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Caldeirão da Bolsa

Entrevista a Ulisses Pereira - CB

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por SoaresV » 30/9/2009 15:13

Pertinente e cativante; belíssimo trabalho! Estão todos de parabéns, incluindo os autores de algumas questões.
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Re

por Cem pt » 30/9/2009 15:05

Só tenho uma palavra para qualificar a entrevista: excelente!

Parabéns pela alta qualidade da mesma, quer do entrevistado quer da entrevistadora.

Cem
O autor não assume responsabilidades por acções tomadas por quem quer que seja nem providencia conselhos de investimento. O autor não faz promessas nem oferece garantias nem sugestões, limita-se a transmitir a sua opinião pessoal. Cada um assume os seus riscos, incluindo os que possam resultar em perdas.


Citações que me assentam bem:


Sucesso é a habilidade de ir de falhanço em falhanço sem perda de entusiasmo – Winston Churchill

Há milhões de maneiras de ganhar dinheiro nos mercados. O problema é que é muito difícil encontrá-las - Jack Schwager

No soy monedita de oro pa caerle bien a todos - Hugo Chávez


O day trader trabalha para se ajustar ao mercado. O mercado trabalha para o trend trader! - Jay Brown / Commodity Research Bureau
 
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por whitebala » 30/9/2009 14:51

Excelente entrevista.

Ulisses, és a cereja no bolo do caldeirão. volta rápido.
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por carrancho » 30/9/2009 13:44

Razão Pura Escreveu:Bom dia,

Carrancho o teu post aparece gatado com asteriscos!?



Esses asteriscos pretendiam representar 5 estrelas :wink:
Abraço,
Carrancho
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por Azelha_Maia » 30/9/2009 12:36

Há pessoas/livros/filmes/músicas/...e tb foruns que a dada altura mudaram a nossa vida para melhor...este foi o forum e ao Ulisses Pereira ficarei para sempre grato por tal.
Espero que se resolva rapidamente a tal questão que nos deixou orfãos das suas análises.
Obrigado.
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por Razao_Pura » 30/9/2009 12:34

Bom dia,

Carrancho o teu post aparece gatado com asteriscos!?

Jiboia, qualquer pessoa podia propor perguntas. Lançámos o repto à comunidade no post: http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?t=70551&highlight=.

R.P.
Trade the trend.
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por Jiboia Cega » 30/9/2009 12:15

Muito bom!
Obrigado aos entrevistadores e claro, ao Ulisses. Sempre 5 estrelas.

Nota - Os membros que fizeram perguntas foram contactados pelos entrevistadores ou qualquer membro podia fazer perguntas?

Um abraço
Jiboia
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por Bokas » 30/9/2009 12:14

Parabéns a todos pela disponibilidade e óptima entrevista.
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por bestbland » 30/9/2009 12:13

:clap: :clap: :clap: :clap: :clap:
Este é sem duvida o meu guru
força ulisses e espero que fique essa situação resolvida o mais breve possivel,pois faz falta as tuas analises

abraço a todos,
best
O Best deseja um feliz Natal a todos os utilizadores
 
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por carrancho » 30/9/2009 12:10

*****

Cinco estrelas esta entrevista. Tenho apreciado todas, mas esta...

Do lado do entrevistado foi das melhores de sempre, parabéns Ulisses.

Do lado do entrevistador, desculpa Ulisses, fez a diferença *****

Abraço,

Carrancho
Abraço,
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por ClyssaN » 30/9/2009 12:03

Excelente !!!!

Parabéns aos Caldeireiros responsáveis pela entrevista e um obrigado ao Ulisses pela disponibilidade.
 
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Entrevista a Ulisses Pereira - CB

por Razao_Pura » 30/9/2009 11:24

Ulisses Pereira, homem de Aveiro, atleta e reconhecido analista português ligado aos mercados financeiros e Administrador deste fórum, acedeu pela primeira vez a uma entrevista original e exclusiva feita pelos frequentadores deste espaço. Nesta entrevista vamos ficar a conhecer o homem, o analista e o investidor através dos olhos de quem o lê todos os dias há pelo menos 7 anos, desde que o Caldeirão de Bolsa foi fundado pelo Ulisses e companhia.

ENTREVISTA:


Caldeirão de Bolsa- Tu que foste um pioneiro da participação em chats e fóruns online sobre bolsa em Portugal, e foste tu próprio o administrador de pelo menos dois desses fóruns (SIC e Caldeirão), o que te move a teres esta responsabilidade e esta missão de alimentar estes sítios com análises e intervenções tuas, e que importância é que achas que estes têm no panorama dos mercados financeiros nacionais?


Ulisses Pereira – Falar de fóruns de Bolsa e, sobretudo, do Caldeirão, dava para várias páginas e vou ter que fazer um esforço para que a resposta seja curta. A verdade é que, na minha opinião, o Caldeirão é de longe o local em Portugal onde os investidores mais aprendem sobre os mercados. Habituados às notícias “clássicas” das rádios, TV`s e jornais, quando um investidor lê o Caldeirão percebe que afinal percebia muito pouco de mercados e começa a perceber o que move verdadeiramente os mercados. Quantas vezes os pequenos investidores ouvem as notícias positivas de uma empresa, correm a comprar acções e ficam surpreendidos quando, depois dessa boa notícia, a acção começa a cair? No Caldeirão começam a perceber esses fenómenos e o que faz mover os mercados.
O outro aspecto que me faz continuar este trabalho nos fóruns é que aqui todos somos iguais. Não há a gravata que distingue as pessoas, não há canudos, não há velhos e novos, nem sequer bonitos e feios. Quem tem qualidade, passados alguns meses de análises coerentes e com qualidade, vê o seu trabalho reconhecido.


CB - O Caldeirão de Bolsa tem já 7 anos e leva 4 milhões de page views mensais. Muitos outros fóruns sobre os mercados existem ou existiram em Portugal mas com menos actividade. É impressionante o manancial de informação, de todo o tipo, que corre no Caldeirão… Não achas o Caldeirão o “24 Horas” da discussão sobre os mercados?!


UP – Acho que a comparação pode fazer algum sentido pela variedade de temas e pela adesão popular que faz do Caldeirão de Bolsa o mais visitado fórum da história da Internet portuguesa (nem nos tempos áureos do “Big Brother”, o seu fórum atingiu os números do Caldeirão). No entanto, a comparação é desajustada quando verificamos, por exemplo, que muitas das melhores análises portuguesas sobre os mercados são feitas no Caldeirão. Posts sem interesse? Há. Participantes que gostam de provocar? Há. Mas o nosso maior orgulho é verificar que investidores com muitos anos a acompanhar a Imprensa “tradicional”, alguns meses depois de frequentarem o Caldeirão, sentem que se tornaram muito melhores investidores do que eram. Um mundo novo se abriu.


CB - A administração do Caldeirão é um Triunvirato que inclui o Marco António. A história da Roma antiga não vos ensinou nada?!


UP – Esta história terá um final feliz. Não se poderia esperar outra coisa de um triunvirato que, além de um Imperador romano, tem um herói grego e uma espia disfarçada de pata.


CB - Quando a Pata Hari não está … qual de vocês é que manda mais?


UP – Ahaha! A Pata é implacável… Sempre funcionámos bem em equipa. Somos bem diferentes uns dos outros, mas a capacidade de nos complementarmos na forma como moderamos o Caldeirão é, na minha óptica, uma das grandes chaves do sucesso do fórum.


CB - Dos três és mesmo o que tens mais paciência ou tens esse papel pré-definido? Do género polícia-mau,
polícia-muito-mau, polícia assim-assim…


UP – Não temos papéis definidos. Tentamos ser o mais naturais possível. Por isso, essa imagem de homem paciente é espontânea e não trabalhada. Além disso, tantos anos a moderar fóruns, fazem com que esteja imune a situações menos agradáveis que às vezes acontecem. Mas, por vezes, o meu limite de paciência esgota-se e os utilizadores sentem isso.


CB – Não te dá vontade de apagar alguns posts dos administradores? Só para ver no que dá…


UP – Dá e apago! Já o fiz algumas vezes quando os administradores se excederam. Mas claro que primeiro lhes pedi autorização. :)


CB - Em início de Março fizeste uma das tuas análises que mais surrealistas. E escreveste também um artigo no Negócios em que referias: “O cenário perfeito seria mais uns dias de quedas fortes a colocarem o pessimismo ainda mais ao rubro e o final do mundo a parecer cada vez mais perto…” (1) Tens muitos amigos?


UP – Ainda a entrevista vai a meio e já soltei várias gargalhadas. Felizmente tenho muitos amigos e acho que o respeito que fui sentindo por parte dos leitores, ao longo da última década, tem muito a ver com o facto de eu não ter problemas de dizer o que penso em relação ao mercado. Muitos analistas olham sempre para o lado das subidas, outros para o lado das quedas. Eu sou um camaleão que se vai adaptando à tendência dos mercados, vigiando o sentimento dominante. Como dizia Jesse Livermore, “There are two sides to everything. But there is only one side to the stock market, and it is not the bull side or the bear side, but the right side.”


CB - Noutro momento do mesmo artigo …
“O pessimismo está a atingir níveis extremos, o que me faz acreditar que um interessante ressalto está para breve nos mercados internacionais.” (1)
O que é facto é que pouco depois os índices tiveram das maiores valorizações de sempre. Podias ter publicado esta análise mais cedo… Dá-te um prazer especial quando vês uma previsão tua, feita na base do raciocínio metódico, confirmar-se desta maneira esmagadora?


UP – Aqui tenho que discordar. Eu podia era ter publicado a análise uma semana mais tarde pois teria sido perfeito! Uma semana depois dessa análise, os mercados iniciaram esta fantástica subida que ainda agora se verifica. Claro que qualquer analista gosta quando as suas análises se revelam acertadas mas confesso que esta me deu especial gozo.
Antes dessa análise, estava há muitos meses pessimista, usando como principais argumentos a tendência clara de queda e o facto de nenhum sinal de inversão ter sido dado. Mas, nessa altura, todos os meus indicadores de sentimentos mostravam um pessimismo extremo. E não pensem que estou a falar de alguma fórmula mágica de medir o sentimento. Falo de indicadores empíricos como o número de mails que eu recebia a manifestarem-se contra as minhas análises pessimistas (quase nenhuns), o número de opiniões optimistas no Caldeirão (muito menos do que as negativas), o número de primeiras páginas dos jornais a dizer que o pior da crise ainda estava para vir (várias), o número de “touros e ursos” da American Association of Individual Investors (o número de touros atingiu quase o mínimo histórico). Já nem os meus amigos falavam comigo sobre Bolsa…
O mais curioso aconteceu depois desse artigo ser publicado: Recebi cerca de 80 mails, sendo que mais de 60 eram de leitores indignados com o facto de eu defender as subidas, num momento em que a Economia mundial vivia uma das mais profundas crises de que há memória. Haveria melhor sinal de que o pessimismo atingiu um extremo do que esse? Todos os que estavam com medo da crise já tinham vendido e foi essa exaustão de vendedores – mais do que o aparecimento de compradores fortes – que levou às subidas do mercado. E não tenho qualquer problema em reconhecer que a dimensão das subidas foi muito maior do que a que eu esperava.


CB - Há uma pergunta do Elias na qual temos muita curiosidade: “Apesar da pequenez do nosso mercado, verifica-se que os tópicos referentes a títulos nacionais que são colocados no Caldeirão geram muitíssimo mais interesse e um número mais elevado de respostas que qualquer tópico referente a títulos estrangeiros. Será que os nossos investidores são todos de "vistas curtas" ou haverá, em tua opinião, outra razão para esta aparente falta de interesse pelo mercado além-fronteiras?”


UP – Acho natural que os tópicos sobre acções nacionais tenham muito mais participantes do que os tópicos sobre mercados estrangeiros. Por um lado, a proximidade física das empresas faz com que os investidores tenham mais propensão a investir nas suas acções. Por outro lado, desde sempre que foram “educados” pelos órgãos de Comunicação Social nesse sentido. Quantas análises vemos sobre acções estrangeiras comparadas com acções nacionais? Uma relação de 20 para 1? Talvez. Certamente que a Imprensa argumentará que o faz por causa do interesse do público, pelo que isto se torna naquela brejeira expressão lusa de “pescadinha de rabo na boca”.


CB- Consideras que investir nos mercados internacionais (ex: dos americanos ou dos asiáticos) está acessível a qualquer pequeno investidor da praça portuguesa, em termos de custos, plataformas, simplicidade da informação acessível, pressão que um mercado muito mais volátil exerce sobre quem lá investe?


UP – Os mercados europeu e americano estão acessíveis aos investidores nacionais. Já no que diz respeito aos outros mercados aparecerão mais obstáculos que tornarão difícil a vida aos investidores portugueses que neles queiram investir. Mas, de uma forma geral, o mundo inteiro está à distância de um click.


CB - O Canguru gostava que lhe explicasses porque razão muita gente perde dinheiro nos mercados? E acrescentaríamos… e porque é que insistem…


UP – Há uns anos escrevi um artigo que respondia a essa questão. Ao relê-lo encontro as seguintes respostas: A pressa de ganhar; a utilização da estratégia de “baixar o preço médio”, pensar que se encontrou a fórmula mágica, não ser consistente, forçar negócios, a falta de confiança e o excesso de confiança.
Hoje, alguns anos depois, acho que a razão mais importante porque muitos investidores, no longo prazo, perdem dinheiro em Bolsa é porque o seu principal objectivo não é ganhar dinheiro. A maioria procura excitação, adrenalina, desafios intelectuais, entre outras coisas. Conscientemente, 99% afirma que negoceia em Bolsa para ganhar dinheiro mas muitos deles nem sequer sabem que, no seu íntimo, não é essa a principal razão. É por isso que a minha frase favorita no mercado é do Ed Seykota: “Todos têm aquilo que querem do mercado”.
Além disso, muitos dos investidores quando procuram informação sobre os mercados procuram conselhos de compra/venda, price-targets quando, na realidade, em vez do peixe, deviam querer aprender como pescá-lo. Mas isso dá muito trabalho para alguns. E a capacidade de ouvir é menos fácil do que aparenta.


CB - O mesmo Canguru salta para um tema recorrente aqui no caldeirão que é a questão das análises técnica ou fundamental. O manda chuva acha mesmo que não ligas à AF... Fomos investigar e descobrimos um artigo teu de Março onde escreveste: “acredito que a análise técnica é a melhor forma de percebermos a relação de força e sentimentos no mercado que vão determinar a evolução das cotações. E, para isso, não precisamos de notícias, informações privilegiadas ou bons contactos. Basta-nos o preço e o volume.” (2) Em resumo gostas mais da AT porque dá menos trabalho…


UP – Eu não incluo a análise fundamental nas minhas análises. Mas não lhe retiro qualquer mérito. A questão é a adaptação do método que mais se adequa ao nosso horizonte temporal. Acredito que a análise técnica é a ferramenta certa para quem investe em termos de curto prazo, enquanto que – no longo prazo – considero que é a análise fundamental a grande arma dos investidores. O que me custa é ver muitos investidores que adoptam a AF como o seu método predilecto a olharem para a AT como bruxaria. Longe disso. Eu nem acredito em bruxas. Nem em sucesso sem trabalho.


CB - O Fiódor pergunta se achas possível qualquer pessoa, independentemente da sua formação, adquirir conhecimentos suficientes para vencer nos mercados? Era agora que contávamos a história do papagaio fêmea …


UP – Acho possível que, seja qual for a sua formação, qualquer investidor pode tornar-se um vencedor no mercado. Eu sou licenciado em Gestão pela Faculdade de Economia do Porto mas, perdoem-me a sinceridade, isso é completamente irrelevante para o meu “trading”. Nada do que lá estudei entra nos aspectos que considero relevantes da minha negociação. Naturalmente que alguém com pouca propensão para “números” terá mais dificuldades mas, de uma forma geral, todos têm acesso ao sucesso. Mas ninguém é médico em 6 meses. E alguém que sai de uma Faculdade de Medicina será um médico bem melhor 10 anos depois. No “trading” é a mesma coisa. Muitos acham que, após um ano de sucesso nos mercados, podem considerar-se excelentes “traders”. Não podem. Mas podem vir a sê-lo.


CB - E se identificasses uma oportunidade de negócio realmente fantástica… Contavas mesmo ao povo?! Diz lá a verdade…


UP – Por que não? Eu escrevia diariamente sobre acções e sempre fui referindo as boas oportunidades que, na minha opinião, apareciam. Mas uma coisa são oportunidades que nos parecem fantásticas, outras são oportunidades em que é certo ganhar. Estas últimas não existem.
Aliás, em muitos mails que recebo, os leitores falam como se eu guardasse informação para mim, não querendo desvendar “segredos”. Não há segredos, as análises são claras. E quem continuar em busca do Santo Graal que lhe garanta bons resultados estará a ir pelo caminho errado.


CB - Chegaste a dizer que “Obrigar a que se divulguem as posições detidas sobre os activos em análise parece-me essencial para dar mais credibilidade e transparência às análises. Os investidores agradecem e, um dia, todos os analistas agradecerão também” (3) . Ficas frustrado quando ninguém te liga?


UP - Não. Acho que é uma questão de consciência. Eu faço sempre questão de divulgar quando os meus clientes detêm posições sobre activos objectos da minha análise. Nem me imagino a fazê-lo de outra forma. Se outros não o fazem é porque têm uma perspectiva diferente da minha. Isto não significa que eu acredite que os analistas tentem manipular as opiniões. Simplesmente, eu acredito que é impossível alguém ter uma opinião completamente imparcial de um activo quando se detém posição sobre ele. Por isso, acho que é imprescindível que os leitores saibam se o analista tem ou não posições no activo analisado.


CB –
Mas não te parece que, como trader profissional a fazer análises no Caldeirão, já és tipo um lobo a conduzir o rebanho?!?


UP – Tenho consciência que são muitos os que seguem as minhas opiniões. Essa é uma das razões pelas quais não faço qualquer comentário sobre “small caps”, ou seja, acções mais pequenas porque sei que um comentário meu pode gerar movimentos anormais nessas acções. Mas, como apenas analiso acções com volumes grandes, esse problema não existe. Embora tenha sempre que ler comentários como “O Nasdaq caiu porque o Ulisses andou aqui a dizer que ia cair e as pessoas venderam”…


CB - No Caldeirão são frequentes as polémicas sobre as noticias que surgem das casas de investimento. Que tens a dizer aos investidores que ainda ligam a essas recomendações?


UP – Hoje em dia, está na moda dizer-se mal dos “price targets”. Quando há vários anos atrás, escrevi um artigo intitulado “O horóscopo da Bolsa”, criticando a forma como muitos “price targets” eram calculados, essas recomendações eram quase sagradas para os investidores. O que eu defendo é que, quando lemos qualquer análise (seja fundamental ou técnica, seja institucional ou particular) temos que desenvolver um sentido crítico em relação a essa análise. Porque criticar não é – como leio no fórum – sempre que sai um “price target” menos favorável a uma acção, dizer: “Eles querem é comprar barato!”. Criticar é encontrar falhas no processo de análise e contra-argumentar.

Apetece-me acabar a resposta a esta pergunta como acabei esse tal artigo que escrevi. “Olho para os price targets” como olho para o horóscopo: Não acredito mas leio sempre…


CB - Se se publicasse um rating para as Agências de Rating, achas que haveria alguma que se aproveitasse especialmente? Se te comprometer não respondas…


UP – Honestamente, não lhes dou suficiente atenção que me permita responder a esta questão.


CB - O Manda chuva, manda perguntar como vês a evolução dos mercados nos próximos tempos? Vamos lá, especular um bocadinho…


UP – Infelizmente, não posso responder a esta questão. Como expliquei, depois da minha vinda de férias, há uma questão formal-legal que me impede, neste momento, de fazer qualquer comentário sobre o actual momento dos mercados. Estamos a envidar esforços para que esta situação seja ultrapassada. Confesso que esta é uma das sensações mais estranhas da minha vida. Há 10 anos que escrevo quase diariamente sobre os mercados e não o fazer e não poder responder às dezenas de perguntas diárias que me chegam, deixam-me um vazio difícil de explicar.


CB – Temos que falar sobre a crise financeira… Muita gente está a reflectir sobre se os mercados e os capitais não estão demasiado entregues a si próprios. Há regras a menos nos mercados? Por exemplo, que importância teria nas carteiras dos teus clientes se fosse em frente a ideia de acabar com as off-shores?! Era a brincar… responde só à primeira parte…


UP – Quando há uma crise, há sempre que encontrar culpados. E, como sempre, a culpa nunca é nossa, é sempre dos outros! Quando um mercado cai violentamente, diz-se sempre que havia poucas regras, branqueando quem cometeu enormes erros nesse período. Acho que o sector bancário é um bom exemplo disso: Como é possível terem a alavancagem que tinham? Como é possível que quase todos os créditos fossem aprovados quase de olhos fechados? Naturalmente que a forma como são remunerados os gestores dos Bancos teve muito a ver com esses excessos.
Quanto à pequena provocação da questão, a maior parte dos meus clientes são pequenos investidores e as “off-shores” são locais privilegiados para investidores com outros recursos financeiros…


CB - E que achas de taxar a sério as operações nos mercados de capitais para retirar espaço aos especuladores. Por exemplo se se universalizasse a Taxa Tobin, e beneficiando até com isso os países pobres?


UP – Em linha com a resposta anterior, acredito que essas ideias são actos desesperados de se tentar mostrar que a crise surgiu pela falta de regulação. Há uma ideia generalizada de que o problema dos mercados financeiros são os especuladores e eu tenho uma visão diametralmente oposta. Se se universalizasse a Taxa Tobin, a liquidez nos mercados diminuiria drasticamente. Dirão os defensores dessa tese que o mercado de capitais existe para financiar as empresas. Contudo, esquecem-se que uma reduzida liquidez faria com que esse mesmo financiamento fosse muito mais difícil já que o interesse pelas OPV`s seria muito mais diminuto, por exemplo. Por exemplo, a liquidez existente nos mercados permitiu que, quem identificou a crise relativamente cedo, pudesse sair com perdas moderadas. Se não houvesse essa liquidez, um “crash” teria sido inevitável e não daria tempo aos investidores para reagirem.
A Imprensa demoniza os especuladores. Aliás, a própria palavra “especulador” continua a ter uma carga depreciativa em Portugal. Eu, pelo contrário, considero-os peças vitais neste xadrez financeiro. Será por eu ser um deles?


CB - Fica a ideia de que te é mais ou menos indiferente negociares em Bear ou em Bull Market… Conseguiste manter a rentabilidade nos duros meses do Bear?


UP – Como gestor de carteiras, é-me mesmo completamente indiferente. As rentabilidades que obtenho não são directamente relacionáveis com o desempenho dos índices. Num fundo de acções, sabe-se que se o índice que esse fundo “segue” subir, o fundo sobe e se cair, o fundo descerá. Na gestão de carteiras personalizada, tal não sucede. Já tive excelentes anos com os mercados a afundarem e anos maus com os mercados a subirem. É irrelevante.
Mas claro que prefiro o “Bull Market”: Mais pessoas ganham dinheiro, os investidores andam com um sorriso nos lábios e o Caldeirão fervilha. Acho que a palavra ebulição ficaria melhor no contexto do Caldeirão. :)


CB - O manda chuva está curioso para saber qual o melhor e o pior dia que viveste ao seguir os mercados?


UP – O pior dia que vivi a seguir os mercados foi o 11 de Setembro, pelas razões que descrevi no artigo “Tenho saudades, Bill” (4) mas o meu pior dia directamente ligado a perdas será descrito na resposta que se segue. O melhor dia surgiu há cerca de 10 anos atrás. A empresa norte-americana Rambus (RMBS) tecnicamente estava muito forte e decidi que seria a minha grande aposta na altura. No dia seguinte, saiu uma notícia fabulosa para a acção que abriu a duplicar de valor face ao dia anterior. Vendi.


CB - Já alguma vez foste à falência? Como é que lidas com a frustração das tuas "grandes" perdas em bolsa?


UP – Sim. Nos meus primeiros anos nos mercados, achava que toda a minha “formação” no mercado estava feita. Os ganhos davam-me confiança e sentia que podia antecipar o mercado. A confiança era ilimitada e esse é meio caminho andado para o desastre. A Cimpor contrariava a tendência de queda da Bolsa portuguesa, acumulando ganhos fortíssimos, devido à luta pelo controlo da empresa, nomeadamente, pelo controlo dos votos de uma Assembleia Geral que seria decisiva para o futuro da empresa. A minha leitura era de que, depois da Assembleia Geral, aquele “balão artificial” que se foi enchendo iria esvaziar-se, pelo que teria que abrir posições curtas de forma a aproveitar aquele que eu achava ser “o short da minha vida”.
Comecei a abrir posições 2 ou 3 dias antes da Assembleia Geral (com receio que alguém “grande” tivesse a mesma ideia que eu e o preço começasse a cair ainda antes dessa AG) e, à medida que o preço ia subindo, eu ia reforçando a minha posição (como vêem, na altura algumas das minhas regras de ouro actuais de negociação não eram aplicadas), alavancando cada vez mais a minha posição. Depois da AG, perante a minha surpresa, a cotação continuou a subir e recebi “margin calls” da minha corretora, tendo eu que fechar a posição ou reforçar a conta margem. Tão confiante eu estava desse negócio que fui depositar dinheiro que não estava destinado à Bolsa para reforçar essa conta-margem. Mas os dias passaram, a acção continuou a voar e, sem dinheiro para reforçar essa conta-margem, fui obrigado a fechar essa posição, perdendo todo o dinheiro destinado aos mercados financeiros.
Nesse dia a acção estabeleceu o seu novo máximo e iniciou uma queda que a levou a perder mais de 80%, assistindo eu de fora àquilo que eu tanto desejava. Ter razão antes do tempo, em Bolsa, pode ser fatal. Sobretudo se descurarmos, por completo, as regras de “Money management”. Considero que este episódio foi o mais rico em termos de aprendizagem para me tornar um investidor de sucesso.


CB- O Elias interpela-te: "Tens uma experiência de quase 20 anos como investidor e analista e a tua abordagem ao mercado certamente foi evoluindo com a experiência acumulada; o método de trading que utilizas hoje é igual ao que utilizavas há 10 anos atrás, ou há algumas diferenças importantes que gostasses de referir?"


UP – O essencial do meu método de negociação não se alterou. O que fui foi refinando algumas estratégias, tentando aprender com os erros que cometia. Mas muitas vezes dou por mim a repetir erros e a pensar que, afinal, ainda tenho tanto trabalho pela frente para me tornar mais eficaz nos mercados. Mas, voltando ao método, tentei adaptar-me à evolução dos mercados. Há 10 anos atrás, uma das minhas regras de ouro era não negociar na primeira meia hora da sessão, dado o carácter errático da mesma. Hoje, reduzi essa meia hora para apenas 15 minutos pois, no mercado americano, considero que é aí que começa a primeira tendência intradiária do mercado. Por outro lado, hoje há muito mais “falsos breakouts” de suportes/resistências do que há 10 anos atrás, provavelmente pela massificação do uso da análise técnica. Há 10 anos atrás eu aproveitava quase sempre os “retestes” a essas resistências /suportes quebrados para abrir posições sobre essas acções. Hoje, dou muito mais atenção ao volume pois, se o volume aumentar nesse reteste, é um sinal de alerta que pode ter sido um falso “breakout” e não abro essa posição. São 2 exemplos de pequenas alterações ao meu método sem que a essência se tenha verdadeiramente transformado.


CB- O Elgenedy gostaria de saber como foram os primeiros 2 ou 3 anos de trader do Ulisses: sucessos, insucessos, sentimentos, emoções... Penso que todas as pessoas que se iniciam nos mercados terão fases em que duvidam se realmente terão "jeito para a coisa" ou nem por isso, e acredito que um testemunho na primeira pessoa, de alguém com perto de 20 anos de experiência, poderia ser interessante: ou para saber que não somos os únicos a pensar de determinada forma, ou para concluirmos que nos devemos mesmo dedicar à pesca ;)


UP – Comecei a negociar com 16 anos porque a Bolsa sempre me fascinou. Comprava umas acções no Banco porque achava as empresas boas sem ter a menor noção se aquele era o “timing” certo. Passado um ano entrei na Faculdade de Economia do Porto e – para desgraça da minha assiduidade às aulas – havia lá um terminal de mercados da Reuters que tinha tudo sobre os mercados financeiros em tempo real. Na altura, eu nem sabia o que era a Internet, por isso imaginem o salto qualitativo que eu tinha dado ao ter acesso à informação em tempo real. Rapidamente, aprendi a negociar futuros e foram anos de enorme volatilidade na minha carteira, já que – em boa verdade – eu procurava mais a adrenalina do que ganhar dinheiro. Os primeiros 3 anos foram fantásticos e eu sentia-me o melhor “trader” do mundo. Só depois percebi que as coisas não eram bem assim e que a qualidade de um “trader” se deve julgar pela sua consistência e os tempos a seguir foram de perdas começando a interrogar-me se, de facto, eu poderia vir a ter sucesso nos mercados, se o método era correcto, etc… e são esses momentos de reflexão que nos fazem estudar mais, reflectir e colocar em causa tudo. E isso é essencial para a nossa evolução em qualquer área.


CB- O Mechanic pergunta-te ainda : "Há uns tempos, escreveste um artigo que achei muito interessante e demonstrativo da simplicidade/humildade que vejo na tua pessoa. Desde então, o que mudou na vida de "Um trader de pijama "? Que hábitos e rotinas se alteraram na vida de Ulisses Pereira desde então?"


UP – Por incrível que pareça, mudou muito pouca coisa. Ao contrário da maioria das pessoas, eu adoro rotinas. E tenho conseguido mantê-la. Continuo a trabalhar em casa, no meu “bunker” como gosto de lhe chamar e continuo a treinar uma equipa sénior de andebol feminino da Primeira Divisão. A diferença é que o trabalho hoje é muito maior mas tenho conseguido manter os hábitos nesta cidade onde adoro viver: Aveiro. Talvez dentro em breve volte a escrever esse artigo actualizado.


CB – No teu resumo no site da Dif Broker consta que “Como gestor de risco, deves ser considerado um position trader, moderadamente agressivo” (5) . Ora, já escreveste que “o estilo de negociação tem que ser coerente com a personalidade e o estilo de vida ” (6) . Em que é que a tua personalidade e estilo de vida se encaixam no perfil de trader moderadamente agressivo?


UP – Grande pergunta. Eu sou mais tranquilo do que a expressão “moderamente agressivo” aplicada ao “trading” pode indiciar. Acho, inclusivamente, que como “trader” não sou assim tão agressivo mas prefiro classificar dessa forma, para que os potenciais clientes saibam que há risco na gestão de carteiras que faço. Acho que tenho uma propensão ao risco normal, não sou conservador nem demasiado propenso ao risco, pelo que isso se coaduna com o que eu sou na vida fora dos mercados: Uma pessoa normal que adora desafios, seja na Bolsa, no andebol ou em outra coisa qualquer.


CB- O mnfv tem curiosidade em saber: "Ulisses, vivendo tu em Aveiro, em algum momento da tua vida sonhaste ou te imaginaste a trabalhar em Wall Street?"


UP – Acho que só quando era miúdo. Eu adoro viver em Aveiro. Já recusei algumas interessantes oportunidades de trabalho por não querer viver em Lisboa. Aveiro tem uma qualidade de vida que não encontro em Lisboa e que me faz querer por aqui ficar.


CB- Ponderarias a possibilidade de seres pivot de um programa sobre mercados financeiros na televisão?


UP – Não creio que fosse uma boa escolha como pivot de um programa qualquer, mesmo de mercados financeiros. Mas como analista de um programa, por que não? Os meus vídeos caseiros só com a imagem dos gráficos têm estado sempre no top 10 diário do Sapo, pelo que acho que o que digo interessa às pessoas. Mas um pivot tem que ter outra imagem. :)


CB - O Warren Buffet vende a oportunidade de participar num almoço a dois para fins de caridade. Já pensaste nisso? (7) Onde gostavas que te levassem? Arranjava-se um sítio que tivesse o Bloomberg...

UP – Nunca tinha pensado nisso, porque é quase comparar o Eusébio ao Bynia. Mas se o fim fosse a caridade, naturalmente que aceitaria esse desafio.


CB - O jmtr pergunta ao ” ilustre druida se preferia ser campeão olímpico em voleibol de praia (dupla com o Marco António) ou que a tua equipa de andebol feminino fosse campeã da liga europeia”?


UP – Sem dúvida, escolheria a segunda hipótese. O voleibol é apenas para eu me entreter no Verão, enquanto o projecto de andebol feminino que lidero ocupa-me o ano inteiro e absorve muito do meu tempo. Confesso que me contentaria em atingir, com o Alavarium, a Fase final do Campeonato Nacional da 1ª Divisão que disputamos este ano. E com a intensidade com que estamos a treinar e a nos empenhar, acredito que podemos atingir esse difícil objectivo.


CB - És um prestigiado analista da Bolsa mas também fazes comentários sobre Poker na SIC Radical. Já o Prof. Braga de Matos também se confessou aficcionado de alguns jogos "desses". Achas que misturar Bolsa e Poker pode trazer mau nome … ao Poker?


UP – Durante muito tempo, o Poker era mal visto. Felizmente que as coisas estão a mudar e Portugal tem acompanhado – com o tradicional atraso – a tendência mundial de massificação deste cativante jogo. O poker é o jogo da moda, desde jovens a mais velhos e as transmissões do European Poker Tour na Sic Radical têm tido audiências excelentes.
Não se pode aplicar AT ao Poker, mas inúmeros conceitos aplicáveis aos mercados são aplicáveis ao Poker: O conceito de probabilidades, o conceito de “Money management”, o conceito da psicologia do “investidor/jogador”, o perfil de risco.


CB- A scpnuno quer saber "para quando um Ulissinho?" Ela até diz está disposta a colaborar… diz que se estiver difícil, arranja-se um manual de instruções...


UP –
Essa parte dela mostrar-se “disposta a colaborar” pode gerar interpretações menos claras… :)


CB- E o Nico acrescenta: "Atrever-te-ias a influenciar um filho teu a submergir no mundo dos mercados? (Dar-lhe acesso a um livro da tua prateleira não é considerado suficiente…) …antevendo uma resposta negativa, manterias essa posição mesmo que encontrasses nele virtudes que consideras fundamentais para o sucesso nesse mundo?"


UP – Não me imagino a influenciar propositadamente um filho meu a escolher esta ou aquela actividade profissional. Mas é natural que os filhos acompanhem o percurso dos pais e, em determinada altura da sua vida, mostrem alguma atracção por essas actividades. Mas, mesmo que visse neles qualidades inatas para o “trading”, jamais os empurraria nesse sentido. Não o faria para o mundo dos mercados nem para outro mundo nenhum. Serão eles que terão que abrir as portas do caminho que queiram trilhar.


CB- Por fim, queremos saber, se ficasses estupidamente rico... um excêntrico, portanto, como é que isso poderia mudar a tua vida? O que fazias com os milhões?


UP – Sempre que jogo no Euromilhões (o que é raro) penso nisso. Além de distribuir dinheiro pelas pessoas que me são próximas, contratava mais 2 pessoas a tempo inteiro para gerar conteúdos para o Caldeirão e oferecia um pavilhão ao meu clube, o Alavarium. Ah… e contratava estes dois entrevistadores para serem os responsáveis por uma entrevista semanal no Caldeirão!


Obrigado Ulisses pela tua disponibilidade e paciência. Ansiamos por um rápido regresso das tuas análises, que são uma parte importante do interesse que os investidores encontram no Caldeirão.


Entrevista montada e editada pelos caldeireiros QuimPorta e Razão Pura e que contou com a generosa contribuição dos restantes membros: Canguru, Elgenedy, Elias, Fiódor, hotgrowth, jmtr, manda chuva, mnfv, Nico, scpnuno e The Mechanic. Publicada no Caldeirão de Bolsa em 30/09/2009

Notas:
1 - Em 2 de Março 2009 - http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=356716
2 - Em 30 de Março 2009 http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?t=68084
3 - Em 24 de Fevereiro 2009 http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?t=67565
4 - Em 11 de Setembro de 2009 http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=386425
5 - http://www.dif.pt/web/pt_pt/manager-up
6 - Em 3 de Fevereiro de 2009 http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?t=67212
7 - http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?t=69224&highlight=buffett
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