings de Portugal sejam melhores - este desejo tem-se manifestado, por exemplo através, da expressão "Portugal não é lixo" e outras do mesmo teor
Para descarregar a frustração que sentem relativamente ao facto de o rendimento disponível estar mais baixo do que elas desejariam, muitas pessoas culpam diferentes actores do mercado: à cabeça surgem as malandras das agências de rating, que supostamente têm interesse ocultos por trás destas classificações... ; nesta linha, tem sido cada vez mais falada a ideia de uma agência europeia - acredito que as pessoas acalentam a ideia, ainda que não verbalizada, que a agência europeia não nos irá dar o rating de lixo. Não percebem, ou não querem perceber que a situação a que se chegou, com taxas historicamente elevadas, resulta essencialmente do modelo de desenvolvimento adoptado pela nossa sociedade, com um despesismo elevado e uma produtividade baixa, o que tem levado a uma subida constante do endividamento; mas disto não dá jeito nenhum falar, porque é muito conveniente continuar a ter o Estado a financiar tudo e mais alguma coisa e parece-me que são muito poucos os que estarão dispostos a reduzir o seu nível de vida;
Dito isto vou responder à tua questão:
Será que o "mercado" de ratings está bem? Não sei. Até hoje não encontrei nada de errado nele. Mas as pessoas gostam de acreditar que sim, porque isso lhes traz conforto moral. É moralmente reconfortante achar que estamos a pagar mais juros do que devíamos porque alguém nos está a sacanear. Não é moralmente reconfortante admitir que estamos a pagar cada vez mais pelos juros (e consequentemente nos nossos impostos) porque andamos a gastar mas do que devíamos, em consequência directa do modelo de desnvolvimento que adoptámos - e não é moralmente reconfortante porque isso nos obrigaria a baixar consideravelmente o nosso nível de vida e isso é um cenário que não desejamos ter de enfrentar. Assim, preferimos encontrar bodes expiatórios. Não resolve o problema, mas traz conforto moral.

















É claro que tal como a grande maioria acho um exagero, mas se não fosse agora seria mais tarde...!!! Penso que o grande problema está na palavra "lixo" ou não acham?????? Até podiamos ter o mesmo rating mas se não tivessemos conotados com lixo seria mais aceitavel!!!
Outro exemplo que explica alguns erros de rating do passado, do presente e certamente do futuro é o caso dos seguros de crédito: existem empresas extremamente sólidas que para quem não se consegue aprovar seguro de crédito e outras para quem se aprova fácilmente e que entram facilmente em incumprimento.... a diferença? Ésta na apresentação das contas ao longo dos tempos, mas quando a mascara cai, cai o disfarce!!!!
Portugal tem vivido sob disfarce aos longo de muitos anos, mas de repente foi isso acabou e a realidade terá de aparecer por mais que custe aos nossos olhos e consequentemente aos nossos bolsos!!!!
Talvez se determinadas mega burlas que todos conhecemos do passado aparecessem agora, possivelmente o desfecho seria diferente, ou pelo eu tenho essa ilusão!!!!
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
As agências querem enfraquecer o euro?, os ratings atribuídos são os corretos?, os USA vão entrar em default?, tendo em conta todos estes aspetos, na minha opinião o melhor mesmo é acreditar nos gráficos, como diz o Ulisses, não tentar "bater" os mercados porque os bull markets são duradouros...
"When all the experts and forecasts agree – something else is going to happen." - Bob Farrell’s
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StochasticOscilator Escreveu:Elias, eu também não tinha nada contra as agências de rating mas depois de ver o filme "inside job" e vi o que se passou com o lehman brothers, bear stearns e aig mudei de opinião, porque definitivamente houve graves problemas na avaliação das empresas, no entanto levanto é outra questão, não será que agora as agências estão a ser mais rigorosas e os ratings que estão a sair refletem melhor a realidade...
Isso é uma questão que tem muito que se lhe diga.
As agências de rating defendem-se dizendo que CDOs (Collateral Debt Obligations, obrigações com base em pacotes de hipotecas) que mais tarde se vieram a revelar como "activos tóxicos" e eram classificadas com AAA, foram assim porque as hipotecas eram sempre garantidas em última instância pelas agências federais Fannie Mae e Freddie Mac e portanto tinham o mesmo rating que o estado americano.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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Elias Escreveu:
Dito isto vou responder à tua questão:
Será que o "mercado" de ratings está bem? Não sei. Até hoje não encontrei nada de errado nele. Mas as pessoas gostam de acreditar que sim, porque isso lhes traz conforto moral. É moralmente reconfortante achar que estamos a pagar mais juros do que devíamos porque alguém nos está a sacanear. Não é moralmente reconfortante admitir que estamos a pagar cada vez mais pelos juros (e consequentemente nos nossos impostos) porque andamos a gastar mas do que devíamos, em consequência directa do modelo de desnvolvimento que adoptámos - e não é moralmente reconfortante porque isso nos obrigaria a baixar consideravelmente o nosso nível de vida e isso é um cenário que não desejamos ter de enfrentar. Assim, preferimos encontrar bodes expiatórios. Não resolve o problema, mas traz conforto moral.
Elias, eu também não tinha nada contra as agências de rating mas depois de ver o filme "inside job" e vi o que se passou com o lehman brothers, bear stearns e aig mudei de opinião, porque definitivamente houve graves problemas na avaliação das empresas, no entanto levanto é outra questão, não será que agora as agências estão a ser mais rigorosas e os ratings que estão a sair refletem melhor a realidade...
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LFA1 Escreveu:Deduzo, então, que para ti o mercado de agências de rating está muito bem como está e não há mais nada a fazer.
Vou responder à tua questão mas primeiro vou divagar um pouco e falar do mercado dos combustíveis.
Facto 1 - o preço das matérias-primas, nomeadamente do brent, tem vindo a aumentar consistentemente, o que tem reflexos no preço de venda dos combustíveis
Facto 2 - devido ao tipo de vida que leva, muitos portugueses (talvez a maioria) são afectados por essa subida de preços, seja porque usam carro próprio, seja porque têm de recorrer a outros meios de transporte
Facto 3 - frustrada com o aumento constante dos preços, uma grande fatia da população tem manifestado DESAGRADO com os preços elevados e tem expressado o DESEJO de que os preços de venda baixem
Para descarregar a frustração que sentem relativamente ao facto de os preços estarem mais elevados do que elas desejariam, muitas pessoas culpam diferentes actores do mercado: as malandras das gasolineiras que só querem é enriquecer, a inoperante da autoridade da concorrência que nada faz, os desonestos dos políticos que não querem alterar o estado de coisas porque estão feitos com os grandes grupos económicos, os parvos dos tugas que continuam a abastecer na GALP, entre outros... não percebem, ou não querem perceber que a situação a que se chegou, com preços historicamente elevados, resulta essencialmente de dois factores:
- primeiro, o modelo de desenvolvimento adoptado pela nossa sociedade, que tem levado a uma subida constante da procura e ao consequente aumento dos preços; mas disto não dá jeito nenhum falar, porque a bem dizer são muito poucos os que estarão dispostos a reduzir o seu nível de vida;
- segundo, o facto de mais de metade do preço de venda dos combustíveis ser composto por impostos, que vão direitinhos para os cofres do Estado, sendo pois o governo o actor que mais poder tem para alterar o preço de venda (nomeadamente ao mexer no ISP); mas disto também não dá jeito falar, porque mexe com convicções políticas e a maioria das pessoas não gosta de se expor dessa maneira.
Será que o mercado de combustíveis está bem? Não sei. Até hoje não encontrei nada de errado nele. Mas as pessoas gostam de acreditar que sim, que o mercado está distorcido, porque isso lhes traz conforto moral. É moralmente reconfortante achar que estamos a pagar mais do que devíamos pelos combustíveis porque alguém nos está a sacanear. Não é moralmente reconfortante admitir que temos de pagar cada vez mais porque isso é uma consequência directa do modelo de desnvolvimento que adoptámos. Assim, preferimos encontrar bodes expiatórios. Não resolve o problema, mas traz conforto moral.
Finda esta divagação, vou voltar ao tema em apreço: o das agências de rating. Vou traçar um paralelo com a situação dos combustíveis e por isso vou adaptar o texto anterior.
Facto 1 - os ratings sobre a dívida portuguesa têm vindo a diminuir consistentemente; esta descida de rating tem sido acompanhada por um aumento das taxas de juro sobre a dívida pública portuguesa, o que tem reflexos na despesa do Estado e, consequentemente, nos nossos impostos
Facto 2 - a maioria dos portugueses é afectada por essa descida de rating, uma vez que o aumento de impostos vai penalizar tanto o consumo como o rendimento, diminuindo o rendimento disponível das famílias e também das empresas
Facto 3 - frustrada com a quebra continuada do rendimento disponível, uma grande fatia da população tem manifestado DESAGRADO com os ratings cada vez mais baixos (nomeadamente com a recente classificação de "lixo") e tem expressado o DESEJO de que os ratings de Portugal sejam melhores - este desejo tem-se manifestado, por exemplo através, da expressão "Portugal não é lixo" e outras do mesmo teor
Para descarregar a frustração que sentem relativamente ao facto de o rendimento disponível estar mais baixo do que elas desejariam, muitas pessoas culpam diferentes actores do mercado: à cabeça surgem as malandras das agências de rating, que supostamente têm interesse ocultos por trás destas classificações... ; nesta linha, tem sido cada vez mais falada a ideia de uma agência europeia - acredito que as pessoas acalentam a ideia, ainda que não verbalizada, que a agência europeia não nos irá dar o rating de lixo. Não percebem, ou não querem perceber que a situação a que se chegou, com taxas historicamente elevadas, resulta essencialmente do modelo de desenvolvimento adoptado pela nossa sociedade, com um despesismo elevado e uma produtividade baixa, o que tem levado a uma subida constante do endividamento; mas disto não dá jeito nenhum falar, porque é muito conveniente continuar a ter o Estado a financiar tudo e mais alguma coisa e parece-me que são muito poucos os que estarão dispostos a reduzir o seu nível de vida;
Dito isto vou responder à tua questão:
Será que o "mercado" de ratings está bem? Não sei. Até hoje não encontrei nada de errado nele. Mas as pessoas gostam de acreditar que sim, porque isso lhes traz conforto moral. É moralmente reconfortante achar que estamos a pagar mais juros do que devíamos porque alguém nos está a sacanear. Não é moralmente reconfortante admitir que estamos a pagar cada vez mais pelos juros (e consequentemente nos nossos impostos) porque andamos a gastar mas do que devíamos, em consequência directa do modelo de desnvolvimento que adoptámos - e não é moralmente reconfortante porque isso nos obrigaria a baixar consideravelmente o nosso nível de vida e isso é um cenário que não desejamos ter de enfrentar. Assim, preferimos encontrar bodes expiatórios. Não resolve o problema, mas traz conforto moral.
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O fim da linha...
No início de Outubro passado, Teixeira dos Santos afirmava que "se os juros da dívida chegarem aos 7%, o Governo tem de colocar a hipótese de recorrer ao FMI e ao fundo europeu":
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/fin ... -1729.html
Partindo do princípio que, da mesma forma que tal esforço era incomportável para nós (como se veio a verificar), também o será para os italianos e espanhóis (e depois belgas); e partindo ainda do princípio que as taxas negociadas no mercado secundário são um indicador bem mais forte do que os ministros das finanças tentam fazer crer (como se viu nos casos de GR, IE e PT), a coisa começa a ficar complicada...
Ora, hoje, a taxa de juro a 10 anos para as obrigações espanholas já está acima dos 6%!
Por seu lado, a italiana já está a 5.6%, ou seja, bem perto também.
Se repararem no gráfico histórico da taxa portuguesa, ainda pouco mais de meio ano passou desde que andávamos por esses valores. Ou seja, em menos de 4 meses depois, estavamos a pedir uma intervenção. Se para os senhores seguintes (IT, ES e inevitavelmente BE), as coisas se sucederem à mesma velocidade, então é mesmo o fim da linha! A partir daqui, ou os senhores da europa encontram uma solução definitiva (o K., em outros posts, já muito bem sumarizou a única alternativa) ou isto vai rebentar!
Da forma como as coisas estão, se a Itália tombar, a Espanha deve cair no dia seguinte (ou vice-versa). A Bélgica não deve depois demorar - aliás espanta-me que não vá antes. Obviamente que não há FMI ou fundo de resgate europeu que resista!
Infelizmente, tudo isto acontece (e seguramente que nem será coincidência) numa altura em que a generalidade dos líderes tanto das instituições europeias, como dos principais países que a constituem, são do mais fraquito que se teve desde o pós guerra. Ainda por cima, graças ao crescimento pujante das economias emergentes, a Alemanha, com uma economia fortemente exportadora, está a viver um crescimento económico bem saudável, o que torna ainda mais difícil explicar à sua populaça um eventual esforço colectivo que os envolva.
Pena que os lídersinhos europeus não percebem (ou provavelmente apenas fingem não perceber), de uma vez por todas, a gravidade da situação...
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/fin ... -1729.html
Partindo do princípio que, da mesma forma que tal esforço era incomportável para nós (como se veio a verificar), também o será para os italianos e espanhóis (e depois belgas); e partindo ainda do princípio que as taxas negociadas no mercado secundário são um indicador bem mais forte do que os ministros das finanças tentam fazer crer (como se viu nos casos de GR, IE e PT), a coisa começa a ficar complicada...
Ora, hoje, a taxa de juro a 10 anos para as obrigações espanholas já está acima dos 6%!
Por seu lado, a italiana já está a 5.6%, ou seja, bem perto também.
Se repararem no gráfico histórico da taxa portuguesa, ainda pouco mais de meio ano passou desde que andávamos por esses valores. Ou seja, em menos de 4 meses depois, estavamos a pedir uma intervenção. Se para os senhores seguintes (IT, ES e inevitavelmente BE), as coisas se sucederem à mesma velocidade, então é mesmo o fim da linha! A partir daqui, ou os senhores da europa encontram uma solução definitiva (o K., em outros posts, já muito bem sumarizou a única alternativa) ou isto vai rebentar!
Da forma como as coisas estão, se a Itália tombar, a Espanha deve cair no dia seguinte (ou vice-versa). A Bélgica não deve depois demorar - aliás espanta-me que não vá antes. Obviamente que não há FMI ou fundo de resgate europeu que resista!
Infelizmente, tudo isto acontece (e seguramente que nem será coincidência) numa altura em que a generalidade dos líderes tanto das instituições europeias, como dos principais países que a constituem, são do mais fraquito que se teve desde o pós guerra. Ainda por cima, graças ao crescimento pujante das economias emergentes, a Alemanha, com uma economia fortemente exportadora, está a viver um crescimento económico bem saudável, o que torna ainda mais difícil explicar à sua populaça um eventual esforço colectivo que os envolva.
Pena que os lídersinhos europeus não percebem (ou provavelmente apenas fingem não perceber), de uma vez por todas, a gravidade da situação...
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* A. M. Best (U.S.)
* Baycorp Advantage (Australia)
* Credo line (UA)
* Dagong Global (People's Republic of China)
* Dominion Bond Rating Service (Canada)
* Egan-Jones Rating Company (U.S.)
* Fitch Ratings (Dual-headquartered U.S./UK)
* Japan Credit Rating Agency, Ltd. (Japan)[32]
* Moody's Investors Service (U.S.)
* Muros Ratings[33] (Russia alternative rating agency)
* Standard & Poor's (U.S.)
There are no notable European CRAs, except for Fitch, 80% of which is owned by Fimalac SA, a French firm.
Posso acrescentar também a muy conhecida "Companhia Portuguesa de Rating, S.A. (CPR)".
O problema não me parece ser a falta de pluridade...
Outro problema que em parece ser um falso problema é as acusações de que as principais 3 agencias serem dos USA... Já que a Fitch parece ser controlada em 80% por uma empresa...Francesa.
Obviamente que parece que o problam das agencias de rating passam por:
- Não poderem ser responsabilizadas pelos seus rating quando os mesmos influenciam e muito o mundo.
- Por nós, os paises periféricos termo-nos posto a jeito com a nossa ineficiencia fiscal, judicial e social!
http://marketapprentice.wordpress.com
Para muito errar e muito mais aprender!
"who loses best will win in the end!" - Phantom of the Pits
Nota: As análises apresentadas constituem artigos de opinião do autor, não devendo ser entendidos como recomendações de compra e venda ou aconselhamento financeiro.
Para muito errar e muito mais aprender!
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Nota: As análises apresentadas constituem artigos de opinião do autor, não devendo ser entendidos como recomendações de compra e venda ou aconselhamento financeiro.
LFA1 Escreveu:Deduzo, então, que para ti o mercado de agências de rating está muito bem como está e não há mais nada a fazer.
LFA1,
Neste momento tenho de sair e não posso responder. Mas daqui a pouco (lá pelas 18 horas) voltarei ao tópico e respondo à tua questão.
1 abraço
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LFA1,
Eu não sei o que é um mercado plural e saudável de agências de rating. O que eu gostava era de perceber o que é que isso significa para ti.
Aliás eu vejo por aqui (e sem ser aqui) muita gente a defender uma agência europeia, mais concorrência, isenção e tal, mas continuo sem perceber o que é que se pretende atingir com isso. Por outras palavras, o que é que uma agência europeia nos pode dar que as agências existentes não estejam a dar?
Fui claro, agora?
Eu não sei o que é um mercado plural e saudável de agências de rating. O que eu gostava era de perceber o que é que isso significa para ti.
Aliás eu vejo por aqui (e sem ser aqui) muita gente a defender uma agência europeia, mais concorrência, isenção e tal, mas continuo sem perceber o que é que se pretende atingir com isso. Por outras palavras, o que é que uma agência europeia nos pode dar que as agências existentes não estejam a dar?
Fui claro, agora?

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LFA1 Escreveu:Aquilo que eu disse nada tem que ver com o facto da independência ser irrelevante. Aliás, se quiseres uma resposta, sempre te direi que as agências de rating deveriam ser controladas pela própria concorrência num mercado saudável e plural de agências de rating.
Isso na prática significa o quê? Que haverá pelo menos uma agência que diz que nós não somos lixo?
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Quico
Shortar !? Eu acho que ele devia era apagar aquela porcaria que está a fumar .
Ao menos se visse um Pégaso brilhante , assim , com as asas estendidas e com as cores do arco-iris a rodea-lo e pequenas borboletas-estrelinhas a dançar ...
(o_o)
Mas piriquitos a falar com peixes , sobre Mercados e crashes?!?!
Isso dá cabo de ti, pá. Tarda muito começas a ver as moscas a lançarem Price Targets e nunca mais tornas a ser o mesmo. Váis acabar um sem-abrigo, a vaguear pelas ruas e a gritar cenas como " O fim está próximo !!! "
Um abraço ,
The Mechanic
.
m2010 escreveu:
O meu piriquito estava a falar com o meu peixe........e algo de monstruoso, está para acontecer nos mercados.,,,.........CrasHHHHHHHHH!
100% líquido.
Um abraço.
Porque não shortas antes?
Shortar !? Eu acho que ele devia era apagar aquela porcaria que está a fumar .
Ao menos se visse um Pégaso brilhante , assim , com as asas estendidas e com as cores do arco-iris a rodea-lo e pequenas borboletas-estrelinhas a dançar ...
(o_o)
Mas piriquitos a falar com peixes , sobre Mercados e crashes?!?!
Isso dá cabo de ti, pá. Tarda muito começas a ver as moscas a lançarem Price Targets e nunca mais tornas a ser o mesmo. Váis acabar um sem-abrigo, a vaguear pelas ruas e a gritar cenas como " O fim está próximo !!! "
Um abraço ,
The Mechanic
.
" Os que hesitam , são atropelados pela retaguarda" - Stendhal
"É óptimo não se exercer qualquer profissão, pois um homem livre não deve viver para servir outro "
- Aristoteles
http://theflyingmechanic.blogspot.com/
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Aquilo que eu disse nada tem que ver com o facto da independência ser irrelevante. Aliás, se quiseres uma resposta, sempre te direi que as agências de rating deveriam ser controladas pela própria concorrência num mercado saudável e plural de agências de rating.
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O problema é das Agencias
Défice do Estado aumenta 28% na Grécia durante o primeiro semestre
11 Julho 2011 | 15:49
Jornal de Negócios Online - negocios@negocios.pt
As receitas caíram, ao passo que os gastos aumentaram.
O défice orçamental da Grécia aumentou para 12,8 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano, contra 9,99 mil milhões de euros no período homólogo de 2010, segundo o Ministério grego das Finanças, citado pela Bloomberg.
A receita orçamental líquida caiu 8,3% para 21,8 mil milhões de euros, de acordo com o Ministério.
Por outro lado, os gastos subiram 8,8%, para 33,15 milhões de euros, refere aquele organismo na apresentação dos seus dados preliminares para os primeiros seis meses de 2011. Dentro dos gastos do Estado está o pagamento de juros, que também registou um acréscimo, ao passar de 5,73 para 7 mil milhões de euros no período em análise (+ 22,3% face ao primeiro semestre do ano passado).
Recorde-se que a UE e o FMI acordaram, em Maio do ano passado, em conceder à Grécia um pacote de resgate no valor de 110 mil milhões de euros, repartido por cinco tranches, devendo a quinta parcela ser entregue este mês. Hoje, o Eurogrupo está a debater o pedido de uma segunda ajuda financeira à república helénica.
11 Julho 2011 | 15:49
Jornal de Negócios Online - negocios@negocios.pt
As receitas caíram, ao passo que os gastos aumentaram.
O défice orçamental da Grécia aumentou para 12,8 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano, contra 9,99 mil milhões de euros no período homólogo de 2010, segundo o Ministério grego das Finanças, citado pela Bloomberg.
A receita orçamental líquida caiu 8,3% para 21,8 mil milhões de euros, de acordo com o Ministério.
Por outro lado, os gastos subiram 8,8%, para 33,15 milhões de euros, refere aquele organismo na apresentação dos seus dados preliminares para os primeiros seis meses de 2011. Dentro dos gastos do Estado está o pagamento de juros, que também registou um acréscimo, ao passar de 5,73 para 7 mil milhões de euros no período em análise (+ 22,3% face ao primeiro semestre do ano passado).
Recorde-se que a UE e o FMI acordaram, em Maio do ano passado, em conceder à Grécia um pacote de resgate no valor de 110 mil milhões de euros, repartido por cinco tranches, devendo a quinta parcela ser entregue este mês. Hoje, o Eurogrupo está a debater o pedido de uma segunda ajuda financeira à república helénica.
Cumpts.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
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LFA1 Escreveu:Niguém tem uma resposta perfeita para essa pergunta, por isso, tal como disse num anterior post, não me parece que isso seja relevante
Mas quem falou de agências independentes foste tu.
Afinal a independência não é relevante?

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