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Caldeirão da Bolsa

Incumprimento europeu é inevitável, diz Morgan Stanley

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por migluso » 27/8/2010 10:41

Talvez um analista do Citi seja mais convincente...

http://www.zerohedge.com/article/citi-s ... d-game-usd

RiscoCalculado,

Claro que tudo isto não passam de possíveis cenários.
Cenários sobre os quais ainda é mais difícil estimar quando poderão ocorrer.

Eu não estou a dizer que vamos passar por hiperinflação, apenas que há essa possibilidade, assim como há a possibilidade de passarmos por um período de deflação, tipo Japão, apesar da política de QE que este país adoptou.

Tudo depende da confiança.
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por bEMdISPOSTO » 27/8/2010 1:17

RiscoCalculado Escreveu:Peter Schiff é um sujeito que não sabe sequer como é calculado o PIB de um país ...

Estás a chamá-lo de... Guterres?
Pá, nada de insultos, olha o nível!... :mrgreen:

Abraço
A alegria de um "trader" é pôr-se atrás e ficar à frente
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por migluso » 27/8/2010 1:07

RiscoCalculado Escreveu:
A verdade é que o dinheiro tem que ir para algum lado . Até pode ser que saia das obrigações de longo prazo e vá para as de curto prazo , de qualquer forma o Estado continua a conseguir financiar-se ...
Será que vai para as acções ? Se for , isso possivelmente significa que a Economia está a recuperar e que o Estado deixa de ter que aumentar o endividamento. Até pode ser que neste cenário as obrigações caiam e a inflação suba um pouco , agora isso não significa que se despolete uma crise de dívida. Nesse cenário de recuperação talvez até o Estado consiga aumentar as suas receitas e abater o stock de dívida .


Se a perda de confiança no cumprimento das obrigações dos Estado Soberanos acontecer, todo esse dinheiro criado irá para bens reais, nomeadamente commodities, daí colocar-se o cenário de hiperinflação.

Qual o impacto que a descida do preço das obrigações teria? Brutal. Os custos de financiamento disparariam, agravando ainda mais a capacidade dos Estados cumprirem o serviço da dívida sem monetização por parte dos bancos centrais, como aliás está a acontecer.


RiscoCalculado Escreveu: O valor de uma moeda não lhe é conferido pelos activos do Banco Central.
É um erro de interpretação que vem talvez de pensar na moeda como uma acção .
De facto o valor de uma acção deriva da diferença entre os activos e passivos de uma empresa . Só que a moeda não é uma acção do Banco Central ...

O valor da moeda tem a ver com a quantidade de bens e serviços que é possível comprar com a mesma.


O valor de uma moeda depende da lei fundamental da economia, a lei da oferta e da procura. Quanto maior a oferta de uma moeda tendo em conta o tamanho da economia do país, menor será o seu valor em relação a outras moedas, activos ou bens.

Portanto, não é necessariamente o preço do bem que varia mas sim o valor da moeda. Por exemplo, a subida do preço do petróleo até meados de 2008 foi mais acentuada em dólares do que em euros precisamente porque o dólar perdeu valor em relação ao euro.

RiscoCalculado Escreveu:] Quando vamos à mercearia o merceeiro não pergunta se vamos pagar com cash , cartão ou base monetária . O merceeiro possivelmente nem sabe o que é a Base Monetária ou o Balanço de um Banco Central . A Base Monetária só tem relevância porque em tempos mais normais tem uma relação mais constante com a massa monetária (o tal cash ou cartão (depósitos) com que o merceeiro espera que nós paguemos ) . Nesta crise a base monetária pode ter aumentado muito mas o mesmo não aconteceu com a massa monetária . Mais ainda, mesmo que a massa monetária (nem todos os agregados possivelmente ) tenha aumentado possivelmente nem é dinheiro que esteja a ser utilizado na procura de bens e serviços ( a tal utilização que poderia provocar subida de preços -> inflação ) mas sim em especulação nos mercados financeiros.

Portanto, que confiança é possível ter na política monetária ou no QE ? Até ao momento quanto muito só pecou por ter sido demasiado branda sobretudo nos últimos meses ( em particular por parte do BCE ) .


O aumento brutal da base monetária está a ser utilizado na compra de dívida pública. Como o primeiro gráfico que postei anteriormente demonstra, a FED criou dinheiro para comprar dívida tóxica aos bancos e estes por sua vez estão a comprar dívida pública. Quando o Estado pagar esta dívida aos bancos (através de impostos), estes ou voltam a comprar dívida soberana,(o que lhes favorece os rácios de capital) ou "injectam" o dinheiro na "economia real", o que não significa que provoque hiperinflação. Esta só acontecerá caso ocorra uma verdadeira crise de confiança na moeda, que por sua vez terá origem na incapacidade do Estado pagar as suas dívidas sem o recurso a monetização constante dos défices e do serviço da dívida.


RiscoCalculado Escreveu: Quanto a Peter Schiff ou zerohedge digamos que não abonam muito a favor do teu argumento . Que cites Warren Buffett ou outros que estejam a posicionar-se para um cenário de maior inflação (de qq forma atenção q esta discussão nem é sobre inflação mas sim sobre crise de dívida) tudo bem , agora Peter Schiff e zerohedge já foi provado aqui no forum que dizem disparates atrás de disparates e as suas previsões saem a maior parte das vezes furadas.
Peter Schiff é um sujeito que não sabe sequer como é calculado o PIB de um país ...


http://www.youtube.com/watch?v=2I0QN-FYkpw

zerohedge é, para mim, o melhor blog financeiro. outros que gosto são o alphaville, macroman, Mish's G.E.T.A., etc...

Sem dúvida que o funcionamento do sistema monetário é das áreas mais difíceis de compreender e que mais controvérsia gera.
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por RiscoCalculado » 26/8/2010 20:15

No entanto, queria alertar que há vários investidores cuja opinião é que estamos, actualmente, a viver a mãe de todas as bolhas. A bolha das obrigações de dívida soberana, especialmente dos EUA.

As yields de longo prazo das obrigações "sem risco" eusa_think.gif estão historicamente baixas.
Das duas uma: ou estamos, de facto, a meio de uma grande bolha ou os mercados projectam um longo período de crescimento (a existir) anémico para as economias desenvolvidas. Ou então as duas coisas. oooops!!!!


Ainda há uns dias atrás eu falava disso neste tópico :

http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?t=73809&start=25

...
interest rates went down to pretty much zero in Japan and they stayed there for fifteen to twenty years and i don't know of anybody that would argue that sort of lenght of time is any sort of a bubble ... and it's just continuing indefinetly at this point
...



A verdade é que o dinheiro tem que ir para algum lado . Até pode ser que saia das obrigações de longo prazo e vá para as de curto prazo , de qualquer forma o Estado continua a conseguir financiar-se ...
Será que vai para as acções ? Se for , isso possivelmente significa que a Economia está a recuperar e que o Estado deixa de ter que aumentar o endividamento. Até pode ser que neste cenário as obrigações caiam e a inflação suba um pouco , agora isso não significa que se despolete uma crise de dívida. Nesse cenário de recuperação talvez até o Estado consiga aumentar as suas receitas e abater o stock de dívida .
Em termos históricos está mais que provado que uma parte muito significativa da poupança das famílias se concentra em obrigações, depósitos e semelhantes . Na verdade ainda que pareça desporto corrente falar mal do Estado as acções dos indivíduos em termos de investimento indicam precisamente o contrário (relativamente à sua lingua ) quanto à sua confiança no Estado ( ou pelo menos em alguns Estados)


Quantitative easing nunca é positivo. No máximo, poderá ser o menor dos males. Mas será que os mercados aguentam mais um bomba igual à de final de 2008?!? Que confiança (fiat money) pode existir numa política monetária cujo banco central, a cada passo, aumenta o seu balanço desta forma?

http://economix.blogs.nytimes.com/2010/ ... gma-chart/

http://www.federalreserve.gov/monetaryp ... trends.htm -


O valor de uma moeda não lhe é conferido pelos activos do Banco Central.
É um erro de interpretação que vem talvez de pensar na moeda como uma acção .
De facto o valor de uma acção deriva da diferença entre os activos e passivos de uma empresa . Só que a moeda não é uma acção do Banco Central ...

O valor da moeda tem a ver com a quantidade de bens e serviços que é possível comprar com a mesma.
Quando vamos à mercearia o merceeiro não pergunta se vamos pagar com cash , cartão ou base monetária . O merceeiro possivelmente nem sabe o que é a Base Monetária ou o Balanço de um Banco Central . A Base Monetária só tem relevância porque em tempos mais normais tem uma relação mais constante com a massa monetária (o tal cash ou cartão (depósitos) com que o merceeiro espera que nós paguemos ) . Nesta crise a base monetária pode ter aumentado muito mas o mesmo não aconteceu com a massa monetária . Mais ainda, mesmo que a massa monetária (nem todos os agregados possivelmente ) tenha aumentado possivelmente nem é dinheiro que esteja a ser utilizado na procura de bens e serviços ( a tal utilização que poderia provocar subida de preços -> inflação ) mas sim em especulação nos mercados financeiros.

Portanto, que confiança é possível ter na política monetária ou no QE ? Até ao momento quanto muito só pecou por ter sido demasiado branda sobretudo nos últimos meses ( em particular por parte do BCE ) .


Quanto a Peter Schiff ou zerohedge digamos que não abonam muito a favor do teu argumento . Que cites Warren Buffett ou outros que estejam a posicionar-se para um cenário de maior inflação (de qq forma atenção q esta discussão nem é sobre inflação mas sim sobre crise de dívida) tudo bem , agora Peter Schiff e zerohedge já foi provado aqui no forum que dizem disparates atrás de disparates e as suas previsões saem a maior parte das vezes furadas.
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por migluso » 26/8/2010 18:12

"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
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por migluso » 26/8/2010 16:56

RiscoCalculado Escreveu:Parece-me que não faz muito sentido falar em crise de dívida publica em países como EUA ou Alemanha, sobretudo com o que se tem observado nos ultimos meses no mercado de obrigações (desses países ) . Dinheiro não falta e ele tem sempre que ir para algum lado ... ( e em ultima instância o QE dá uma ajudita )


Já relativamente a alguns países mais frágeis, nomeadamente vários países Europeus, aí têm toda a razão. É apenas uma questão de tempo...


Ontem Portugal voltou a figurar no "Top" 10 :


Diferentes pessoas ou instituições têm diferentes expectativas. Ainda bem, porque senão não existiria mercado.

No entanto, queria alertar que há vários investidores cuja opinião é que estamos, actualmente, a viver a mãe de todas as bolhas. A bolha das obrigações de dívida soberana, especialmente dos EUA.

As yields de longo prazo das obrigações "sem risco" :-k estão historicamente baixas.
Das duas uma: ou estamos, de facto, a meio de uma grande bolha ou os mercados projectam um longo período de crescimento (a existir) anémico para as economias desenvolvidas. Ou então as duas coisas. oooops!!!!

Quantitative easing nunca é positivo. No máximo, poderá ser o menor dos males. Mas será que os mercados aguentam mais um bomba igual à de final de 2008?!? Que confiança (fiat money) pode existir numa política monetária cujo banco central, a cada passo, aumenta o seu balanço desta forma?

http://economix.blogs.nytimes.com/2010/ ... gma-chart/

http://www.federalreserve.gov/monetaryp ... trends.htm ------- escolher a opção "All" no período temporal

abraço
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por RiscoCalculado » 26/8/2010 14:24

Parece-me que não faz muito sentido falar em crise de dívida publica em países como EUA ou Alemanha, sobretudo com o que se tem observado nos ultimos meses no mercado de obrigações (desses países ) . Dinheiro não falta e ele tem sempre que ir para algum lado ... ( e em ultima instância o QE dá uma ajudita )


Já relativamente a alguns países mais frágeis, nomeadamente vários países Europeus, aí têm toda a razão. É apenas uma questão de tempo...


Ontem Portugal voltou a figurar no "Top" 10 :
Anexos
CDS__25Ago2010.bmp
CDS__25Ago2010.bmp (68.88 KiB) Visualizado 916 vezes
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por migluso » 26/8/2010 11:45

kuby Escreveu:Bom dia

Aplicando a teoria dos mercados que é bom entrar quando a maioria está pessimista, talve estejamos a chegar lá. Se não vejamos, antes desta crise económica as mesmas agências de rating estimavam comportamentos positivos e capazes das diversas economias atribuindo-lhes rating de risco baixo. Pois o pior dos economistas já previa que o comportamento existente, o endividamento e o despesismo (criando déficite) já era demasiado. Pois bem agora que essas mesmas agências têm um comportamento inverso e estão muito pessimistas, poderá querer dizer que parcialmente (popis muito ainda há para fazer e controlar) as coisas já estão a melhorar e o risco a diminuir...

Cumps

Kuby


Na minha opinião, esse período foi em 2009, após o anúncio do QE I por parte da FED. O resultado está à vista - crescimento anémico.

abraço

P.S. - Apesar do meu pessimismo ao tentar ser realista, o meu desejo é que as coisas estabilizem. Infelizmente, até ver, não há argumentos por parte dos bulls que me façam mudar de opinião. Aos países periféricos europeus, praticamente resta-lhes esperar que os mercados emergentes continuem a crescer e a comprar maquinaria à Alemanha, puxando deste modo pelo crescimento dos mais pequenos. Um espirro da China e apanhamos uma pneumonia.
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por kuby » 26/8/2010 11:31

Bom dia

Aplicando a teoria dos mercados que é bom entrar quando a maioria está pessimista, talve estejamos a chegar lá. Se não vejamos, antes desta crise económica as mesmas agências de rating estimavam comportamentos positivos e capazes das diversas economias atribuindo-lhes rating de risco baixo. Pois o pior dos economistas já previa que o comportamento existente, o endividamento e o despesismo (criando déficite) já era demasiado. Pois bem agora que essas mesmas agências têm um comportamento inverso e estão muito pessimistas, poderá querer dizer que parcialmente (popis muito ainda há para fazer e controlar) as coisas já estão a melhorar e o risco a diminuir...

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por migluso » 26/8/2010 11:26

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por migluso » 26/8/2010 11:12

O BCE há muito que deixou de cumprir os estatutos que estiveram na base da sua criação.

Nomeadamente: aceitar dívida com rating de junk bond como colateral e comprar dívida de Estados directamente.

Portanto, basta a Alemanha dizer "Ja, Sie können drucken" (o google translate dá cá um jeito) e o BCE monetiza os défices e o serviço da dívida.

Isto só por si origina inflação elevada? Não. Mas se os bancos centrais abusam do QE podem despoletar uma crise de confiança na moeda, e isto sim, é o trigger para a hiperinflação.

Os bancos centrais estão entre a espada e a parede. Deixou-se chegar a dívida a níveis insustentáveis e agora, de uma maneira ou de outra, vamos pagar pelos nossos excessos.
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por nunofaustino » 26/8/2010 10:57

Pata-Hari Escreveu:Esta é, de qualquer modo, assustadora.... (obviamente vai novamente gerar oportunidades para quem tem sido paciente e esperado nas sidelines)

Mas Marta, tu achas que todos os países (europa e não só) vão conseguir pagar as suas dívidas ad aeternum? Com os deficits existentes em vários países do Euro e sem a possibilidade de imprimir $$, é quase impossível resolver isto sem um default parcial.

Bjos
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por varus » 25/8/2010 23:30

A geopolítica , é que vai definir o futuro.
A China tem de comprar dividia dos EUA e Europa , para as as suas fábricas continuarem a produzir e vender, senão o sarilho é maior.
A economia Chinesa e a dos EUA estão mutuamente muito dependentes, antes da I Guerra o mesmo aconteceu entre a Alemanha e a Inglaterra, vejam o resultado.
A China está fortemente dependente de energia, e não tem marinha para defender rotas, e a Nato está no Afeganistão , para controlar possíveis pipelines , e controlar a expansão Chinesa, e a invasão do Iraque , não foi só petróleo , foi um posicionamento no terreno, e demonstração de poder bélico.
Se a China for asfixiada em energia , como foi o embargo petrolífero dos EUA ao Japão , antes da II Guerra.
Pode ser o despoletar da III Guerra, alguém está interessado em semear tempestades ?


As dividas soberanas , tem de ser seguradas a todo custo , na zona euro ou usa, há muito em jogo.
 
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por Automech » 25/8/2010 22:50

LTCM Escreveu:Mas, como o banco lembra, existem alternativas ao cessar de pagamentos total, como impor aos credores uma taxa de juros negativa - por exemplo através da inflação

[/quote]

Para desvalorizar a divida (ou causar a taxa de juro negativa) era preciso emitir moeda e causar inflação e como se sabe os paises do euro não a podem emitir... Mudar o mandato do BCE ?
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por kpt » 25/8/2010 21:47

Quando estes senhores deixarem de ser pagos pelas próprias empresas que pedem a sua própria avaliação, talvez possam ter um pouco mais de crédito. Mais, os inúmeros interesses que devem girar à volta destes senhores levantam as maiores das suspeitas sobre a sua independência.

Bom, eu só pergunto o seguinte. Se esses senhores que vivem do outro lado do Atlântico têm tanta certeza que alguns países Europeus vão entrar em Default porque é que não os classificam, desde já, com a pior nota possível (puras hiper junk bonds!)???

Apresentam certezas sobre o incumprimento de determinados países mas depois a classificação que lhes dão continua, ainda assim, a ser relativamente positiva???

Só porque aqui se nota a coerência destes indivíduos.
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por LTCM » 25/8/2010 20:19

Morgan Stanley: investidores devem esperar o default de alguns países

PARIS — Alguns países entre os mais ricos do mundo, vítimas de graves dificuldades orçamentárias, serão incapazes de pagar total ou parcialmente sua dívida pública, afirma um estudo do banco americano Morgan Stanley.

"A questão não é saber se há governos que vão quebrar, e sim como farão", afirma o Morgan Stanley no documento consagrado à dívida dos Estados.

O banco de negócios opina que o valor da dívida pública em comparação com o PIB (Produto Interno Bruto) anual se tornou muito elevado e que os problemas orçamentários foram subestimados de forma considerável por vários governos dos países ricos.

Segundo o estudo, a crise da dívida que afetou a zona euro no início de 2010 está longe de ter terminado e não envolve apenas os países mais frágeis.

Em consequência desta situação, os credores dos Estados correm o risco de não serem reembolsados jamais, o que faz o Morgan Stanley considerar o conflito entre as duas partes "mais intenso que nunca".

Mas, como o banco lembra, existem alternativas ao cessar de pagamentos total, como impor aos credores uma taxa de juros negativa - por exemplo através da inflação -, ou artificialmente baixa, soluções já utilizadas no passado.

O Morgan Stanley adverte ainda que as condições de empréstimos atuais, favoráveis para os Estados cujas obrigações são consideradas pelos mercados como valor-refúgio, não os protegem de um possível default.


(AFP)
Editado pela última vez por LTCM em 25/8/2010 21:57, num total de 1 vez.
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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por Pata-Hari » 25/8/2010 20:12

Esta é, de qualquer modo, assustadora.... (obviamente vai novamente gerar oportunidades para quem tem sido paciente e esperado nas sidelines)
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por nunofaustino » 25/8/2010 19:01

Penso que o título é enganador... a MS prevê que não sejam só os estados europeus a falhar o pagamento a 100% da sua dívida...

Um abr
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Incumprimento europeu é inevitável, diz Morgan Stanley

por Sr_SNiper » 25/8/2010 18:56

É uma questão de saber "como" vai acontecer e "não se" vai mesmo ocorrer, alerta o Morgan Stanley numa nota de análise de hoje.

"Os governos vão impor perdas a alguns dos seus accionistas, na nossa perspectiva", disse Arnaud Mares, director executivo do Morgan Stanley numa nota de análise de hoje, citada pela Bloomberg.

"A questão não é se vão falhar os seus compromissos, mas antes quais as responsabilidades que não vão cumprir, e que forma o ‘default' irá tomar", acrescenta.

No mesmo documento, o Morgan Stanley diz que a crise de dívida é global e não apenas europeia "e ainda não acabou" e que "não é o Produto Interno Bruto mas as receitas dos governos que interessam".

O relatório do banco norte-americano surge no dia em que a S&P cortou o 'rating' da Irlanda em um nível, para 'AA-', a notação mais baixa desde 1995.

Em reacção, os mercados de dívida dão alguns sinais de nervosismo, com o preço dos CDS sobre obrigações do tesouro português a cinco anos entre os que mais sobem no mundo (+31,6 pontos), seguidos pelos da Irlanda, que avançam 22,3 pontos.

Os CDS (credit-default swaps) são uma espécie de seguro face a situações de incumprimento, em que os Estados não cumprem com as suas obrigações para com os investidores.
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