Porque silenciam a ISLÂNDIA?
Quanto ao resto, o problema não é a Alemanha. O problema somos mesmo nós...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
A zona euro tem 300 milhões, não 800...
Nota: A União Europeia completa, incluindo os países fora do Euro, tem cerca de 500 milhões.

Nota: A União Europeia completa, incluindo os países fora do Euro, tem cerca de 500 milhões.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Ulisses Pereira Escreveu:O quê? Gritar "NÃO PAGAMOSSSSSS!"? E passarmos a negociar só com as ex-colonias?
Felizmente não.
Não seria necessário,porque os Alemães mexer-se-iam a resolver o problema.
O Euro se é importante para nós (concordo), para eles é muito mais importante.
Porque assim não dá, não se pode querer só assumir uma população(Alemanha) de 40Milhões quando toca a ajudar e um mercado livre para o que lhes dá jeito de 800Milhões.
Os outros 760M vivem de quê?
Para isso vale mais sairmos fora e cobramos impostos nos produtos deles quando cá entrarem.
Ulisses Pereira Escreveu:Sim, e resolçves o problema no curto prazo e matas Portugal para os próximos 200 anos.
Desculpa lá mas esse número é baseado em quê? A Argentina já faliu 2 vezes recentemente e que eu saiba não tem colónias com quem negociar e não desapareceu do mapa por causa disso.
Aliás continua a ter acesso aos mercados de capitais
EDIT: É certo que o default não foi a 100% como sugerido mas foi considerável.
Be Galt. Wear the message!
The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Re: ....e o que é que nós podemos fazer?
karamelu Escreveu:Que ideias têm para sermos um pais melhor? Como as podemos implementar?
Podemos começar por avisar os Almães que, que devido a terem adiado as decisões do Euro para Junho, dia 15 de Abril ninguém vai receber um avo do serviço de divida de €4MM.
Ameaçamos sair do Euro.
Se tivermos mesmo de sair ficamos com um grande problema!!!! ENERGIA
Ai passamos a importar apenas petróleo de Angola, Brazil e Timor e negociamos directamente com eles formas de pagamento com mais prazo para facilitar a recuperação da economia.
Re: Porque silenciam a ISLÂNDIA?
axman Escreveu: enquanto tiver passaporte português não vou fugir às minhas responsabilidades.
Axman, e quais são as tuas responsabilidades?
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....e o que é que nós podemos fazer?
tiopatinhas Escreveu:Os Islandeses são, sem quaisqueres dúvidas, homens e mulheres de verdadeUm povo tão jovem cheio de entusiasmo que nada tem a ver com um povo caduco como o português!
Falta, na sociedade portuguesa, a verdadeAqui reina o compadrio, a mentira e o riso da desgraça alheia! Assim, não somos um povo! Desta maneira nunca sairemos deste lodassal...
Concordo. Mas... o povo português também somos nós... O que podemos fazer para alterar as condições actuais? Eu sei que sozinhos não somos nada.. mas porque é que não nos unimos? A culpa não é do "povo português" mas sim de cada um de nós.
Que ideias têm para sermos um pais melhor? Como as podemos implementar?
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Re: Porque silenciam a ISLÂNDIA?
FilRib Escreveu:Porque silenciam a ISLÂNDIA?
(Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna – pública e privada com incidência no sector bancário – e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra.
Sócrates foi dizer à Sra. Merkle – a chanceler do Euro – que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.
Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)
foto
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.
Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.
A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas “macaquices” bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria.
Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal “ajuda” ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para “tapar” o buraco do principal Banco islandês.
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.
Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.
Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.
Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.
Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não “estragar” os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.
Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.
O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.
Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo.
Por Francisco Gouveia, Eng.º
gouveiafrancisco@hotmail.com
http://www.dodouro.com/noticia.asp?idEd ... on=noticia
Quem não paga as dívidas contraídas acaba por sofrer a perseguição do cobrador do fraque..
Este Xico esperto acha que a solução é comer à fartazana e depois fugir sem pagar. Não há almoço grátis. Na época romana quem não pagava as dívidas passava à condição de escravo do credor.
Na actualidade o País é votado à ostracismo e ao embargo económico. É isso que se passa na Finlândia.
No nosso caso, provavelmente haveria lugar ao confisco de todos os bens nacionais. Comemos, agora temos de pagar.
Eu também não gosto de pagar impostos para mitigar as aldrabices do "gang" PS/PSD.. mas que remédio? enquanto tiver passaporte português não vou fugir às minhas responsabilidades.
Para Xicos espertos já nos basta o Socrátes.
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Muffin Escreveu:FilRib, não acabo por entender o que retiras dos textos, sugeres un default da dívida, a saída do Euro, a saída da UE, nenhum dos anteriores?
De qualquer forma, aqui ficam mais alguns links interessantes na comparação da Islandia com a Irlanda.
http://www.irishtimes.com/newspaper/fin ... 31854.html
http://www.irishtimes.com/newspaper/fin ... 34892.html
Ou para uma comparação mais genérica:
http://krugman.blogs.nytimes.com/2011/0 ... suffering/
Pode ser os que tu quiseres. Acho que escrevi o porquê de ter publicado... se for preciso faço um desenho.
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FilRib, não acabo por entender o que retiras dos textos, sugeres un default da dívida, a saída do Euro, a saída da UE, nenhum dos anteriores?
De qualquer forma, aqui ficam mais alguns links interessantes na comparação da Islandia com a Irlanda.
http://www.irishtimes.com/newspaper/fin ... 31854.html
http://www.irishtimes.com/newspaper/fin ... 34892.html
Ou para uma comparação mais genérica:
http://krugman.blogs.nytimes.com/2011/0 ... suffering/
De qualquer forma, aqui ficam mais alguns links interessantes na comparação da Islandia com a Irlanda.
http://www.irishtimes.com/newspaper/fin ... 31854.html
http://www.irishtimes.com/newspaper/fin ... 34892.html
Ou para uma comparação mais genérica:
http://krugman.blogs.nytimes.com/2011/0 ... suffering/
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lodaçal, pá!
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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Os Islandeses são, sem quaisqueres dúvidas, homens e mulheres de verdade
Um povo tão jovem cheio de entusiasmo que nada tem a ver com um povo caduco como o português!
Falta, na sociedade portuguesa, a verdade
Aqui reina o compadrio, a mentira e o riso da desgraça alheia! Assim, não somos um povo! Desta maneira nunca sairemos deste lodassal... 

Falta, na sociedade portuguesa, a verdade


Islândia: a chantagem odiosa
por Jean Tosti
O Presidente da República da Islândia, Ólafur Ragnar Grimsson, acaba de recusar, pela segunda vez, promulgar a lei dita "Icesave" que autoriza o Estado a reembolsar aos Países Baixos e ao Reino Unidos os 3,9 mil milhões de euros ligados à falência de um banco on line. E consequentemente, pela segunda vez, em virtude do artigo 26 da Constituição, a população será chamada a pronunciar-se por referendo acerca desta lei. Para grande desgosto do governo e dos mestres das finanças mundiais.
Num artigo anterior , havíamos enfatizado o avanço democrático que representa o estabelecimento de uma assembleia constituinte na Islândia formada por 25 cidadãos eleitos pelos seus pares. O artigo teve um êxito inesperado e, reverso da medalha, foi muito seguidamente deformado por diversos sítios web e blogs que falaram erradamente de uma "revolução islandesa". Ponhamos as coisas no seu lugar: certamente, uma série de "caçaroladas" levou em 2009 à queda do governo de direita e a sua substituição por um governo de esquerda, mas este último é dirigido maioritariamente por sociais-democratas bastante semelhantes aos nossos, cujo principal desejo é aderir à União Europeia. Nada de muito revolucionário aí. Em plena crise, nacionalizaram-se os três principais bancos do país. Desde então, dois deles já foram reprivatizados. Quanto à assembleia constituinte, ela não pôde começar os seus trabalhos 15 de Fevereiro como estava previsto, o Tribunal Supremo anulou a eleição dos seus membros com o pretexto de que o escrutínio não teria respeitado suficientemente as regras de confidencialidade.
Entretanto, ainda não se acabou de falar da Islândia por causa do caso Icesave ou devido a ele. Recordemos que, quando o banco Landsbanki foi nacionalizado, o Estado islandês não indemnizou os clientes estrangeiros, britânicos ou holandeses na maior parte, da sua filial on line Icesave. O Reino Unidos e os Países Baixos fizeram-se em seu lugar e, desde então, os dois Estados pedem à Islândia para pagar a factura, estimada em 5 mil milhões de dólares, ou seja, 3,9 mil milhões de euros. Um primeiro acordo foi arrancado a forceps, votado por uma curta maioria pelo parlamento islandês, mas, apoiando-se numa petição assinada por 25% do corpo eleitoral, o Presidente da República recusou-se a promulgar a lei, o que implicou num primeiro referendo em Março de 2010. Resultado: 93% de "não", a Islândia não pagaria.
Mas as negociações retomaram nos bastidores, desembocando no princípio de 2011 num acordo muito menos constrangedor para a Islândia: o reembolso poderia estender ao longo de trinta anos (de 2016 a 2046) e não mais oito anos. Quanto à taxa de juro, inicialmente fixada em 5,5%, não será mais que 3% para o crédito holandês e de 3,3% para o britânico. É um bom negócio, declarou o governo que, depois de o Parlamento ter votado a nova lei Icesave, diz-se persuadido de que o presidente desta vez ratificará o acordo. Mas uma nova petição contra o reembolso recolhe 42 mil assinaturas, ou seja, cerca de 20% do corpo eleitoral. E a 20 de Fevereiro, Ólafur Ragnar Grímsson recusa-se a assinar a lei. É a consternação no pequeno mundo político islandês. Será preciso portanto passar novamente pela cabine do referendo, fixado para 9 de Abril.
A partir daí, e de modo muito mais virulento que no ano passado, multiplicam-se as pressões para forçar o povo islandês a inverter o seu voto. Todas as ameaças valem: bloqueio das exportações islandesas, nomeadamente dos produtos da pesca; travagem da ajuda financeira do FMI; bloqueio das negociações de adesão à União Europeia (quando se vê como a Grécia e a Irlanda são ali tratadas, isto é ao invés um coisa boa!), etc. E depois, diz-se aos islandeses, vocês devem compreender que o Reino Unido e os Países Baixos fizeram um importante gesto de generosidades para convosco. Estes dois países não irão mais longe e, se vocês disserem não, o caso prosseguirá diante dos tribunais, onde a factura certamente será mais salgada.
E, como se tudo isso não bastasse, eis que as agências de classificação imiscuem-se no voto islandês. Num comunicado datado de 23 de Fevereiro, a agência Moody's não é nada suave: "Se o acordo for rejeitado, sem dúvida desclassificaremos a nota da Islândia a Ba1 ou mais abaixo, tendo em conta repercussões negativas que se seguiriam para a normalização económica e financeira do país". E a agência acrescenta que, em caso de voto positivo, elevaria sem dúvida a perspectiva da nota actual (Baa3) para "estável" contra "negativa".
Tudo isso sem recordar a imposição que em 2009 levou os irlandeses a adoptar por cansaço de guerra o Tratado de Lisboa. Sem retomar um por um os argumentos evocados acima, há um que merece ser retido: o Reino Unido e os Países Baixos processariam a Islândia perante tribunais e ganhariam. Uma tal afirmação, contestada por numerosos juristas, supõe que estes dois países estivessem no direito de exigir que a Islândia transformasse uma dívida privada em dívida pública. Nada é menos certo. E mesmo se se chegasse a "provar" isso triturando os textos europeus, será que é moralmente aceitável que os contribuintes islandeses fossem constrangidos a quitar uma tal dívida?
É inegável que o acordo proposto aos islandeses é mais favorável que o anterior, sob a reserva contudo de que a taxa proposta seja uma taxa fixa. Mas a verdadeira questão não está aí: mesmo com condições de reembolso aliviadas, uma dívida ilegítima permanece ilegítima e não deve ser paga. Se o povo islandês emitir um novo voto negativo, este será um sinal forte para outros países europeus estrangulados pela dívida. Sem dúvida é isto que mais temem os mestres das finanças [1] , daí o encarniçamento em exigir o reembolso de uma soma que acaba por ser bastante modesta, se se comparar com as fortunas que o governo britânico gastou para salvar os seus próprios bancos.
09/Março/2011
por Jean Tosti
O Presidente da República da Islândia, Ólafur Ragnar Grimsson, acaba de recusar, pela segunda vez, promulgar a lei dita "Icesave" que autoriza o Estado a reembolsar aos Países Baixos e ao Reino Unidos os 3,9 mil milhões de euros ligados à falência de um banco on line. E consequentemente, pela segunda vez, em virtude do artigo 26 da Constituição, a população será chamada a pronunciar-se por referendo acerca desta lei. Para grande desgosto do governo e dos mestres das finanças mundiais.
Num artigo anterior , havíamos enfatizado o avanço democrático que representa o estabelecimento de uma assembleia constituinte na Islândia formada por 25 cidadãos eleitos pelos seus pares. O artigo teve um êxito inesperado e, reverso da medalha, foi muito seguidamente deformado por diversos sítios web e blogs que falaram erradamente de uma "revolução islandesa". Ponhamos as coisas no seu lugar: certamente, uma série de "caçaroladas" levou em 2009 à queda do governo de direita e a sua substituição por um governo de esquerda, mas este último é dirigido maioritariamente por sociais-democratas bastante semelhantes aos nossos, cujo principal desejo é aderir à União Europeia. Nada de muito revolucionário aí. Em plena crise, nacionalizaram-se os três principais bancos do país. Desde então, dois deles já foram reprivatizados. Quanto à assembleia constituinte, ela não pôde começar os seus trabalhos 15 de Fevereiro como estava previsto, o Tribunal Supremo anulou a eleição dos seus membros com o pretexto de que o escrutínio não teria respeitado suficientemente as regras de confidencialidade.
Entretanto, ainda não se acabou de falar da Islândia por causa do caso Icesave ou devido a ele. Recordemos que, quando o banco Landsbanki foi nacionalizado, o Estado islandês não indemnizou os clientes estrangeiros, britânicos ou holandeses na maior parte, da sua filial on line Icesave. O Reino Unidos e os Países Baixos fizeram-se em seu lugar e, desde então, os dois Estados pedem à Islândia para pagar a factura, estimada em 5 mil milhões de dólares, ou seja, 3,9 mil milhões de euros. Um primeiro acordo foi arrancado a forceps, votado por uma curta maioria pelo parlamento islandês, mas, apoiando-se numa petição assinada por 25% do corpo eleitoral, o Presidente da República recusou-se a promulgar a lei, o que implicou num primeiro referendo em Março de 2010. Resultado: 93% de "não", a Islândia não pagaria.
Mas as negociações retomaram nos bastidores, desembocando no princípio de 2011 num acordo muito menos constrangedor para a Islândia: o reembolso poderia estender ao longo de trinta anos (de 2016 a 2046) e não mais oito anos. Quanto à taxa de juro, inicialmente fixada em 5,5%, não será mais que 3% para o crédito holandês e de 3,3% para o britânico. É um bom negócio, declarou o governo que, depois de o Parlamento ter votado a nova lei Icesave, diz-se persuadido de que o presidente desta vez ratificará o acordo. Mas uma nova petição contra o reembolso recolhe 42 mil assinaturas, ou seja, cerca de 20% do corpo eleitoral. E a 20 de Fevereiro, Ólafur Ragnar Grímsson recusa-se a assinar a lei. É a consternação no pequeno mundo político islandês. Será preciso portanto passar novamente pela cabine do referendo, fixado para 9 de Abril.
A partir daí, e de modo muito mais virulento que no ano passado, multiplicam-se as pressões para forçar o povo islandês a inverter o seu voto. Todas as ameaças valem: bloqueio das exportações islandesas, nomeadamente dos produtos da pesca; travagem da ajuda financeira do FMI; bloqueio das negociações de adesão à União Europeia (quando se vê como a Grécia e a Irlanda são ali tratadas, isto é ao invés um coisa boa!), etc. E depois, diz-se aos islandeses, vocês devem compreender que o Reino Unido e os Países Baixos fizeram um importante gesto de generosidades para convosco. Estes dois países não irão mais longe e, se vocês disserem não, o caso prosseguirá diante dos tribunais, onde a factura certamente será mais salgada.
E, como se tudo isso não bastasse, eis que as agências de classificação imiscuem-se no voto islandês. Num comunicado datado de 23 de Fevereiro, a agência Moody's não é nada suave: "Se o acordo for rejeitado, sem dúvida desclassificaremos a nota da Islândia a Ba1 ou mais abaixo, tendo em conta repercussões negativas que se seguiriam para a normalização económica e financeira do país". E a agência acrescenta que, em caso de voto positivo, elevaria sem dúvida a perspectiva da nota actual (Baa3) para "estável" contra "negativa".
Tudo isso sem recordar a imposição que em 2009 levou os irlandeses a adoptar por cansaço de guerra o Tratado de Lisboa. Sem retomar um por um os argumentos evocados acima, há um que merece ser retido: o Reino Unido e os Países Baixos processariam a Islândia perante tribunais e ganhariam. Uma tal afirmação, contestada por numerosos juristas, supõe que estes dois países estivessem no direito de exigir que a Islândia transformasse uma dívida privada em dívida pública. Nada é menos certo. E mesmo se se chegasse a "provar" isso triturando os textos europeus, será que é moralmente aceitável que os contribuintes islandeses fossem constrangidos a quitar uma tal dívida?
É inegável que o acordo proposto aos islandeses é mais favorável que o anterior, sob a reserva contudo de que a taxa proposta seja uma taxa fixa. Mas a verdadeira questão não está aí: mesmo com condições de reembolso aliviadas, uma dívida ilegítima permanece ilegítima e não deve ser paga. Se o povo islandês emitir um novo voto negativo, este será um sinal forte para outros países europeus estrangulados pela dívida. Sem dúvida é isto que mais temem os mestres das finanças [1] , daí o encarniçamento em exigir o reembolso de uma soma que acaba por ser bastante modesta, se se comparar com as fortunas que o governo britânico gastou para salvar os seus próprios bancos.
09/Março/2011
Na minha opinião era a hora de um grupo de empresários, gestores, pessoas com provas dadas, incluindo alguns estrangeiros formarem uma lista e proporem-se governar este país com verdade e honestidade. Pondo os interesses do povo em 1º.
Cumps.
Cumps.
Don't run a race that doesn't have a finish line.
Turney Duff
Turney Duff
Porque silenciam a ISLÂNDIA?
Porque silenciam a ISLÂNDIA?
(Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna – pública e privada com incidência no sector bancário – e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra.
Sócrates foi dizer à Sra. Merkle – a chanceler do Euro – que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.
Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)
foto
Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.
Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.
A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas “macaquices” bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria.
Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal “ajuda” ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para “tapar” o buraco do principal Banco islandês.
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.
Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.
Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.
Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.
Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não “estragar” os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.
Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.
O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.
Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo.
Por Francisco Gouveia, Eng.º
gouveiafrancisco@hotmail.com
http://www.dodouro.com/noticia.asp?idEd ... on=noticia
(Estamos neste estado lamentável por causa da corrupção interna – pública e privada com incidência no sector bancário – e pelos juros usurários que a Banca Europeia nos cobra.
Sócrates foi dizer à Sra. Merkle – a chanceler do Euro – que já tínhamos tapado os buracos das fraudes e que, se fosse preciso, nos punha a pão e água para pagar os juros ao valor que ela quisesse.
Por isso, acho que era altura de falar na Islândia, na forma como este país deu a volta à bancarrota, e porque não interessa a certa gente que se fale dele)
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Não é impunemente que não se fala da Islândia (o primeiro país a ir à bancarrota com a crise financeira) e na forma como este pequeno país perdido no meio do mar, deu a volta à crise.
Ao poder económico mundial, e especialmente o Europeu, tão proteccionista do sector bancário, não interessa dar notícias de quem lhes bateu o pé e não alinhou nas imposições usurárias que o FMI lhe impôs para a ajudar.
Em 2007 a Islândia entrou na bancarrota por causa do seu endividamento excessivo e pela falência do seu maior Banco que, como todos os outros, se afogou num oceano de crédito mal parado. Exactamente os mesmo motivos que tombaram com a Grécia, a Irlanda e Portugal.
A Islândia é uma ilha isolada com cerca de 320 mil habitantes, e que durante muitos anos viveu acima das suas possibilidades graças a estas “macaquices” bancárias, e que a guindaram falaciosamente ao 13º no ranking dos países com melhor nível de vida (numa altura em que Portugal detinha o 40º lugar).
País novo, ainda não integrado na UE, independente desde 1944, foi desde então governado pelo Partido Progressista (PP), que se perpetuou no Poder até levar o país à miséria.
Aflito pelas consequências da corrupção com que durante muitos anos conviveu, o PP tratou de correr ao FMI em busca de ajuda. Claro que a usura deste organismo não teve comiseração, e a tal “ajuda” ir-se-ia traduzir em empréstimos a juros elevadíssimos (começariam nos 5,5% e daí para cima), que, feitas as contas por alto, se traduziam num empenhamento das famílias islandesas por 30 anos, durante os quais teriam de pagar uma média de 350 Euros / mês ao FMI. Parte desta ajuda seria para “tapar” o buraco do principal Banco islandês.
Perante tal situação, o país mexeu-se, apareceram movimentos cívicos despojados dos velhos políticos corruptos, com uma ideia base muito simples: os custos das falências bancárias não poderiam ser pagos pelos cidadãos, mas sim pelos accionistas dos Bancos e seus credores. E todos aqueles que assumiram investimentos financeiros de risco, deviam agora aguentar com os seus próprios prejuízos.
O descontentamento foi tal que o Governo foi obrigado a efectuar um referendo, tendo os islandeses, com uma maioria de 93%, recusado a assumir os custos da má gestão bancária e a pactuar com as imposições avaras do FMI.
Num instante, os movimentos cívicos forçaram a queda do Governo e a realização de novas eleições.
Foi assim que em 25 de Abril (esta data tem mística) de 2009, a Islândia foi a eleições e recusou votar em partidos que albergassem a velha, caduca e corrupta classe política que os tinha levado àquele estado de penúria. Um partido renovado (Aliança Social Democrata) ganhou as eleições, e conjuntamente com o Movimento Verde de Esquerda, formaram uma coligação que lhes garantiu 34 dos 63 deputados da Assembleia). O partido do poder (PP) perdeu em toda a linha.
Daqui saiu um Governo totalmente renovado, com um programa muito objectivo: aprovar uma nova Constituição, acabar com a economia especulativa em favor de outra produtiva e exportadora, e tratar de ingressar na UE e no Euro logo que o país estivesse em condições de o fazer, pois numa fase daquelas, ter moeda própria (coroa finlandesa) e ter o poder de a desvalorizar para implementar as exportações, era fundamental.
Foi assim que se iniciaram as reformas de fundo no país, com o inevitável aumento de impostos, amparado por uma reforma fiscal severa. Os cortes na despesa foram inevitáveis, mas houve o cuidado de não “estragar” os serviços públicos tendo-se o cuidado de separar o que o era de facto, de outro tipo de serviços que haviam sido criados ao longo dos anos apenas para serem amamentados pelo Estado.
As negociações com o FMI foram duras, mas os islandeses não cederam, e conseguiram os tais empréstimos que necessitavam a um juro máximo de 3,3% a pagar nos tais 30 anos. O FMI não tugiu nem mugiu. Sabia que teria de ser assim, ou então a Islândia seguiria sozinha e, atendendo às suas características, poderia transformar-se num exemplo mundial de como sair da crise sem estender a mão à Banca internacional. Um exemplo perigoso demais.
Graças a esta política de não pactuar com os interesses descabidos do neo-liberalismo instalado na Banca, e de não pactuar com o formato do actual capitalismo (estado de selvajaria pura) a Islândia conseguiu, aliada a uma política interna onde os islandeses faziam sacrifícios, mas sabiam porque os faziam e onde ia parar o dinheiro dos seus sacrifícios, sair da recessão já no 3º Trimestre de 2010.
O Governo islandês (comandado por uma senhora de 66 anos) prossegue a sua caminhada, tendo conseguido sair da bancarrota e preparando-se para dias melhores. Os cidadãos estão com o Governo porque este não lhes mentiu, cumpriu com o que o referendo dos 93% lhe tinha ordenado, e os islandeses hoje sabem que não estão a sustentar os corruptos banqueiros do seu país nem a cobrir as fraudes com que durante anos acumularam fortunas monstruosas. Sabem também que deram uma lição à máfia bancária europeia e mundial, pagando-lhes o juro justo pelo que pediram, e não alinhando em especulações. Sabem ainda que o Governo está a trabalhar para eles, cidadãos, e aquilo que é sector público necessário à manutenção de uma assistência e segurança social básica, não foi tocado.
Os islandeses sabem para onde vai cada cêntimo dos seus impostos.
Não tardarão meia dúzia de anos, que a Islândia retome o seu lugar nos países mais desenvolvidos do mundo.
O actual Governo Islandês, não faz jogadas nas costas dos seus cidadãos. Está a cumprir, de A a Z, com as promessas que fez.
Se isto servir para esclarecer uma única pessoa que seja deste pobre país aqui plantado no fundo da Europa, que por cá anda sem eira nem beira ao sabor dos acordos milionários que os seus governantes acertam com o capital internacional, e onde os seus cidadãos passam fome para que as contas dos corruptos se encham até abarrotar, já posso dar por bem empregue o tempo que levei a escrever este artigo.
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