Será isto uma Brincadeira ? 3ª Auto-Estrada Lisboa/Porto
Bom dia,
Afinal, depois do TGV e do novo aeroporto, isto tambem passa para o próximo governo ...
http://sic.aeiou.pt/online/noticias/din ... terior.htm
Par alem disto já foram conhecidas umas "derrapagens" financeiras de mais de 500 M€ de pedidos de compensações pelas concessionárias das 6 concessões já adjudicadas. Vejam o video na página indicada ...
BN,
ljbk.
Afinal, depois do TGV e do novo aeroporto, isto tambem passa para o próximo governo ...
http://sic.aeiou.pt/online/noticias/din ... terior.htm
Par alem disto já foram conhecidas umas "derrapagens" financeiras de mais de 500 M€ de pedidos de compensações pelas concessionárias das 6 concessões já adjudicadas. Vejam o video na página indicada ...
BN,
ljbk.
- Mensagens: 1000
- Registado: 25/11/2005 11:15
Pórticos instalados na A25 e A17 poderão servir para cobrar portagens
Jornal de Negócios Online
negocios@negocios.pt
A instalação de estruturas metálicas, tipo pórtico, na A25 e A17, está a preocupar as Câmaras de Aveiro e Ílhavo. Fala-se em portagens que vêm aí, mas o gabinete do ministro das Obras Públicas afirma que não há legislação.
Segundo avança hoje o Jornal de Notícias, as câmaras de Aveiro e de Ílhavo pediram "esclarecimentos" ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações sobre a eventual introdução de portagens na A25 (Aveiro-Barra) e A17 (Aveiro-Vagos), apesar de não terem sido informadas sobre essa possibilidade.
Em causa está a instalação de diversos pórticos nos troços daquelas duas auto-estradas, sem que as duas autarquias tenham sido informadas, ao mesmo tempo que nos últimos dias têm circulado na Internet, mensagens de correio electrónico alertando para essa possibilidade.
A concessionária daquelas duas auto-estradas, a Aenor, questionada pelo JN sobre para que servem as estruturas metálicas que já foram montadas e sobre a possibilidade de introdução de portagens na A25, optou pelo silêncio.
"Não compete à Aenor pronunciar-se sobre este tema", afirmou.
negocios.pt
Jornal de Negócios Online
negocios@negocios.pt
A instalação de estruturas metálicas, tipo pórtico, na A25 e A17, está a preocupar as Câmaras de Aveiro e Ílhavo. Fala-se em portagens que vêm aí, mas o gabinete do ministro das Obras Públicas afirma que não há legislação.
Segundo avança hoje o Jornal de Notícias, as câmaras de Aveiro e de Ílhavo pediram "esclarecimentos" ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações sobre a eventual introdução de portagens na A25 (Aveiro-Barra) e A17 (Aveiro-Vagos), apesar de não terem sido informadas sobre essa possibilidade.
Em causa está a instalação de diversos pórticos nos troços daquelas duas auto-estradas, sem que as duas autarquias tenham sido informadas, ao mesmo tempo que nos últimos dias têm circulado na Internet, mensagens de correio electrónico alertando para essa possibilidade.
A concessionária daquelas duas auto-estradas, a Aenor, questionada pelo JN sobre para que servem as estruturas metálicas que já foram montadas e sobre a possibilidade de introdução de portagens na A25, optou pelo silêncio.
"Não compete à Aenor pronunciar-se sobre este tema", afirmou.
negocios.pt
- Mensagens: 35428
- Registado: 5/11/2002 12:21
- Localização: Barlavento
mais_um Escreveu:A "amiga" estrangeira do Atomez é uma copia da cronica do MST, publicada no Expresso a 27 de Junho de 2009
http://aeiou.expresso.pt/esta-noite-son ... no=f523352
Provavelmente o Atomez é o MST , será?
Não, não sou nem tenho pena

O texto chegou-me por email daqueles que o pessoal manda uns para os outros e depois é que soube que era do MST e já lá pus a referencia.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
PIKAS Escreveu:
Desculpa lá, mas a tua amiga estrangeira deve perceber muito pouco de aeroportos e de aviação.
Cumprimentos,
A "amiga" estrangeira do Atomez é uma copia da cronica do MST, publicada no Expresso a 27 de Junho de 2009
http://aeiou.expresso.pt/esta-noite-son ... no=f523352
Provavelmente o Atomez é o MST , será?

Já agora, durante 2008, 2,8 milhões de veiculos utilizaram a A6, basta consultar o relatorio de contas da Brisa de 2008, realmente a A6 está sempre às moscas....só para comparação, a A12, Setubal Montijo teve 2 milhões de veiculos e a CREL, 3,3 milhões. Quando se quer é tão facil descobrir a demagogia...
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
BrancO:
A tua opinião é uma das leituras possíveis e a fundamentação é coerente.
Não quer isto dizer que não haja outras leituras.
Convém não esquecer que após a brutal queda provocada pelo 11/9 leituras semelhantes houve, as quais apontavam para recuperações da confiança e do tráfego a 10 anos, e a verdade é que a recuperação foi muitissimo rápida.
Vamos lá ver se não sairemos desta crise quase com a mesma velocidade com que nela entramos?
Cumprimentos,
A tua opinião é uma das leituras possíveis e a fundamentação é coerente.
Não quer isto dizer que não haja outras leituras.
Convém não esquecer que após a brutal queda provocada pelo 11/9 leituras semelhantes houve, as quais apontavam para recuperações da confiança e do tráfego a 10 anos, e a verdade é que a recuperação foi muitissimo rápida.
Vamos lá ver se não sairemos desta crise quase com a mesma velocidade com que nela entramos?
Cumprimentos,
- Mensagens: 1827
- Registado: 23/8/2006 18:53
- Localização: Alcabideche
PIKAS Escreveu:BrancO: explica-te melhor porque não percebi.
O planeta onde a classe média se endividada para ir passear ao outro lado do mundo foi extinto em 2008 e não creio que volte tão cedo.
Os estudos de utilização da Portela e de evolução de tráfego cheiram-me a uma extrapolação linear de uma altura de "bolha" a que o turismo não escapou.
Vê este link:
http://www.airports.org/cda/aci_common/ ... 12_666_2__
E claro, os números entre parenteses significam é um valor negativo. Vai demorar muito até a Portela estar outra vez nos valores de tráfego que esteve em 2007 quanto mais para justificar um novo aeroporto, junta a isto um TGV que vai roubar clientes às companhias aéreas e então é a desgraça.
Be Galt. Wear the message!
The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Atomez Escreveu:
— É sempre assim, esta auto-estrada?
— Assim, como?
— Deserta, magnífica, sem trânsito?
— É, é sempre assim.
— Todos os dias?
— Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
O problema de alguns lisboetas é que só conhecem a A-6 em direcção a Espanha. Experimenta ir com a tua colega estrangeira a Espanha pela A-25 e a conversa seria assim
- É sempre assim isto cheio de camioes ?
- É, esta é a principal via de acesso a Espanha e Europa.
- E quantos camiões circulam aqui por dia ?
- Cerca de 2000 nos dois sentidos.
- E o tráfego de ligeiros, porque existe aqui tanto trágefo ?
- Este eixo, além de ligar a toda a Europa, incluindo Espanha, liga 3 capitais de distrito da região centro, indo depois ligar ao eixo Norte-Sul do país. Além disso, nesse eixo estão muito próximas 2 cidades importantes como Porto e Coimbra. Esta AE absorve ainda trânsito do distrito de Vila Real e da A-23. Adicionalmente, em muitas épocas do ano tens também um enorme fluxo de emigrantes portugueses e turistas estrageiros, já que é o percurso mais curto de entrada no nosso país.
- Então se é assim tão importante, calculo que seja das mais antigas do país, porque parece tão nova ?
- Na verdade, o governo instalado em Lisboa não reconheceu a importância deste eixo na década de 90. Construiu então uma simples via rápida com apenas uma faixa de cada lado. Apesar de alertas para o erro, o provincianismo de Lisboa julgou que a "Província" não merecia ou necessitava mais que isto. As mortes e acidentes devido ao imenso tráfego que logo se abateu sobre esta via foi de tal ordem que pouco mais de uma década depois era mais do que evidente que esta via tinha sido SUB-DIMENSIONADA. E isto apesar de termos fortes apoios financeiros para a fazer bem da 1a vez...
- Foram fazer uma 2a vez ?
- Sim, mas com muito menos apoio comunitário...
Etc.. etc...
- Mensagens: 375
- Registado: 1/5/2008 2:21
- Localização: 8º W
PIKAS Escreveu:Desculpa lá, mas a tua amiga estrangeira deve perceber muito pouco de aeroportos e de aviação.
Desculpa lá mas deves perceber muito pouco dos efeitos que a crise está a ter no tráfego aereo em todo o mundo. Portela incluido.
Be Galt. Wear the message!
The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
Atomez escreveu:
Não concordo. Discordo profundamente. Por ano, faço várias vezes Lisboa/Porto e tenho feito excelentes viagens no alfa pendular.
Na generalidade estou satisfeito. É uma boa opção em contraponto com o avião ou carro.
Continuo a discordar e muito.
A portela já foi há muitos anos. De aeroporto a portela já pouco têm e um novo aeroporto devia a curto prazo estar operacional.
É muito melhor operar em Tires que na portela por todas as razões. Só que em Tires cabe pouca coisa e tem instrução.
Notícia de hoje relativa à portela:
http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Portela-pode-recusar-voos-por-excesso-de-avioes-estacionados.rtp&article=230347&visual=3&layout=10&tm=6&rss=0
Desculpa lá, mas a tua amiga estrangeira deve perceber muito pouco de aeroportos e de aviação.
Cumprimentos,
Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
— Mas porquê?
— Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
Não concordo. Discordo profundamente. Por ano, faço várias vezes Lisboa/Porto e tenho feito excelentes viagens no alfa pendular.
Na generalidade estou satisfeito. É uma boa opção em contraponto com o avião ou carro.
E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
— O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
— Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
— É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
— Não me pareceu nada...
Continuo a discordar e muito.
A portela já foi há muitos anos. De aeroporto a portela já pouco têm e um novo aeroporto devia a curto prazo estar operacional.
É muito melhor operar em Tires que na portela por todas as razões. Só que em Tires cabe pouca coisa e tem instrução.
Notícia de hoje relativa à portela:
http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Portela-pode-recusar-voos-por-excesso-de-avioes-estacionados.rtp&article=230347&visual=3&layout=10&tm=6&rss=0
Desculpa lá, mas a tua amiga estrangeira deve perceber muito pouco de aeroportos e de aviação.
Cumprimentos,
- Mensagens: 1827
- Registado: 23/8/2006 18:53
- Localização: Alcabideche
Boa tarde.
Relativamente as autovias espanholas e à comparação com AEs, há que tambem ser rigoroso na comparação.
Há mais de dez anos atrás em Espanha tomou-se uma decisão estratégica de parar com a construção de Autopistas (AEs com portagens) e passar a duplicar grande parte da rede de estradas existentes porque seria mais barato e teria uma execução mais rapida.
Assim, devido à distribuição demográfica, como a população concentrada em cerca de meia centena de centros urbanos distantes de uma centena de kilometros, com grande parte do territorio plano (Meseta), facilmente aproveitaram grande parte das estradas existentes e construindo uma nova faixa passaram a ter as autovias. Estas foram as autovias de 1ª geração. A medida que os anos foram passando e devido a necessidade de diminuir a sinistralidade, cada vez se foi aproveitando menos da antiga estrada sendo que as autovias hoje construidas não são mais do que AEs construidas de raiz no mesmo corredor da estrada nacional ou num corredor ao lado. Naturalmente que as primeiras autovias construidas foram as vias radiais de Madrid (I Norte, II Barcelona, III Valencia, IV Sevilha, V Lisboa e VI Corunha). Mas como levaram tempo a ser concluidas, parte destas, nomeadamente a via para Valencia junto a Alarcon por exemplo, têm troços terminados mais tarde que são autenticas AEs.
No entanto, tambem foi tomada recentemente a decisão de modernizar essas autovias de 1ª geração sendo que alguns trabalhos já estão em curso como por exemplo na A4 (Madrid-Sevilha) junto ao desfiladeiro de Despenhaperros.
Qualquer pessoa que já foi a Madrid desde Lisboa de carro sabe que a autovia desde Badajoz tem perfeitas condições para andar a 120 Km/h exceptuando os ultimos Kms junto à zona urbana de Madrid onde agora construiram umas novas AEs com portagens para oferecer uma alternativa.
Assim o que os espanhois designam com vias de grande capacidade no seu plano estrategico para o ano 2020(PEIT(que pode ser consultado no site do ministerio de fomento espanhol)) são ou serão equivalentes a AEs.
Mais recentemente o governo do Sr. Aznar aprovou uma segunda fase de Autopistas (AEs com portagem) na qual se inclui a via que eu referi que oferece uma alternativa à A4 para quem quiser pagar e que se designa por AP-41. Esta segunda fase está incluida no PEIT.
Se forem examinar esse plano, verão que há zonas de Espanha em que no mesmo eixo, entre vias nacionais e regionais do tipo AEs, existem duas e três alternativas.
Serão necessárias ?
Cada caso deve ser estudado rigorosamente pesando todos os pontos e não decidindo de animo leve.
BN,
ljbk.
Relativamente as autovias espanholas e à comparação com AEs, há que tambem ser rigoroso na comparação.
Há mais de dez anos atrás em Espanha tomou-se uma decisão estratégica de parar com a construção de Autopistas (AEs com portagens) e passar a duplicar grande parte da rede de estradas existentes porque seria mais barato e teria uma execução mais rapida.
Assim, devido à distribuição demográfica, como a população concentrada em cerca de meia centena de centros urbanos distantes de uma centena de kilometros, com grande parte do territorio plano (Meseta), facilmente aproveitaram grande parte das estradas existentes e construindo uma nova faixa passaram a ter as autovias. Estas foram as autovias de 1ª geração. A medida que os anos foram passando e devido a necessidade de diminuir a sinistralidade, cada vez se foi aproveitando menos da antiga estrada sendo que as autovias hoje construidas não são mais do que AEs construidas de raiz no mesmo corredor da estrada nacional ou num corredor ao lado. Naturalmente que as primeiras autovias construidas foram as vias radiais de Madrid (I Norte, II Barcelona, III Valencia, IV Sevilha, V Lisboa e VI Corunha). Mas como levaram tempo a ser concluidas, parte destas, nomeadamente a via para Valencia junto a Alarcon por exemplo, têm troços terminados mais tarde que são autenticas AEs.
No entanto, tambem foi tomada recentemente a decisão de modernizar essas autovias de 1ª geração sendo que alguns trabalhos já estão em curso como por exemplo na A4 (Madrid-Sevilha) junto ao desfiladeiro de Despenhaperros.
Qualquer pessoa que já foi a Madrid desde Lisboa de carro sabe que a autovia desde Badajoz tem perfeitas condições para andar a 120 Km/h exceptuando os ultimos Kms junto à zona urbana de Madrid onde agora construiram umas novas AEs com portagens para oferecer uma alternativa.
Assim o que os espanhois designam com vias de grande capacidade no seu plano estrategico para o ano 2020(PEIT(que pode ser consultado no site do ministerio de fomento espanhol)) são ou serão equivalentes a AEs.
Mais recentemente o governo do Sr. Aznar aprovou uma segunda fase de Autopistas (AEs com portagem) na qual se inclui a via que eu referi que oferece uma alternativa à A4 para quem quiser pagar e que se designa por AP-41. Esta segunda fase está incluida no PEIT.
Se forem examinar esse plano, verão que há zonas de Espanha em que no mesmo eixo, entre vias nacionais e regionais do tipo AEs, existem duas e três alternativas.
Serão necessárias ?
Cada caso deve ser estudado rigorosamente pesando todos os pontos e não decidindo de animo leve.
BN,
ljbk.
- Mensagens: 1000
- Registado: 25/11/2005 11:15
ljbk Escreveu:bestblandina Escreveu:Quantas auto-estradas existe para ligar sevilha-madrid ?
Uma, e essa não é muito bem uma auto-estrada mas sim uma via rápida.
Então se Sevilha para madrid não existe mais que 1 via rápida porque que lisboa e Porto haverá 3. Sendo Madrid maior que Lisboa e Sevilha maior que o Porto.
Isto é só um exemplo, não falta ai em casos identicos
Boas !
O exemplo escolhido não foi feliz já que tambem aqui existem ou vão existir 3 alternativas:
- Autovia A4;
- Autopista (com portagem) em construção em paralelo à linha do AVE via Toledo e Cuidad Real e depois Autovia A4 a partir de Cordoba;
- Autovia A5 até Merida + Autovia A66;
Para alem disto, existe a ligação do AVE que é muito popular.
A distribuição demografica da população em Espanha tambem é muito diferente da distribuição da população em Portugal nomeadamente no norte do país.
Por este motivo no litoral norte e centro quem quiser andar a mais de 50 Km/h de média não tem outra escolha senão optar por uma AE. Experimentem por exemplo ir de Braga a Guimarães pela estrada nacional e avaliem o tempo que demoraram ...
Há que avaliar as coisas de forma despaixonada e ponderar por exemplo quais seriam os custos de manutenção das estradas regionais incluidas nas concessões e como seriam estes suportados ou se em alternativa podem dispensar essa manutenção ...
Isto não significa que seja favoravel à solução encontrada.
Relativamente a alguns argumentos colocados:
- alguem imagina que não pudesse haver uma AE para Madrid mesmo não havendo trafego para a justificar ?
- os paises escandinavos tambem têm ou vão ter alta velocidade (ver ultimos numeros do Expresso) só que há varias velocidades dentro da alta velocidade europeia sendo que os pendulares entre Lisboa e Porto já podem ser incluidos num dos grupos de alta-velocidade sendo que infelizmente só uma pequena parte da linha do norte está modernizada e os montantes já gastos foram avultadissimos. Agora o que fica mais barato ou é melhor: constuir uma linha totalmente nova, remendar a actual ou não fazer nada ?
- Portugal terá mais cedo ou mais tarde mudar a bitola de todas as linhas com ligação a Espanha que já decidiu que irá a prazo fazer o mesmo: isto implica grandes custos em material circulante e infrastruturas. Vamos fazer isto ou manter o isolamento decorrente do erro do seculo 19 de nos isolar de supostas novas invasões francesas por comboio ?
Grandes investimentos para os proximos anos não vão faltar a não ser que a escolha seja fechar-nos ao exterior. A decisão está em escolher a calendarização correcta de cada um e em fomentar a industria nacional para se preparar para eles para que no momento da execução os contratos sejam assinados com consorcios com grande participação nacional e não seja tudo importado.
BN,
ljbk.
Tenho conhecimento que estão a fazer outra, mas o exemplo é bastante diferente. A ligação de sevilha a madrid é uma via rápida projectada para circular a 100km/h e há trajectos que baixa para 60km/h. Foi aproveitada a estrada existente e duplicaram para duas vias. A construção da nova AE sendo essa paga não só vai encurtar em muito o tempo de viagem como a distancia.
- Mensagens: 2796
- Registado: 20/2/2009 17:06
- Localização: 4
bestblandina Escreveu:Quantas auto-estradas existe para ligar sevilha-madrid ?
Uma, e essa não é muito bem uma auto-estrada mas sim uma via rápida.
Então se Sevilha para madrid não existe mais que 1 via rápida porque que lisboa e Porto haverá 3. Sendo Madrid maior que Lisboa e Sevilha maior que o Porto.
Isto é só um exemplo, não falta ai em casos identicos
Boas !
O exemplo escolhido não foi feliz já que tambem aqui existem ou vão existir 3 alternativas:
- Autovia A4;
- Autopista (com portagem) em construção em paralelo à linha do AVE via Toledo e Cuidad Real e depois Autovia A4 a partir de Cordoba;
- Autovia A5 até Merida + Autovia A66;
Para alem disto, existe a ligação do AVE que é muito popular.
A distribuição demografica da população em Espanha tambem é muito diferente da distribuição da população em Portugal nomeadamente no norte do país.
Por este motivo no litoral norte e centro quem quiser andar a mais de 50 Km/h de média não tem outra escolha senão optar por uma AE. Experimentem por exemplo ir de Braga a Guimarães pela estrada nacional e avaliem o tempo que demoraram ...
Há que avaliar as coisas de forma despaixonada e ponderar por exemplo quais seriam os custos de manutenção das estradas regionais incluidas nas concessões e como seriam estes suportados ou se em alternativa podem dispensar essa manutenção ...
Isto não significa que seja favoravel à solução encontrada.
Relativamente a alguns argumentos colocados:
- alguem imagina que não pudesse haver uma AE para Madrid mesmo não havendo trafego para a justificar ?
- os paises escandinavos tambem têm ou vão ter alta velocidade (ver ultimos numeros do Expresso) só que há varias velocidades dentro da alta velocidade europeia sendo que os pendulares entre Lisboa e Porto já podem ser incluidos num dos grupos de alta-velocidade sendo que infelizmente só uma pequena parte da linha do norte está modernizada e os montantes já gastos foram avultadissimos. Agora o que fica mais barato ou é melhor: constuir uma linha totalmente nova, remendar a actual ou não fazer nada ?
- Portugal terá mais cedo ou mais tarde mudar a bitola de todas as linhas com ligação a Espanha que já decidiu que irá a prazo fazer o mesmo: isto implica grandes custos em material circulante e infrastruturas. Vamos fazer isto ou manter o isolamento decorrente do erro do seculo 19 de nos isolar de supostas novas invasões francesas por comboio ?
Grandes investimentos para os proximos anos não vão faltar a não ser que a escolha seja fechar-nos ao exterior. A decisão está em escolher a calendarização correcta de cada um e em fomentar a industria nacional para se preparar para eles para que no momento da execução os contratos sejam assinados com consorcios com grande participação nacional e não seja tudo importado.
BN,
ljbk.
- Mensagens: 1000
- Registado: 25/11/2005 11:15
Re: Será isto uma Brincadeira ? 3ª Auto-Estrada Lisboa/Po
AC Investor Blog Escreveu:Isto é perfeito disparate !!!! Eu nem me acredito que isto foi hoje discutido na assembleia da república, é agora que o país vai ao fosso. Num momento em que há um claro declinio no uso das auto-estradas de uma forma em geral, lançar uma nova , não tem nexo nenhum. Isto é perfeito disparate !!!!
E avaliar como disparate algo que não se conhece?
Qual é o nome a usar?
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
Re: Será isto uma Brincadeira ? 3ª Auto-Estrada Lisboa/Po
AC Investor Blog Escreveu:Isto é perfeito disparate !!!! Eu nem me acredito que isto foi hoje discutido na assembleia da república, é agora que o país vai ao fosso. Num momento em que há um claro declinio no uso das auto-estradas de uma forma em geral, lançar uma nova , não tem nexo nenhum. Isto é perfeito disparate !!!!
Há que dar trabalho à Mota Engil !! mais nada !!
"Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos." Shakespeare
Quantas auto-estradas existe para ligar sevilha-madrid ?
Uma, e essa não é muito bem uma auto-estrada mas sim uma via rápida.
Então se Sevilha para madrid não existe mais que 1 via rápida porque que lisboa e Porto haverá 3. Sendo Madrid maior que Lisboa e Sevilha maior que o Porto.
Isto é só um exemplo, não falta ai em casos identicos
Uma, e essa não é muito bem uma auto-estrada mas sim uma via rápida.
Então se Sevilha para madrid não existe mais que 1 via rápida porque que lisboa e Porto haverá 3. Sendo Madrid maior que Lisboa e Sevilha maior que o Porto.
Isto é só um exemplo, não falta ai em casos identicos
- Mensagens: 2796
- Registado: 20/2/2009 17:06
- Localização: 4
Já agora deixo dados interessantes sobre a rede de AE e Ferroviária de Portugal:
A propósito da recente discussão sobre os programados investimentos em infra-estruturas, resolvi revisitar as estatísticas comunitárias sobre as redes ferroviária e de auto-estradas, com o objectivo de avaliar a posição relativa do nosso país relativamente aos restantes Estados membros da União Europeia.
Os valores encontrados (1) para os indicadores que designei por densidade (quociente entre a extensão da rede e a área territorial) e por intensidade (quociente entre a extensão da rede e a população residente) destas infra-estruturas são interessantes:
Relativamente às auto-estradas, Portugal, no ando de 2006, assumia o 6º valor mais alto da UE em termos densidade (27,7 km de AE/1000 km2, correspondente a 189% da média da UE) e o 5º maior valor na perspectiva da intensidade (239,7 km / milhão de habitantes, correspondente a 189% da média da UE);
No tocante à rede ferroviária electrificada, o nosso país, em 2007, colocava-se no 18º lugar em termos de densidade (15,6 km / 1000 km2, correspondente a 62% da média da UE) e em 17º lugar quanto à intensidade (135,1 km / milhão de habitantes, correspondente a 61% da média da UE).
Este desequilíbrio de desenvolvimento das redes rodoviária e ferroviária, quando comparadas com os nossos parceiros da União Europeia, é manifestamente o resultado de sucessivas políticas de transportes em que se privilegiaram as estradas, orientação que terá as suas origens no Estado Novo, ou mesmo anteriormente.
Não tendo neste momento dados disponíveis sobre o investimento conjunto das Estradas de Portugal, ou suas antecessoras, e das concessionárias de auto-estradas, face ao investimento da REFER, anteriormente CP, estou convicto que o investimento feito por esta última é muito inferior ao realizado pelas primeiras.
A dúvida que me assiste é se o momento presente não torna pertinente a necessidade de inflectir esta situação, de modo a reduzir o impacto ambiental da mobilidade e do transporte de mercadorias, já que estes continuam ambos a crescer mas as metas de emissão de gases com efeito de estufa estão fixados.
Como sempre, os comentários são sempre bem-vindos.
(1) - os valores foram calculados com base nos dados constantes dos quadros 1.1, 3.5.1 e 3.5.3 de "EU Energy and Transport in Figures - Statistical Pocketbook 2009", publicado pela DG Energy and Transport da Comissão Europeia
fonte: http://allwaysmoving.blogspot.com/2009/ ... pneus.html
CRÓNICA DOS TEMPOS QUE CORREM
Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
— É sempre assim, esta auto-estrada?
— Assim, como?
— Deserta, magnífica, sem trânsito?
— É, é sempre assim.
— Todos os dias?
— Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
— Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
— Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
— E têm mais auto-estradas destas?
— Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. — respondi, rindo-me.
— E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
— Porque assim não pagam portagem.
— E porque são quase todos espanhóis?
— Vêm trazer-nos comida.
— Mas vocês não têm agricultura?
— Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
— Mas para os espanhóis é?
— Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
— Mas porque não investem antes no comboio?
— Investimos, mas não resultou.
— Não resultou, como?
— Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
— Mas porquê?
— Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
— E gastaram nisso uma fortuna?
— Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
— Estás a brincar comigo!
— Não, estou a falar a sério!
— E o que fizeram a esses incompetentes?
— Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
— Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
— Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
— Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
— Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
— Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
— Isso mesmo.
— E como entra em Lisboa?
— Por uma nova ponte que vão fazer.
— Uma ponte ferroviária?
— E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
— Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
— Pois é.
— E, então?
— Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
— E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...
— Não, não vai ter.
— Não vai? Então, vai ser uma ruína!
— Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína — aliás, já admitida pelo Governo — porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
— E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
— Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
— E vocês não despedem o Governo?
— Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...
— Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
— Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
— O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
— A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
— Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
— É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
— E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
— O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
— Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
— É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
— Não me pareceu nada...
— Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
— Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
— Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
— E tu acreditas nisso?
— Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
— Um lago enorme! Extraordinário!
— Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
— Ena! Deve produzir energia para meio país!
— Praticamente zero.
— A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
— A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
— Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar — ou nem isso?
— Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
— Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
— Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
— Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
— Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
— Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!
Texto de Miguel Sousa Tavares in Expresso
Segunda-feira passada, a meio da tarde, faço a A-6, em direcção a Espanha e na companhia de uma amiga estrangeira; quarta-feira de manhã, refaço o mesmo percurso, em sentido inverso, rumo a Lisboa. Tanto para lá como para cá, é uma auto-estrada luxuosa e fantasma. Em contrapartida, numa breve incursão pela estrada nacional, entre Arraiolos e Borba, vamos encontrar um trânsito cerrado, composto esmagadoramente por camiões de mercadorias espanhóis. Vinda de um país onde as auto-estradas estão sempre cheias, ela está espantada com o que vê:
— É sempre assim, esta auto-estrada?
— Assim, como?
— Deserta, magnífica, sem trânsito?
— É, é sempre assim.
— Todos os dias?
— Todos, menos ao domingo, que sempre tem mais gente.
— Mas, se não há trânsito, porque a fizeram?
— Porque havia dinheiro para gastar dos Fundos Europeus, e porque diziam que o desenvolvimento era isto.
— E têm mais auto-estradas destas?
— Várias e ainda temos outras em construção: só de Lisboa para o Porto, vamos ficar com três. Entre S. Paulo e o Rio de Janeiro, por exemplo, não há nenhuma: só uns quilómetros à saída de S. Paulo e outros à chegada ao Rio. Nós vamos ter três entre o Porto e Lisboa: é a aposta no automóvel, na poupança de energia, nos acordos de Quioto, etc. — respondi, rindo-me.
— E, já agora, porque é que a auto-estrada está deserta e a estrada nacional está cheia de camiões?
— Porque assim não pagam portagem.
— E porque são quase todos espanhóis?
— Vêm trazer-nos comida.
— Mas vocês não têm agricultura?
— Não: a Europa paga-nos para não ter. E os nossos agricultores dizem que produzir não é rentável.
— Mas para os espanhóis é?
— Pelos vistos...
Ela ficou a pensar um pouco e voltou à carga:
— Mas porque não investem antes no comboio?
— Investimos, mas não resultou.
— Não resultou, como?
— Houve aí uns experts que gastaram uma fortuna a modernizar a linha Lisboa-Porto, com comboios pendulares e tudo, mas não resultou.
— Mas porquê?
— Olha, é assim: a maior parte do tempo, o comboio não 'pendula'; e, quando 'pendula', enjoa de morte. Não há sinal de telemóvel nem Internet, não há restaurante, há apenas um bar infecto e, de facto, o único sinal de 'modernidade' foi proibirem de fumar em qualquer espaço do comboio. Por isso, as pessoas preferem ir de carro e a companhia ferroviária do Estado perde centenas de milhões todos os anos.
— E gastaram nisso uma fortuna?
— Gastámos. E a única coisa que se conseguiu foi tirar 25 minutos às três horas e meia que demorava a viagem há cinquenta anos...
— Estás a brincar comigo!
— Não, estou a falar a sério!
— E o que fizeram a esses incompetentes?
— Nada. Ou melhor, agora vão dar-lhes uma nova oportunidade, que é encherem o país de TGV: Porto-Lisboa, Porto-Vigo, Madrid-Lisboa... e ainda há umas ameaças de fazerem outro no Algarve e outro no Centro.
— Mas que tamanho tem Portugal, de cima a baixo?
— Do ponto mais a norte ao ponto mais a sul, 561 km.
Ela ficou a olhar para mim, sem saber se era para acreditar ou não.
— Mas, ao menos, o TGV vai directo de Lisboa ao Porto?
— Não, pára em várias estações: de cima para baixo e se a memória não me falha, pára em Aveiro, para os compensar por não arrancarmos já com o TGV deles para Salamanca; depois, pára em Coimbra para não ofender o prof. Vital Moreira, que é muito importante lá; a seguir, pára numa aldeia chamada Ota, para os compensar por não terem feito lá o novo aeroporto de Lisboa; depois, pára em Alcochete, a sul de Lisboa, onde ficará o futuro aeroporto; e, finalmente, pára em Lisboa, em duas estações.
— Como: então o TGV vem do Norte, ultrapassa Lisboa pelo sul, e depois volta para trás e entra em Lisboa?
— Isso mesmo.
— E como entra em Lisboa?
— Por uma nova ponte que vão fazer.
— Uma ponte ferroviária?
— E rodoviária também: vai trazer mais uns vinte ou trinta mil carros todos os dias para Lisboa.
— Mas isso é o caos, Lisboa já está congestionada de carros!
— Pois é.
— E, então?
— Então, nada. São os especialistas que decidiram assim.
Ela ficou pensativa outra vez. Manifestamente, o assunto estava a fasciná-la.
— E, desculpa lá, esse TGV para Madrid vai ter passageiros? Se a auto-estrada está deserta...
— Não, não vai ter.
— Não vai? Então, vai ser uma ruína!
— Não, é preciso distinguir: para as empresas que o vão construir e para os bancos que o vão capitalizar, vai ser um negócio fantástico! A exploração é que vai ser uma ruína — aliás, já admitida pelo Governo — porque, de facto, nem os especialistas conseguem encontrar passageiros que cheguem para o justificar.
— E quem paga os prejuízos da exploração: as empresas construtoras?
— Naaaão! Quem paga são os contribuintes! Aqui a regra é essa!
— E vocês não despedem o Governo?
— Talvez, mas não serve de muito: quem assinou os acordos para o TGV com Espanha foi a oposição, quando era governo...
— Que país o vosso! Mas qual é o argumento dos governos para fazerem um TGV que já sabem que vai perder dinheiro?
— Dizem que não podemos ficar fora da Rede Europeia de Alta Velocidade.
— O que é isso? Ir em TGV de Lisboa a Helsínquia?
— A Helsínquia, não, porque os países escandinavos não têm TGV.
— Como? Então, os países mais evoluídos da Europa não têm TGV e vocês têm de ter?
— É, dizem que assim entramos mais depressa na modernidade.
Fizemos mais uns quilómetros de deserto rodoviário de luxo, até que ela pareceu lembrar-se de qualquer coisa que tinha ficado para trás:
— E esse novo aeroporto de que falaste, é o quê?
— O novo aeroporto internacional de Lisboa, do lado de lá do rio e a uns 50 quilómetros de Lisboa.
— Mas vocês vão fechar este aeroporto que é um luxo, quase no centro da cidade, e fazer um novo?
— É isso mesmo. Dizem que este está saturado.
— Não me pareceu nada...
— Porque não está: cada vez tem menos voos e só este ano a TAP vai cancelar cerca de 20.000. O que está a crescer são os voos das low-cost, que, aliás, estão a liquidar a TAP.
— Mas, então, porque não fazem como se faz em todo o lado, que é deixar as companhias de linha no aeroporto principal e chutar as low-cost para um pequeno aeroporto de periferia? Não têm nenhum disponível?
— Temos vários. Mas os especialistas dizem que o novo aeroporto vai ser um hub ibérico, fazendo a trasfega de todos os voos da América do Sul para a Europa: um sucesso garantido.
— E tu acreditas nisso?
— Eu acredito em tudo e não acredito em nada. Olha ali ao fundo: sabes o que é aquilo?
— Um lago enorme! Extraordinário!
— Não: é a barragem de Alqueva, a maior da Europa.
— Ena! Deve produzir energia para meio país!
— Praticamente zero.
— A sério? Mas, ao menos, não vos faltará água para beber!
— A água não é potável: já vem contaminada de Espanha.
— Já não sei se estás a gozar comigo ou não, mas, se não serve para beber, serve para regar — ou nem isso?
— Servir, serve, mas vai demorar vinte ou mais anos até instalarem o perímetro de rega, porque, como te disse, aqui acredita-se que a agricultura não tem futuro: antes, porque não havia água; agora, porque há água a mais.
— Estás a dizer-me que fizeram a maior barragem da Europa e não serve para nada?
— Vai servir para regar campos de golfe e urbanizações turísticas, que é o que nós fazemos mais e melhor.
Apesar do sol de frente, impiedoso, ela tirou os óculos escuros e virou-se para me olhar bem de frente:
— Desculpa lá a última pergunta: vocês são doidos ou são ricos?
— Antes, éramos só doidos e fizemos algumas coisas notáveis por esse mundo fora; depois, disseram-nos que afinal éramos ricos e desatámos a fazer todas as asneiras possíveis cá dentro; em breve, voltaremos a ser pobres e enlouqueceremos de vez.
Ela voltou a colocar os óculos de sol e a recostar-se para trás no assento. E suspirou:
— Bem, uma coisa posso dizer: há poucos países tão agradáveis para viajar como Portugal! Olha-me só para esta auto-estrada sem ninguém!
Texto de Miguel Sousa Tavares in Expresso
Editado pela última vez por atomez em 3/7/2009 15:30, num total de 1 vez.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
Este problema da 3a auto-estrada está muito revestido de demagogia. Em primeiro lugar interessa conhecer a(s) zona(s) em causa, e duvido que muitos que comentam este assunto conheçam suficientemente bem.
Depois há as questões aqui muito bem explicadas pelo ljbk, isto é mais uma junção de troços do que uma AE completa. Mas há que fazer barulho (notem, eu não sou PS nem vou votar PS).
Se conhecerem a zona, podem constatar que o troço da N1 entre Águeda e Albergaria (nó importante com a A-25) está bastante saturado. Mesmo a norte desse nó, perto da Branca, ainda se passa um mau bocado. Quando ouvi falar nesta suposta AE, sempre pensei cá comigo - vão apenas alargar para 2x 2 faixas aquela zona. Nada mais lógico e necessário.
Adicionalmente, zonas relativamente importantes do distrito de Aveiro (um dos mais industrializados do país) como Oliveira de Azemeis, S.J. da Madeira, Vale de Cambra, ainda podem ver as suas ligações melhoradas, coisa que actualmente não é bem conseguida nem pela A-1 nem pela A29 (ainda mais ao litoral).
Finalmente, um dos troços mais do que necessário há pelo menos 2 décadas, é o troço importante Aveiro - Águeda, que ligaria um dos principais portos do país a uma das cidades com mais indústria.
Não discutam o "se" se deve fazer, discutam o "como" é que se deve fazer. Em alguns dos troços isto não passa de duplicação de faixas.
Há em Lisboa montes de zonas em 2x 2 faixas e mais até e ninguém levanta poeira.. não entendo esta confusão.
Depois há as questões aqui muito bem explicadas pelo ljbk, isto é mais uma junção de troços do que uma AE completa. Mas há que fazer barulho (notem, eu não sou PS nem vou votar PS).
Se conhecerem a zona, podem constatar que o troço da N1 entre Águeda e Albergaria (nó importante com a A-25) está bastante saturado. Mesmo a norte desse nó, perto da Branca, ainda se passa um mau bocado. Quando ouvi falar nesta suposta AE, sempre pensei cá comigo - vão apenas alargar para 2x 2 faixas aquela zona. Nada mais lógico e necessário.
Adicionalmente, zonas relativamente importantes do distrito de Aveiro (um dos mais industrializados do país) como Oliveira de Azemeis, S.J. da Madeira, Vale de Cambra, ainda podem ver as suas ligações melhoradas, coisa que actualmente não é bem conseguida nem pela A-1 nem pela A29 (ainda mais ao litoral).
Finalmente, um dos troços mais do que necessário há pelo menos 2 décadas, é o troço importante Aveiro - Águeda, que ligaria um dos principais portos do país a uma das cidades com mais indústria.
Não discutam o "se" se deve fazer, discutam o "como" é que se deve fazer. Em alguns dos troços isto não passa de duplicação de faixas.
Há em Lisboa montes de zonas em 2x 2 faixas e mais até e ninguém levanta poeira.. não entendo esta confusão.
- Mensagens: 375
- Registado: 1/5/2008 2:21
- Localização: 8º W
Li algures um artigo que, proporcionalmente claro, Portugal teria dentro de um ano ou dois, mais auto-estradas que a Alemanha! É pena não os igualarmos noutros indicadores que melhorassem a nossa qualidade de vida.
Infelizmente as políticas públicas promovem o crescimento económico à custa de obras públicas que trazem pouquíssimos benefícios para o país, mas enormes para os ex-membros de governos que vão para o sector privado, nomeadamente empresas de construção civil.
o caso das AE é flagrante. Residindo no distrito de Santarém, circulo por vezes em AE que têm menos trânsito que algumas avenidas - por ex. aquelas que partem da A1 para o litoral.
A questão que gostaria de colocar é:
qual seria o crescimento do PIB sem todas as obras de país rico, como por ex. as que aí vêm - aeroporto e tgv?
Infelizmente as políticas públicas promovem o crescimento económico à custa de obras públicas que trazem pouquíssimos benefícios para o país, mas enormes para os ex-membros de governos que vão para o sector privado, nomeadamente empresas de construção civil.
o caso das AE é flagrante. Residindo no distrito de Santarém, circulo por vezes em AE que têm menos trânsito que algumas avenidas - por ex. aquelas que partem da A1 para o litoral.
A questão que gostaria de colocar é:
qual seria o crescimento do PIB sem todas as obras de país rico, como por ex. as que aí vêm - aeroporto e tgv?
Cpts.
Marks
Há duas formas de ser rico:
ter mais ou desejar menos.
Marks
Há duas formas de ser rico:
ter mais ou desejar menos.
Boa noite.
Para alem da querela politica subjacente, há aqui uma questão de fundo a debater.
Vamos a factos.
Não há concurso para uma 3ª AE Lisboa Porto.
O que existem são concessões em concurso: Auto estradas do Centro e Pinhal Interior que em conjunto com outras concessões e troços que já existem poderiam permitir uma ligação em AE entre a A23 junto ao Entroncamento e o Porto o que pode ser considerado como uma 3ª AE em paralelo com a A1 e a A8/A17/A29.
1º problema / facto:
- o percurso em causa não está previsto ser em AE em toda a extensão no Plano Rodoviario Nacional 2000 na sua ultima revisão apesar de já estar prevista a construção de novos itinerarios complementares para este percurso: IC3 e IC2;
2º problema / facto:
- parte do percurso acima referido e previsto ser feito em AE no PRN já foi adjudicado ou ja esta construido: Carvalhos-S.João da Madeira e Entroncamento - Tomar Sul o que da o argumento politico ao governo que foi o PSD que iniciou a AE cor de rosa;
Agora vamos as minhas considerações:
- É duvidoso que todo o percurso acima referido seja necessário em AE e ficaria mais barato em IC (nós e obras de arte em AE e restante em 2 vias para possivel futuro alargamento) tal como está previsto no PRN 2000;
- Se não houver trafego, o investimento não vai ter beneficios à altura do valor investido;
- É provavel que a solução escolhida tenha a ver com a necessidade de encontrar interessados para as concessões ao incluir AE com portagens para financiar a manutenção das restantes vias regionais incluidas nas concessões como por exemplo no caso do Pinhal Interior;
- Seria bem mais interessante prolongar em AE o IP8 de Beja (até onde já foi adjudicado (Sines-Beja)) até à fronteira numa extensão de 60 Km, para potenciar a ligação directa de Sines a Sevilha, do que ter 3 AEs em paralelo entre a saida da zona urbana do Porto e a zona de Aveiro;
- Como cada Km custa no minimo 3 milhões de euros (em zona plana e fora de uma zona urbana), os valores em causa são sempre muito elevados;
Acho que varrida a parte politica, cada um pode formar a sua opinião.
BN,
ljbk.
Edit: correcções ortográficas e palavras em falta.
Para alem da querela politica subjacente, há aqui uma questão de fundo a debater.
Vamos a factos.
Não há concurso para uma 3ª AE Lisboa Porto.
O que existem são concessões em concurso: Auto estradas do Centro e Pinhal Interior que em conjunto com outras concessões e troços que já existem poderiam permitir uma ligação em AE entre a A23 junto ao Entroncamento e o Porto o que pode ser considerado como uma 3ª AE em paralelo com a A1 e a A8/A17/A29.
1º problema / facto:
- o percurso em causa não está previsto ser em AE em toda a extensão no Plano Rodoviario Nacional 2000 na sua ultima revisão apesar de já estar prevista a construção de novos itinerarios complementares para este percurso: IC3 e IC2;
2º problema / facto:
- parte do percurso acima referido e previsto ser feito em AE no PRN já foi adjudicado ou ja esta construido: Carvalhos-S.João da Madeira e Entroncamento - Tomar Sul o que da o argumento politico ao governo que foi o PSD que iniciou a AE cor de rosa;
Agora vamos as minhas considerações:
- É duvidoso que todo o percurso acima referido seja necessário em AE e ficaria mais barato em IC (nós e obras de arte em AE e restante em 2 vias para possivel futuro alargamento) tal como está previsto no PRN 2000;
- Se não houver trafego, o investimento não vai ter beneficios à altura do valor investido;
- É provavel que a solução escolhida tenha a ver com a necessidade de encontrar interessados para as concessões ao incluir AE com portagens para financiar a manutenção das restantes vias regionais incluidas nas concessões como por exemplo no caso do Pinhal Interior;
- Seria bem mais interessante prolongar em AE o IP8 de Beja (até onde já foi adjudicado (Sines-Beja)) até à fronteira numa extensão de 60 Km, para potenciar a ligação directa de Sines a Sevilha, do que ter 3 AEs em paralelo entre a saida da zona urbana do Porto e a zona de Aveiro;
- Como cada Km custa no minimo 3 milhões de euros (em zona plana e fora de uma zona urbana), os valores em causa são sempre muito elevados;
Acho que varrida a parte politica, cada um pode formar a sua opinião.
BN,
ljbk.
Edit: correcções ortográficas e palavras em falta.
Editado pela última vez por ljbk em 2/7/2009 23:23, num total de 3 vezes.
- Mensagens: 1000
- Registado: 25/11/2005 11:15
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: cali010201, Google [Bot], Jonas74, LionHeart, navaldoc, paulosantinhoamado e 281 visitantes