Preços dos alimentos / Ética dos especuladores em bolsa
Pata-Hari Escreveu:Ok, então e como é determinas que bens são os que não são investiveis e os que são investiveis?
Olha para o título do tópico, lê as noticias e descobres a resposta à tua pergunta rapidamente.
Agora desulpa a ironia, mas o metais comem-se?
Os agricultores portugueses não perderam dinheiro da forma que se tenta fazer crer. Perde mais dinheiro o cidadão comum a comprar gasóleo acima de 1 Euro do que o agricultor a comprar gasóleo agrícola. Perde mais dinheiro o cidadão comum a ir ao supermercado do que o agricultor a ver a erva crescer no campo e receber dinheiro para não produzir.
Mas seja como fôr, aumentos de 200% devem chegar e sobrar para em 1 ano cobrir meia duzia deles... ou uma duzia, isto se o reflexo do aumento chegar às mãos do agricultor.
Quando os paises africanos quiserem produzir é so começar. Não é o preço que os impede de produzir. No Zimbabwe os preços nunca foram impedimento para produzir e exportar, o impedimento teve outro nome que se extende aos restantes paises desse continente.
Já agora, para não desviar a discussão, abdico de te responder à questão dos mercados livres.
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!

Ok, então e como é determinas que bens são os que não são investiveis e os que são investiveis? o teu critério, Jam, nunca será perfeito e irá interferir com uma solução que serve a mais pessoas (a história ensina-te isso milhentas vezes).
Os metais são fundamentais para o bem estar. Se não permitires investimento, os preços podem até ser mantidos temporariamente abaixo do seu valor actual. E estarás portanto a lançar para o desemprego muitos mineiros. Aliás, nem precisas de ir muito longe. Tens os agricultores Portugueses finalmente a respirarem de alivio porque já não perdem o dinheiro que perderam ao longo de umas décadas. Vais portanto fazer com que esses agricultores entrem novamente em perdas e passem novamente fome. As coisas não são assim tão lineares e a intervenção segundo o critério de alguém (e ninguém diz que seja alguém com má intenção!) é sempre favorável a uns injustiçando muitos outros. A história, repito, mostra-te isto milhares de vezes.. As únicas soluções “justas” são as que fazem com que se gere mais (aumente a produtividade) dos factores escassos.
Se para o ano se gerar o triplo dos bens alimentares fazendo com que hajam excedentes para enviar para países africanos ou para vender a preços bem baratos, ou se para o ano os países africanos produzirem e empregarem gente a produzir cereais, este terá sido um pico de preços justo ou injusto? Se para o ano alguém inventar melhores processos de geração de energia limpa por via do investimento que se fez em research durante estes anos de petróleo caro, terá este pico sido benéfico ou não para a humanidade? Eu dou-te a resposta: os mercados livres geram sempre soluções melhores do que os mercados com grande intervenção. O que não impede que te recuses a investir no mercado das commodities agrícolas (e esta discussão é mais larga que apenas as commodities agrícolas).
Os metais são fundamentais para o bem estar. Se não permitires investimento, os preços podem até ser mantidos temporariamente abaixo do seu valor actual. E estarás portanto a lançar para o desemprego muitos mineiros. Aliás, nem precisas de ir muito longe. Tens os agricultores Portugueses finalmente a respirarem de alivio porque já não perdem o dinheiro que perderam ao longo de umas décadas. Vais portanto fazer com que esses agricultores entrem novamente em perdas e passem novamente fome. As coisas não são assim tão lineares e a intervenção segundo o critério de alguém (e ninguém diz que seja alguém com má intenção!) é sempre favorável a uns injustiçando muitos outros. A história, repito, mostra-te isto milhares de vezes.. As únicas soluções “justas” são as que fazem com que se gere mais (aumente a produtividade) dos factores escassos.
Se para o ano se gerar o triplo dos bens alimentares fazendo com que hajam excedentes para enviar para países africanos ou para vender a preços bem baratos, ou se para o ano os países africanos produzirem e empregarem gente a produzir cereais, este terá sido um pico de preços justo ou injusto? Se para o ano alguém inventar melhores processos de geração de energia limpa por via do investimento que se fez em research durante estes anos de petróleo caro, terá este pico sido benéfico ou não para a humanidade? Eu dou-te a resposta: os mercados livres geram sempre soluções melhores do que os mercados com grande intervenção. O que não impede que te recuses a investir no mercado das commodities agrícolas (e esta discussão é mais larga que apenas as commodities agrícolas).
JAM, mas por que ignoras os anos em que o crude esteve claramente abaixo do seu valor real? Sem os instrumentos financeiros de que falas, tal não teria sido possível. Porque - e esta é uma realidade que muitos prefeem ignorar - os preços tanto sofrem períodos de especulação em alta como em baixa. Porque, felizmente, hoje em dia, nem só com as subidas se fazem os dias de ganhos de quem especula.
Um abraço,
Ulisses
Um abraço,
Ulisses
Pata, a questão não é colocar em causa os investimentos e o direito a fazê-los, a questão é questionar o investimento em certo tipo de produtos ESSENCIAIS para o ser humano com efeitos avassaladores. O título deste tópico, de uma forma linear, é isso que questiona.
Não posso aceitar de bom grado (e não serei único) que, por causa dos interesses destes intermediários financeiros, o mundo inteiro pague a factura em bens essenciais como os alimentos. Nota que para beneficio de uma pequena percentagem da população, toda a população paga uma factura bem alta, e em alguns casos como os paises pobres, paguem uma factura altíssima.
Fazes o paralelismo com um investimento em farmaceuticas. Uma farmaceutica é como um agricultor, produz algo e tem de ser remunerado por isso, razão pela qual não me viste criticar os agricultores como também, não critico neste patamar as farmaceuticas (criticarei noutros mas, isso é outra questão).
Mas agora vamos olhar para algo mais global, mais grave. O mundo está a entrar numa espiral de inflacção e crise, os efeitos são preocupantes... pois tudo isto é amplificado pela presença dos tais não-sei-como-lhes chamar. Há desiquilibrios entre oferta e procura, pois há, mas não vamos tornar os efeitos desses desiquilibrios maiores do que eles já são.
Por ultimo tenho achado curioso que certos comentários do género "isto está assim mas volta ao normal". Pois bem, se eu atropelar alguém não há problema, porque a vitima irá recuperar. O facto da vitima recuperar não desculpabiliza quem atropela. O facto de os mercados corrigirem em baixa, não limpa os efeitos causados pelos preços em alta, até porque estes altos preços criam uma espiral de problemas que não se resolvem só com a baixa de preços.
Espero que tenhamos ficado esclarecidos, porque não costumo acertar no totoloto. Por detrás disto havia alguma coisa anormal, e sendo alimentos também condenável.
Não posso aceitar de bom grado (e não serei único) que, por causa dos interesses destes intermediários financeiros, o mundo inteiro pague a factura em bens essenciais como os alimentos. Nota que para beneficio de uma pequena percentagem da população, toda a população paga uma factura bem alta, e em alguns casos como os paises pobres, paguem uma factura altíssima.
Fazes o paralelismo com um investimento em farmaceuticas. Uma farmaceutica é como um agricultor, produz algo e tem de ser remunerado por isso, razão pela qual não me viste criticar os agricultores como também, não critico neste patamar as farmaceuticas (criticarei noutros mas, isso é outra questão).
Mas agora vamos olhar para algo mais global, mais grave. O mundo está a entrar numa espiral de inflacção e crise, os efeitos são preocupantes... pois tudo isto é amplificado pela presença dos tais não-sei-como-lhes chamar. Há desiquilibrios entre oferta e procura, pois há, mas não vamos tornar os efeitos desses desiquilibrios maiores do que eles já são.
Por ultimo tenho achado curioso que certos comentários do género "isto está assim mas volta ao normal". Pois bem, se eu atropelar alguém não há problema, porque a vitima irá recuperar. O facto da vitima recuperar não desculpabiliza quem atropela. O facto de os mercados corrigirem em baixa, não limpa os efeitos causados pelos preços em alta, até porque estes altos preços criam uma espiral de problemas que não se resolvem só com a baixa de preços.
Espero que tenhamos ficado esclarecidos, porque não costumo acertar no totoloto. Por detrás disto havia alguma coisa anormal, e sendo alimentos também condenável.
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
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Jam, essa questão pode ser pertinente mas é muito mais complexa do ponto de vista de avaliação de equidade final do que estás a apontar (já vou explicar o que quero dizer).
De qualquer modo, sim, está nas tuas mãos não investir nesses instrumentos por uma questão ética (e eu levantei como questão originalmente). O trabalho de quem diversifica carteiras é tentar proteger os clientes de outros fenómenos, nomeadamente instabilidade nos mercados financeiros tradicionais (e dentro desses, podes dizer que é imoral investir em casinos e numa infinidade de outros negócios, na banca, inclusivamente - vide casos de investimentos de seguidores do corão que se recusam a investir em alguns sectores). Ao não fazeres uma diversificação nas carteiras (porque achas que é imoral) impões riscos de perdas grandes a quem investe nos mercados todas as suas poupanças, as poupanças de toda a vida de muitos e muitos velhinhos. Podes afirmar que é imoral não se proteger esses velhinhos convenientemente através da diversificação. A justiça é sempre algo de relativo e de dificil medida porque há sempre MUITOS factores e muitos actores a ter em mente.
Podes até olhar para isto como um fenómeno interessante do ponto de vista de justiça: Se o mundo se tornar mais eficiente a produzir commodities agrícolas por via dos preços, o mundo ganhará no seu todo. Se os países africanos começarem a produzir por via do aumento dos preços, se calhar estás a contribuir para a melhoria das condições de vida de populações inteiras. O que é certo é que a história nos ensinou que se se deixar os mercados funcionarem livremente, a solução mais eficiente/melhor para o maior número de pessoas será encontrada. A intervenção nos sistemas de mercados livres trouxe sempre resultados de menor eficiência e ganho para todos e veio sempre perturbar esse equilíbrio.
Um exemplo prático: Imagina que decides que afinal de contas, se eu investir numa farmacêutica, estou a permitir que esses ladrões investiguem e criem novos medicamentos que irão vender a preços exorbitantes enquanto as pessoas pobres continuarão a morrer. Ok, deixemos então de investir nas farmacêuticas que simplesmente deixarão de produzir novos medicamentos. Achas que o mundo no seu agregado ficou melhor? Achas que faz sentido impedir o investimento nessas empresas?
Outra questão e voltando ao tema inicial: Os preços podem estar momentaneamente inflacionados. NO entanto, não tenhas dúvidas que o ajuste se fará. Nas commmodities agrícolas, até se fará por ajuste na produção. Nas outras, o tempo se encarregará de as corrigir dado que assim que terminarem estas entradas "excepcionais", os preços tenderão para o seu valor "habitual". E quem sofrerá será quem, numa perspectiva puramente financeira, fez o investimento ignorando o preço fundamental do que está a comprar.
De qualquer modo, sim, está nas tuas mãos não investir nesses instrumentos por uma questão ética (e eu levantei como questão originalmente). O trabalho de quem diversifica carteiras é tentar proteger os clientes de outros fenómenos, nomeadamente instabilidade nos mercados financeiros tradicionais (e dentro desses, podes dizer que é imoral investir em casinos e numa infinidade de outros negócios, na banca, inclusivamente - vide casos de investimentos de seguidores do corão que se recusam a investir em alguns sectores). Ao não fazeres uma diversificação nas carteiras (porque achas que é imoral) impões riscos de perdas grandes a quem investe nos mercados todas as suas poupanças, as poupanças de toda a vida de muitos e muitos velhinhos. Podes afirmar que é imoral não se proteger esses velhinhos convenientemente através da diversificação. A justiça é sempre algo de relativo e de dificil medida porque há sempre MUITOS factores e muitos actores a ter em mente.
Podes até olhar para isto como um fenómeno interessante do ponto de vista de justiça: Se o mundo se tornar mais eficiente a produzir commodities agrícolas por via dos preços, o mundo ganhará no seu todo. Se os países africanos começarem a produzir por via do aumento dos preços, se calhar estás a contribuir para a melhoria das condições de vida de populações inteiras. O que é certo é que a história nos ensinou que se se deixar os mercados funcionarem livremente, a solução mais eficiente/melhor para o maior número de pessoas será encontrada. A intervenção nos sistemas de mercados livres trouxe sempre resultados de menor eficiência e ganho para todos e veio sempre perturbar esse equilíbrio.
Um exemplo prático: Imagina que decides que afinal de contas, se eu investir numa farmacêutica, estou a permitir que esses ladrões investiguem e criem novos medicamentos que irão vender a preços exorbitantes enquanto as pessoas pobres continuarão a morrer. Ok, deixemos então de investir nas farmacêuticas que simplesmente deixarão de produzir novos medicamentos. Achas que o mundo no seu agregado ficou melhor? Achas que faz sentido impedir o investimento nessas empresas?
Outra questão e voltando ao tema inicial: Os preços podem estar momentaneamente inflacionados. NO entanto, não tenhas dúvidas que o ajuste se fará. Nas commmodities agrícolas, até se fará por ajuste na produção. Nas outras, o tempo se encarregará de as corrigir dado que assim que terminarem estas entradas "excepcionais", os preços tenderão para o seu valor "habitual". E quem sofrerá será quem, numa perspectiva puramente financeira, fez o investimento ignorando o preço fundamental do que está a comprar.
Eu estava curioso de saber o que irias dizer sobre isto, não só tu mas mais alguns foristas.
Pronto, então agora que parece mais que óbvio que existe uma intervenção financeira que se não se chama espaculador chama-se outra coisa qualquer, chegamos ao cerne da questão: isto anda inflacionado (não sei se muito se muitíssimo) por manobras financeiras.
Este era o cerne da questão que tanta polémica causou. Fazer o que quiseres chamar a isto em torno dos alimentos, é altamente reprovável e só pode vir de gente completamente desprovida de escrupulos.
Regulação? É obrigatória... isto se os ditos não-sei-como-se-hã-de-chamar não fintarem, como me parece que estão a fazer.
Parece que aos bocadinhos vamos ficando de acordo.
Ok, falta vir cá alguem revelar que a declaração ao senado é falsa... 
Pronto, então agora que parece mais que óbvio que existe uma intervenção financeira que se não se chama espaculador chama-se outra coisa qualquer, chegamos ao cerne da questão: isto anda inflacionado (não sei se muito se muitíssimo) por manobras financeiras.
Este era o cerne da questão que tanta polémica causou. Fazer o que quiseres chamar a isto em torno dos alimentos, é altamente reprovável e só pode vir de gente completamente desprovida de escrupulos.
Regulação? É obrigatória... isto se os ditos não-sei-como-se-hã-de-chamar não fintarem, como me parece que estão a fazer.
Parece que aos bocadinhos vamos ficando de acordo.


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Já agora, para ser ainda mais clara, especuladores em indices não são aquilo que chamas especuladores, que são scalpers de preços, extremamente sensiveis ao preço e que estão presentes para o lucro rápido. A posição destes é diferente e apoiada com argumentos de diversificação de investimento (semelhante a quem historicamente investe em ouro como forma de se proteger de inflação e instabilidade nos mercados financeiros).
O que se diz ai é exactamente que NÂO é especulação, que são posições criadas por institucionais que NÂO são especuladores mas estão a criar posições por via de inclusão no seu asset mix de commodities. Ou seja, são price-insensitive e são posições de longo prazo. E que, pelos montantes em causa (grandes), pelo tamanho do mercado (pequeno), pelo facto de serem price insensitive dado investirem a longo prazo, que geram subidas em preço. Não são os especuladores "tradicionais".
Aqui está uma prova em como a especulação subiu o preço dos alimentos (retirado da tasca do Incognitus):
http://hsgac.senate.gov/public/_files/052008Masters.pdf
Para quem se interessa por este assunto ou interviu no tópico, é importante que leia o documento.
http://hsgac.senate.gov/public/_files/052008Masters.pdf
Para quem se interessa por este assunto ou interviu no tópico, é importante que leia o documento.
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Camisa Roxa Escreveu:não percebeste que eu estava a ser irónico?
Para fazeres essa pergunta é porque não percebeste que eu estava a ser irónico.

Deixa ver se percebi, para esta queda assim a modos que a pique, devem ter descoberto mesmo grandes stocks de trigo... mas grandes mesmo!! Estamos nos preços de Agosto e Novembro, quando parece que havia muito mais trigos do que em Abril.
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JAM Escreveu:Não, as notícias devem-se à descoberta de campos secretos de trigo no deserto do Nevada. Além disso, em alguns estados dos EUA em vez de ervas daninhas tem começado a nascer trigo... por isso é que desceum, porque a produção disparou em 1 mês.
não percebeste que eu estava a ser irónico?
as subidas e descidas devem-se aos fundamentais da oferta e procura do mercado como eu sempre defendi e não à especulação
a especulação tão depressa está a comprar como loucos como a shortar como se não houvesse amanhã!
agora o que irrita é jornalismo e comentadores ignorantes que aparecem na TV todos donos de si a dizer com a maior cara de pau que a culpa da subida do preço dos alimentos é da especulação!

Free Minds and Free Markets
... forecasting exchange rates has a success rate no better than that of forecasting the outcome of a coin toss - Alan Greenspan (2004)
Camisa Roxa Escreveu:JAM Escreveu:O trigo está a cair 40% desde o início de Abril:
mas nas notícias não aparece a dizer "especuladores responsáveis pela queda de 40% do trigo!"
Não, as notícias devem-se à descoberta de campos secretos de trigo no deserto do Nevada. Além disso, em alguns estados dos EUA em vez de ervas daninhas tem começado a nascer trigo... por isso é que desceum, porque a produção disparou em 1 mês.
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
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JAM Escreveu:O trigo está a cair 40% desde o início de Abril:
mas nas notícias não aparece a dizer "especuladores responsáveis pela queda de 40% do trigo!"
e não refere os especuladores longos que ficaram a arder com esta queda; já estou farto de dizer: 1 especulador tanto faz $ com subidas como com descidas, não tem nenhum interesse especial em que o preço suba ou desça!
E concerteza por muita força que tenham não conseguem contrariar a força do mercado!

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Uma resposta a José Manuel Pureza:
http://acausafoimodificada.blogs.sapo.pt/121184.html
(...)Neste outro portento de análise sociológica proveniente da mesma universidade (que espantosa coincidência), diz-se com mais pormenor que nada disto, nem as aceleradas mudanças no regime de nutrição em 2,5 biliões de pessoas nem os biocombustiveis, explicam o aumento no preço dos alimentos, mas que a explicação de tudo reside principalmente nas tais jogadas das grandes empresas nos mercados de futuros, que assim alimentam os seus lucros na fome dos pobres (esta lirismo está lá, juro pela minha saúde, é ir ler), teoria esta que desfaz em pedacinhos do tamanho de grãos de cevada todo um conhecimento adquirido, nomeadamente aquele que, até hoje e até contactarmos com Boaventura Sousa Santos e Pureza, explicou satisfatoriamente as origens da espectacular e justa subida nos preços do (por exemplo) Economist's commodity industrial price-index (muita procura e pouca oferta implica subida de preços), subida essa que, aliás, permitiu que o professor doutor Boaventura Sousa Santos valorize positivamente "alguns" aspectos e conquistas sociais (claro) da revolução de Chavez. Para explicar a subida do preço do cobre, do ferro e do cimento a entrada da China no mundo do consumismo chega e basta; para os alimentos já não. Porquê? Nós sabemos porquê. Basta conhecer, mesmo que de forma distante, a história das opiniões políticas de Boaventura Sousa Santos.
Para José Manuel Pureza também não interessa que só a partir da industrialização e tecnologização da agricultura é que se conseguiu acabar com as fomes originadas nas más colheitas (que não as devidas à guerra), e que crises alimentares generalizadas como as que ocorriam uma vez por década e desde sempre na Índia e na China (quando ainda não havia aquecimento global) acabaram porque, precisamente, se abandonaram as "agriculturas tradicionais". Que fale com as pessoas desses países: que lhes peça para abandonarem as técnicas da era da biotecnologia que Borlaug lhes trouxe; que peça ao camponês indiano para devolver a "modernização civilizadora" da bomba de água Yamaha, que lhes permitiu delapidar com inimaginável eficiência o aquífero (e que não tarda nada estará sequinho como os aquedutos da Babilónia) que lhes dá de comer e permite mandar o filho para da "tradição" para a escola; que peça ao camponês chinês para se desfazer do caudal sólido do Rio Amarelo, e volte à "agricultura tradicional" da tonelada e meia por hectare e a "tradição" de colocar todos os filhos a trabalhar bem cedinho com água pelo tornozelo. Peça-lhes, no fim de contas, para não ir para a fábrica, para permanecer no campo, com os seus pais, na vida dos seus pais, como os seus pais. José Manuel Pureza não lhes pede porque os quer obrigar; como que um misto de CDS com URSS.
Pretender ver no continuo recuo da "agricultura de subsistência" e das "hortas nas cidades" - mais tarde no texto transformadas, como os tácticos da propaganda ensinam, em "pequena e média agricultura" (depois no fim escolhe-se o que der mais jeito) - como razão principal para a alta do preço dos alimentos é um dos maiores enxovalhos à verdade e à inteligência disponíveis a quem está interessado em assistir ao eterno espectáculo do cruzamento do rancor ideológico com a demagogia.
Como qualquer mente normal sabe, o preço dos alimentos será tanto mais barato quando mais industrializado estiver o seu processo de produção e distribuição. Como qualquer mente normal sabe, a tendência demográfica de qualquer país que queira chegar ao nível de desenvolvimento da Europa, EUA e Japão, é a de perder população na agricultura para a industria e os serviços, o que implica, primeiro, a industrialização das técnicas agrícolas, segundo, a queda qualidade dos produtos alimentares. Como qualquer mente normal sabe, o retorno aos "produtos da terra", do "pequeno mercado local", implica o aumento do preço dos alimentos, porque estes são produzidos de forma menos eficiente. Como qualquer mente normal sabe, o "agricultura de subsistência", a "pequena agricultura" e as "agriculturas tradicionais" são a solução para uma única coisa: a concretização do sonho do Ocidente rico, gordo e mimado por um luxo mítico barato.
Que imagem terá da "agricultura de subsistência" o Professor Doutor José Manuel Pureza? Gostava de saber. Que pessoas, em que condições, com que meios e com que nível de vida viveriam quem vivesse da "agricultura de subsistência"? Será a agricultura feita nas horas vagas do nosso emprego na sector terciário? Ou significará mesmo passar a viver da "pequena agricultura" de "preços baixos", como José Manuel Purza quer? E as "hortas nos centros das cidades".. hortinhas no Saldanha em vez de estátuas ao marechal-marquês, será isso? Conhecerá o Professor Doutor Josè Manuel Pureza as hortas ali nos arredores de Lisboa, junto à segunda circular, com couves lindas de morrer, altas, que nascem viçosas..... quem as cultivará, que poeiras acumularão nos cloroplastos, ali à beira do alcatrão e dos motores a diesel? Que ideia terá o Professor Doutor José Manuel Pureza das "agriculturas tradicionais"? É que basta ir à Serra do Caldeirão, meter-se num qualquer barranco seco nascido em São Marcos da Serra, e ver a miséria, a ignorância e a mais devastadora das irracionalidades em que vivem as pessoas que ainda se dedicam à "pequena agricultura", naturalmente respeitadora do ambiente e extremamente sustentável. Será mais digna e racional a "agricultura de subsistência" no Haiti, no Egipto, no Uganda, no Burkina Faso ou no Laos? Ou será tudo a mesma e indiscritivel *****?
Por fim, como qualquer mente normal sabe, a única solução para a subida do preço dos alimentos - sem que se condene as pessoas a serem agricultores lá porque há dois malucos na Universidade de Coimbra - está na produção de mais alimentos, mais eficientemente (para além do retorno ao ênfase no controlo da natalidade, mas discutirei isso com o Professor Doutor Pureza noutra ocasião, num quarto escuro). Isso pode conseguir-se de duas maneiras: colocar em produção a terra arável desocupada (muito pouca, diga-se, mas ainda alguma); ou aumentar a produtividade das áreas neste momento já em exploração. Porque tenho a mania dos bichos, e acho que os pedaços que restam do que foi o planeta antes do homem cá colocar os pés merecem ser preservados, a minha solução vai obviamente para a primeira opção, que implica o seguinte: ciência, ciência, ciência, tecnologia, tecnologia, tecnologia.
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Camisa Roxa Escreveu:esse josé manuel pureza é outro que podia estar aqui mil anos a debitar alarvidades que não conseguia acertar uma!
então mas o sector agrícola é o mais regulamentado e protegido do mundo e ele diz que foi liberalizado??? este sr. ou é muito ignorante ou está claramente de má fé!
e essa das hortas das cidades serem a solução para a crise alimentar é de rir até chorar![/i]
Acho que ele acertou mais do que errou, apesar de não ter acertado em tudo e de eu achar que as hortas nas cidades são uma utopia de quem estava já a sofrer de algum sono quando escereveu o derradeiro parágrafo.
A agricultura de muitos paises pobres foi liberalizada sim, para entrar produtos dos paises desenvolvidos. É unilateral, mas é liberalização. Mas se muitos desses paises pobres compram produtos caros já há uns anos, fica a pergunta? Então porque não produzem? Se é pagam caro, poderiam produzir... Camisa?

O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
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esse josé manuel pureza é outro que podia estar aqui mil anos a debitar alarvidades que não conseguia acertar uma!
então mas o sector agrícola é o mais regulamentado e protegido do mundo e ele diz que foi liberalizado??? este sr. ou é muito ignorante ou está claramente de má fé!
e essa das hortas das cidades serem a solução para a crise alimentar é de rir até chorar![/i]
então mas o sector agrícola é o mais regulamentado e protegido do mundo e ele diz que foi liberalizado??? este sr. ou é muito ignorante ou está claramente de má fé!
e essa das hortas das cidades serem a solução para a crise alimentar é de rir até chorar![/i]

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Deixo aqui um texto de José Manuel Pureza acerca deste tema:
Pois, os chineses e os indianos mudaram a sua dieta alimentar. Mas isso não é uma boa notícia? E depois há as colheitas catastróficas, resultado das alterações climáticas. E isto é dito como se as ditas alterações do clima fossem culpa do clima, ele próprio. Não, que hoje regressem as sublevações da fome no Egipto, no México, na Índia, em Moçambique ou no Haiti não é obra do divino espírito santo; que mais de 30 países estejam à beira do colapso alimentar não é um “desastre natural”. E muito menos uma realidade inexplicável.
Veja-se o caso do Haiti. Há 20 anos era um país auto-suficiente em arroz, a preços razoáveis. Em 1995, o FMI impôs um plano de liberalização económica, com desarmamento alfandegário drástico. O mercado haitiano foi invadido por arroz proveniente dos Estados Unidos e altamente subsidiado. Resultado: hoje o Haiti importa 80% do arroz que consome e ao dobro do preço anterior.
Este é, por isso, um tempo para aprender lições e não as esquecer.
A primeira é que sempre esteve errado o credo desenvolvimentista assente na destruição da pequena e média agricultura de subsistência e na sua substituição pela produção intensiva para exportação. O dogma do comércio livre que, na prática, funciona como liberalização unilateral a adoptar pelos mais pobres e exportação em massa dos excedentes subsidiados pelos mais ricos só ajudou a pôr essa falência em evidência, se necessário era.
A segunda lição é que, de facto, o capitalismo não tem fronteiras. Só que, desta vez, as fronteiras que desapareceram foram as da decência mínima: se for preciso condenar milhões à fome para obter ganhos na bolsa, não há que hesitar. Sobretudo se esses ganhos forem suficientemente tentadores para o capital financeiro poder compensar as perdas do subprime.
Terceira lição: é claro que a fome exige medidas de urgência. Quando o Presidente do Banco Mundial avisa que os preços dos produtos agrícolas vão continuar a subir durante os próximos 7 anos, ele sabe que não será nunca em menos do que isso que se corrigirão as causas profundas da dinâmica galopante da vulnerabilidade alimentar no mundo, sobretudo no mundo pobre.
Mas atenção às armadilhas: foi sempre em nome da urgência – e da salvação dos pobres, pois claro – que se decretaram os choques liberalizadores, a extinção das agriculturas tradicionais e outras modernizações civilizadoras. Como é alegadamente em nome da urgência – e da salvação do planeta, pois claro – que Sócrates quer ser o campeão europeu da incorporação de bio-combustíveis nos transportes, mesmo que à custa do incentivo perverso dado – prometeu ele – a Angola e a Moçambique para serem os nossos fornecedores.
Se algo de positivo há nesta ameaça de catástrofe é ela forçar-nos a repensarmos a pequena e média agricultura como uma prioridade e não como um anacronismo. Talvez esteja na altura de percebermos que a luta pela preservação das hortas no centro das nossas cidades e a luta contra a liberalização mundial do comércio dos produtos agrícolas nos termos em que a quer a OMC não são lutas simétricas mas gémeas.
José Manuel Pureza
Pois, os chineses e os indianos mudaram a sua dieta alimentar. Mas isso não é uma boa notícia? E depois há as colheitas catastróficas, resultado das alterações climáticas. E isto é dito como se as ditas alterações do clima fossem culpa do clima, ele próprio. Não, que hoje regressem as sublevações da fome no Egipto, no México, na Índia, em Moçambique ou no Haiti não é obra do divino espírito santo; que mais de 30 países estejam à beira do colapso alimentar não é um “desastre natural”. E muito menos uma realidade inexplicável.
Veja-se o caso do Haiti. Há 20 anos era um país auto-suficiente em arroz, a preços razoáveis. Em 1995, o FMI impôs um plano de liberalização económica, com desarmamento alfandegário drástico. O mercado haitiano foi invadido por arroz proveniente dos Estados Unidos e altamente subsidiado. Resultado: hoje o Haiti importa 80% do arroz que consome e ao dobro do preço anterior.
Este é, por isso, um tempo para aprender lições e não as esquecer.
A primeira é que sempre esteve errado o credo desenvolvimentista assente na destruição da pequena e média agricultura de subsistência e na sua substituição pela produção intensiva para exportação. O dogma do comércio livre que, na prática, funciona como liberalização unilateral a adoptar pelos mais pobres e exportação em massa dos excedentes subsidiados pelos mais ricos só ajudou a pôr essa falência em evidência, se necessário era.
A segunda lição é que, de facto, o capitalismo não tem fronteiras. Só que, desta vez, as fronteiras que desapareceram foram as da decência mínima: se for preciso condenar milhões à fome para obter ganhos na bolsa, não há que hesitar. Sobretudo se esses ganhos forem suficientemente tentadores para o capital financeiro poder compensar as perdas do subprime.
Terceira lição: é claro que a fome exige medidas de urgência. Quando o Presidente do Banco Mundial avisa que os preços dos produtos agrícolas vão continuar a subir durante os próximos 7 anos, ele sabe que não será nunca em menos do que isso que se corrigirão as causas profundas da dinâmica galopante da vulnerabilidade alimentar no mundo, sobretudo no mundo pobre.
Mas atenção às armadilhas: foi sempre em nome da urgência – e da salvação dos pobres, pois claro – que se decretaram os choques liberalizadores, a extinção das agriculturas tradicionais e outras modernizações civilizadoras. Como é alegadamente em nome da urgência – e da salvação do planeta, pois claro – que Sócrates quer ser o campeão europeu da incorporação de bio-combustíveis nos transportes, mesmo que à custa do incentivo perverso dado – prometeu ele – a Angola e a Moçambique para serem os nossos fornecedores.
Se algo de positivo há nesta ameaça de catástrofe é ela forçar-nos a repensarmos a pequena e média agricultura como uma prioridade e não como um anacronismo. Talvez esteja na altura de percebermos que a luta pela preservação das hortas no centro das nossas cidades e a luta contra a liberalização mundial do comércio dos produtos agrícolas nos termos em que a quer a OMC não são lutas simétricas mas gémeas.
José Manuel Pureza
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- Registado: 14/3/2008 22:37
Boas
Amigo Elias concordo consigo a 100%! Todos nós nos queixamos da crise, mas não passamos fome!
Ontem no jornal da noite da SIC, passou uma pequena peça, onde se mostrava que os negócios de luxo aumentaram em Portugal! Ele era casa de 5milhoes de euros, ele era carros de luxo, ele era férias em destinos paradisiacos...
O mais triste disto tudo é que todos nós (inconformados), cada vez vemos o preço dos impostos a subir e o nosso poder de compra a descer, sem poder fazer nada...
Por estas e por outras é que cada dia que passa o meu crédito em relação á politica desce drasticamente. Depois vêm os iluminados dizer que o aumento da abstenção nas eleições é preocupante. O preocupante não é o aumento da abstenção é a quantidade de mentiras que se diz nas campanhas eleitorais e "os negócios" que são feitos em cada campanha! Depois não se admirem que os politicos sejam todos metidos no mesmo saco, independente da cor politica. É triste, mas é verdade!
Amigo Elias concordo consigo a 100%! Todos nós nos queixamos da crise, mas não passamos fome!
Ontem no jornal da noite da SIC, passou uma pequena peça, onde se mostrava que os negócios de luxo aumentaram em Portugal! Ele era casa de 5milhoes de euros, ele era carros de luxo, ele era férias em destinos paradisiacos...
O mais triste disto tudo é que todos nós (inconformados), cada vez vemos o preço dos impostos a subir e o nosso poder de compra a descer, sem poder fazer nada...
Por estas e por outras é que cada dia que passa o meu crédito em relação á politica desce drasticamente. Depois vêm os iluminados dizer que o aumento da abstenção nas eleições é preocupante. O preocupante não é o aumento da abstenção é a quantidade de mentiras que se diz nas campanhas eleitorais e "os negócios" que são feitos em cada campanha! Depois não se admirem que os politicos sejam todos metidos no mesmo saco, independente da cor politica. É triste, mas é verdade!
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Obviamente que é subjectivo... é a minha percepção...
Nota que a maioria das reportagens que passam na TV não vai ter com os pobres mas sim com os comerciantes, com os compradores que frequentam centros comerciais, etc. Então na altura do Natal, isso é gritante: vão para a rua entrevistar as pessoas que andam às compras e toda a gente se queixa do mesmo: "este ano há pouco dinheiro para compras", "isto este ano vai uma crise", etc.
O mais engraçado nisto tudo é que o discurso é igual, ano após ano...
Mas também nas pessoas com quem contacto directamente, sejam eles amigos ou colegas, todos se queixam do mesmo: da crise, de que a gasolina está cara, de que não há dinheiro, etc. E no entanto não se trata de pessoas que estejam a passar fome...
Nos dias de hoje a pressão consumista é demasiado grande e isso induz uma grande insatisfação em muitas pessoas, porque ficam com a sensação de que o dinheiro não chega para tudo. E de facto não chega. Mas isso não tem a ver com a crise, tem a ver com a pressão consumista e com o facto de as pessoas terem optado por um modo de vida que dificilmente é sustentável.
Quando escrevo que a classe média se queixa mais da crise, quero dizer que é o grupo que me parece mais inconformado (talvez por terem mais ambições de consumo que os pobres - estes apenas querem ter algo para comer, não lhes passa pela cabeça andar de carro todos os dias ou ir fazer férias do outro lado do oceano).
Por último, e pegando em algo que escrevi noutro post (o da MICHELIN), desafio qualquer pessoa que se queixe da crise a indicar-me um período de tempo em que não estivemos em crise, ou seja, em que se vivia sem as alegadas dificuldades de hoje.
1 abraço,
Elias
Nota que a maioria das reportagens que passam na TV não vai ter com os pobres mas sim com os comerciantes, com os compradores que frequentam centros comerciais, etc. Então na altura do Natal, isso é gritante: vão para a rua entrevistar as pessoas que andam às compras e toda a gente se queixa do mesmo: "este ano há pouco dinheiro para compras", "isto este ano vai uma crise", etc.
O mais engraçado nisto tudo é que o discurso é igual, ano após ano...
Mas também nas pessoas com quem contacto directamente, sejam eles amigos ou colegas, todos se queixam do mesmo: da crise, de que a gasolina está cara, de que não há dinheiro, etc. E no entanto não se trata de pessoas que estejam a passar fome...
Nos dias de hoje a pressão consumista é demasiado grande e isso induz uma grande insatisfação em muitas pessoas, porque ficam com a sensação de que o dinheiro não chega para tudo. E de facto não chega. Mas isso não tem a ver com a crise, tem a ver com a pressão consumista e com o facto de as pessoas terem optado por um modo de vida que dificilmente é sustentável.
Quando escrevo que a classe média se queixa mais da crise, quero dizer que é o grupo que me parece mais inconformado (talvez por terem mais ambições de consumo que os pobres - estes apenas querem ter algo para comer, não lhes passa pela cabeça andar de carro todos os dias ou ir fazer férias do outro lado do oceano).
Por último, e pegando em algo que escrevi noutro post (o da MICHELIN), desafio qualquer pessoa que se queixe da crise a indicar-me um período de tempo em que não estivemos em crise, ou seja, em que se vivia sem as alegadas dificuldades de hoje.
1 abraço,
Elias
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Elias Escreveu:O que eu escrevi não foi isto: "nunca vi um pobre a queixar-se da crise".
Pois.... lendo rapidamente foi isso que percebi

Mas relativamente ao que efectivamente escreveste, como avalias que é a classe média que mais se queixa?
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!

JAM Escreveu:Se nunca viste um pobre as queixar-se da crise, é porque nunca viste nenhuma reportagem em qualquer que seja o canal de televisão sobre esta crise.
Amigo JAM,
Vamos lá a falar claro.
O que eu escrevi foi isto: "quem mais se queixa da crise não são os pobres"
O que eu escrevi não foi isto: "nunca vi um pobre a queixar-se da crise".
Fazes favor de não deturpar aquilo que eu escrevi, porque as duas frases acima têm significados totalmente diferentes.
Eu já vi carradas de reportagens na televisão sobre este assunto (reportagens essas que, diga-se de passagem, seleccionam os seus entrevistados de acordo com critérios editoriais e não de acordo com qualquer regra cientificamente reconhecida de amostragem estatística) e mantenho, palavra por palavra, o que escrevi anteriormente. Obviamente que não me revejo nas palavras que me tentaste atribuir.
1 abraço,
Elias
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Elias Escreveu:Não deixa de ser interessante notar que quem mais se queixa da crise não são os pobres que não têm que comer; são sim os da classe média, que não estão propriamente a viver debaixo da ponte. Dá que pensar...![]()
Se nunca viste um pobre as queixar-se da crise, é porque nunca viste nenhuma reportagem em qualquer que seja o canal de televisão sobre esta crise.
O mercado cega... nem uma ida a Cuba resolve. Cuba?!?
Phone-ix!! Eles são socialistas pá!!!!

Camisa Roxa Escreveu:deduzo portanto que os preços actuais dos alimentos são justos e nem sei porque é que têm posts nesta thread a chorar pela crise alimentar
Basicamente porque é politicamente correcto e está na moda falar da crise.
Cada vez que eu digo a alguém ou escrevo (como já aconteceu esta semana neste mesmo espaço - vide post da MICHELIN) que não acredito da crise (tal como ela tem vindo a ser anunciada), cai-me tudo em cima. Mas eu continuo a perguntar "qual crise?"

Não deixa de ser interessante notar que quem mais se queixa da crise não são os pobres que não têm que comer; são sim os da classe média, que não estão propriamente a viver debaixo da ponte. Dá que pensar...

1 abraço,
Elias
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