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Caldeirão da Bolsa

Off topic Mario Soares e a Boa Hora -continuação

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Ulisses Pereira » 10/2/2009 10:59

Caro Alexandre,

Aprecio muito a forma elegante como sempre participas no Caldeirão. No entanto, queria dizer-te que quando bloqueamos um tópico é porque entendemos que ele não deve prosseguir, a bem do Caldeirão. Por isso, pedia-te que não reabras tópicos bloqueados.

Um abraço,
Ulisses
"Acreditar é possuir antes de ter..."

Ulisses Pereira

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Off topic Mario Soares e a Boa Hora -continuação

por mais_um » 10/2/2009 10:32

“E não só!
O meu avô materno, que era emigrante em França, presenciou que esse digníssimo senhor, andou a pisar e enxovalhar a bandeira Portuguesa! "Chamando país de m..."”



Caro Uly,

Lamento informa-lo mas o caso da suposta bandeira portuguesa pisada pelo Mário Soares foi em Londres e não em França, este boato foi posto a circular pela PIDE durante o antigo regime, após a visita do Marcelo Caetano a Londres, mais tarde surgiu de novo a quando das eleições para presidente da republica em que o Soares ganhou ao Freitas do Amaral, tendo nessa altura sido acrescentado mais 2 versões, Paris e Madrid.

O meu avó que combateu na 1ª guerra mundial também dizia que o Sidónio Pais tinha recebido dinheiro por cada soldado português que foi para França, ele odiava o homem porque o meu avô ficou invalido devido ao gás que os alemães utilizaram na batalha de La Liz, embora o Sidónio Pais não fizesse parte do governo que decidiu a entrada de Portugal na 1ª guerra mundial (na altura ele era embaixador na Alemanha e até era contra a guerra), este boato foi posto a circular pela oposição ao Sidónio Pais.

O facto de uma mentira ser repetida muitas vezes não a transforma em verdade.

A difamação e calúnia são armas dos pobres de espírito.

Cumprimentos

Alexandre Santos

A bandeira nacional
A bandeira portuguesa está aparentemente a ser apropriada pelo desporto de massas e pelos directores de marketing da banca e dos jornais, multiplicando-se as hesitações legais e políticas sobre esta movimentação. Agora que este símbolo nacional aparece nas casas ao apelo de treinadores de futebol, com cantos de publicidade a jornais e bancos, rebelam-se alguns contra esta banalização, mas nem o problema é simples nem a solução evidente.A bandeira portuguesa é recente e a I República não teve tempo de a "nacionalizar", apesar dos milhares de mortos portugueses na Grande Guerra de 1914-18. Foi a longa duração do Estado Novo que acabou por enraizar as quinas em verde e vermelho nos rituais de Estado, com a sua presença sempre vigilante nas próprias organizações paramilitares do regime, como a Legião e a Mocidade portuguesas e sobretudo nas Forças Armadas. Apesar dos "10 de Junho" da Guerra Colonial e de algumas manifestações com bandeirinhas à espera do almirante Tomás, no entanto, raramente a bandeira se aproximou do povo. A ditadura acreditava pouco nas virtudes da apropriação popular da bandeira, cultivando a reverência e a autoridade, não fosse a oposição republicana e comunista, que também a usava, ser matraqueada na rua com ela na mão.A bandeira raramente foi tema de polarização política durante a ditadura, apesar de entre o reduzido mundo político do final dos anos 60 ter ficado célebre a propaganda (falsa) da ditadura de que Mário Soares teria lá posto o pé numa manifestação anti- -Estado Novo em Inglaterra. A seguir à queda da ditadura, mesmo com a parte vermelha a querer sobressair em 1975 e a ser dobrada nas colónias, também esta não polarizou grande coisa. O mesmo se podendo dizer da coabitação pacífica entre o vermelho e verde e o prestigiado azul da União Europeia, esta última sempre presente em cada nova estrada e centro de saúde nos anos 80.Foi preciso chegar ao futebol em acalmia democrática para que o uso da bandeira se democratizasse, adquirindo um tom festivo e pouco chauvinista. De todos os usos que dela foram feitos talvez seja este o mais benigno e, mesmo que associada à abertura de uma conta bancária, não é de crer que faça mal a alguém.
António Costa Pinto
Professor universitário
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