Stiglitz adverte que a Europa arrisca nova recessão devido a
Re: O alcance das palavras de Krugman... em 2002
Muffin Escreveu:
O artigo versa un período sobre da economia Americana que vai de +-1930 a 1945, anterior pois aos esforços de reconstrução.
A "indústria de guerra", como a define, é um sorvedouro de investimento improdutivo, o que reforça o argumento de que naquele período o aumento brutal do déficit e da dívida levou ao crescimento, resolvendo o segundo e mitigando o primeiro. Relativamente aos factos apresentados pouco vejo com o que discordar ou considerar desonesto.
Como o próprio título indica, o artigo reporta-se ao período de 1938 até final da 2.ª Grande Guerra Mundial.
Improdutivo ou não, resultou em crescimento nominal. E num conflito daquela dimensão pode-se quase dizer que todo o crescimento se ficou a dever à Guerra. Após o final do conflito, com a Europa e o Japão em ruínas e a começarem praticamente do zero, era inevitável que o crescimento continuasse.
Veja-se o caso japonês: após o estoiro da bolha do mercado accionista e imobiliária em 1990, o Japão aumentou a oferta de dinheiro e incorreu em estímulos públicos elevados até finais da mesma década.
O resultado é que tais políticas não funcionaram e o Japão, neste momento, e devido ao elevado défice, não pode permitir que as taxas de juro subam para níveis normais.
Pode-se até dizer que o Japão ficou preso na armadilha de liquidez.
cumps
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Re: O alcance das palavras de Krugman... em 2002
migluso Escreveu:Mas acha honesta a comparação do Sr. Krugman?
Primeiro a industria de guerra e depois a reconstrução da maior parte do mundo foram as principais razões do crescimento.
cumps
O artigo versa un período sobre da economia Americana que vai de +-1930 a 1945, anterior pois aos esforços de reconstrução.
A "indústria de guerra", como a define, é um sorvedouro de investimento improdutivo, o que reforça o argumento de que naquele período o aumento brutal do déficit e da dívida levou ao crescimento, resolvendo o segundo e mitigando o primeiro. Relativamente aos factos apresentados pouco vejo com o que discordar ou considerar desonesto.
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Re: O alcance das palavras de Krugman... em 2002
Muffin Escreveu:Que bolhas?! E a que custo? Quantos mais têm que perder o emprego e entrar em situações insustentáveis?
Neste momento, há sinais de bolhas no mercado obrigacionista e determinadas matérias primas têm tido movimentos acentuados.
É impossível dizer se irão acabar em bolhas ou não. Mas existe esse risco.
Muffin Escreveu:Se não há procura e todos poupam, não há investimento e aumenta o desemprego, deixando a deflação de lado. Se não houver aumento da procura não haverá crescimento, e o problema eterniza-se.
Infelizmente, também há esse risco. Mas o Japão prova que também pode acontecer o inverso. Deflação ou inflação perto de zero e baixas taxas de desemprego em simultâneo.
Na minha opinião, um dos papeis do Estado deverá ser a protecção dos desempregados. Não dos empregados. E não, o problema do desemprego poderá não se eternizar por causa da deflação. Temos o exemplo do Japão. O equilíbrio da balança comercial é bem mais importante que o recurso a défices públicos para criar emprego. Daí a valorização do yuan ser fundamental.
Muffin Escreveu:Obama contava com o crescimento para resolver a crise do Imobiliário. Não o teve e já se fala nas falências sucessivas de Bancos se houver outro choque no mercado imobiliário.
Sem ironia. Yes, I hope he can. Continuo a acreditar que Obama pode tornar o mundo um lugar melhor para se viver. Coisas que ultrapassam a economia, apesar da boa saúde desta ser essencial para criar o "ambiente" indispensável para iniciar o início da mudança, passe o pleonasmo.
Muffin Escreveu:Nada do afirmado é extrapolável para Portugal per se, e penso que esse é um erro que fazemos inadvertidamente. Portugal está inserido dentro de um espaço comum chamado Euro e nada pode fazer por si só... aliás pode... escavar o buraco onde se mete!
Para Portugal, então, ainda faz menos sentido falar em défices elevados para estimular a economia. No contexto da moeda única não existe o instrumento de desvalorização da moeda. Juros mais elevados sem a capacidade de impressão de moeda dá em aperto do cinto e aumento de impostos, logo menor crescimento. O tiro sai-nos pela culatra.
Muffin Escreveu:
Mais uma vez afirmo que a conclusão não procede.
Concebe Investimento menos produtivo que fazer armas e munições para serem destruídos?! (e bastantes infraestruturas, diga-se).
Imagine se esse Investimento tivesse sido canalizado em meios tecnológicos e de produção...
O artigo versava temas económicos, não morais.
Mas acha honesta a comparação do Sr. Krugman?
Primeiro a industria de guerra e depois a reconstrução da maior parte do mundo foram as principais razões do crescimento.
cumps
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migluso Escreveu:Muffin Escreveu:Quanto à bolha... desbolhemos:
http://econlog.econlib.org/archives/200 ... _what.html
Fiquei na mesma... Nem sequer percebi se o texto em destaque são palavras do Krugman ou do DeLong.
Nem um nem o outro... é de Arnold Kling. Mas seria indiferente pois a acusação é um perfeito disparate.
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Re: O alcance das palavras de Krugman... em 2002
migluso Escreveu:Armadilha de liquidez faz parte do léxico dos keynesianos. Soa bem, mas infelizmente não corresponde à verdade. Custa-lhes admitir, das duas uma, ou provavelmente as duas:
É um termo técnico que em parte o migluso explica de seguida:
migluso Escreveu:que o sistema bancário está quase falido e, portanto, os bancos não emprestam entre si nem às famílias que mais precisariam de crédito e/ou que as famílias e empresas (estas porque não acreditam no aumento do consumo das famílias) simplesmente não se querem endividar mais. Dizem chega de crédito. Agora queremos poupar e amortizar as dívidas que o futuro é incerto. É este o comportamento racional das famílias, algo que os keynesianos parecem ignorar com a sua "invenção" da armadilha de liquidez.
Não é uma invenção, é um termo técnico que define o que em parte explicou. Há excesso de liquidez no sistema pela parte da oferta. Por outro lado não existe procura, o que provoca que a política monetária, que em situações normais seria eficaz, não surta efeito.
migluso Escreveu:A taxa de poupança das famílias está em níveis extremamente baixos, portanto a solução passa pelo desendividamento, aumento da taxa de poupança para depois se voltar a entrar num ciclo económico expansionista sustentado na economia real e não em bolhas artificiais.
Que bolhas?! E a que custo? Quantos mais têm que perder o emprego e entrar em situações insustentáveis?
Se não há procura e todos poupam, não há investimento e aumenta o desemprego, deixando a deflação de lado. Se não houver aumento da procura não haverá crescimento, e o problema eterniza-se.
Obama contava com o crescimento para resolver a crise do Imobiliário. Não o teve e já se fala nas falências sucessivas de Bancos se houver outro choque no mercado imobiliário.
migluso Escreveu:Portugal incorre em défices há 35 anos. O crescimento é dos mais anémicos da Europa. É um facto.
Chega a um ponto que os juros e serviço da dívida comerão grande parte das receitas do Estado. Leia as estimativas para o aumento da despesa pública do Japão se os juros nesta economia subissem para 3%.
Nada do afirmado é extrapolável para Portugal per se, e penso que esse é um erro que fazemos inadvertidamente. Portugal está inserido dentro de um espaço comum chamado Euro e nada pode fazer por si só... aliás pode... escavar o buraco onde se mete!
Mais uma vez afirmo que a conclusão não procede.migluso Escreveu:Sim, é surreal um académico e prémio nobel utilizar este argumento. O crescimento foi à custa da II GRANDE GUERRA MUNDIAL e não do défice per si.
The economic moral is clear: start a WORLD WAR...
Concebe Investimento menos produtivo que fazer armas e munições para serem destruídos?! (e bastantes infraestruturas, diga-se).
Imagine se esse Investimento tivesse sido canalizado em meios tecnológicos e de produção...
O artigo versava temas económicos, não morais.
Editado pela última vez por Visitante em 8/9/2010 22:50, num total de 1 vez.
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Muffin Escreveu:Quanto à bolha... desbolhemos:
http://econlog.econlib.org/archives/200 ... _what.html
Fiquei na mesma... Nem sequer percebi se o texto em destaque são palavras do Krugman ou do DeLong.
Muffin Escreveu:Quanto ao resto, não há quem defenda soluções simples. Mas há quem ataque outros sem apresentar soluções alternativas.
Só para dizer que não me serve a carapuça. E já agora, o Muffin é que não refutou nada do que eu disse para responder às suas perguntas do primeiro post.
Muffin Escreveu:Krugman é um dos principais defensores de uma actuação enérgica dos EUA de forma a obrigar a China a (re)valorizar (e não desvalorizar como referiu) a sua moeda.
Tem razão. Foi um lapso.
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Camisa Roxa Escreveu:Muffin Escreveu:como o Sr. Greenspan ou Bernake que por mais que uma vez a negaram.
o sr. bernanke e o sr. greenspan são fiéis discípulos da oratória essencial do sr. krugman: impedir através do FED a resolução natural de bolhas de investimento, i.e., evitando pequenas recessões no presente para terminar numa grande depressão no futuro
Afirmar que "o sr. bernanke e o sr. greenspan são fiéis discípulos da oratória essencial do sr. krugman" revela uma ignorância verdadeiramente avassaladora.




Editado pela última vez por Visitante em 8/9/2010 19:08, num total de 1 vez.
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[quote="Camisa Roxa"]
olha, mostrem este gráfico ao Krugman, se calhar até foi ele que o fez para o Obama quando este tentava arranjar uma desculpa esfarrapada para que o Congresso aprovasse o pacote de estímulo:
[Quadro omitido]
Errr, não percebi... Está a reconhecer que o pacote era pequeno face às necessidades ou estará a sugerir que o Investimento estatal não tem qualquer impacto sobre a taxa de desemprego?
olha, mostrem este gráfico ao Krugman, se calhar até foi ele que o fez para o Obama quando este tentava arranjar uma desculpa esfarrapada para que o Congresso aprovasse o pacote de estímulo:
[Quadro omitido]
Errr, não percebi... Está a reconhecer que o pacote era pequeno face às necessidades ou estará a sugerir que o Investimento estatal não tem qualquer impacto sobre a taxa de desemprego?
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migluso Escreveu:Muffin Escreveu:
Não estou aqui para defender ninguém, mas está a falar sobre alguém que tem acertado em praticamente tudo sobre o que se tem passado desde o princípio da crise, e que sempre fundamente o que diz e o que escreve. Especificamente sobre o crescimento da dívida americana, e a sua % do GDP.
A conclusão que retira sobre o que se fazer seria entrar noutra guerra além de disparatada, é sua.
Está a falar de alguém que defendeu a bolha imobiliária para sair da bolha tecnológica e que daqui a 3, 5 ou 7 anos, caso as suas ideias sejam aplicadas, será causador de mais um estoiro. Cada vez pior, até ao estoiro final.
Estes argumentos do Krugman são falaciosos e insultuosos. Estamos a falar do período da II GRANDE GUERRA MUNDIAL e imediatamente após. Absolutamente incomparável com o actual.
Eu não tirei conclusão nenhuma. Devia ter percebido que estava a ser sarcástico. Keynes é que disse que até a guerra é boa para o crescimento. E o Krugman parece realçar isso quando utiliza comparações deste período.
Não há soluções simples. Do meu ponto de vista, após décadas a viver à custa da poupança dos países emergentes, é inevitável um abrandamento nos países industrializados. A melhor forma para este ser minimizado seria a China desvalorizar a sua moeda de forma mais convincente.
Quanto mais cedo se fizer o ajustamento melhor.
Quanto à bolha... desbolhemos:
http://econlog.econlib.org/archives/200 ... _what.html
Quanto ao resto, não há quem defenda soluções simples. Mas há quem ataque outros sem apresentar soluções alternativas.
Krugman é um dos principais defensores de uma actuação enérgica dos EUA de forma a obrigar a China a (re)valorizar (e não desvalorizar como referiu) a sua moeda.
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Muffin Escreveu:
Não estou aqui para defender ninguém, mas está a falar sobre alguém que tem acertado em praticamente tudo sobre o que se tem passado desde o princípio da crise, e que sempre fundamente o que diz e o que escreve. Especificamente sobre o crescimento da dívida americana, e a sua % do GDP.
A conclusão que retira sobre o que se fazer seria entrar noutra guerra além de disparatada, é sua.
Está a falar de alguém que defendeu a bolha imobiliária para sair da bolha tecnológica e que daqui a 3, 5 ou 7 anos, caso as suas ideias sejam aplicadas, será causador de mais um estoiro. Cada vez pior, até ao estoiro final.
Estes argumentos do Krugman são falaciosos e insultuosos. Estamos a falar do período da II GRANDE GUERRA MUNDIAL e imediatamente após. Absolutamente incomparável com o actual.
Eu não tirei conclusão nenhuma. Devia ter percebido que estava a ser sarcástico. Keynes é que disse que até a guerra é boa para o crescimento. E o Krugman parece realçar isso quando utiliza comparações deste período.
Não há soluções simples. Do meu ponto de vista, após décadas a viver à custa da poupança dos países emergentes, é inevitável um abrandamento nos países industrializados. A melhor forma para este ser minimizado seria a China desvalorizar a sua moeda de forma mais convincente.
Quanto mais cedo se fizer o ajustamento melhor.
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Muffin Escreveu:como o Sr. Greenspan ou Bernake que por mais que uma vez a negaram.
o sr. bernanke e o sr. greenspan são fiéis discípulos da oratória essencial do sr. krugman: impedir através do FED a resolução natural de bolhas de investimento, i.e., evitando pequenas recessões no presente para terminar numa grande depressão no futuro

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... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Camisa Roxa Escreveu:migluso Escreveu:Muffin Escreveu:Não percebo porque ignorou quando citei Krugman a defender, em 2002, a criação de uma bolha imobiliária? O resultado está à vista. Durou 5 anos e o estoiro está a doer mais que a bolha tecnológica.
o krugman é sr. bolhas: ai vamos criar uma bolha no imobiliário: BOOM
ai pronto não resultou, agora vamos criar uma bolha de dívida pública, monetarização do défice, enfim de qualquer coisa que adie o estoiro final mais uns tempos
ai não resultou, é pouco: metam aí mais 787.000.000.000.000.0000 USD, mas à cautela é melhor terem outro pacote de reserva se não resultar é porque é pouco
haja paciência para este tipo de argumento
Está descoberto o causador da bolha imobiliária!








Krugman foi dos que em 2005 chamava a atenção para a bolha imobiliária, ao contrário de Srs. muito mais conceituados e respeitáveis, como o Sr. Greenspan ou Bernake que por mais que uma vez a negaram.
Bom resto de dia.
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migluso Escreveu:Não percebo porque ignorou quando citei Krugman a defender, em 2002, a criação de uma bolha imobiliária? O resultado está à vista. Durou 5 anos e o estoiro está a doer mais que a bolha tecnológica.
o krugman é sr. bolhas: ai vamos criar uma bolha no imobiliário: BOOM
ai pronto não resultou, agora vamos criar uma bolha de dívida pública, monetarização do défice, enfim de qualquer coisa que adie o estoiro final mais uns tempos
ai não resultou, é pouco: metam aí mais 787.000.000.000.000.0000 USD, mas à cautela é melhor terem outro pacote de reserva se não resultar é porque é pouco
haja paciência para este tipo de argumento
olha, mostrem este gráfico ao Krugman, se calhar até foi ele que o fez para o Obama quando este tentava arranjar uma desculpa esfarrapada para que o Congresso aprovasse o pacote de estímulo:


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Calo migluso
Terei todo o gosto em tentar responder ao que escreve se tiver tempo mais tarde ou amanhã, pois aborda vários assuntos.
Não estou aqui para defender ninguém, mas está a falar sobre alguém que tem acertado em praticamente tudo sobre o que se tem passado desde o princípio da crise, e que sempre fundamente o que diz e o que escreve. Especificamente sobre o crescimento da dívida americana, e a sua % do GDP.
O quadro fala por si, e por ele...
http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/0 ... everaging/
A conclusão que retira sobre o que se fazer seria entrar noutra guerra além de disparatada, é sua.
Terei todo o gosto em tentar responder ao que escreve se tiver tempo mais tarde ou amanhã, pois aborda vários assuntos.
Não estou aqui para defender ninguém, mas está a falar sobre alguém que tem acertado em praticamente tudo sobre o que se tem passado desde o princípio da crise, e que sempre fundamente o que diz e o que escreve. Especificamente sobre o crescimento da dívida americana, e a sua % do GDP.
O quadro fala por si, e por ele...

http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/0 ... everaging/
A conclusão que retira sobre o que se fazer seria entrar noutra guerra além de disparatada, é sua.
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Falando da Irlanda, vejam a média de salarios da FP que eles praticam, tipo enfermagem médias superiores a 50.000 Euros anuais, Forças policiais idem , secretariados idem.
Pois como os salários subiram do 8 para o 80, o governo irlandês, a partir do momento que se instalou o problema financeiro e em que teve que nacionalizar várias instituições bancárias, o consumo baixou , a construção que estava empolada com preços como eles dizem Sky High, caiu 100 %. Ou seja menos receitas de impostos.
Se eles continuarem como diz esse senhor economista a injectar Dinheiro na Economia deveriam aumentar a FP tipo de 50.000 para 55.000 ao ano a fazer 30 horas semana. Acredito que as pessoas fiquem com mais dinheiro para gastar.
Pois como os salários subiram do 8 para o 80, o governo irlandês, a partir do momento que se instalou o problema financeiro e em que teve que nacionalizar várias instituições bancárias, o consumo baixou , a construção que estava empolada com preços como eles dizem Sky High, caiu 100 %. Ou seja menos receitas de impostos.
Se eles continuarem como diz esse senhor economista a injectar Dinheiro na Economia deveriam aumentar a FP tipo de 50.000 para 55.000 ao ano a fazer 30 horas semana. Acredito que as pessoas fiquem com mais dinheiro para gastar.
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Camisa Roxa Escreveu:o facto dos triliões em estímulos não terem tirado os EUA da crise não querem dizer nada claro
Errr... quereria dizer US$ 787 mil milhões (ou biliões, à americana, ou 0,78 trilião), que não chega nem a um, mas estaria distraído... não será por maldade ou ignorância... e.g. http://www.estadao.com.br/noticias/econ ... 3825,0.htm
Camisa Roxa Escreveu:o que o Krugman diz é: se o estímulo falhou é porque foi insuficiente! queremos mais estímulo! isto é um ciclo vicioso ad eternum que mostra a desonestidade intelectual do Krugman pois arranjou um argumento que nunca ninguém conseguirá provar que está errado!
Errrr... Krugman desde o início diz que o pacote era insuficiente e ao contrário de si, fundamenta desde o início com números e dados (e sem insultar a ninguém, sendo necessário no entanto saber ler e interpretar o que se lê).
e.g. http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/0 ... 0-billion/
Camisa Roxa Escreveu:hum, ausência de argumentos? bem, se não sabem o interpretar uma situação de moral hazard paciência, voltem à escola, pode ser que ainda ensinem isso...
Estava a contar com alguma coisa de positivo no que escreve, mas temo que não seja para breve. - http://en.wikipedia.org/wiki/Moral_hazard.
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Muffin Escreveu:Deixo-lhe dois factos:
1. A Irlanda foi o país da europa que mais cortes e austeridade introduziu na sociedade (agora quiçás detrás da Grécia) e com os resultados que se vêem.
2. http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/09/02/kurzarbeit/
Krugman além de Nobel da economia tem o cuidado de sempre documentar com dados as suas conclusões, ao contrário de alguns analistas de pacote.
Para além de que a maioria do que tem dito tem batido certo nesta recessão.
Tenha-se em atenção no entanto que ele se expressa sob uma perspectiva americana nem sempre exportável para a Europa, mas isso é uma permissa adoptável para qualquer analista.
O problema da Irlanda e do défice público deve-se à nacionalização da banca. Os contribuintes é que, infelizmente, pagarão os excessos e a ganância de certos CEO e o desmazelo das autoridades de supervisão. Não são despesas correntes nem investimento público que estão a pressionar as contas públicas irlandesas.
Não percebo porque ignorou quando citei Krugman a defender, em 2002, a criação de uma bolha imobiliária? O resultado está à vista. Durou 5 anos e o estoiro está a doer mais que a bolha tecnológica.
abraço
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Re: O alcance das palavras de Krugman... em 2002
Muffin Escreveu:O autor apenas constata que na II Guerra mundial foi isso que aconteceu:
"From an economic point of view World War II was, above all, a burst of deficit-financed government spending, on a scale that would never have been approved otherwise. Over the course of the war the federal government borrowed an amount equal to roughly twice the value of G.D.P. in 1940 — the equivalent of roughly $30 trillion today."
O autor constata que a dívida pública em 1945 era 200% do PIB de 1940.
Não constata que era pouco mais de 100% do PIB de 1945, como faria sentido comparar.
E muito menos constata, porque retiraria a pouca credibilidade de semelhante comparação, que foi a maior catástrofe da humanidade que provocou um crescimento de 100% do PIB em 5 anos.
Muffin Escreveu:E o que diz Krugman que esteja errado?
Que a taxa de juro deveria ser negativa?!
Que estamos numa armadilha de liquidez?!
Que os déficits se resolvem com crescimento?
Que é um erro numa economia estagnada e com elevado desemprego cortar o déficit?!
Deve estar a referir-se à taxa de juro real, porque nominal seria surreal, literalmente.
Armadilha de liquidez faz parte do léxico dos keynesianos. Soa bem, mas infelizmente não corresponde à verdade. Custa-lhes admitir, das duas uma, ou provavelmente as duas: que o sistema bancário está quase falido e, portanto, os bancos não emprestam entre si nem às famílias que mais precisariam de crédito e/ou que as famílias e empresas (estas porque não acreditam no aumento do consumo das famílias) simplesmente não se querem endividar mais. Dizem chega de crédito. Agora queremos poupar e amortizar as dívidas que o futuro é incerto. É este o comportamento racional das famílias, algo que os keynesianos parecem ignorar com a sua "invenção" da armadilha de liquidez. A taxa de poupança das famílias está em níveis extremamente baixos, portanto a solução passa pelo desendividamento, aumento da taxa de poupança para depois se voltar a entrar num ciclo económico expansionista sustentado na economia real e não em bolhas artificiais.
Portugal incorre em défices há 35 anos. O crescimento é dos mais anémicos da Europa. É um facto.
Chega a um ponto que os juros e serviço da dívida comerão grande parte das receitas do Estado. Leia as estimativas para o aumento da despesa pública do Japão se os juros nesta economia subissem para 3%.
Na última questão temos que ver caso a caso e a especificidade de cada economia. Provavelmente a Alemanha, o Brasil a China e mais uns poucos países emergentes (e os EUA até certo ponto, mas não para 30 triliões ou sequer lá perto) estariam em condições de se "esticarem" um pouco mais no défice público.
Para outros, como Portugal e grande parte dos países industrializados europeus mais défice será o último passo para o abismo. Ou o fim da zona euro. Porque não estou a ver alemães e holandeses a desejarem inflação na casa dos 5 ou 6% originada pela monetização dos défices de países que não controlam as suas contas públicas.
Muffin Escreveu:No artigo que nomeia como "surreal" observo uma análise de dados históricos que servem de base a um argumento, podendo-se concordar ou não com ele, ao contrário de si, que apenas critica e não apresenta nenhum em contrário.
"But guess what? Deficit spending created an economic boom — and the boom laid the foundation for long-run prosperity. Overall debt in the economy — public plus private — actually fell as a percentage of G.D.P., thanks to economic growth and, yes, some inflation, which reduced the real value of outstanding debts. And after the war, thanks to the improved financial position of the private sector, the economy was able to thrive without continuing deficits.
The economic moral is clear: when the economy is deeply depressed, the usual rules don’t apply. Austerity is self-defeating: when everyone tries to pay down debt at the same time, the result is depression and deflation, and debt problems grow even worse. And conversely, it is possible — indeed, necessary — for the nation as a whole to spend its way out of debt: a temporary surge of deficit spending, on a sufficient scale, can cure problems brought on by past excesses."
excertos do artigo "surreal".
Sim, é surreal um académico e prémio nobel utilizar este argumento. O crescimento foi à custa da II GRANDE GUERRA MUNDIAL e não do défice per si.
The economic moral is clear: start a WORLD WAR...
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Camisa Roxa Escreveu:o facto dos triliões em estímulos não terem tirado os EUA da crise não querem dizer nada claro
o que o Krugman diz é: se o estímulo falhou é porque foi insuficiente! queremos mais estímulo! isto é um ciclo vicioso ad eternum que mostra a desonestidade intelectual do Krugman pois arranjou um argumento que nunca ninguém conseguirá provar que está errado!
Hmm... estou a ver... então queres começar a descrever a tua opção alternativa para fugir à crise a partir deste ponto, é isso?
Então força! Estou ansioso por ler o que tens a dizer.
E, já agora, se calhar tenho mesmo que voltar à escola pois confesso que já li e voltei a reler TUDO AQUILO QUE ESCREVESTE mas ainda não consigo encontrar os teus argumentos a justificar a tua opinião contrária.
Deves ter razão, Camisa Roxa, devo ser mesmo muito burro!

PS.: Ou não...

"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian
Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"
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o facto dos triliões em estímulos não terem tirado os EUA da crise não querem dizer nada claro
o que o Krugman diz é: se o estímulo falhou é porque foi insuficiente! queremos mais estímulo! isto é um ciclo vicioso ad eternum que mostra a desonestidade intelectual do Krugman pois arranjou um argumento que nunca ninguém conseguirá provar que está errado!
hum, ausência de argumentos? bem, se não sabem o interpretar uma situação de moral hazard paciência, voltem à escola, pode ser que ainda ensinem isso...
o que o Krugman diz é: se o estímulo falhou é porque foi insuficiente! queremos mais estímulo! isto é um ciclo vicioso ad eternum que mostra a desonestidade intelectual do Krugman pois arranjou um argumento que nunca ninguém conseguirá provar que está errado!

seguido pela habitual ausência de argumentos
hum, ausência de argumentos? bem, se não sabem o interpretar uma situação de moral hazard paciência, voltem à escola, pode ser que ainda ensinem isso...

Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
duplicado, apagar sff
Editado pela última vez por Camisa Roxa em 8/9/2010 16:10, num total de 1 vez.

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... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Camisa Roxa Escreveu:o que o Krugman diz está quase tudo errado! longe vão os tempos em que ele se dedicava, sem viés ideológico a estudar o comércio internacional...
hoje é apenas mais um Michael Moore na sua cruzada socialista contra o modo de vida ocidental (de que eles são parte da elite!)
a Irlanda fez cortes e está a sofrer como a Grécia porquê?
por causa do moral hazard!
Esclarecedora, a argumentação...

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Camisa Roxa Escreveu:o que o Krugman diz está quase tudo errado! longe vão os tempos em que ele se dedicava, sem viés ideológico a estudar o comércio internacional...
hoje é apenas mais um Michael Moore na sua cruzada socialista contra o modo de vida ocidental (de que eles são parte da elite!)
a Irlanda fez cortes e está a sofrer como a Grécia porquê?
por causa do moral hazard!Dublin has played by the book. It has taken pre-emptive steps to please the markets and the EU. It has done an IMF job without the IMF. Indeed, is has gone further than the IMF would have dared to go.
It has imposed draconian austerity measures. The solidarity of the country has been remarkable. There have no riots, and no terrorist threats.
Yet as of today it is paying 5.48pc to borrow for ten years, or near 8pc in real terms once deflation is factored in. This is crippling and puts the country on an unsustainable debt trajectory if it lasts for long.
Yet Greece is able to borrow from the EU at 5pc and from the IMF at a staggered rate far below that (still too high for the policy to work, but that is another matter). These were the terms of the €110bn joint bail-out.
To add insult to injury Ireland is having SUBSIDIZE Greece to meet its share of the rescue fund.
I am sure you can all see the absurdity of this. It has moral hazard written all over it, and shows what happens once a dysfunctional system twists itself into ever greater knots rather confronting the core issue.Fonte
Este tipo de discurso, o famosíssimo "o que ele diz está tudo errado!", seguido pela habitual ausência de argumentos a justificar a anterior afirmação, revela muito acerca de um indivíduo.
Eu sou a favor do livre discurso e da saudável troca de ideias e opiniões, e num ambiente assim tão democrático é perfeitamente normal surgirem discordâncias acerca de um determinado ponto de vista.
Mandar tudo abaixo é muito fácil, mas justificar uma opinião contrária com factos e argumentos credíveis... isso já é muito difícil.
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian
Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"
Cartago Technical Analysis - Blog
Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"
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o que o Krugman diz está quase tudo errado! longe vão os tempos em que ele se dedicava, sem viés ideológico a estudar o comércio internacional...
hoje é apenas mais um Michael Moore na sua cruzada socialista contra o modo de vida ocidental (de que eles são parte da elite!)
a Irlanda fez cortes e está a sofrer como a Grécia porquê?
por causa do moral hazard!
hoje é apenas mais um Michael Moore na sua cruzada socialista contra o modo de vida ocidental (de que eles são parte da elite!)
a Irlanda fez cortes e está a sofrer como a Grécia porquê?
por causa do moral hazard!
Dublin has played by the book. It has taken pre-emptive steps to please the markets and the EU. It has done an IMF job without the IMF. Indeed, is has gone further than the IMF would have dared to go.
It has imposed draconian austerity measures. The solidarity of the country has been remarkable. There have no riots, and no terrorist threats.
Yet as of today it is paying 5.48pc to borrow for ten years, or near 8pc in real terms once deflation is factored in. This is crippling and puts the country on an unsustainable debt trajectory if it lasts for long.
Yet Greece is able to borrow from the EU at 5pc and from the IMF at a staggered rate far below that (still too high for the policy to work, but that is another matter). These were the terms of the €110bn joint bail-out.
To add insult to injury Ireland is having SUBSIDIZE Greece to meet its share of the rescue fund.
I am sure you can all see the absurdity of this. It has moral hazard written all over it, and shows what happens once a dysfunctional system twists itself into ever greater knots rather confronting the core issue.Fonte

Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
migluso Escreveu:Stiglitz, como socialista que é, defende medidas de acordo com a sua ideologia porque acredita que esta é a melhor via para sair da crise.
Infelizmente, parece não concluir que os EUA, apesar dos elevados estímulos à economia continuam com a corda na garganta. Por outro lado, a Alemanha, que não cedeu a pressões para aumentar o procura interna, especialmente através do consumo público (que por sua vez arrastaria o privado), é a economia mais pujante do mundo ocidental.
São factos, que os neo keynesianos como Stiglitz, Krugman e Galbraith parecem não querer ver.
A dívida é uma questão menor para estes economistas, o que interessa é evitar uma espiral deflacionista através da monetização dos défices orçamentais.
Na minha opinião, a emenda vai sair pior que o soneto e ainda bem que a Europa não embarca nesta política.
Deixo-lhe dois factos:
1. A Irlanda foi o país da europa que mais cortes e austeridade introduziu na sociedade (agora quiçás detrás da Grécia) e com os resultados que se vêem.
2. http://krugman.blogs.nytimes.com/2010/09/02/kurzarbeit/
Krugman além de Nobel da economia tem o cuidado de sempre documentar com dados as suas conclusões, ao contrário de alguns analistas de pacote.
Para além de que a maioria do que tem dito tem batido certo nesta recessão.
Tenha-se em atenção no entanto que ele se expressa sob uma perspectiva americana nem sempre exportável para a Europa, mas isso é uma permissa adoptável para qualquer analista.
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