A Cultura da Cunha
Henrique Medina Carreira no Plano Inclinado do último sábado
sobre a pouca importância que é dada à formação ou preparação no nosso país :
(cerca do minuto 10:30)
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/plano-inclinado/2011/1/a-economia-e-as-financas-em-portugal---dr-luis-nazare-31-01-2011-145440.htm
P.S.: não fiz embed do video pois não vejo grande necessidade de sobrecarregar esta página.
sobre a pouca importância que é dada à formação ou preparação no nosso país :
(cerca do minuto 10:30)
Acho é que em Portugal nunca se deu o devido valor à preparação
e não se deu o devido valor à preparação porque nós somos um país de cunhas
As pessoas só acreditam na cunha, não acreditam no mérito
e portanto o mérito é aquele que resulta de ter um padrinho padre ou ministro
ou secretário de estado ou chefe de governo ou qualqer coisa
Os portugueses acreditam que se sobe na vida com cunha
agora quer-se fazer acreditar que se sobe na vida com diploma que é o substituto
da cunha , é para analfabetos também , mas o diploma vem junto da cunha...
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/plano-inclinado/2011/1/a-economia-e-as-financas-em-portugal---dr-luis-nazare-31-01-2011-145440.htm
P.S.: não fiz embed do video pois não vejo grande necessidade de sobrecarregar esta página.
"In my whole life, I have known no wise people over a broad subject matter area who didn't read all the time - none, zero" - Charlie Munger
"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
Já tinha publicado o seguinte post noutro tópico, mas parece-me que faz sentido aqui tb:
http://theportugueseeconomy.blogspot.com/2010/03/portuguese-brain-drain.html
http://theportugueseeconomy.blogspot.com/2010/03/portuguese-brain-drain.html
Paulo said...
Interesting subject. I'm one of those graduates who decided to experience another part of the world. I've left Lisbon in 2008 and I've been living in Stockholm since then.
I didn't leave due to lack of job opportunities. I graduated in Computer Science from Instituto Superior Técnico which is still a prolific area/industry, so me and my peers didn't have any problem finding a job. Most of us actually had contracts signed before ending our degrees.
(...)
Speaking from my personal perspective and experience, there are economical factors and social factors.
Economically, the salaries for recent graduates in Portugal are miserable. They don't allow a recent graduate to live indepedently. Well, they do allow him to survive independtly which is something completly different than living.
(...)
Also, our working culture is not based on meritocracy. There were few times I heard my manager saying to me "Good job Paulo!". I would instead hear "You just did your job" (Não fizeste mais que o teu trabalho). This doesn't keep people motivated.
Pedro M said...
After graduation I had my first industry experience working in Portugal. Then I worked for a german company and since then I continued my career in the north of Europe. Even if the wages were the same I would still prefer to work abroad because, in my opinion, the ethics and work culture in Portugal are an obstacle to achieving results and producing quality work. There are too many people in the wrong positions and too many decisions based on friendships and self-interests. In this environment a lot of effort is needed to lobby our work, at the end it is more politics than engineering, it results in frustration and low quality results. A shift in work culture is needed, before it becomes a good option to work in Portugal.
Daniel said...
The reason I have moved to the Netherlands wasn't based (only) on a pursuit for better wages or life. Besides personal reasons, I tend to agree with the perspectives of the first and third comments. Meritocracy. Where I work, results, hard work, creativity and all other set of skills that can improve or meet the organization's goals and targets are truly appreciated and embraced. And promoted. That really makes the difference.
Alfred the Pug said...
(...)
The problem with Portugal is what is called "Factor C": the effect of the "cunha." Those who know people can get high paying jobs regardless of their personal merit. I remember, not too fondly, that one of my former high school classmates, who got caught cheating at a private university and was expelled, is now teaching at a public university and is the director of a private business--yes, his parents are loaded.
As an immigrant, I have not been treated very nicely by the people I left behind. Trying to get stuff done in Portugal is a nightmare and more often than not, someone is trying to rip you off. The average Portuguese is a little crook, he's always trying to use other people to get ahead or trying to get money for little effort. If the Portuguese really wanted a better system they would demand one. But most of the time, they are very willing to put up with the system if it benefits them. So now, they must pay the price.
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"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
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AutoMech Escreveu:A-330 Escreveu:o que diria ao filho de um amigo em frente a ele é que teria preferência para entrar se tivesse as qualificações exigidas , mas sairia à mesma velocidade dos outros. A cunha serviria só para entrar , não para manter o lugar.
Isso não me choca absolutamente nada se a empresa for privada.
Aliás, numa empresa privada o empresário deve poder contratar com os critérios que muito bem entender, seja porque o candidato é do Sporting ou porque gostou do decote da candidata. É ele que paga o ordenado e se quiser meter um mentecapto, baseado em critérios estúpidos é com ele (embora se o fizer revela falta de inteligência e é alguém para quem jamais gostaria de trabalhar).
Já se for no sector público é favorecimento e altamente condenável porque o ordenado é pago com os nossos impostos.
Mas eu não gostaria de contribuir para o pagamento das reformas desses senhores. Os gestores das empresas privadas podem pagar e fazerem o que quiserem desde que facultem a informação correcta, que não fujam ao fisco, que cumpram com as suas obrigações e não me façam pagar pelas remunerações milionárias que atribuem a si próprios e aos amigos.
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CGD já deu emprego 23 ex-ministros e secretários de Estado
Banco detido totalmente pelo Estado, a Caixa Geral de Depósitos já deu emprego a 23 antigos ministros e secretários de Estado, depois destes terem cessado funções governamentais. A notícia é avançada na edição desta quinta-feira do jornal Diário de Notícias, que, no entanto, recorda que este não é um «privilégio» exclusivo do banco estatal – também a PT, EDP e Galp, empresas com participações do Estado, já receberam ex-governantes.
A conclusão surge no seguimento de uma longa investigação sobre o estado do Estado que o DN tem vindo a publicar nos últimos dias, com a edição de hoje a deixar a certeza de que ser um antigo ministro é mesmo a melhor profissão.
Para estes ex-governantes, assim como para antigos chefes de gabinete, assessores e secretários de Estado, as empresas do Estado ou com fortes participações estatais acabam funcionando como prateleiras douradas quando a «comissão de serviço» no Governo termina, ainda que a grande maioria não tenha sequer grandes conhecimentos sobre as áreas para onde transita. O que, por outro lado, não impede que passem a ganhar mais do que auferiam nos ministérios.
De acordo com o DN, a grande maioria passa a auferir mesmo de vencimentos mais altos do que o primeiro-ministro, podendo mesmo chegar aos 20 mil euros/mês, mais direito a carros de serviço, telemóvel e cartão de crédito.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=488141
Nem a propósito:
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=487686
PSD/Porto: Marco António pede «decoro» a distrital do PS
Marco António Costa apelou esta noite ao presidente da federação distrital do PS/rto para ter «algum decoro», acusando os socialistas de «convidar e contratar» pelas suas «relações familiares» funcionários não clínicos para vários hospitais do distrito.
«Deixo o apelo público ao presidente da federação distrital do PS que é preciso algum decoro com o que se está a passar em alguns hospitais. Chega de convidar e contratar para os quadros não clínicos funcionários que, entrando à pressão, a única coisa que os recomenda são as relações familiares com altos dirigentes do Partido Socialista», disse o presidente da distrital do PSD/Porto, durante um jantar dos órgãos da distrital e concelhias sociais-democratas.
O também vice-presidente da comissão política nacional do PSD disse mesmo não querer «entrar na política do dedo em riste e apontar individualmente casos», mas adiantou que já fez «suficientes avisos para que as pessoas ganhem juízo e respeitem o que é um dever de isenção e lealdade no exercício de funções públicas».
Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=487686
pdcarrico Escreveu:Caro Auto,
Eu entendo o teu ponto de vista. O capital como origem é um pouco como os Pais como origem dos filhos. Sem eles não haveriam filhos. Essa condição dá-lhes direitos de educação, de acompanhamento. Dá-lhes também deveres.
Mas uma empresa, assim como um filho, passa a ter vida própria, passa a ser importante para outras pessoas e não apenas para quem as gerou.
De um ponto de vista prático, eu aceito que o accionista tenha poderes de gestão - faz parte de um acordo em que ele troca esse poder de gestão com a circunstância de ser o último a ser remunerado. Agora se a gestão é danosa, o prejuízo é de todos e o empresário deve sofrer censura. Era isto que queria dizer.
Abraço!
Sim Pedro, estamos completamente de acordo. A cunha é algo mais do que censurável e, como disse o Risco, um cancro. Ainda assim penso que no sector privado a cunha está longe de ser um problema de relevo (posso estar enganado). Já no público a percepção geral é a de uma situação horrível.
Eu preferia que fosse ao contrário.

Caro Auto,
Eu entendo o teu ponto de vista. O capital como origem é um pouco como os Pais como origem dos filhos. Sem eles não haveriam filhos. Essa condição dá-lhes direitos de educação, de acompanhamento. Dá-lhes também deveres.
Mas uma empresa, assim como um filho, passa a ter vida própria, passa a ser importante para outras pessoas e não apenas para quem as gerou.
De um ponto de vista prático, eu aceito que o accionista tenha poderes de gestão - faz parte de um acordo em que ele troca esse poder de gestão com a circunstância de ser o último a ser remunerado. Agora se a gestão é danosa, o prejuízo é de todos e o empresário deve sofrer censura. Era isto que queria dizer.
Abraço!
Eu entendo o teu ponto de vista. O capital como origem é um pouco como os Pais como origem dos filhos. Sem eles não haveriam filhos. Essa condição dá-lhes direitos de educação, de acompanhamento. Dá-lhes também deveres.
Mas uma empresa, assim como um filho, passa a ter vida própria, passa a ser importante para outras pessoas e não apenas para quem as gerou.
De um ponto de vista prático, eu aceito que o accionista tenha poderes de gestão - faz parte de um acordo em que ele troca esse poder de gestão com a circunstância de ser o último a ser remunerado. Agora se a gestão é danosa, o prejuízo é de todos e o empresário deve sofrer censura. Era isto que queria dizer.
Abraço!
Pedro Carriço
pdcarrico Escreveu:Capital e trabalho ... ou julgas que é possível montar uma empresa só com dinheiro. E nem vale a pena dizer que o trabalho está a ser remunerado e que por isso não tem direitos, uma vez que a empresa se dedica a remunerar todos (accionistas, trabalhadores, credores, etc...), embora com prioridades diferentes.
Sim, é com trabalho Pedro. A questão é que, se um dia o empresário não tivesse decidido montar a empresa, o trabalho nunca vai existir. Na origem da empresa está sempre o capital.
Não faz, por isso, sentido que o empresário não possa escolher livremente as pessoas que quer e os fornecedores que quer.
pdcarrico Escreveu:Escolher alguém por ter decote ou ser do Sporting, parece-me que, ainda que cabendo nos limites do legal, cai numa esfera que merece censura. E no final todos perdemos se a empresa é mal gerida. Perdemos impostos, perdemos emprego e perdemos riqueza.
No fundo concordamos. Eu também critico se o tipo contratar alguém porque é do Sporting. Seria um idiota. Mas deve poder fazê-lo, como referi na primeira mensagem.
Há uma distinção entre o poder e o dever. Eu acho que não deve. Mas penso que tem de poder.
E se não concordarmos com isto (pareceu-me que tu e o Risco discordaram), temos de defender concursos públicos obrigatórios para empregados e fornecedores, também nas empresas privadas, o que para mim seria absolutamente inaceitável.
AutoMech Escreveu:
Empregados, fornecedores e credores são pagos com o dinheiro gerado pelos clientes duma empresa (lucrativa), e apenas existem, no limite, porque o capital apareceu para criar a empresa (sem capital não há nenhum dos outros).
Capital e trabalho ... ou julgas que é possível montar uma empresa só com dinheiro. E nem vale a pena dizer que o trabalho está a ser remunerado e que por isso não tem direitos, uma vez que a empresa se dedica a remunerar todos (accionistas, trabalhadores, credores, etc...), embora com prioridades diferentes.
AutoMech Escreveu:
Eu compreendo o teu ponto de vista (e condeno obviamente as cunhas como já disse).
O problema é mesmo esse. Eu tolero as cunhas em algumas circunstâncias. Noutras tenho o direito de censurar e de certa forma a minha censura terá algum efeito, quanto mais não seja porque ao mostrar a cunha como absurda, esta será mais fácil de prevenir.
AutoMech Escreveu:
Mas sou um anti-ingerência de qualquer tipo nas empresas (a não ser legislação minimamente necessária, regulação e fiscalização) e, como tal, incluo a politica de RH nessa liberdade.
O não concordares com o facto de alguém contratar um amigo menos competente do que um desconhecido, implica que haja solução para o problema, o que me parece não haver.
Um artigo num jornal denunciando uma cunha escandalosa é uma forma de ingerência à qual eu bateria palmas. Isso não significa que legalmente se possa fazer alguma coisa. Como disse antes, em certos casos a "cunha" pode fazer sentido como por exemplo num grupo familiar em que se processa uma sucessão.
Escolher alguém por ter decote ou ser do Sporting, parece-me que, ainda que cabendo nos limites do legal, cai numa esfera que merece censura. E no final todos perdemos se a empresa é mal gerida. Perdemos impostos, perdemos emprego e perdemos riqueza.
Pedro Carriço
pdcarrico Escreveu:
Na primeira parte discordo. É o capital que forma a empresa, mas não só. A certa altura a empresa é uma entidade autónoma com responsabilidades diversas sobre vários agentes - com os empregados, clientes, fornecedores, credores e accionistas.
Empregados, fornecedores e credores são pagos com o dinheiro gerado pelos clientes duma empresa (lucrativa), e apenas existem, no limite, porque o capital apareceu para criar a empresa (sem capital não há nenhum dos outros).
Eu compreendo o teu ponto de vista (e condeno obviamente as cunhas como já disse).
Mas sou um anti-ingerência de qualquer tipo nas empresas (a não ser legislação minimamente necessária, regulação e fiscalização) e, como tal, incluo a politica de RH nessa liberdade.
O não concordares com o facto de alguém contratar um amigo menos competente do que um desconhecido, implica que haja solução para o problema, o que me parece não haver.
AutoMech Escreveu:Mas Risco e Pdcarriço, um empresário, uma vez que arrisca o seu dinheiro, deve poder fazer o que muito bem entender em termos de politica de RH. É ele em primeira instância que irá sofrer no bolso aquilo que de bem (ou neste caso de mal) fizer.
Não concordam ?
Até porque é extremamente difícil eliminar o conceito da cunha. Uma boa forma de o fazer, quanto a mim, é liberalizar mais o mercado de forma a que as empresas contratem sem medo, competindo pelos bons quadros e dando as oportunidades aos competentes. Mas parece que isso cria alguns papões neste país.
Na segunda parte concordo ... é difícil eliminar o conceito de cunha, e eu próprio já aqui disse que até sou tolerante porque não há forma que não seja um pouquinho arbitrária na contratação. E concordo também que deva haver maior liberalização no mercado laboral.
Na primeira parte discordo. É o capital que forma a empresa, mas não só. A certa altura a empresa é uma entidade autónoma com responsabilidades diversas sobre vários agentes - com os empregados, clientes, fornecedores, credores e accionistas.
A única regalia/privilégio que assiste exclusivamente ao accionista é a de direito de gestão. Mas até esse, em caso de insolvência pode ser perdido.
Pedro Carriço
Mas Risco e Pdcarriço, um empresário, uma vez que arrisca o seu dinheiro, deve poder fazer o que muito bem entender em termos de politica de RH. É ele em primeira instância que irá sofrer no bolso aquilo que de bem (ou neste caso de mal) fizer.
Não concordam ?
Até porque é extremamente difícil eliminar o conceito da cunha. Uma boa forma de o fazer, quanto a mim, é liberalizar mais o mercado de forma a que as empresas contratem sem medo, competindo pelos bons quadros e dando as oportunidades aos competentes. Mas parece que isso cria alguns papões neste país.
Não concordam ?
Até porque é extremamente difícil eliminar o conceito da cunha. Uma boa forma de o fazer, quanto a mim, é liberalizar mais o mercado de forma a que as empresas contratem sem medo, competindo pelos bons quadros e dando as oportunidades aos competentes. Mas parece que isso cria alguns papões neste país.
AutoMech Escreveu:Aliás, numa empresa privada o empresário deve poder contratar com os critérios que muito bem entender, seja porque o candidato é do Sporting ou porque gostou do decote da candidata. É ele que paga o ordenado e se quiser meter um mentecapto, baseado em critérios estúpidos é com ele (embora se o fizer revela falta de inteligência e é alguém para quem jamais gostaria de trabalhar).
Não sei se concordo... quer dizer o patrão pode contratar quem quiser legalmente, mas isso não significa que não mereça censura.
Eu acho que faz sentido o que dizes, se olharmos para uma oportunidade como um elemento de formação. Por exemplo da mesma forma que um Pai paga uma pós-graduação ou um curso a um filho, pode abrir-lhe as portas para um estágio ou uma profissão onde pode ir aprendendo.
Agora do nada, colocar um amigo/parente/filho como director/administrador/etc.. sem a menor justificação técnica, só descredibiliza a empresa. Eu dei o exemplo do Paulo Azevedo porque me parece justamente que começou "por baixo" e quando ganhou algumas competências viu o seu talento reconhecido por todos e pode emergir como líder natural.
Pedro Carriço
Pensamento demasiadamente micro AutoMech . Quando em termos Macro observamos uma situação como a actual isso significa que está na hora de tomar medidas...
As baixas eficiência, produtividade e competitividade portuguesas (as principais causas da nossa eventual futura saída da zona euro) estão intimamente relacionadas com este cancro no mercado de trabalho.
Não só são prejudicadas as empresas ( e o país) de forma directa e imediata por contratarem piores funcionários ( do que aquilo que seria possível) no presente , como acabam por voltar a ser prejudicadas no futuro via o menor incentivo a estudar e adquirir qualificações por parte dos estudantes ( e logo via piores contratações no futuro) .
veja-se por exemplo o texto que a Pata publicou:
Assim se explica, em grande medida, o miserável estado a que chegámos...
As baixas eficiência, produtividade e competitividade portuguesas (as principais causas da nossa eventual futura saída da zona euro) estão intimamente relacionadas com este cancro no mercado de trabalho.
Não só são prejudicadas as empresas ( e o país) de forma directa e imediata por contratarem piores funcionários ( do que aquilo que seria possível) no presente , como acabam por voltar a ser prejudicadas no futuro via o menor incentivo a estudar e adquirir qualificações por parte dos estudantes ( e logo via piores contratações no futuro) .
veja-se por exemplo o texto que a Pata publicou:
Sociedades com fraca mobilidade social afiguram-se desprovidas do principal estímulo ao empreendorismo: superar os pares mediante esforço despendido e riscos assumidos. Dizia para concluir: Portugal caracteriza-se por uma longa história de emigração bem sucedida e por forte abandono escolar.
Estes factos parecem apontar para a percepção de insuficientes recompensas internas para esforço e/ou risco: um sinal de fraca mobilidade social.
Assim se explica, em grande medida, o miserável estado a que chegámos...
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"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
A-330 Escreveu:o que diria ao filho de um amigo em frente a ele é que teria preferência para entrar se tivesse as qualificações exigidas , mas sairia à mesma velocidade dos outros. A cunha serviria só para entrar , não para manter o lugar.
Isso não me choca absolutamente nada se a empresa for privada.
Aliás, numa empresa privada o empresário deve poder contratar com os critérios que muito bem entender, seja porque o candidato é do Sporting ou porque gostou do decote da candidata. É ele que paga o ordenado e se quiser meter um mentecapto, baseado em critérios estúpidos é com ele (embora se o fizer revela falta de inteligência e é alguém para quem jamais gostaria de trabalhar).
Já se for no sector público é favorecimento e altamente condenável porque o ordenado é pago com os nossos impostos.
Venha aquele que diz que não poria uma cunha por um filho e atire a primeira pedra.
Se eu fosse mais chefe do que apenas das minhas finanças o que diria ao filho de um amigo em frente a ele é que teria preferência para entrar se tivesse as qualificações exigidas , mas sairia à mesma velocidade dos outros. A cunha serviria só para entrar , não para manter o lugar.
A330
Se eu fosse mais chefe do que apenas das minhas finanças o que diria ao filho de um amigo em frente a ele é que teria preferência para entrar se tivesse as qualificações exigidas , mas sairia à mesma velocidade dos outros. A cunha serviria só para entrar , não para manter o lugar.
A330
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Nem de propósito, esta questão da mobilidade social:
Portugal visto de fora
07 Janeiro2011 | 12:04
Cristina Casalinho
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OpiniãoPortugal visto de fora OpiniãoHeróis OpiniãoO dilema da política VER MAISRecentemente, perguntei a um economista estrangeiro (suíço), que acompanha a economia portuguesa e cuja opinião prezo, qual considerava ser o maior obstáculo ao crescimento nacional.
Depois de pensar um momento, disse: falta de mobilidade. E foi dando exemplos.
Falta mobilidade estudantil. Na maioria das economias desenvolvidas, os estudantes saem de casa dos pais por volta dos 17/18 anos para estudar. Este abandono do lar impõe o desenvolvimento de características de independência, capacidade de resolução de problemas e criatividade. Estimula, em muitos casos, a conjugação de empregos a tempo parcial com a actividade académica como complemento de rendimento. Em Portugal, embora o programa Erasmus esteja a mudar comportamentos tradicionais, os jovens, efectivamente, tendem a sair de casa dos pais tarde. Para este facto, aparentemente, contribui a quase inexistência de mercado de arrendamento e a precariedade laboral a que muitos jovens estão sujeitos.
A mobilidade geográfica é limitada. Os portugueses tendem a procurar emprego na zona da sua residência e manifestam alguma relutância em afastar-se. Nas novas gerações, existe maior mobilidade. Contudo, a procura privilegia locais de trabalho próximos da área de residência ou na vizinhança da rede de apoio tradicional (família mais chegada). A aquisição de casa própria imposta pela rarefacção de alternativas de arrendamento e a escassez (em fase de correcção) de redes de apoio ao nível de creches e de auxílio a idosos podem ajudar a justificar estes comportamentos.
A mobilidade laboral é exígua. Apesar dos progressos recentes, tradicionalmente, favoreciam-se situações laborais duradouras, quer ao nível da empresa, quer ao nível da área funcional. Na geração actualmente com 60 anos, predominava o emprego para a vida, quer no que respeita à empresa, quer à área de trabalho, olhando-se com desconfiança quem havia mudado frequentemente de emprego, de função ou departamento. Entre as pessoas que hoje têm cerca de 40 anos, a realidade é diversa, os "curricula" apresentam maior número de experiências profissionais, embora ainda se esteja aquém do que se observa na maioria dos países desenvolvidos. A parca falta de mobilidade laboral estará associada a menor propensão a correr riscos, mas também à percepção de dualidade no mercado de trabalho. É no grupo dos trabalhadores com mais de 50 anos que se encontra a maior fatia do desemprego de longa duração. Os mais velhos receiam que aventuras laborais acarretem perda do posto de trabalho, empurrando-os para o desemprego permanente. Por seu turno, as novas gerações, frequentemente, caiem numa sucessão instável de trabalhos, eventualmente pouco estimulantes e gratificantes; mas, sobretudo com reduzidas perspectivas de progressão.
A mobilidade social é condicionada. Países com histórias de fortes movimentos imigratórios tendem a revelar-se sociedades com assinalável mobilidade social, com gosto pelo empreendedorismo, com vocação para o risco e aceitação do fracasso. Como está largamente documentado, não é a melhoria geral colectiva que estimula os agentes económicos a perseverar, mas a existência de capacidade de obtenção de progressos relativos. Esta potencialidade é conferida pela mobilidade social. Tal não quer, contudo, dizer sociedades fortemente assimétricas (bem, pelo contrário). As sociedades do centro e norte da Europa têm conseguido oferecer mobilidade social, evitando assimetria social disruptora. Tende a arriscar quem considera que poderá ser recompensado pelo risco incorrido. Sociedades com fraca mobilidade social afiguram-se desprovidas do principal estímulo ao empreendorismo: superar os pares mediante esforço despendido e riscos assumidos. Dizia para concluir: Portugal caracteriza-se por uma longa história de emigração bem sucedida e por forte abandono escolar.
Estes factos parecem apontar para a percepção de insuficientes recompensas internas para esforço e/ou risco: um sinal de fraca mobilidade social.
Economista-chefe do Banco BPI
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Re: A Cultura da Cunha
Elias Escreveu:RiscoCalculado Escreveu:É contra os que a toleram, o que representará, mais coisa menos coisa, 99 por cento dos nossos concidadãos.
Talvez isso explique porque é que ele tem 1% nas sondagens
Bate certo, bate certo!

A alegria de um "trader" é pôr-se atrás e ficar à frente
pdcarrico Escreveu:Eu conheci vários desses cancros como dizes ... mas às vezes fico a pensar ... será que na óptica deles os cancros eram outros ... ou pior, será que alguém já me considerou um cancro.
É interessante esta afirmação, porque onde trabalho andei a fazer uma avaliação superficial, sem intuito de investigação, e cheguei à conclusão que todos os meus colegas acham que são excelente trabalhadores e que o problema está nos outros colegas. Contudo, os outros colegas diziam o contrário

Pelo menos na minha auto-avaliação tenho 80% de excelente trabalhador e 20% de péssimo! Mas pelo menos não sou hipócrita em achar que tudo o que faço é bom e que o problema está nos colegas...
A cunha é parte do Porreirismo Social (fundado com o célebre "Porreiro, pá!") que se vive em Portugal, mais um tique que nos é quase genético, à semelhança da unhaca crescida do dedo mindinho, qual canivete suiço, nos permite limpar ouvidos e espaços entre os dentes, dedilhar as cordas de uma guitarra portuguesa ou mesmo separar parafusos numa qualquer drogaria!
PS - Obviamente que os 20% de péssimo funcionário se devem a questões organizacionais e de subordinação hierárquica!

"O candidato Defensor Moura fez saber que concorre contra os portugueses que toleram a cunha"
Esta frase obriga-me a dizer: "JÁ NÃO HÁ VERGONHA".
Queiram fazer uma investigação ao Município de Viana do Castelo, ao tempo em que este SENHOR era Presidente e verifiquem a quantidade de cunhas que por lá andaram. Impressionante.
"JÁ NÃO HÁ VERGONHA".
Presa35

Esta frase obriga-me a dizer: "JÁ NÃO HÁ VERGONHA".
Queiram fazer uma investigação ao Município de Viana do Castelo, ao tempo em que este SENHOR era Presidente e verifiquem a quantidade de cunhas que por lá andaram. Impressionante.
"JÁ NÃO HÁ VERGONHA".



Presa35
mandachuva Escreveu:Logicamente que nas empresas privadas a cunha tende a ser consideravelmente menos expressiva, até porque a incompetência pagas-se caro.
Será?! Conheço bastantes caso na Banca e Seguros assim como ao nível dos quadros intermédios de grandes empresas (aí também ao nível da promoção não baseado em competências mas em amizade).
De qualquer forma, o tema é muito pouco exacto

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Dentro dos posts anteriores penso que o problema é realmente a distinção entre "networking" e cunha.
Infelizmente em Portugal não existe networking, mas apenas "amiguismo". A diferença? o networking é baseado em competências profissionais, o amiguismo em amizades.
A cunha é um favor, uma recomendação, não sendo baseada em histórico, trabalho ou sucessos, existe apenas com base do conheço quem me disse que é um gajo porreiro, num "está bem, não duvido que seja muito bom, mas é amigo de quem?!".
O networking faz girar as pessoas competentes e agiliza o mercado de trabalho.
O amiguismo torna o recrutamento completamente aleatótio. Às vezes tem-se sorte, outras vezes...
Infelizmente em Portugal não existe networking, mas apenas "amiguismo". A diferença? o networking é baseado em competências profissionais, o amiguismo em amizades.
A cunha é um favor, uma recomendação, não sendo baseada em histórico, trabalho ou sucessos, existe apenas com base do conheço quem me disse que é um gajo porreiro, num "está bem, não duvido que seja muito bom, mas é amigo de quem?!".
O networking faz girar as pessoas competentes e agiliza o mercado de trabalho.
O amiguismo torna o recrutamento completamente aleatótio. Às vezes tem-se sorte, outras vezes...
Editado pela última vez por Visitante em 7/1/2011 19:58, num total de 1 vez.
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RiscoCalculado Escreveu:
Não acho mal que tenha sido recomendado por uma amiga (dado q ele tinha merecimento para o lugar), o que está mal é a pessoa responsável não ter olhado para o currículo.
Naquele caso em particular era uma pessoa recomendada e até tinha merecimento - isso para mim está OK
outro caso/s ( e estes são a maioria ) é quando se trata de pessoas recomendadas mas que não têm merecimento ou existem outras ainda com muito maior merecimento....
Quantos e quantos casos existem de pessoas que são recomendadas e atravancam as empresas sem terem qq qualificação/merecimento para o cargo q desempenham. São verdadeiros cancros na nossa sociedade.
Toda a gente concordará com o texto nesses termos. O problema é que mesmo a noção de competência é muitas vezes pouco objectiva. Eu conheci vários desses cancros como dizes ... mas às vezes fico a pensar ... será que na óptica deles os cancros eram outros ... ou pior, será que alguém já me considerou um cancro.
Porque competência inclui por exemplo capacidade de motivar os outros e trabalho em equipa. Quando uma equipa não funciona, é uma questão relacional e não necessariamente de competência individual.
Uma vez fiz um curso de verão em Estocolmo e na família onde fiquei, falaram-me uma vez de um engenheiro Sueco brilhante, que antes de enriquecer, trabalhou numa empresa e tinha tão mau feitio que acabou despedido. Mais tarde e já rico (porque tecnicamente era muito bom) vingou-se e comprou a empresa e ficou patrão de quem o tinha despedido. Tinha o que se pode considerar uma competência muito direccionada, mas em termos de relações profissionais era verdadeiramente um cancro.
Pedro Carriço
Pessoalmente tb penso que é preciso fazer algumas distinções.
E o Daniel Oliveira tb fala disso no texto..
Não acho mal que tenha sido recomendado por uma amiga (dado q ele tinha merecimento para o lugar), o que está mal é a pessoa responsável não ter olhado para o currículo.
Naquele caso em particular era uma pessoa recomendada e até tinha merecimento - isso para mim está OK
outro caso/s ( e estes são a maioria ) é quando se trata de pessoas recomendadas mas que não têm merecimento ou existem outras ainda com muito maior merecimento....
Quantos e quantos casos existem de pessoas que são recomendadas e atravancam as empresas sem terem qq qualificação/merecimento para o cargo q desempenham. São verdadeiros cancros na nossa sociedade.
E o Daniel Oliveira tb fala disso no texto..
E, de facto, umas semanas depois fui convidado para trabalhar num jornal. Insisti: antes de discutir as condições e o meu salário queria que soubessem mais de mim. Enviei o tal portefólio. Quando cheguei à entrevista para se acertarem as coisas percebi que já havia boa impressão. Fiquei, claro, satisfeito. Só que a conversa continuou e rapidamente compreendi que quem me estava a contratar nem tinha olhado para o que eu tinha enviado. Na realidade, nada sabia sobre mim de forma direta. Uma colega tinha dado boas indicações. E isso é que contava. Dava-se o caso da colega em causa, fiquei a saber, ser minha amiga. Claro que só diria coisas boas a meu respeito. E foi assim que comecei a trabalhar numa empresa onde quem me contratou mais não tinha sobre mim do que umas frases abonatórias.
Não acho mal que tenha sido recomendado por uma amiga (dado q ele tinha merecimento para o lugar), o que está mal é a pessoa responsável não ter olhado para o currículo.
Naquele caso em particular era uma pessoa recomendada e até tinha merecimento - isso para mim está OK
outro caso/s ( e estes são a maioria ) é quando se trata de pessoas recomendadas mas que não têm merecimento ou existem outras ainda com muito maior merecimento....
Quantos e quantos casos existem de pessoas que são recomendadas e atravancam as empresas sem terem qq qualificação/merecimento para o cargo q desempenham. São verdadeiros cancros na nossa sociedade.
"In my whole life, I have known no wise people over a broad subject matter area who didn't read all the time - none, zero" - Charlie Munger
"Entre os seres humanos, existe uma espécie de interacção que assenta não nos conhecimentos, nem sequer na falta de conhecimentos, mas no facto de não se saber quanto não se sabe ..." - John Kenneth Galbraith
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