Caldeirão da Bolsa

Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

por MarcoAntonio » 22/1/2008 21:34

hn2r Escreveu:Em relação ao seu comentário depreciativo do DJIA, não tenho uma opinião muito formada.


O comentário não é meu, o criticismo é bastante generalizado.

Os média é que insistem em utilizador o Dow Jones e as massas olham para o índice e desconhecem o quanto o índice é diferente dos restantes...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

por hn2r » 22/1/2008 21:15

MarcoAntonio Escreveu:
hn2r Escreveu:Atenção que o Dow Jones é um péssimo índice para tomar por referência: é muito pouco representativo e funciona de uma forma completamente estúpida e ultrapassada (daí que o gráfico seja significativamente diferente dos outros gráficos em geral).

[size=9]O Dow Jones entra com "meia duzia" de títulos e considera "cotações" em lugar de "capitalizações". Enfim, uma barbaridade...

Provavelmente esse suposto bull market refere-se a algum ressalto que nos restantes índices não passou disso (um ressalto no meio de um severo bear market) e que no Dow Jones (índice muito atípico) parece outra coisa.
[/size]


Caro Marco António, dou-lhe razão, assim como dei ao membro que referiu esse período bear. Mas para dar uma perspectiva histórica tem que se recorrer ao Dow Jones Industrial Average, dado que os outros índices são demasiado recentes.
Portanto, os dados que apresentei devem ser analisados com a devida precaução, dado servirem apenas para ter uma ideia geral, demonstrativa que os períodos bull tendem a ser mais longos, sem prejuízo de poder ocorrer o contrário!

Em relação ao seu comentário depreciativo do DJIA, não tenho uma opinião muito formada. De facto, na investigação que desenvolvo uso o S&P 500, por ser holístico e incluir com representatividade os mais diversos sectores de actividade. Mas presumo que o DJIA continue a ser um excelente -o melhor?- benchmark para as blue chips.
Quando o Murdock oferece $5 billion pelo DJ, inc, seguramente que não é só pelo Wall Street Journal e pelo Barron's. Afinal, são só 30 empresas que compõem o índice, mas são as mais poderosas! Enfim, é um índice diferente que, como refere e bem, deverá ser analisado com a devida atenção (por isso obrigado pela sua ressalva). Presumo também que o Marco tenha querido alertar também para a "manha" do status quo de Wall Street. Será?
 
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Re: Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

por MarcoAntonio » 22/1/2008 20:46

hn2r Escreveu:Já agora, o penúltimo bull market foi muito curto, durou de 21/09/2001 a 19/3/2002, 179 dias e teve uma valorização de 29,1% em apenas 6 meses!


Há aqui um problema qualquer com as datas (ou então o almanaque tem umas definições estranhas de Bull Market). Nesta altura estavamos em "pleno" Bear Market...

Atenção que o Dow Jones é um péssimo índice para tomar por referência: é muito pouco representativo e funciona de uma forma completamente estúpida e ultrapassada (daí que o gráfico seja significativamente diferente dos outros gráficos em geral).

O Dow Jones entra com "meia duzia" de títulos e considera "cotações" em lugar de "capitalizações". Enfim, uma barbaridade...

Provavelmente esse suposto bull market refere-se a algum ressalto que nos restantes índices não passou disso (um ressalto no meio de um severo bear market) e que no Dow Jones (índice muito atípico) parece outra coisa.
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Re: Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

por hn2r » 22/1/2008 20:34

Caro Elias, tem razão, embora eu me tenha referido especificamente ao mercado norte americano (DJIA). De acordo com o Stock Trader's Almanac, o último bear market ocorreu de 19/03/2002 a 10/09/2002. Durou 204 dias e resultou numa perda de 31,5% (DJIA caiu de 10635,25 para 7286,27 pontos). O actual bull market começou portanto em 10 de Setembro de 2002, há cerca de 5 anos.
Já agora, o penúltimo bull market foi muito curto, durou de 21/09/2001 a 19/3/2002, 179 dias e teve uma valorização de 29,1% em apenas 6 meses!

Apesar deste bull market de 6 meses ser inferior em relação ao bear market enunciado (quase 7 meses), a evidência global não deixa dúdidas. Desde o ano de 1900, a duração média dos bull markets foi de 716 dias (+84,3% average) versus 406 dias de bear markets (-30,8% desvalorização média).

Os periodos de tendência mais longos, com mais de 1000 dias, são também todos bull markets:
- 2836 dias e +294% entre 1990 e 1998.
- 2138 dias e +344% entre 1923 e 1929 (pois é, antes do big crash...).
- 1492 dias e +128% entre 1942 e 1946.
- e mais outros bulls de 1324, 1302, 1127 e 1002 dias.

O mais longo periodo bear foi de 959 dias e -40%, entre 1939 e 1942.

O mais sharply negativo, adivinhem qual foi?
Fácil, o big crash, claro:
Entre 9/3/2009 e 13/11/1929 o DJIA perdeu 48%! Quase metade do valor em apenas 71 dias, pouco mais de 2 meses, imaginem!
Seguiu-se depois um curto bull market de 155 dias e +48%.

Mas o pior ainda estava para vir: o bear market rei em desvalorização.
Entre 17/4/1930 e 8/7/1932, o dow jones perdeu 86%! É verdade, a bolsa ficou quase reduzida a cinzas num agonizante bear market de 813 dias!

Foi uma altura realmente terrível, em que o desemprego nos EUA chegou a um quarto da população.

Por isso, quando vejo a comparação de alguns economistas da situação actual à situação pré-1929, nunca deixo de pensar que eles estão a ser irresponsáveis.
É que a coisa foi mesmo dramática e parece-me ainda muito cedo para extrapolar de uma possível recessão para uma depressão/crise mundial (tal como na década de 30).
Mas se eles calham a ter razão, estamos todos lixados (perdoem-me a expressão).

(Nota: transcrevi os dados históricos um pouco à pressa, espero não me ter equivocado. Pelo menos nos números mais sonantes, asseguro-vos que não me enganei).




Elias Escreveu:
hn2r Escreveu:Ao contrário do bull market, que pode ter a duração de muitos anos, o bear market é normalmente mais curto, com duração de meses.


Não sei de onde vem esta ideia, mas gostaria de lembrar que último bear market se estendeu de Março de 2000 a Março de 2003 - ou seja durou exactamente TRÊS ANOS.
 
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Re: Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

por hn2r » 22/1/2008 19:38

Sem dúvida. Nesta fase (próximos dias), o índice que vai estar mais forte talvez seja o da volatilidade. Oportunidades de comprar 'barato' em dias muito 'red' não faltarão. E também ocorrerão alguns dias 'green' que possibilitarão ganhos rápidos (ex: a Fed pode voltar a baixar, OPEP pode aumentar produção, majors podem apresentar resultados acima do consensus esperado).
Mas pessoalmente, fico-me pelo intraday. Por exemplo, hoje comprei 2 lotes significativos de acções assim que foi decidido o corte extraordinário da Fed. Após algum azar na realização das ordens de venda (até chegaram a bater no preço de venda, mas não foram contempladas...), acabei por vender um lote ao preço de custo, e já perto do fecho preferi vender o outro lote com um 'pequeno' prejuízo, do que esperar por amanhã (até acho que pode haver uma pequena recuperação na Ásia durante a noite, mas julgo que a Europa vai estar flat amanhã, na melhor das hipóteses)..
No cenário actual, "stocks are hot, they can burn your hands easily!"


assunoadr Escreveu:Simplesmente excelente....nos próximos tempos, as recuperações devem ser encaradas como boas oportunidades de venda e não como um regresso ao bull market, pelo menos no médio prazo.

cps

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Re: Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

por Turcio Vedras » 22/1/2008 18:49

hn2r Escreveu:Bear market já foi definido por muitos de vós, vou só adicionar alguns factos (basicamente fica bear quando desce 20% em relação ao anterior máximo).

Ao contrário do bull market, que pode ter a duração de muitos anos, o bear market é normalmente mais curto, com duração de meses.

O bull market tem valorizações mais progressivas (também pode disparar), enquanto que num bear market assistimos a desvalorizações tendencialmente agressivas e à estagnação demorada de preços.

O bear market antecipa normalmente os períodos de contração do PIB (recessões, depressões). Se agora for somente uma recessão, ela deverá ter uma duração de 6/8 meses. O restauro da confiança dos investidores tardará um pouco mais (eles -nos!- quererão ter indicadores confirmados de recuperação económica). Por isso este bear market deverá continuar ao longo da maior parte do ano. Mas poder-se-á prolongar, caso a crise financeira for realmente muito grave (como alguns afirmam, comparando-a a situação pré-1929).

O que fazer?
Também já muito foi dito neste fórum.

Se estiver longo em acções (isto é se tiver acções e não quer vender), pelo menos CUBRA a posição!
Caso seja mais agressivo, abandone as suas posições longas e aposte no curto.
CFDs, futuros, etc, muito bem, mas atenção à liquidez (não é só nas acções).

Se for um simples iniciado e tiver apenas acções, por favor não fique apenas parado!
Se ainda está a ganhar aproveite para realizar esses ganhos, ignorando 'aquilo que deixou de ganhar'.
Se já está a perder não deixe agravar as perdas, será muito mais fácil assumir as perdas agora do que daqui a umas semanas.
Ah, e já agora, muito cuidado com os saldos. O que é barato poder sair muito caro nesta fase do mercado!

A disfunção cognitiva vai sair muito caro aos investidores que olham para o mercado como aquilo que gostariam que fosse, ignorando aquilo que ele REALMENTE É!
Se pensa que assumir uma perda de 50% é muito penoso, e se tem fé que o mercado o vai ajudar desengane-se. O mercado teria que subir o dobro, isto é, 100%! Acha mesmo que isso vai ser possível nos próximos meses? Ou até anos?

Não percebeu? Dou-lhe um exemplo.
Imagine que investiu 1000 acções a 10 euros. Um total de 10.000 euros portanto.
Nestas semanas recentes perdeu 50%, ou 5.000 euros.
Para recuperar o investimento inicial, o seu valor actual, 5.000 euros, terá de aumentar 100% (outros 5.000 euros)...
Se não vender agora e se a perda se agrava para 60%, terá de aumentar 150%...

E por aí fora. Basicamente se o seu capital se reduzir demasiado, nunca mais recuperará o seu investimento a não ser que injecte mais capital, ou que use alavancagem.

Por isso pense bem antes de ficar parado, a ver as ondas a passar.

Já agora, se tem dúvidas se estamos num bear market (relembro que uma vez entrados num bear market ele dura -pelo menos- meses!):

Mercados com -20% até 21 de Janeiro:
Argentina, Australia, Austria, Belgium, Bulgaria, Chile, Colombia, Cyprus, the Czech Republic, Denmark, Estonia, Finland, France, Hong Kong, Hungary, Iceland, Ireland, Italy, Latvia, Lithuania, Luxembourg, Mexico, Namibia, the Netherlands, Norway, Peru, Poland, Portugal, Romania, Singapore, Spain, Sweden, Switzerland, Sri Lanka, Turkey, Venezuela and Vietnam
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid= ... fer=europe

Hoje mais mercados ficarão bear. Vejam com está a Ásia:
Índia, Hong Kong, Taiwan, Korea, Austrália, etc, num massive sell off (pressão vendedora tremenda).

vejam em:
http://www.bloomberg.com/markets/stocks ... gion3.html

ou em:
http://www.reuters.com/finance/markets/indices

Por este andar , até a China vai entrar em bear market.

Relembro que em 2000 foi a bolha high-tech, depois o terrorismo e as fraudes contabilísticas que corroeram a confiança no financial reporting das grandes empresas. Falências de gigantes tais como ENRON, Worldcom, e muitas outras tais como Tyco, etc.
Forjaram lucros, inventaram receitas...
Quem é que pagou? O Zé povinho.

Agora é uma crise financeira.
Ao contrário das empresas, a falência de um banco/instituilção financeira é muito grave. Os bancos estão interligados, estão em sistema, quando um cai há o risco de um 'efeito dominó'. A incerteza quanto às responsabilidades finaceiras (crédito) actuais está a por em risco de 'cheque' o sistema financeiro tal como o conhecemos. É natural que venham a haver vítimas, que algumas instituições financeiras caiam (não como um todo, mas por partes - eg. fecho unidades subprime). A credibilidade perdida pelas mesmas irá tardar a ser recuperada. É um choque equivalente à crise de confiança de 1929 que levou à criaçao da SEC em 1933 (se não me falha a memória), à morte do AICPA como normalizador contabilístico em 1973 (substituído pelo FASB. Recordo que foi a data do choque petrolífero), ou à Lei Sarbanne-oxley na sequência dos escândalos mais recentes que já referi.

Ao contrário da Europa, nos EUA existem milhares de bancos. Até pequenas localidades podem ter o seu pequeno banco local. Todos os anos bancos vão à falência. Mas com esta crise as falências vão aumentar. E podem até levar bancos maiores. O coutrywide está para ser comprado a preço de saldo, mas outros poderão não ter a mesma sorte.

Em resumo, podemos sair de tudo isto chamuscados, ou queimados. Ainda não sabemos, mas o cheiro a esturro jé é brutal.
Por isso, não queira ficar parado enquanto as labaraedas aumentam.

Votos de boas decisões para todos vós, bem como de bom ano.


Boa tarde hn2r!
Começo por dizer que aplaudo deveras esta sua exposição em tom de alerta que classifico de muito inteligente e clara e que só pode vir de alguém muito esclarecido e CONSCIENTE das realidades que estão por detrás desta tão perigosa teia de incertezas chamada BOLSA. Oxalá todas as pessoas participantes neste fórum tivessem a lucidez que você reflecte nas suas palavras e poderíamos todos certamente beneficiar muito com isso.
Eu próprio lancei um olhar mais atento sobre os acontecimentos e as notícias que me obrigaram a "rever em baixa" o meu parecer sobre o futuro dos mercados e estou agora bem mais pessimista. Contudo, apesar de entender que esta crise na banca americana é muito grave e pode ter força suficiente para derrubar toda a confiança nos fundamentais das empresas e da economia global ainda acredito que existem muitos indicadores convincentes de que o lado mais grave desta crise para já é a EMOTIVIDADE IRRACIONAL DO URSO que deu uma tamanha patada no TOURO que o fez sangrar e afastar-se por algum tempo. Eu olho para o gráfico do índice DJIA desde 1920 (anexo pdf) e juntando a isso os fundamentais da economia global não consigo ver por enquanto luzes vermelhas suficientes que façam acreditar numa inversão desse mesmo gráfico. Cá para mim ainda não é desta que vamos ficar nas garras do urso mas que ele vai andar por cá ainda muito tempo a fazer estragos, nisso eu acredito.
Cumpts.,
Anexos
DJIA_de_1920_até_2005(Gráfico).pdf
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por MarcoAntonio » 22/1/2008 14:21

pedrom Escreveu:Era para criar um novo post para dizer 2 ou 3 coisas antes da abertura dos states, mas este serve para enquadrar o que quero dizer, além de não concordar relativamente às posições curtas pois o pequeno investidor não percebe nem faz para isso.



Várias pessoas têm alertado para os perigos das posições curtas e eu também gostaria de sublinhar isso.

Não vejam as posições curtas como uma salvação isenta de riscos, as posições curtas têm riscos específicos e são inclusivamente intrinsecamente mais arriscadas do que as posições longas...

Recentemente coloquei um artigo que debate essa questão por isso não vale a pena estender-me muito aqui sobre isso, fica o link:

http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... hp?t=59517
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Re: Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

por MarcoAntonio » 22/1/2008 14:16

Elias Escreveu:
hn2r Escreveu:Ao contrário do bull market, que pode ter a duração de muitos anos, o bear market é normalmente mais curto, com duração de meses.


Não sei de onde vem esta ideia, mas gostaria de lembrar que último bear market se estendeu de Março de 2000 a Março de 2003 - ou seja durou exactamente TRÊS ANOS.


Os Bear Market tendem a ser mais curtos do que os Bull Market.

Já agora, na generalidade dos mercados o bear pós-2000 durou 2 anos e qualquer coisa (mesmo assim parecia que nunca mais acabava para quem se lembra e já andava cá nessa altura).
:wink:

De qq das formas o que queria sublinhar é que os Bull Market tendem a estender-se por mais tempo que os Bear Market, muito embora por vezes também tenhamos Bear Markets bem prolongados.
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por pedrom » 22/1/2008 13:45

Era para criar um novo post para dizer 2 ou 3 coisas antes da abertura dos states, mas este serve para enquadrar o que quero dizer, além de não concordar relativamente às posições curtas pois o pequeno investidor não percebe nem faz para isso. Acções toda a gente sabe o que é, muito devido às OPAs, OPVs, etc, agora futuros? não me parece!!! Até eu que sei o que é, nunca negociei, pois ainda não me sinto à vontade com esse tipo de intrumentos. Tive uma passagem curta por warrants depois de me fartar de ler e estudar que foi devastadora e que ditou a minha hibernação afim de tentar perceber o que pode ter corrido mal. A conclusão principal que tirei até agora é que ainda tenho que passar mais tempo na toca porque a selva é muito perigosa.

Mas outra coisa que se está a passar e até acho "engraçada" (não no sentido de piada) é o facto desta crise ser apenas financeira, mas que pode arrastar todos os outros sectores, bem para o fundo! Também pode acontecer que isto não passe apenas de um aviso, mas para isso é necessário que as descidas não avancem muito mais, para não fazer estragos irreparaveis.

Penso que nesta altura, deve haver muitas financeiras (bancos correctoras, etc) com a corda ao pescoço à espera que alguém dê um pontapé na cadeira. Deve haver fundos que estão a dar um último suspiro. Deve haver provisões obrigatórias impossiveis de serem cumpridas. Deve haver muitos problemas que ainda não são conhecidos, e que só o vão ser nas contas deste trimestre e é ai que isto pode aterrar a sério caso não faça uma boa recuperação das perdas deste ano até essa altura.

Vendo toda esta situação na minha opinião, penso que existe aqui um certo "castigo merecido" para o sector financeiro, que não se devia agravar mais, pelo facto de condicionar toda a economia. Merecido porquê? Pelo facto de durante todos estes anos as financeiras (já não falo só em bancos) terem abusado de tudo e todos.

Todos os bancos tem tido lucros do fim do mundo!!! Ano após ano os lucros crescem drásticamente!!! E eu pergunto, o que é que tem sido feito pelos clientes?
- Mais uma taxa, mais uma comissão, mais qualquer coisa para receberem mais e mais e mais e mais!!!!

Nos últimos anos assistiu-se a nivel bancário à criação de um leque de comissões, taxas e taxinhas, para tudo quanto é serviço!!! Ou seja os bancos tem feito tudo o que querem com os clientes e ainda por cima andam metidos em máfias (BCP - caso conhecido) para enganerem os "donos" (leia-se accionistas) mais pequeninos com uma possível cobertura do estado!!! Depois vem as indmenizações e as pensões milionárias, justas ou não dá vontade de dizer que ajuda é que os bancos querem agora? É dinheiro? O problema é a falta de liquidez? Só vejo uma solução: em vez de pagarem pelos depósitos a prazo e outras aplicações, porque não passa a ser ao contrário, os clientes depositam o dinheiro e pagam para o banco o guardar? Depois era dar mais uma indmenizão, gratificação, pensão, ou qualquer coisa acabada em ão que rime com ladrão, para quem teve esta ideia de extorquir mais uns trocos aos clientes.

Uma coisa engraçada que tem proliferado na banca (e já estou a chegar à origem da crise) é o facto de ser necessário ser bom cliente e um monte de papeis e mais isto e mais aquilo para se conseguir um empréstimo, no entanto o mesmo banco através das finaceiras que estão presentes nas principais revista cor de rosa dá dinheiro a taxas loucas a quem já sabem quase que antecipadamente que não consegue pagar pois foi o cliente a quem recusou o empréstimo ao balcão do seu banco. Tem é que depois vai cobrar estas dividas? São os empregadores desses clientes através de depósitos autónomos!!!

Mais coisas podia escrever mas tenho que ir almoçar!!!

Ainda antes de ir à paparoca que o corpo não tem culpa do negócio não dar, tenho que dizer que me fartei de rir com a UBS e a sua recomendação de comprar (o quê? o que eles tem para vender?) e com o nosso "Bernardo das ilhas" a dizer que isto vai melhorar. (Estou de acordo só não sei é quando!!!)
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por Enslaved » 22/1/2008 12:35

CartagoNova Escreveu: A bolsa não é um jogo emocional como o poker. Antes de começar um dia de análises convêm dizer em voz bem alta: "Emoções, vemo-nos daqui há 8 horas pois agora vou investir em acções!". :)


Será que alguém seja capaz de estar dentro sem sentir emoções? Normalmente seria o ideal porque mostra confiança na escolha que se fez mas por outro não é assim tão bom porque poderemos baixar a guarda e quando reparamos já temos os "ursos" em cima de nós. :roll:
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por atomez » 22/1/2008 12:26

Keyser Soze Escreveu:
5 Myths About That Depressing R-Word

economist Christopher J. Ruhm of the University of North Carolina at Greensboro has found that a temporary one percentage point increase in the unemployment rate leads to a 0.5 to 0.6 percent reduction in the mortality rate, or about 14,000 fewer deaths per year.

Bem me parecia que trabalhar é prejudicial para a saúde!
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
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por habanero04 » 22/1/2008 11:43

The January woes continued last week as economic concerns and less-than-stellar earnings continued to fuel talk of recession. Many jittery traders remain concerned about the state of the economy and most are wondering whether the worst is behind us. The Dow Jones Industrial Average traded 15% below its October high, contributing to the concern that we are entering into a longer-term bear market.

The broad market decline last week has erased all gains made by the market in 2007. This is technically significant because it illustrates that the bears are in control. To illustrate the extent of the weakness, one only needs to glance at the chart of the S&P - it recorded its worst weekly performance in more than five years. The next major level of support on the Dow and other indexes is about 5% below current levels. A move below the identified support levels would indicate a prolonged move lower, but only time will tell whether these areas will be tested.

We continue to believe that it would be extremely risky to bet on a bounce at this point and we expect that the selling pressure will continue as market participants try to determine the extent of the weakening economy. It will also be interesting to see if President Bush's $140 billion economic stimulus package will help give the economy the jump-start it needs to shrug off the weakness.

Fonte: [url]ChartAdvisor.com[/url]
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Re: Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

por Elias » 22/1/2008 11:08

hn2r Escreveu:Ao contrário do bull market, que pode ter a duração de muitos anos, o bear market é normalmente mais curto, com duração de meses.


Não sei de onde vem esta ideia, mas gostaria de lembrar que último bear market se estendeu de Março de 2000 a Março de 2003 - ou seja durou exactamente TRÊS ANOS.
 
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por Keyser Soze » 22/1/2008 11:07

5 Myths About That Depressing R-Word

By Kevin A. Hassett
Sunday, January 20, 2008; B03

When Scottish historian Thomas Carlyle branded economics the "dismal science" in 1849, he gave it a name that would stick. (Some theorize that he picked on economists since, like most Scots back then, Carlyle had never visited a dentist.) Fortunately for economists, 1849 was a pretty good year. If Carlyle had seen how economists behave during recessions, he probably would have dubbed their subject something far worse.

Economists have the same occupational hazard as baseball managers and football coaches: Every person on the street knows their job better than they do. And if you listened to the economic stimulus package talk last week from the White House and Capitol Hill, not to mention Federal Reserve Board Chairman Ben Bernanke, you could be forgiven for thinking that the recession is just around the corner. But the main result of all this chatter is that far too many myths about recessions have made their way into popular culture.

1. We're already in a recession.

The truth is, nobody knows. The responsibility for declaring the stages of the business cycle is informally held by that most dreaded of concepts -- a committee of economists. The Business Cycle Dating Committee of the National Bureau of Economic Research (NBER) uses a number of economic indicators, including personal income, unemployment, industrial production and sales and manufacturing volume, to determine the health of the economy. It's not true that they declare a recession if economic growth is negative for two quarters in a row. If it were that simple, we wouldn't need a committee.

If you want to know about the state of the economy in real time, you can't rely on the NBER. If the NBER did the D.C. weather forecast, here's how it would work. The bureau would gather precipitation data from every neighborhood, then interview residents to make sure that the data are accurate. After much deliberation, it would tell us whether it had rained last month. Same with recessions: The NBER's pronouncements historically come long after recessions have begun, a whopping seven months on average. By the time the bureau announced the recession of 1991, it had already ended.

It's impossible to tell whether the NBER will make a pronouncement anytime soon. Right now, we only have enough data to assess the economy accurately through last November. The best available real-time indicator of recession, a model developed by economist Marcelle Chauvet of the University of California at Riverside that has correctly called every postwar recession without ever giving a false signal, clearly indicates that the economy was not in recession in November. Things certainly have deteriorated since then, but it is an open question whether they have deteriorated enough. A recession may have started. Or it may not have.

2. The stock market tanks during recessions.

Not so. With the economy heading south during recessions, the conventional wisdom is that stock prices drop as well. Stocks usually drop before a recession, something that may be happening now. However, the market tends to look ahead and starts to respond favorably to the expected end of a recession long before it occurs. Influential economist Donald Luskin of Trend Macrolytics recently ran the numbers and found that stocks have produced an average return of 12.1 percent in post-World War II recessions. This is only slightly below the average return outside recessions.

3. Recessions used to be a lot worse.

Lunchroom economic conversations are inevitably graced with at least one statement from an old-timer along the lines of: "In my day, we walked 10 miles in the snow just to get to the recession." In fact, the nature of recessions hasn't changed much over the years.

Early economic studies seemed to confirm the view that the economy has become less volatile over time, with some estimates implying that the severity of recessions declined by 75 percent roughly around the end of World War II. However, a prominent study by University of California at Berkeley economist Christina D. Romer demonstrated that the problem really was that prewar data collectors had not advanced to the exalted level of data-geekdom of today's professionals. When important changes in data-collection methods and inconsistencies in the historical definition of the business cycle were accounted for, it emerged that recessions before World War I and since World War II have been just about equally severe.

While the past three recessions may have seen slightly smaller drops in economic growth on average, there is no guarantee that the next one -- when it arrives -- will be mild. The superstitious might even say that we are due for a whopper.

Recessions probably have become less frequent. In terms of duration, the average recession since World War II has lasted about a year. The past three recessions -- in 1981-82, 1990-91 and 2001 -- lasted about a year as well.

One factor that has clearly not helped is government discretionary fiscal policy, like the economic stimulus packages currently being considered on Capitol Hill. You might think that the brilliant postwar discoveries of economists would have provided tax medicine to stop recessions in their tracks. In an exhaustive study, however, Romer and her husband, David, found that fiscal measures such as temporary tax rebates and government spending increases have failed to push the economy out of recession because they have been too small or too late, or both.

4. Recessions are bad for your health.

David Mamet once told an interviewer that he got the inspiration for his 1984 Pulitzer Prize-winning play "Glengarry Glen Ross" from an account of a salesman's fatal heart attack, caused by a recession "so vicious the competition was for jobs and sales, especially among older men." However, for most Americans, the story is quite the opposite. Americans get healthier as the economy gets worse. Unemployment tends to increase during recessions, but economist Christopher J. Ruhm of the University of North Carolina at Greensboro has found that a temporary one percentage point increase in the unemployment rate leads to a 0.5 to 0.6 percent reduction in the mortality rate, or about 14,000 fewer deaths per year.

Why the health benefits? With more free time and less money on their hands, people tend to consume less tobacco, exercise more, prepare healthier meals and lose weight. In addition, they are much less likely to have car and other accidents, and to catch communicable and sometimes fatal diseases such as influenza. Among the top 10 causes of death in the United States, only suicide rates show a substantial unemployment-driven increase. Even deaths caused by heart disease fall substantially.

5. There is a regular business cycle.

In a pair of articles in the Quarterly Journal of Economics published in 1920 and 1921, Columbia University economist H.L. Moore hypothesized that the primary cause of economic cycles was the regular eight-year cycle of the modes of the planet Venus. This type of thinking, along with 19th-century English economist William Stanley Jevons's theory that the 10-year sunspot cycle causes economic fluctuations, perhaps accounts for the widespread notion that there is a regular business cycle.

Don't count on it. The term "business cycle" is imprecise. Economic fluctuations affect everyone, not just businesses, and they are, unlike astral cycles, anything but regular. In the nine recessions since 1949, the shortest time between two recessions has been three quarters (the recessions of 1980 and 1981-82), while the longest has been just short of 10 years (the recessions of 1991 and 2001). When the next recession ends, a good guess will be that the expansion that follows will be somewhere between one year and 10 years in length.

A better analogy might be to think of our economic future as being a road trip in a 1971 Ford Pinto. Our car might burst into flames in the next instant, there might be a truck in our lane around the bend, or we just might make it all the way to California.

khassett@aei.org

Kevin A. Hassett is director of economic policy studies and a senior fellow at the American Enterprise Institute. His book "Calling the Business Cycle," co-authored with Marcelle Chauvet and James Hamilton, is forthcoming later this year.

http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/co ... 02872.html
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por artista_ » 22/1/2008 10:43

Há muita coisa com que não concordo no texto mas agora não tenho tempo para escrever muito...

Os menos experientes devem sobretudo aprender com o que está a acontecer, não me parece que faça sentido pensarem em posições curtas porque isso envolve outro tipo de instrumentos, normalmente alavancados, que também comportam riscos elevados...

Bons negócios
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Re: Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

por assunoadr » 22/1/2008 10:33

Simplesmente excelente....nos próximos tempos, as recuperações devem ser encaradas como boas oportunidades de venda e não como um regresso ao bull market, pelo menos no médio prazo.

cps

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por Fenicio » 22/1/2008 9:24

O "ficar agarrado às posições" envolve uma componente muito mais psicológica do que técnica (um bom livro que tenta explicar um pouco estas questões é o Trading for a Living, do Dr Alexander Elder).

Ser capaz de se desfazer de uma posição perdedora (ou de uma ganhadora mas na iminência de se tornar perdedora) implica reconhecer um erro e actuar neste sentido, o problema é que os seres humanos apenas muito raramente reconhecem que estão errados ou, se o reconhecem, não actuam em conformidade.

A bolsa não é um jogo emocional como o poker. Antes de começar um dia de análises convêm dizer em voz bem alta: "Emoções, vemo-nos daqui há 8 horas pois agora vou investir em acções!". :)
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Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"

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por fiódor » 22/1/2008 9:16

Bom Post...

Espero que muitos sigam o teu conselho e não fiquem agarrados ás posições.

Cumps
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Súmula: o que é um Bear Market? O que fazer?

por hn2r » 22/1/2008 6:43

Bear market já foi definido por muitos de vós, vou só adicionar alguns factos (basicamente fica bear quando desce 20% em relação ao anterior máximo).

Ao contrário do bull market, que pode ter a duração de muitos anos, o bear market é normalmente mais curto, com duração de meses.

O bull market tem valorizações mais progressivas (também pode disparar), enquanto que num bear market assistimos a desvalorizações tendencialmente agressivas e à estagnação demorada de preços.

O bear market antecipa normalmente os períodos de contração do PIB (recessões, depressões). Se agora for somente uma recessão, ela deverá ter uma duração de 6/8 meses. O restauro da confiança dos investidores tardará um pouco mais (eles -nos!- quererão ter indicadores confirmados de recuperação económica). Por isso este bear market deverá continuar ao longo da maior parte do ano. Mas poder-se-á prolongar, caso a crise financeira for realmente muito grave (como alguns afirmam, comparando-a a situação pré-1929).

O que fazer?
Também já muito foi dito neste fórum.

Se estiver longo em acções (isto é se tiver acções e não quer vender), pelo menos CUBRA a posição!
Caso seja mais agressivo, abandone as suas posições longas e aposte no curto.
CFDs, futuros, etc, muito bem, mas atenção à liquidez (não é só nas acções).

Se for um simples iniciado e tiver apenas acções, por favor não fique apenas parado!
Se ainda está a ganhar aproveite para realizar esses ganhos, ignorando 'aquilo que deixou de ganhar'.
Se já está a perder não deixe agravar as perdas, será muito mais fácil assumir as perdas agora do que daqui a umas semanas.
Ah, e já agora, muito cuidado com os saldos. O que é barato poder sair muito caro nesta fase do mercado!

A disfunção cognitiva vai sair muito caro aos investidores que olham para o mercado como aquilo que gostariam que fosse, ignorando aquilo que ele REALMENTE É!
Se pensa que assumir uma perda de 50% é muito penoso, e se tem fé que o mercado o vai ajudar desengane-se. O mercado teria que subir o dobro, isto é, 100%! Acha mesmo que isso vai ser possível nos próximos meses? Ou até anos?

Não percebeu? Dou-lhe um exemplo.
Imagine que investiu 1000 acções a 10 euros. Um total de 10.000 euros portanto.
Nestas semanas recentes perdeu 50%, ou 5.000 euros.
Para recuperar o investimento inicial, o seu valor actual, 5.000 euros, terá de aumentar 100% (outros 5.000 euros)...
Se não vender agora e se a perda se agrava para 60%, terá de aumentar 150%...

E por aí fora. Basicamente se o seu capital se reduzir demasiado, nunca mais recuperará o seu investimento a não ser que injecte mais capital, ou que use alavancagem.

Por isso pense bem antes de ficar parado, a ver as ondas a passar.

Já agora, se tem dúvidas se estamos num bear market (relembro que uma vez entrados num bear market ele dura -pelo menos- meses!):

Mercados com -20% até 21 de Janeiro:
Argentina, Australia, Austria, Belgium, Bulgaria, Chile, Colombia, Cyprus, the Czech Republic, Denmark, Estonia, Finland, France, Hong Kong, Hungary, Iceland, Ireland, Italy, Latvia, Lithuania, Luxembourg, Mexico, Namibia, the Netherlands, Norway, Peru, Poland, Portugal, Romania, Singapore, Spain, Sweden, Switzerland, Sri Lanka, Turkey, Venezuela and Vietnam
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid= ... fer=europe

Hoje mais mercados ficarão bear. Vejam com está a Ásia:
Índia, Hong Kong, Taiwan, Korea, Austrália, etc, num massive sell off (pressão vendedora tremenda).

vejam em:
http://www.bloomberg.com/markets/stocks ... gion3.html

ou em:
http://www.reuters.com/finance/markets/indices

Por este andar , até a China vai entrar em bear market.

Relembro que em 2000 foi a bolha high-tech, depois o terrorismo e as fraudes contabilísticas que corroeram a confiança no financial reporting das grandes empresas. Falências de gigantes tais como ENRON, Worldcom, e muitas outras tais como Tyco, etc.
Forjaram lucros, inventaram receitas...
Quem é que pagou? O Zé povinho.

Agora é uma crise financeira.
Ao contrário das empresas, a falência de um banco/instituilção financeira é muito grave. Os bancos estão interligados, estão em sistema, quando um cai há o risco de um 'efeito dominó'. A incerteza quanto às responsabilidades finaceiras (crédito) actuais está a por em risco de 'cheque' o sistema financeiro tal como o conhecemos. É natural que venham a haver vítimas, que algumas instituições financeiras caiam (não como um todo, mas por partes - eg. fecho unidades subprime). A credibilidade perdida pelas mesmas irá tardar a ser recuperada. É um choque equivalente à crise de confiança de 1929 que levou à criaçao da SEC em 1933 (se não me falha a memória), à morte do AICPA como normalizador contabilístico em 1973 (substituído pelo FASB. Recordo que foi a data do choque petrolífero), ou à Lei Sarbanne-oxley na sequência dos escândalos mais recentes que já referi.

Ao contrário da Europa, nos EUA existem milhares de bancos. Até pequenas localidades podem ter o seu pequeno banco local. Todos os anos bancos vão à falência. Mas com esta crise as falências vão aumentar. E podem até levar bancos maiores. O coutrywide está para ser comprado a preço de saldo, mas outros poderão não ter a mesma sorte.

Em resumo, podemos sair de tudo isto chamuscados, ou queimados. Ainda não sabemos, mas o cheiro a esturro jé é brutal.
Por isso, não queira ficar parado enquanto as labaraedas aumentam.

Votos de boas decisões para todos vós, bem como de bom ano.
 
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