BCP...
Uff, o Berardo levou um pontapé no rabo.
Já me estava a assustar só de pensar que ele poderia ter um papel mais influente do que especulador dentro do BCP.
As coisas estão a compor-se
Já me estava a assustar só de pensar que ele poderia ter um papel mais influente do que especulador dentro do BCP.
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Surfar a Tendência - Análises técnicas, oportunidades, sugestões de investimento e artigos didácticos
Creio que foi bom para o Banco o aparecimento da candidatura de Miguel Cadilhe. A votação tão expressiva em Santos Ferreira deixa poucas possibilidades a novas questiúnculas entre accionistas, visto que todos votaram no vencedor. No imediato não haverá discórdias entre os principais accionistas o que permitirá a Santos Ferreira poder arrumar a casa à sua maneira.
Quanto à cotação do título nos próximos dias, parece-me que esta eleição é pouco relevante se comparada com a força dos mercados.
Quanto à cotação do título nos próximos dias, parece-me que esta eleição é pouco relevante se comparada com a força dos mercados.
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- Registado: 29/11/2007 13:54
wer
Para começar se olhar-mos para a evoluçao do Bcp comparativamente com as restantes empresas do psi veremos que até nao se estáa portal mal, temos desvalorizaçoes na Brisa Sonaes ..bem todas, de grande escalada.
Parece-me que a escolha deste novo nome só surpreendeu pela percentagem de voto, o que deixa antever uma uniao em volta do mesmo projecto...reparem que podiam bem amanha os descontentes começar a largar papel caso nao fossem de acordo com a nova direcçao.
Quanto ao Berardo, reparem que o homem anda muitissssimooo calado, ninguem quer mais q ele a valorizaçao das cotaçoes e se ele baptizou o Ferreira
é porque algo de bom pode acontecer (pior que estava tb nao daria).
Por fim temos uma crise nos mercados mundiais, por isso nao acredito que o Bcp no curto prazo suba por ai a diante, embora acredito que tentem segurar a tendencia de longo prazo
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Parece-me que a escolha deste novo nome só surpreendeu pela percentagem de voto, o que deixa antever uma uniao em volta do mesmo projecto...reparem que podiam bem amanha os descontentes começar a largar papel caso nao fossem de acordo com a nova direcçao.
Quanto ao Berardo, reparem que o homem anda muitissssimooo calado, ninguem quer mais q ele a valorizaçao das cotaçoes e se ele baptizou o Ferreira
é porque algo de bom pode acontecer (pior que estava tb nao daria).
Por fim temos uma crise nos mercados mundiais, por isso nao acredito que o Bcp no curto prazo suba por ai a diante, embora acredito que tentem segurar a tendencia de longo prazo

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Sonhar, saber esquecer, gostar de aprender, ter paciência para repetir, ousar, arriscar, partilhar é o caminho para ter sucesso numa vivência equilibrada do uso do tempo e da vida. - Ti Belmiro 01-2008
voce nasce sem pedir, morre sem querer....aproveite o intervalo
Sonhar, saber esquecer, gostar de aprender, ter paciência para repetir, ousar, arriscar, partilhar é o caminho para ter sucesso numa vivência equilibrada do uso do tempo e da vida. - Ti Belmiro 01-2008
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- Mensagens: 715
- Registado: 13/12/2007 10:15
O facto do resultado ser o expectável, penso que será positivo para o título. À partida irá fazer com que as pequenas guerrilhas que se iam verificando tendam a diminuir/acabar.
Abraço
Abraço
Obstáculos é aquilo que aparece quando desviamos a atenção do problema principal.
- Mensagens: 701
- Registado: 24/8/2006 20:09
- Localização: Leiria
Finalmente.. alguem com escrupulos à frente do maior banco privado portugues. digam mal, critiquem, façam o que quiserem mas o Berardo está de Parabens e nao me venham com a história das ingerencias politicas porque essa ja nao serve, o melhor foi escolhido sejamos sinceros.
PS:Nao tenho qualquer posiçao no BCP.
PS:Nao tenho qualquer posiçao no BCP.
- Mensagens: 255
- Registado: 6/1/2007 15:05
- Localização: Quinta do Conde
Os novos administradores do BCP
Com a vitória da lista de Santos Ferreira, são conhecidos os novos sete administradores do maior banco privado português. Além dos três gestores que vêm da Caixa Geral de Depósitos - Santos Ferreira, Armando Vara e Vítor Fernandes -, a nova administração do BCP inclui quatro membros da alta-direcção do banco, que representam diferentes sensibilidades.
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Jornal de Negócios Online
negocios@mediafin.pt
Com a vitória da lista de Santos Ferreira, são conhecidos os novos sete administradores do maior banco privado português.
Além dos três gestores que vêm da Caixa Geral de Depósitos - Santos Ferreira, Armando Vara e Vítor Fernandes -, a nova administração do BCP inclui quatro membros da alta-direcção do banco, que representam diferentes sensibilidades.
Paulo Macedo e José João Guilherme espelharão a linha mais tradicional do banco, na medida que integravam a lista que era liderada por Filipe Pinhal - o ainda presidente que está no BCP desde a fundação - e que foi "obrigada" a desistir por recomendação do Banco de Portugal.
Luís Pereira Coutinho e Nelson Machado serão mais próximos da ala que até ao final de Agosto se revia no anterior presidente. Aliás, o primeiro gestor, que é responsável pelo Millennium na Polónia, chegou a ser proposto para a administração por Paulo Teixeira Pinto.
O segundo, que esteve no Millennium da Grécia e entrou para o grupo com a aquisição do BPA, será próximo de Francisco Lacerda, gestor que apoiou Teixeira Pinto.
Armando Vara era administrador da CGD, uma escolha que se revelou polémica devido à sua ligação ao Partido Socialista. Vítor Fernandes também vêm da CGD, onde tinha o pelouro dos seguros.
José João Guilherme está há mais de uma década no BCP, na área da banca de investimento. Nelson Machado é director geral do BCP desde 2006.
Com a vitória da lista de Santos Ferreira, são conhecidos os novos sete administradores do maior banco privado português. Além dos três gestores que vêm da Caixa Geral de Depósitos - Santos Ferreira, Armando Vara e Vítor Fernandes -, a nova administração do BCP inclui quatro membros da alta-direcção do banco, que representam diferentes sensibilidades.
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Com a vitória da lista de Santos Ferreira, são conhecidos os novos sete administradores do maior banco privado português.
Além dos três gestores que vêm da Caixa Geral de Depósitos - Santos Ferreira, Armando Vara e Vítor Fernandes -, a nova administração do BCP inclui quatro membros da alta-direcção do banco, que representam diferentes sensibilidades.
Paulo Macedo e José João Guilherme espelharão a linha mais tradicional do banco, na medida que integravam a lista que era liderada por Filipe Pinhal - o ainda presidente que está no BCP desde a fundação - e que foi "obrigada" a desistir por recomendação do Banco de Portugal.
Luís Pereira Coutinho e Nelson Machado serão mais próximos da ala que até ao final de Agosto se revia no anterior presidente. Aliás, o primeiro gestor, que é responsável pelo Millennium na Polónia, chegou a ser proposto para a administração por Paulo Teixeira Pinto.
O segundo, que esteve no Millennium da Grécia e entrou para o grupo com a aquisição do BPA, será próximo de Francisco Lacerda, gestor que apoiou Teixeira Pinto.
Armando Vara era administrador da CGD, uma escolha que se revelou polémica devido à sua ligação ao Partido Socialista. Vítor Fernandes também vêm da CGD, onde tinha o pelouro dos seguros.
José João Guilherme está há mais de uma década no BCP, na área da banca de investimento. Nelson Machado é director geral do BCP desde 2006.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
Carlos Santos Ferreira é o novo presidente do BCP
Carlos Santos Ferreira foi hoje eleito presidente do maior banco privado português na Assembleia Geral do BCP que decorrer no Porto, com 97,76% de votos a favor.
Tiago Freire e Sílvia de Oliveira
Os accionistas votaram hoje a favor da lista encabeçada por Santos Ferreira que integra personalidades como Armando Vara, Vitor Fernandes, Paulo Macedo, Luís Coutinho, Nelson Machado e José Guilherme, para além do próprio ex-administrador da CGD.
Santos Ferreira ganhou a votação com 97,76% de votos a favor enquanto que Miguel Cadilhe arrecadou 2,14% de votos a favor.
A eleição insere no Ponto 2 da ordem de trabalhos da AG que delibera sobre a eleição do Conselho de Administração Executivo do BCP para o triénio 2008/2010.
Carlos Santos Ferreira foi hoje eleito presidente do maior banco privado português na Assembleia Geral do BCP que decorrer no Porto, com 97,76% de votos a favor.
Tiago Freire e Sílvia de Oliveira
Os accionistas votaram hoje a favor da lista encabeçada por Santos Ferreira que integra personalidades como Armando Vara, Vitor Fernandes, Paulo Macedo, Luís Coutinho, Nelson Machado e José Guilherme, para além do próprio ex-administrador da CGD.
Santos Ferreira ganhou a votação com 97,76% de votos a favor enquanto que Miguel Cadilhe arrecadou 2,14% de votos a favor.
A eleição insere no Ponto 2 da ordem de trabalhos da AG que delibera sobre a eleição do Conselho de Administração Executivo do BCP para o triénio 2008/2010.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
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SANTOS FERREIRA ELEITO PRESIDENTE DO BCP
Carlos Santos Ferreira, antigo líder da Caixa Geral de Depósitos, foi eleito hoje o novo presidente do Banco Comercial Português, na assembleia geral que os accionistas esperam que marque o virar de página do maior banco privado português.
Jornal de Negócios Online
negocios@mediafin.pt
Carlos Santos Ferreira, antigo líder da Caixa Geral de Depósitos, foi eleito hoje o novo presidente do Banco Comercial Português, na assembleia geral que os accionistas esperam que marque o virar de página do maior banco privado português.
Fonte: Jornal de Negócios online
Carlos Santos Ferreira, antigo líder da Caixa Geral de Depósitos, foi eleito hoje o novo presidente do Banco Comercial Português, na assembleia geral que os accionistas esperam que marque o virar de página do maior banco privado português.
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Carlos Santos Ferreira, antigo líder da Caixa Geral de Depósitos, foi eleito hoje o novo presidente do Banco Comercial Português, na assembleia geral que os accionistas esperam que marque o virar de página do maior banco privado português.
Fonte: Jornal de Negócios online
Editado pela última vez por urukai em 15/1/2008 19:31, num total de 1 vez.
97,7%???
UUI
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Accionistas escolhem nova administração do BCP
Os accionistas do BCP estão já a votar qual das duas listas candidatas à gestão do banco preferem. Dentro de minutos será conhecido quem será o presidente do BCP: Santos Ferreira ou Miguel Cadilhe.
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Maria João Gago
mjgago@mediafin.pt
Os accionistas do BCP estão já a votar qual das duas listas candidatas à gestão do banco preferem. Dentro de minutos será conhecido quem será o presidente do BCP: Santos Ferreira ou Miguel Cadilhe.
A votação não será por voto secreto, depois dos accionistas terem rejeitado a proposta apresentada por Cadilhe.
Depois de já iniciado o processo de votação, Cadilhe pediu ao presidente da mesa da AG, Germano Marques da Silva, para fazer nova intervenção, o que atrasou a votação.
Cadilhe diz que não quer transferir o fundo de pensões do banco, que as remunerações devem acompanhar o mercado. Sobre os lesados, diz que é problema social sério e que o banco deve resolver o problema a médio prazo, com solução justa e equilibrada.
Depois da sua intervenção, deu então início a votação da nova administração.
A votação foi concluida pouco depois das 18h00 e por volta das 18h20 serão anunciados os resultados. A AG foi suspensa por 15 minustos para contagem dos votos.
Os accionistas do BCP estão já a votar qual das duas listas candidatas à gestão do banco preferem. Dentro de minutos será conhecido quem será o presidente do BCP: Santos Ferreira ou Miguel Cadilhe.
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Maria João Gago
mjgago@mediafin.pt
Os accionistas do BCP estão já a votar qual das duas listas candidatas à gestão do banco preferem. Dentro de minutos será conhecido quem será o presidente do BCP: Santos Ferreira ou Miguel Cadilhe.
A votação não será por voto secreto, depois dos accionistas terem rejeitado a proposta apresentada por Cadilhe.
Depois de já iniciado o processo de votação, Cadilhe pediu ao presidente da mesa da AG, Germano Marques da Silva, para fazer nova intervenção, o que atrasou a votação.
Cadilhe diz que não quer transferir o fundo de pensões do banco, que as remunerações devem acompanhar o mercado. Sobre os lesados, diz que é problema social sério e que o banco deve resolver o problema a médio prazo, com solução justa e equilibrada.
Depois da sua intervenção, deu então início a votação da nova administração.
A votação foi concluida pouco depois das 18h00 e por volta das 18h20 serão anunciados os resultados. A AG foi suspensa por 15 minustos para contagem dos votos.
"A incerteza dos acontecimentos,é sempre mais difícil de suportar do que o próprio acontecimento" Jean-Baptista Massilion.
"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida"Johann Goethe
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Da Opus Dei à maçonaria:
A incrível história do BCP
Miguel Sousa Tavares
Em países onde o capitalismo, as leis da concorrência e a seriedade do negócio bancário são levados a sério, a inacreditável história do BCP já teria levado a prisões e a um escândalo público de todo o tamanho. Em Portugal, como tudo vai acabar sem responsáveis e sem responsabilidades, convém recordar os principais momentos deste "case study", para que ao menos a falta de vergonha não passe impune.
1 Até ao 25 de Abril, o negócio bancário em Portugal obedecia a regras simples: cada grande família, intimamente ligada ao regime, tinha o seu banco. Os bancos tinham um só dono ou uma só família como dono e sustentavam os demais negócios do respectivo grupo. Com o 25 de Abril e a nacionalização sumária de toda a banca, entrámos num período 'revolucionário' em que "a banca ao serviço do povo" se traduzia, aos olhos do povo, por uns camaradas mal vestidos e mal encarados que nos atendiam aos balcões como se nos estivessem a fazer um grande favor. Jardim Gonçalves veio revolucionar isso, com a criação do BCP e, mais tarde, da Nova Rede, onde as pessoas passaram a ser tratadas como clientes e recebidas por profissionais do ofício. Mas, mais: ele conseguiu criar um banco através de um MBO informal que, na prática, assentava na ideia de valorizar a competência sobre o capital. O BCP reuniu uma série de accionistas fundadores, mas quem de facto mandava eram os administradores - que não tinham capital, mas tinham "know-how". Todos os fundadores aceitaram o contrato proposto pelo "engenheiro" - à excepção de Américo Amorim, que tratou de sair, com grandes lucros, assim que achou que os gestores não respeitavam o estatuto a que se achava com direito (e dinheiro).
2 Com essa imagem, aliás merecida, de profissionalismo e competência, o BCP foi crescendo, crescendo, até se tornar o maior banco privado português, apenas atrás do único banco público, a Caixa Geral de Depósitos. E, de cada vez que crescia, era necessário um aumento de capital. E, em cada aumento de capital, era necessário evitar que algum accionista individual ganhasse tanta dimensão que pudesse passar a interferir na gestão do banco. Para tal, o BCP começou a fazer coisas pouco recomendáveis: aos pequenos depositantes, que lhe tinham confiado as suas poupanças para gestão, o BCP tratava de lhes comprar, sem os consultar, acções do próprio banco nos aumentos de capital, deixando-os depois desamparados perante as perdas em bolsa; aos grandes depositantes e amigos dos gestores, abria-lhes créditos de milhões em "off-shores" para comprarem acções do banco, cobrindo-lhes, em caso de necessidade, os prejuízos do investimento. Desta forma exemplar, o banco financiou o seu crescimento com o pêlo do próprio cão - aliás, com o dinheiro dos depositantes - e subtraiu ao Estado uma fortuna em lucros não declarados para impostos. Ano após ano, também o próprio BCP declarava lucros astronómicos, pelos quais pagava menos de impostos do que os porteiros do banco pagavam de IRS em percentagem. E, enquanto isso, aqueles que lhe tinham confiado as suas pequenas ou médias poupanças viam-nas sistematicamente estagnadas ou até diminuídas e, de seis em seis meses, recebiam uma carta-circular do engenheiro a explicar que os mercados estavam muito mal.
3 Depois, e seguindo a velha profecia marxista, o BCP quis crescer ainda mais e engolir o BPI. Não conseguiu, mas, no processo, o engenheiro trucidou o sucessor que ele próprio havia escolhido, mostrando que a tímida "renovação" anunciada não passava de uma farsa. E descobriu-se ainda uma outra coisa extraordinária e que se diria impossível: que o BCP e o BPI tinham participações cruzadas, ao ponto de hoje o BPI deter 8% do capital do BCP e, como maior accionista individual, ter-se tornado determinante no processo de escolha da nova administração... do concorrente! Como se fosse a coisa mais natural do mundo, o presidente do BPI dá uma conferência de imprensa a explicar quem deve integrar a nova administração do banco que o quis opar e com o qual é suposto concorrer no mercado, todos os dias...
4 Instalada entretanto a guerra interna, entra em cena o notável comendador Berardo - o homem que mais riqueza acumula e menos produz no país - protegido de Sócrates, que lhe deu um museu do Estado para ele armazenar a sua colecção de arte privada. Mas, verdade se diga, as brasas espalhadas por Berardo tiveram o mérito de revelar segredos ocultos e inconfessáveis daquela casa. E assim ficámos a saber que o filho do engenheiro fora financiado em milhões para um negócio de vão de escada, e perdoado em milhões quando o negócio inevitavelmente foi por água abaixo. E que havia também amigos do engenheiro e da administração, gente que se prestara ao esquema das "off-shores", que igualmente viam os seus créditos malparados serem perdoados e esquecidos por acto de favor pessoal.
5 E foi quando, lá do fundo do sono dos justos onde dormia tranquilo, acorda inesperadamente o governador do Banco de Portugal e resolve dizer que já bastava: aquela gente não podia continuar a dirigir o banco, sob pena de acontecer alguma coisa de mais grave - como, por exemplo, a própria falência, a prazo.
6 Reúnem-se, então, as seguintes personalidades de eleição: o comendador Berardo, o presidente de uma empresa pública com participação no BCP e ele próprio ex-ministro de um governo PSD e da confiança pessoal de Sócrates, mais, ao que consta, alguém em representação do doutor "honoris causa" Stanley Ho - a quem tantos socialistas tanto devem e vice-versa. E, entre todos, congeminam um "take over" sobre a administração do BCP, com o "agréement" do dr. Fernando Ulrich, do BPI. E olhando para o panorama perturbante a que se tinha chegado, a juntar ao súbito despertar do dr. Vítor Constâncio, acharam todos avisado entregar o BCP ao PS. Para que não restassem dúvidas das suas boas intenções, até concordaram em que a vice-presidência fosse entregue ao sr. Armando Vara (que também usa 'dr.') - esse expoente político e bancário que o país inteiro conhece e respeita.
7 E eis como um banco, que era tão independente que fazia tremer os governos, desagua nos braços cândidos de um partido político - e logo o do Governo. E eis como um banco, que era tão cristão, tão "opus dei", tão boas famílias, acaba na esfera dessa curiosa seita do avental, a que chamam maçonaria.
8 E, revelada a trama em todo o seu esplendor, que faz o líder da oposição? Pede em troca, para o seu partido, a Caixa Geral de Depósitos, o banco público. Pede e vai receber, porque há 'matérias de regime' que mesmo um governo com maioria absoluta no parlamento não se atreve a pôr em causa. Um governo inteligente, em Portugal, sabe que nunca pode abocanhar o bolo todo. Sob pena de os escândalos começarem a rolar na praça pública, não pode haver durante muito tempo um pequeno exército de desempregados da Grande Família do Bloco Central.
Se alguém me tivesse contado esta história, eu não teria acreditado. Mas vemos, ouvimos e lemos. E foi tal e qual.
A incrível história do BCP
Miguel Sousa Tavares
Em países onde o capitalismo, as leis da concorrência e a seriedade do negócio bancário são levados a sério, a inacreditável história do BCP já teria levado a prisões e a um escândalo público de todo o tamanho. Em Portugal, como tudo vai acabar sem responsáveis e sem responsabilidades, convém recordar os principais momentos deste "case study", para que ao menos a falta de vergonha não passe impune.
1 Até ao 25 de Abril, o negócio bancário em Portugal obedecia a regras simples: cada grande família, intimamente ligada ao regime, tinha o seu banco. Os bancos tinham um só dono ou uma só família como dono e sustentavam os demais negócios do respectivo grupo. Com o 25 de Abril e a nacionalização sumária de toda a banca, entrámos num período 'revolucionário' em que "a banca ao serviço do povo" se traduzia, aos olhos do povo, por uns camaradas mal vestidos e mal encarados que nos atendiam aos balcões como se nos estivessem a fazer um grande favor. Jardim Gonçalves veio revolucionar isso, com a criação do BCP e, mais tarde, da Nova Rede, onde as pessoas passaram a ser tratadas como clientes e recebidas por profissionais do ofício. Mas, mais: ele conseguiu criar um banco através de um MBO informal que, na prática, assentava na ideia de valorizar a competência sobre o capital. O BCP reuniu uma série de accionistas fundadores, mas quem de facto mandava eram os administradores - que não tinham capital, mas tinham "know-how". Todos os fundadores aceitaram o contrato proposto pelo "engenheiro" - à excepção de Américo Amorim, que tratou de sair, com grandes lucros, assim que achou que os gestores não respeitavam o estatuto a que se achava com direito (e dinheiro).
2 Com essa imagem, aliás merecida, de profissionalismo e competência, o BCP foi crescendo, crescendo, até se tornar o maior banco privado português, apenas atrás do único banco público, a Caixa Geral de Depósitos. E, de cada vez que crescia, era necessário um aumento de capital. E, em cada aumento de capital, era necessário evitar que algum accionista individual ganhasse tanta dimensão que pudesse passar a interferir na gestão do banco. Para tal, o BCP começou a fazer coisas pouco recomendáveis: aos pequenos depositantes, que lhe tinham confiado as suas poupanças para gestão, o BCP tratava de lhes comprar, sem os consultar, acções do próprio banco nos aumentos de capital, deixando-os depois desamparados perante as perdas em bolsa; aos grandes depositantes e amigos dos gestores, abria-lhes créditos de milhões em "off-shores" para comprarem acções do banco, cobrindo-lhes, em caso de necessidade, os prejuízos do investimento. Desta forma exemplar, o banco financiou o seu crescimento com o pêlo do próprio cão - aliás, com o dinheiro dos depositantes - e subtraiu ao Estado uma fortuna em lucros não declarados para impostos. Ano após ano, também o próprio BCP declarava lucros astronómicos, pelos quais pagava menos de impostos do que os porteiros do banco pagavam de IRS em percentagem. E, enquanto isso, aqueles que lhe tinham confiado as suas pequenas ou médias poupanças viam-nas sistematicamente estagnadas ou até diminuídas e, de seis em seis meses, recebiam uma carta-circular do engenheiro a explicar que os mercados estavam muito mal.
3 Depois, e seguindo a velha profecia marxista, o BCP quis crescer ainda mais e engolir o BPI. Não conseguiu, mas, no processo, o engenheiro trucidou o sucessor que ele próprio havia escolhido, mostrando que a tímida "renovação" anunciada não passava de uma farsa. E descobriu-se ainda uma outra coisa extraordinária e que se diria impossível: que o BCP e o BPI tinham participações cruzadas, ao ponto de hoje o BPI deter 8% do capital do BCP e, como maior accionista individual, ter-se tornado determinante no processo de escolha da nova administração... do concorrente! Como se fosse a coisa mais natural do mundo, o presidente do BPI dá uma conferência de imprensa a explicar quem deve integrar a nova administração do banco que o quis opar e com o qual é suposto concorrer no mercado, todos os dias...
4 Instalada entretanto a guerra interna, entra em cena o notável comendador Berardo - o homem que mais riqueza acumula e menos produz no país - protegido de Sócrates, que lhe deu um museu do Estado para ele armazenar a sua colecção de arte privada. Mas, verdade se diga, as brasas espalhadas por Berardo tiveram o mérito de revelar segredos ocultos e inconfessáveis daquela casa. E assim ficámos a saber que o filho do engenheiro fora financiado em milhões para um negócio de vão de escada, e perdoado em milhões quando o negócio inevitavelmente foi por água abaixo. E que havia também amigos do engenheiro e da administração, gente que se prestara ao esquema das "off-shores", que igualmente viam os seus créditos malparados serem perdoados e esquecidos por acto de favor pessoal.
5 E foi quando, lá do fundo do sono dos justos onde dormia tranquilo, acorda inesperadamente o governador do Banco de Portugal e resolve dizer que já bastava: aquela gente não podia continuar a dirigir o banco, sob pena de acontecer alguma coisa de mais grave - como, por exemplo, a própria falência, a prazo.
6 Reúnem-se, então, as seguintes personalidades de eleição: o comendador Berardo, o presidente de uma empresa pública com participação no BCP e ele próprio ex-ministro de um governo PSD e da confiança pessoal de Sócrates, mais, ao que consta, alguém em representação do doutor "honoris causa" Stanley Ho - a quem tantos socialistas tanto devem e vice-versa. E, entre todos, congeminam um "take over" sobre a administração do BCP, com o "agréement" do dr. Fernando Ulrich, do BPI. E olhando para o panorama perturbante a que se tinha chegado, a juntar ao súbito despertar do dr. Vítor Constâncio, acharam todos avisado entregar o BCP ao PS. Para que não restassem dúvidas das suas boas intenções, até concordaram em que a vice-presidência fosse entregue ao sr. Armando Vara (que também usa 'dr.') - esse expoente político e bancário que o país inteiro conhece e respeita.
7 E eis como um banco, que era tão independente que fazia tremer os governos, desagua nos braços cândidos de um partido político - e logo o do Governo. E eis como um banco, que era tão cristão, tão "opus dei", tão boas famílias, acaba na esfera dessa curiosa seita do avental, a que chamam maçonaria.
8 E, revelada a trama em todo o seu esplendor, que faz o líder da oposição? Pede em troca, para o seu partido, a Caixa Geral de Depósitos, o banco público. Pede e vai receber, porque há 'matérias de regime' que mesmo um governo com maioria absoluta no parlamento não se atreve a pôr em causa. Um governo inteligente, em Portugal, sabe que nunca pode abocanhar o bolo todo. Sob pena de os escândalos começarem a rolar na praça pública, não pode haver durante muito tempo um pequeno exército de desempregados da Grande Família do Bloco Central.
Se alguém me tivesse contado esta história, eu não teria acreditado. Mas vemos, ouvimos e lemos. E foi tal e qual.
Death is more Universal then Life. Everybody dies, but not everybody really lives.
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- Registado: 19/11/2004 15:18
- Localização: Lisboa
Mostrou confiança que esta reunião vai marcar o ponto de viragem na vida do banco e considerou que as cotações estão abaixo do valor real.
Ele não podia dizer outra coisa. Vou contar-vos uma história...
Primavera de 1999
Programa "Maria Elisa" na RTP 1 sobre o endividamento dos portugueses. Entre os convidados do programa estava eu e o Dr. Filipe Pinhal. Nos bastidores do mesmo, alguém pergunta ao Dr. Pinhal sobre se as acções do BCP iam subir já que tinham recorrido ao empréstimo do Banco para comprar acções do BCP.
Esperava que o Dr. Filipe Pinhal dissesse algo como: "O futuro do Banco é promissor, espero que as cotações subam, mas a Bolsa é sempre imprevisível". Mas o que ele diz é: "As cotações estão abaixo do seu valor. De certeza que daqui a 5 anos elas valem pelo menos 50% mais do que valem hoje". Eu fiquei calado... não era nada comigo e eu era um puto ali no meio dos senhores.
5 anos depois as acções não valiam nem metade do valor a que estavam cotadas na altura.
Um abraço,
Ulisses
pedrom Escreveu: Vou falar com o JAS para ver se tenho o apoio dele também. Alguém sabe em que praia o posso encontrar?
Vais sempre em frente! Quando chegares ao SriLanka, viras à esquerda e vês logo os bigodes dele a abanicar...
Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
scpnuno Escreveu:Eu acho que nesta altura nem interessa saber quem venceu. Interessa, isso sim, saber como venceu (apoios, etc) e qual a estratégia que pretende implementar. O "discurso da vitória" ou de "tomada de posse" é que serão importantes, acho eu. Porque saber se foi o Cadilhe ou o Santos Ferreira (ou até o Teixeira dos Santos, quem sabe...) neste momento, não muda em nada a forma como olhamos para o banco. Ou muda? Algum de vós desatava a comprar ou vender BCP neste momento se soubesse quem ganhou?
Abraços
Ainda tive para fazer uma lista para concorrer mas só tinha apoio de 20.000 acções (quanto é que isto dá em %?) e decidi não perder tempo com aquilo, mas para a próxima podem contar comigo!!! Vou falar com o JAS para ver se tenho o apoio dele também. Alguém sabe em que praia o posso encontrar?
Eu acho que nesta altura nem interessa saber quem venceu. Interessa, isso sim, saber como venceu (apoios, etc) e qual a estratégia que pretende implementar. O "discurso da vitória" ou de "tomada de posse" é que serão importantes, acho eu. Porque saber se foi o Cadilhe ou o Santos Ferreira (ou até o Teixeira dos Santos, quem sabe...) neste momento, não muda em nada a forma como olhamos para o banco. Ou muda? Algum de vós desatava a comprar ou vender BCP neste momento se soubesse quem ganhou?
Abraços
Abraços
Esta é a vantagem da ambição:
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
Podes não chegar á Lua
Mas tiraste os pés do chão...
tiagopt Escreveu:pvg80713 Escreveu:não olhando para os gráficos e para a Análise Tecnica, mas para os dados concretos dos cofres... eu diria que BCP tem suporte hoje a 2,60.
cumprimentos
A LTa de longo prazo passa por essa zona![]()
A que horas se sabe quem venceu? Ainda antes do encerramento da bolsa?
Reforcei a minha posição a 2,65
pelo que li esta neste momento a decidir-se ainda se o voto é secreto ou nao, logo so se sabe quem dps do encerramento da bolsa.
eu espero fechar o trade em 1 ou 2 dias pois o BCP nao é uma acçao que me fascine nem que eu acompanhe.
Quem está ligado:
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