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Caldeirão da Bolsa

Bancos Portugueses Beira da Falência-BPP Falência Iminente..

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Bocciardi » 27/11/2008 11:19

O que mais me choca nisto tudo é que esta gente não tem vergonha na cara... Depois de isto tudo estar a acontecer, em primeiro lugar o Cadilhe vem dizer que os ex-adiministradores do BPN deveriam ser chamados à responsabilidade, quando tem na sua equipa o filho do CEO que mais tempo geriu esse banco.

Depois vem o "coitado" (coitado por ser intelectualmente demente, para tecer este tipo de comentários):

ficou desolado com a decisão da administração e que não esperava que tal viesse a acontecer


do filho do Oliveira e costa dizer isto... Mas será que não lhe é claro que estando num orgão de gestão, ainda por cima ex-director financeiro da instituição, que não lhe iriam chamar à responsabilidade?!?!? E que estando numa posição de chefia não poderia destruir e/ou ocultar informação?!?!?

A passividade com que esta gente demente da cabeça diz estas coisas é escandalosa, parece que estamos no país da alice das maravilhas e estamos a ver a banda passar...

É revoltante, deveriam-lhe nacionalizar todos os bens e dos familiares directos (sendo "ex-mulher" ou não..."

Um abraço
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por pedrom » 27/11/2008 11:11

JPtuga Escreveu:Temos pena... :twisted:


Não tenhas, pois já deve ter garantido lugar em outro banco ou até no estado..... :mrgreen:
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por JPtuga » 27/11/2008 11:07

Temos pena... :twisted:
 
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por Açor3 » 27/11/2008 10:42

Filho de Oliveira Costa destituído de director do BPN
Francisco Bandeira, novo presidente do Banco Português de Negócios (BPN), já começou a "expurgar" a instituição, tendo decidido destituir José Augusto Costa, filho de Oliveira Costa.

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Francisco Bandeira, novo presidente do Banco Português de Negócios (BPN), já começou a "expurgar" a instituição, tendo decidido destituir José Augusto Costa, filho de Oliveira Costa.

Segundo o “Diário de Notícias”, ontem, José Augusto Costa foi chamado à administração para lhe ser comunicado que a partir daquele momento estava destituído do cargo de director de organização do banco. Funções que exercia há poucos meses, pois foi Miguel Cadilhe, presidente do BPN até à nacionalização, que o escolheu para desempenhar o cargo.

Antes, o filho de Oliveira e Costa , ex-presidente e fundador do BPN, chegou a ser administrador do banco, responsável pelo pelouro financeiro. Cargo que exerceu até ao afastamento de José Oliveira Costa da liderança do BPN em Fevereiro último.

Fonte do “Diário de Notícias” admite que José Augusto Costa, engenheiro de formação, ficou desolado com a decisão da administração e que não esperava que tal viesse a acontecer
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por Flying Turtle » 26/11/2008 14:47

:clap: :clap: :clap: :clap: :clap: Pedro Braz Teixeira!

FT
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por Açor3 » 26/11/2008 13:57

Pedro Braz Teixeira
Demitam-se, sff

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No caso do BPN comecemos pelos primeiros culpados, as sucessivas administrações deste banco. Parece que a procissão ainda nem sequer saiu da igreja, mas o que se conhece já é de meter medo ao Adamastor. Já foi detido o ex-presidente e esperemos que o processo seja concluído num prazo decente e que tenhamos decisões judiciais inteligíveis e "entendíveis" como justas.


Entretanto, estranha-se o silêncio do PSD perante tantos ex-governantes envolvidos nesta longa e penosa novela. No mínimo, deveria haver uma declaração pública de repúdio abstracto de todas as ilegalidades. Gostaria ainda da promessa de que todos os que venham a ser condenados por tribunais levarão como pena adicional a expulsão do PSD.

Parece também óbvio que Dias Loureiro se deveria demitir do seu lugar de conselheiro de Estado, para evitar mais lama no PR. Mesmo que Dias Loureiro se sinta o maior dos inocentes, deveria ter esse gesto para preservar as instituições (o Conselho de Estado e a Presidência da República).

Passemos agora ao segundo grupo de culpados, no Banco de Portugal (BdP). Vítor Constâncio durante anos a fio avisou (e bem) que muitos responsáveis em Portugal não tinham interiorizado as implicações estruturais da participação no euro. É extraordinariamente irónico que o próprio Constâncio não tenha percebido a profunda alteração estrutural que a mesma participação implicava para o próprio BdP. Antes do euro, a principal tarefa do BdP era a gestão macroeconómica e Constâncio até tinha um excelente perfil para essa tarefa.

Uma vez no euro, a gestão macroeconómica passou para um "secundaríssimo" plano, tendo a supervisão bancária passado para o primeiro plano. Com a redefinição de prioridades, Constâncio já não tinha o perfil ideal para a "nova" instituição. Mas o mais grave de tudo foi que Constâncio não soube ou não quis fazer a reestruturação profunda de que o BdP carecia. Manteve o banco à sua imagem e semelhança, em vez de o transformar em função das novas prioridades decorrentes do euro. Esta incapacidade de liderança estratégica é gravíssima e parece que vai custar aos contribuintes largas centenas de milhões de euros.

Se isto não justifica a demissão, o que há poderia justificar? Parece que há para aí quem veja na eventual demissão de Constâncio um problema grave para o BdP. Mas uma instituição não fica mais fragilizada quando tem uma liderança ferida de morte? Mais ainda, Constâncio pretende que cometamos com ele o mesmíssimo erro que ele cometeu com os banqueiros: o de os considerar acima de qualquer suspeita ou necessidade de fiscalização exigente.

Também não faz sentido dizer que o BdP precisa de mais meios na supervisão. Precisa, isso sim, de "reafectar" os vastíssimos recursos gastos noutras áreas para a área prioritária: a supervisão, coisa que é do mais elementar sentido de gestão.

Finalmente, as acusações de "chicana" política. Quando um alto responsável abusa do seu poder e da sua independência, para favorecer o governo em exercício, quem faz "chicana" política? Quem pratica o abuso ou quem denuncia o abuso praticado? No caso do défice de 2005 "previsto" de 6,83% quem fez "chicana" política?

No Boletim Económico de Outono de 2008, o BdP não apresenta uma previsão do PIB para 2009, quando o FMI, a CE e a OCDE já a publicaram. Esta situação inédita de estarmos quase a entrar a 2009 sem um cenário macro por parte do BdP é um "frete" ao Governo, para não pôr em causa o cenário idílico do Governo? Porque é que não há uma palavra em relação ao défice de 2009? Se o défice de 2008 corrigido é de 2,8% do PIB, segundo o BdP, e o cenário macro pior do que o do Governo, qual é a estimativa do BdP para o défice de 2009? Estamos em presença de dois pesos e duas medidas? E "desorçamentação"? Também estamos como na supervisão, que o BdP não vê "desorçamentação" porque o Governo não informou o BdP das trafulhices que anda a fazer por baixo da mesa? Quando Constâncio até o melhor activo do BdP (o gabinete de estudos) destrói, o que é preciso mais acontecer?
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por Açor3 » 26/11/2008 9:12

O caso BPN prossegue, entre revelações de novas ligações à área política, operações onde se perdeu o rasto a dezenas de milhões de euros e a gestão feita no Palácio de Belém à manutenção de Dias Loureiro como conselheiro de Estado. Na Madeira, Tranquada Gomes, da direcção do grupo parlamentar do PSD-Madeira, é o advogado de Abdool Vakil, presidente do Banco Efisa, do grupo BPN, que tem "representação permanente" da sua sucursal financeira no escritório que esse advogado mantém com Coito Pita, outro deputado do PSD.
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por Açor3 » 26/11/2008 8:45

26 Novembro 2008

Últimas Nacional Sociedade Polícia Economia País Mundo Desporto Cultura Gente Tecnologia Média

Nacional

Sócrates delegou todas as decisões
Caso BPN foi gerido sobretudo por Teixeira dos Santos.Primeiro-ministro acompanhou mais até à nacionalização
00h30m
ALEXANDRA MARQUES
O primeiro-ministro acompanhou o caso do BPN até ter decidido a sua nacionalização. Depois confiou-o a Teixeira dos Santos e a Constâncio. Quanto aos restantes aspectos do caso, os de Polícia pertencem à Justiça.

Se houve um período em que o primeiro-ministro acompanhou de perto e andou preocupado com as sequelas de uma eventual falência do Banco Português de Negócios (BPN), foi antes de ser aprovada, no dia 2 de Novembro, em Conselho de Ministros, a nacionalização daquela entidade bancária presidida pelo ex-ministro das Finanças, Miguel Cadilhe.

A decisão coube ao ministro das Finanças , Teixeira dos Santos e ao primeiro-ministro, tendo a mesma sido mantida à margem dos demais governantes. "Nem os elementos do gabinete do primeiro-ministro sabiam", foi dito ao JN.

Enquanto não foi anunciada a nacionalização e a falta de liquidez do BPN ameaçava ter um impacto económico devastador, o chefe de Governo fez questão de estar a par. "Depois tornou-se um caso de polícia que já não lhe diz respeito, que cabe à Justiça tratar. E pelos vistos a Justiça funcionou e está a funcionar", realçou ao JN a mesma fonte.

"Mesmo as decisões que têm sido tomadas no Parlamento - como a constituição de uma comissão de inquérito ao caso BPN - são da total responsabilidade da direcção do grupo parlamentar", adiantou.

Na verdade, desde o início do mês que José Sócrates delegou no governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, mas sobretudo emTeixeira dos Santos, a condução técnica do processo por confiar em absoluto no ministro que é em termos práticos o número dois do Governo".

"(Sócrates) confia muito nele, porque veio do mercado de valores, conhece bem a Banca, onde esta pode falhar, os produtos de risco, etc. Tem merecido essa confiança e por isso delega, além de que só assim se credibiliza um ministro das Finanças. E se o próximo ano vai ser ainda mais duro, não se pode nem deve fragilizar o titular da pasta", alega.

Quanto à tentativa de envolver o chefe de Estado, Cavaco Silva, S. Bento atribui-a a um accionista que terá pensado que associando o nome do presidente teria mais garantias do Governo ou que a Justiça seria mais branda se Cavaco Silva fosse depositante. Pois "a honestidade do chefe de Estado está acima de qualquer suspeita".
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por Açor3 » 26/11/2008 8:42

SLN Cabo Verde suspeita de corrupção
A SLN Cabo Verde uma empresa do grupo Sociedade Lusa de Negócios, foi denunciada à Procuradoria-Geral cabo- verdiana pela prática de crimes de corrupção e tráfico de influências, entre outros.

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A SLN Cabo Verde uma empresa do grupo Sociedade Lusa de Negócios, foi denunciada à Procuradoria-Geral cabo- verdiana pela prática de crimes de corrupção e tráfico de influências, entre outros.

De acordo com o “Diário de Notícias”, a ligação desta empresa com o Banco Insular (que até 2008, "ninguém" sabia que pertencia ao BPN) era e é por demais evidente: José Vaz Mascarenhas acumula a presidência de ambos. E José Luís Lopes Fernandes, administrador do Banco Insular, foi, até 2007, segundo fonte oficial do BPN, administrador da SLN Cabo Verde.

A empresa em causa está sediada na zona franca da Madeira. E, em 2006, assinou um contrato com a Sociedade de Desenvolvimento Turístico das Ilhas da Boa Vista e Maio (SDTIBM). Segundo o contrato, a SLN Cabo Verde assumiria a gestão da SDTIBM, que tinha como principal função o lançamento de projectos imobiliários para aquelas duas ilhas, em "terrenos valiosíssimos", de acordo com Jorge Santos, líder do Movimento para a Democracia (MpD), o partido que apresentou a queixa na PGR de Cabo Verde. O negócio envolvia, segundo a queixa a que o DN teve acesso, um grande esforço financeiro para a SDTIBM. A polémica estalou em Cabo Verde, levando à demissão do então ministro da Economia, João Pereira Silva.
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por Rockerduck » 26/11/2008 1:16

scpnuno Escreveu:Alguém reparou no "esclarecimento" do nosso Presidente, em que garante que a unica relação que tem com o BPP é como cliente? Hummm???? olha´o "melro"....
Porquê que ele não tem conta na CGD ou no Millennium como toda a gente?


ó scpnuno, onde viste que o cavaco é cliente do bpp? parece-me que queres dizer bpn... pois se te referes ao comunicado que vem no site da presidencia é mesmo BPN.

cumps
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por Flying Turtle » 25/11/2008 19:41

scpnuno Escreveu:Alguém reparou no "esclarecimento" do nosso Presidente, em que garante que a unica relação que tem com o BPP é como cliente? Hummm???? olha´o "melro"....
Porquê que ele não tem conta na CGD ou no Millennium como toda a gente?


Consequências de ter ume reforma do Banco de Portugal... :evil:

Ele disse que era cliente de quatro bancos, portanto na volta também lá estão o Millennium e a CGD... para gerir o resto dos rendimentos, claro!

Mas ele afinal é (era?) cliente do BPP ou do BPN? :roll: Ou será que vai andar associado a todos os bancos que caiam nas bocas do mundo?

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por scpnuno » 25/11/2008 19:27

Alguém reparou no "esclarecimento" do nosso Presidente, em que garante que a unica relação que tem com o BPP é como cliente? Hummm???? olha´o "melro"....
Porquê que ele não tem conta na CGD ou no Millennium como toda a gente?
Esta é a vantagem da ambição:
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por Celsius-reloaded » 25/11/2008 19:25

Flying Turtle Escreveu:
Celsius Escreveu:Pode ser efectivamente um grande erro politico "salvar" o BPP.


Não vejo como poderia aplicar-se ao BPP uma medida semelhante à aplicada ao BPN: O "rationale" por detrás da coisa é a salvaguarda dos interesses dos depositantes. Ora se se trata de um banco de gestão de fortunas e que quase não concede crédito (logo não pode ter depósitos a prazo, a menos que esteja a investir também capitais próprios), os interesses de depositantes em causa serão insignificantes e, na generalidade dos casos, cobertos pelo Fundo de Garantia dos Depósitos.

A menos, claro, que haja fortunas depositadas à ordem e, presumivelmente, sem remuneração.

Por outro lado, os investimentos (as tais fortunas) geridos pelo BPP não serão afectados por uma eventual falência, uma vez que pertencem aos clientes e não ao Banco. Os clientes apenas teriam de dar-se ao trabalho de arrangar outro gestor ou... passar a geri-las eles mesmos!

FT


E em reforço do que dizes acrescento que parece assente que não existe ou é residual, eventual risco sistémico...
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por MozHawk » 25/11/2008 19:25

Estou com o FT, espero que a imprensa livre funcione e ponha cá para fora tudo o que os portugueses devem saber sobre quem nos governa/governou. Por outro lado, que se faça [comece a fazer] justiça. Investiguem a sério.

Quanto ao Dias Loureiro, uma vergonha que ainda não tenha renunciado ao cargo.

É [também] por este tipo de situações que mudei de "poiso". Angola não é melhor mas pelo menos não é o meu país! Isso precisa de uma varridela a sério, de cima a baixo. Enquanto tal não acontecer, Portugal não tem futuro.

Um abraço,
MozHawk
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por Flying Turtle » 25/11/2008 19:20

Celsius Escreveu:Pode ser efectivamente um grande erro politico "salvar" o BPP.


Não vejo como poderia aplicar-se ao BPP uma medida semelhante à aplicada ao BPN: O "rationale" por detrás da coisa é a salvaguarda dos interesses dos depositantes. Ora se se trata de um banco de gestão de fortunas e que quase não concede crédito (logo não pode ter depósitos a prazo, a menos que esteja a investir também capitais próprios), os interesses de depositantes em causa serão insignificantes e, na generalidade dos casos, cobertos pelo Fundo de Garantia dos Depósitos.

A menos, claro, que haja fortunas depositadas à ordem e, presumivelmente, sem remuneração.

Por outro lado, os investimentos (as tais fortunas) geridos pelo BPP não serão afectados por uma eventual falência, uma vez que pertencem aos clientes e não ao Banco. Os clientes apenas teriam de dar-se ao trabalho de arrangar outro gestor ou... passar a geri-las eles mesmos!

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por Celsius-reloaded » 25/11/2008 19:07

JPtuga Escreveu:Também ouvi o forum da TSF hoje, parcialmente, e houve vários intervenientes a dizer que tinham lá depósitos, e que, se os clientes do BPN tinham sido protegidos, porque não o seriam eles?

Bom, no caso do BPP falir, pelo menos os clientes com depósitos deverão estar protegidos pelo esquema de proteção aos depositantes até ao montante de €100.000,00 (salvo erro..). Os que têem depósitos de valor superior perderão integralmente o valor acima desse limite, bem como os investidores detentores de obrigações, ãcções e fundo de investimento do banco. penso eu.
São situações diferentes, uma falência por fraude, de um banco comercial a retalho, da de um banco de investimento por motivo de má gestão de activos(tomada de riscos imprudente), logo tratamentos diferentes.

Pese embora, como disseram na tsf e aqui no forum, o nosso querido ministro das finanças ter dito á boca cheia que não iriam deixar "falhar" nenhuma instituição de crédito, e que os portugueses poderiam estar descansados e ter confiança nas suas instituições de crédito. Se por um lado compreendo que tenham que dizer isto para acalmar as pessoas, por outro lado, cada vez menos podemos acreditar nas palavras do ministro e de outros responsaveis do sector finaceiro.


Por estas razões e por outras espero bem que o BPP acabe.

Sendo um gestor magnifico, certamente que o respectivo presidente não terá grandes problemas em continuar com a sua brilhante carreira de investimentos. :evil:

Pode ser efectivamente um grande erro politico "salvar" o BPP.

Seria, como disse a sub-directora do JdN (num dos pcos artigo com que concordei inteiramente) nacionalizar os prejuízos.
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por Açor3 » 25/11/2008 18:57

Sociedade "off-shore" do BPN foi utilizada para ocultar ganho de 129,5 milhões com negócio no Brasil
O BPN ocultou 129,5 milhões de euros da venda da empresa brasileira ERGI, em 2006, através de uma sociedade "off-shore" controlada pelo grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN), apurou a Lusa com base nos registos oficiais.

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Jornal de Negócios com Lusa


O BPN ocultou 129,5 milhões de euros da venda da empresa brasileira ERGI, em 2006, através de uma sociedade 'off-shore' controlada pelo grupo Sociedade Lusa de Negócios (SLN), apurou a Lusa com base nos registos oficiais.

Segundo os registos da Junta Comercial de São Paulo, a ERGI Empreendimentos era detida em 20 por cento pelo BPN e em 80 por cento pela Swiss Finance, uma 'off-shore' que o Banco de Portugal, numa carta remetida em Junho à administração do BPN, a que a Lusa teve acesso, identifica como pertencente à SLN (a proprietária do banco). Um antigo responsável da SLN, que pediu para não ser identificado, confirmou à Lusa que a Swiss Finance é, de facto, uma das várias sociedades 'off-shore' controladas pelo grupo.

A ERGI foi vendida em Dezembro de 2006 ao grupo brasileiro WTorre, por 135 milhões de euros. Mas no relatório e contas desse ano, a administração do BPN refere um encaixe de apenas 5,5 milhões de euros com a operação, o que significa que os restantes 129,5 milhões de euros não foram incluídos nas contas do banco.

Além deste valor, entre 2003 e 2006 o BPN injectou um total de 242,2 milhões de euros na ERGI Empreendimentos, na forma de empréstimos concedidos pelo Banco Insular de Cabo Verde, uma instituição 'off-shore' que a SLN controlou de forma clandestina durante vários anos.

Os empréstimos concedidos à ERGI não chegaram a ser liquidados, pelo que deverão fazer parte dos cerca de 407 milhões de euros em crédito malparado que, segundo o Banco de Portugal, consta do balanço do Insular.

Segundo a Junta Comercial de São Paulo, o administrador da ERGI na altura da venda à WTorre era Jorge Vieira Lobo de Sousa, um cidadão português com residência em São Paulo. A Lusa tentou obter esclarecimentos junto do responsável, mas não foi possível.
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por Flying Turtle » 25/11/2008 18:56

Opinião de Nuno Morais Sarmento:

Com grande surpresa minha ouvi, na semana passada ou quando foi, a caminho de São Bento e da Procuradoria e do Parlamento, que quer falar aqui, quer falar ali, quer falar acolá… Eu acho que, tanto barulho ele fez que, depois desta poeira toda levantada, vejo com dificuldade que ele se possa manter no Conselho de Estado. E, sendo também uma opinião pessoal, no lugar de Dias Loureiro sairia, por uma questão: para dignificar o Conselho de Estado e para defender o Presidente da República. Era o que faria imediatamente e, portanto, acho que Dias Loureiro já está, nessa decisão, atrasado.


in Página 1 de hoje, http://mediaserver.rr.pt/rr/others/924635910d8b9e.pdf

Não podia estar mais de acordo.

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por Lion_Heart » 25/11/2008 18:21

Ulisses , realmente não me expliquei o que relamente queria dizer.

quando disse salvo, deveria dizer Nacionalizado.

No entanto disse salvo para afirmar que não o deixaram falir apesar de ter uma cota de mercado infima e não prejudicar ninguém ( ou quase) .
Mas isto parece ter sido uma jogada mais politica que outra coisa.

No caso BPP vamos ter outra situação interessante, pois o banco não parece ter sido mal gerido , investiu foi mal. O engraçado é que continuamos a ter gente muito poderosa como accionistas e clientes.Vamos ver até que ponto o estado não está refém deles.
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por Ulisses Pereira » 25/11/2008 17:50

Excelente post JPTuga.

Um abraço,
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por JPtuga » 25/11/2008 17:47

Também ouvi o forum da TSF hoje, parcialmente, e houve vários intervenientes a dizer que tinham lá depósitos, e que, se os clientes do BPN tinham sido protegidos, porque não o seriam eles?

Bom, no caso do BPP falir, pelo menos os clientes com depósitos deverão estar protegidos pelo esquema de proteção aos depositantes até ao montante de €100.000,00 (salvo erro..). Os que têem depósitos de valor superior perderão integralmente o valor acima desse limite, bem como os investidores detentores de obrigações, ãcções e fundo de investimento do banco. penso eu.
São situações diferentes, uma falência por fraude, de um banco comercial a retalho, da de um banco de investimento por motivo de má gestão de activos(tomada de riscos imprudente), logo tratamentos diferentes.

Pese embora, como disseram na tsf e aqui no forum, o nosso querido ministro das finanças ter dito á boca cheia que não iriam deixar "falhar" nenhuma instituição de crédito, e que os portugueses poderiam estar descansados e ter confiança nas suas instituições de crédito. Se por um lado compreendo que tenham que dizer isto para acalmar as pessoas, por outro lado, cada vez menos podemos acreditar nas palavras do ministro e de outros responsaveis do sector finaceiro.
 
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por Ulisses Pereira » 25/11/2008 17:44

O BPN foi nacionalizado. E os accionistas receberão o valor que o banco tem. Mas como se estima que o valor não ande muito longe de zero, receberão 0.

Voltando atrás em relação ao Lion, acrescento que os accionistas do BPN (pela voz de Miguel Cadilhe) queriam que o Governo ajudasse financeiramente o Banco, coisa que foi negada. Ou seja, discordo completamente quando dizes que o BPN foi ajudado e o BPP não foi.

Se o Estado devia ou não intervir, isso é já outra questão muito mais complexa e difícil de avaliar.

Um abraço,
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por ETA » 25/11/2008 17:36

ulisses, há muito tempo que lei-o o forum, apesar de nunca ter participado.
Desde sempre que aprendi a ler com respeito e atenção as tuas opiniões ( já lá vão mais de 7 anos ...não me lembro do chat em se conversava sobre bolsa)mesmo que algumas vezes não concorda-se com elas ( vulgo PTM no baú)
...mas nunca pensei ouvir-te dizer coisas como o BPN foi COMPRADO??..como é isso?

PS.. relativamente a outo tópico, é verdade que para falar de educação não é necessário ter filhos assim como para falr de bolsa não é preciso ser economista..ou outra coisa qualquer.
.... mas se assim for o número de asneiras que se fazem ou dizem em ambos os casos aumenta exponencialmente

abraço
 
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por Ulisses Pereira » 25/11/2008 16:06

Lion, o BPN não foi ajudado. Foi comprado. E os accionistas, provavelmente, pouco mais do que zero receberão. São situações completamente diferentes...

Um abraço,
Ulisses
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por Lion_Heart » 25/11/2008 15:40

Como hoje ouvi na tsf e muito bem , alguém dizia.
Ok, o BPP tem uma cota infima de mercado só pode ser ajudado em 45 me , e o BPN? que eu saiba a cota de mercado deles era de 2% , pq foi salvo? Pois é, e agora?
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