Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
O curioso de tudo isto é que desde o início da guerra que uns (eu inclusive) andam a dizer que isto vai extender-se à nato e que o nuclear será uma possibilidade, mas a realidade mostra que nada disso aconteceu e nem as bolsas sentiram todo o impacto económico, combustível e alimentar que se alterou.
Mas porque isso aconteceu? Será que no geral não acreditamos numa guerra ou será que andamos distraídos?
Mas porque isso aconteceu? Será que no geral não acreditamos numa guerra ou será que andamos distraídos?
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
THS Escreveu:O primeiro ministro e o presidente de portugal envergonham os portugueses nesta situação.
Um foi à Ucrânia porque disse que ia dar uma ajuda financeira de 250 milhões e afinal só vai dar 55 milhões e, o outro, quer ir lá visitar aquilo, condecorar o presidente e provavelmente tirar selfies.Ajuda financeira de 250 milhões já não chega a Kiev
O primeiro-ministro, António Costa, assumiu em maio do ano passado, em visita à Ucrânia, uma ajuda financeira de 250 milhões de euros ao país que afinal já não será paga. Portugal compromete-se agora apenas com uma garantia de 55 milhões para alavancar o financiamento conjunto dos 27 ao orçamento ucraniano, sem prestar assistência bilateral.
https://www.jornaldenegocios.pt/economi ... ega-a-kiev
Marcelo quer condecorar Zelensky presencialmente e ir a Kiev "logo que possível"
Marcelo Rebelo de Sousa quer condecorar Volodymyr Zelensky com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade em Kiev.
https://www.dn.pt/internacional/marcelo ... 83268.html
Acho normal para os nossos políticos são mestres na arte de prometer como o que fica é a primeira impressão e é isso que é notícia , Portugal ficou bem visto foi notícia mesmo fora de Portugal ‘
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Representa bem a maneira dos EUA actuarem.
Se não conheceres, vê o "Feito na América" de Doug Liman.
Vou tentar descrever aqui, como a CIA foi determinante para que o MPLA tomasse o poder em Angola, quando o seu objectivo era o oposto.
Pedro
Se não conheceres, vê o "Feito na América" de Doug Liman.
Vou tentar descrever aqui, como a CIA foi determinante para que o MPLA tomasse o poder em Angola, quando o seu objectivo era o oposto.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Pedro esse filme é excelente! Vi-o por acidente uns anos atrás. Desconhecia a história por completo.
“Buy high, sell higher...”.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Marco Martins Escreveu:Muitos dos problemas em África até foram causados pela Rússia e pelos USA!
No entanto neste momento África é um chamariz para a China por causa dos seus recursos minerais e alimentares e para a Rússia pela venda de armas.
Infelizmente estes interesses também foram os do ocidente neste continente.
Tal como disseram aqui no fórum, a proximidade entre Rússia e China apenas tenderá a aumentar! A meu ver porque um pretende ser a maior potência militar e o outro quer garantir recursos para a sua imensa população e continuar o seu crescimento.
Como diz o ditado, o poder cega!
"Estas coisas aconteceram. Elas foram gloriosas e mudaram o mundo.
No fim fo**mos tudo."
Charlie Wilson's War
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Marco Martins Escreveu:
Tal como disseram aqui no fórum, a proximidade entre Rússia e China apenas tenderá a aumentar! A meu ver porque um pretende ser a maior potência militar e o outro quer garantir recursos para a sua imensa população e continuar o seu crescimento.
Como diz o ditado, o poder cega!
Aí está uma boa razão para as democracias e os povos livres não permitirem que passem na Ucrânia tais regimes. Não quero ser responsável por a minha descendência ser subjugada a regimes estrangeiros, ditatoriais, que reúnem todo o poder num só imbecil, isso se permitirem que exista tal descendência. Com a informação que hoje está acessível a todos, com os exemplos que a História nos dá (até bem recentemente), não haveria como me pudesse desculpar.
Um abraço,
Carrancho
Carrancho
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Muitos dos problemas em África até foram causados pela Rússia e pelos USA!
No entanto neste momento África é um chamariz para a China por causa dos seus recursos minerais e alimentares e para a Rússia pela venda de armas.
Infelizmente estes interesses também foram os do ocidente neste continente.
Tal como disseram aqui no fórum, a proximidade entre Rússia e China apenas tenderá a aumentar! A meu ver porque um pretende ser a maior potência militar e o outro quer garantir recursos para a sua imensa população e continuar o seu crescimento.
Como diz o ditado, o poder cega!
No entanto neste momento África é um chamariz para a China por causa dos seus recursos minerais e alimentares e para a Rússia pela venda de armas.
Infelizmente estes interesses também foram os do ocidente neste continente.
Tal como disseram aqui no fórum, a proximidade entre Rússia e China apenas tenderá a aumentar! A meu ver porque um pretende ser a maior potência militar e o outro quer garantir recursos para a sua imensa população e continuar o seu crescimento.
Como diz o ditado, o poder cega!
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
PMP69 Escreveu:Opcard Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:Olha que estes resultados são basicamente os mesmos do ano passado. Cuba, China e India votaram igual a há um ano atrás. Já a Nicarágua e Mali passaram de abstenção a voto contra (ie, a favor da Russia).
Votação de 2 de Março de 2022.
Obrigado , estava enganado em relação a Cuba era sempre um alinhado com Moscovo , já o Mali e outras ex-colónias francesas devem ser motivo de estudo ,não tendo fronteiras abertas a França sempre deu alguns milhares de autorizações de residência e os mais diversos apoios como a na saúde e segurança , todos estão zangados com o Ocidente e amigos de quem lhe vai pilhar os seus recursos como do Grupo Wagner .
A Rússia é o maior fornecedor de armas do Continente Africano, que juntamente com conselheiros militares e o Grupo Wagner, mantêm no poder alguns lideres, que sem este apoio caíam.
Aos anos que falo na "convivência" militar entre a França e a Rússia em alguns países africanos, que entrou em rutura à pouco mais de 1 ano. As causas, já as mencionei aqui.
https://amp.dw.com/pt-002/exporta%C3%A7%C3%B5es-de-armas-para-%C3%A1frica-r%C3%BAssia-tem-estrat%C3%A9gia-de-longo-prazo/a-53659969
Pedro
Não o podemos escrever mas muitos dos países africanos são liderados por …marionetes que nunca serviram o seu povo fazem alianças para se servirem e manter o poder , mas quando não ha classe média todos os regimes tendem para o mesmo , com a agravante de se multiplicarem a um ritmo que nenhuma economia consegue seguir , quando andava na escola a soma da população somada de Angola e Moçambique era igual a de Portugal continental .
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Opcard Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:Olha que estes resultados são basicamente os mesmos do ano passado. Cuba, China e India votaram igual a há um ano atrás. Já a Nicarágua e Mali passaram de abstenção a voto contra (ie, a favor da Russia).
Votação de 2 de Março de 2022.
Obrigado , estava enganado em relação a Cuba era sempre um alinhado com Moscovo , já o Mali e outras ex-colónias francesas devem ser motivo de estudo ,não tendo fronteiras abertas a França sempre deu alguns milhares de autorizações de residência e os mais diversos apoios como a na saúde e segurança , todos estão zangados com o Ocidente e amigos de quem lhe vai pilhar os seus recursos como do Grupo Wagner .
A Rússia é o maior fornecedor de armas do Continente Africano, que juntamente com conselheiros militares e o Grupo Wagner, mantêm no poder alguns lideres, que sem este apoio caíam.
Aos anos que falo na "convivência" militar entre a França e a Rússia em alguns países africanos, que entrou em rutura à pouco mais de 1 ano. As causas, já as mencionei aqui.
https://amp.dw.com/pt-002/exporta%C3%A7%C3%B5es-de-armas-para-%C3%A1frica-r%C3%BAssia-tem-estrat%C3%A9gia-de-longo-prazo/a-53659969
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Marco Martins Escreveu:É curioso como é que Angola e Moçambique se abstiveram, tendo em conta que foram colonias e tiveram de lutar pela sua independência!!!
Será que na visão destes dois países, seria natural que Portugal os invadisse novamente, ignorando as suas fronteiras?
Apenas entendo isto (tal como a África do Sul) como tendo governos comunistas e um esquecimento completo sobre a sua história!!!
Angola por motivos históricos, se não fosse a União Soviética, via PCP e Cuba, o MPLA nunca tinha tomado o poder.
Moçambique por motivos económicos, aos anos que a Rússia está presente em Moçambique, nomeadamente em Cabo Delgado, através do Grupo Wagner.
Em países como a RCA e o Mali, os russos têm vindo a substituir a presença francesa, como já foi aqui mencionado.
A própria China, tem ganho poder em África, nomeadamente no Codno de África.
Fica aqui um livro interessante "Angola - O Princípio do Fim da União Soviética" do José Milhazes.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
MarcoAntonio Escreveu:Olha que estes resultados são basicamente os mesmos do ano passado. Cuba, China e India votaram igual a há um ano atrás. Já a Nicarágua e Mali passaram de abstenção a voto contra (ie, a favor da Russia).
Votação de 2 de Março de 2022.
Obrigado , estava enganado em relação a Cuba era sempre um alinhado com Moscovo , já o Mali e outras ex-colónias francesas devem ser motivo de estudo ,não tendo fronteiras abertas a França sempre deu alguns milhares de autorizações de residência e os mais diversos apoios como a na saúde e segurança , todos estão zangados com o Ocidente e amigos de quem lhe vai pilhar os seus recursos como do Grupo Wagner .
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
É curioso como é que Angola e Moçambique se abstiveram, tendo em conta que foram colonias e tiveram de lutar pela sua independência!!!
Será que na visão destes dois países, seria natural que Portugal os invadisse novamente, ignorando as suas fronteiras?
Apenas entendo isto (tal como a África do Sul) como tendo governos comunistas e um esquecimento completo sobre a sua história!!!
Será que na visão destes dois países, seria natural que Portugal os invadisse novamente, ignorando as suas fronteiras?
Apenas entendo isto (tal como a África do Sul) como tendo governos comunistas e um esquecimento completo sobre a sua história!!!
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Olha que estes resultados são basicamente os mesmos do ano passado. Cuba, China e India votaram igual a há um ano atrás. Já a Nicarágua e Mali passaram de abstenção a voto contra (ie, a favor da Russia).

Votação de 2 de Março de 2022.
Votação de 2 de Março de 2022.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
2 surpresas o Mali que vive de dinheiros da Europa está ao lado da Rússia , outra
grande surpresa Cuba .
“ Votaram contra este texto a Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte, Eritreia, Mali e Nicarágua, e entre os países que se abstiveram estão, China, Angola, Moçambique e Cuba.
grande surpresa Cuba .
“ Votaram contra este texto a Rússia, Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte, Eritreia, Mali e Nicarágua, e entre os países que se abstiveram estão, China, Angola, Moçambique e Cuba.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
THS Escreveu:
Há pouco tempo a China e os EUA também fizeram um acordo para não se usar armas nucleares. Por exemplo, se daqui a uns anos, a China invadir Taiwan também não serão usadas armas nucleares.
Como diz o ditado: "Cheio de boas intenções está o inferno cheio!!"
Compreendo que existam acordos de não utilização de armas nucleares, tal como existem acordos de não agressão ou de respeito humanitário... Contudo numa situação mais extrema, será natural que o agressor ou o agredido avaliem porque motivo têm o poder nas suas mãos e não o utilizam!!
E quanto mais um país fica isolado, maior será a probabilidade de usar a sua força, porque não terá nada a perder...
Esse é um dos maiores problemas da "imprevisibilidade" da Coreia do Norte e que não tarda muito poderá ser da Rússia!
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:Também ninguém garante que caso os russos sejam completamente expulsos da Ucrânia não caiam na tentação de lançar um nuke em Kiev ou rebentar uma central nuclear.
Se a Rússia avançar para algo nuclear, não acredito que o faça apenas na Ucrânia pois isso seria um tiro no próprio pé devido à proximidade com Moscovo!
Por isso, acredito que se a Rússia avançar para algo nuclear, será algo para atingir UK e Alemanha e os USA... e a partir todo o mundo será muito diferente...
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
THS Escreveu:Pareces-me um pouco mais sensato que o BearManBull, pois não tens duvidas que a Russia é a culpada.
Eu não posso culpar um criminoso de me assaltar a casa (pela lei portuguesa nem sequer o posso agredir, se o matar por exemplo poderia ir preso... falando de cedências...

O meu ponto é de que existe muita culpa nas politicas internacionais do ocidente nas ultimas décadas. Gastou-se mais tempo a falar em direitos LGBTs (entre outros assuntos absurdos) do que na segurança internacional. Isso para um inimigo é uma demonstração de fraqueza. Enquanto isso estabeleciam-se laços cada vez mais fortes de dependência energética e industrial (industria pesada) com a Russia.
Agora a cagada está feita. Para minimizar a porcaria que fizeram e acabar com o banho de sangue penso que ceder os 4 oblasts à Rússia é o menos mal. Não seria de mão beijada, adesão do resto da Ucrânia à NATO, militarizar a Ucrânia devidamente para ter um poder tal de deterance que os russos nunca mais se atrevem a meter num trabalho destes e manter sanções aos russos até mudem para uma democracia real. Penso que os russos ficariam satisfeitos com um tratado destes, obviamente que não é certo, especulo, mas parece-me uma boa saída da perspectiva deles.
As vezes é preciso dar um passo atras para depois dar dois para a frente.
E se os russos dentro de 6 meses rasgam o tratado, na pior das hipóteses com um cessar fogo ganha-se tempo para reamar devidamente a Ucrânia. Por exemplo os caças F16 mesmo que chegassem hoje à Ucrânia para serem pilotados por ucranianos vão demorar meses ou anos.
Também ninguém garante que caso os russos sejam completamente expulsos da Ucrânia não caiam na tentação de lançar um nuke em Kiev ou rebentar uma central nuclear.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
― Leon C. Megginson
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
THS Escreveu:A unica coisa que discordo é que achas que a Ucrânia pode negociar com a Russia e acho que isso é praticamente impossivel, porque o Putin não reconhece a Ucrânia como país.
É verdade que a capacidade de negociação é muito reduzida, mas é a única solução! Não me recordo de existirem guerras que tenham acabado apenas por opção, sem uma negociação ou sem a derrota de uma das partes!
Quanto mais os líderes se distanciarem desse processo de paz, maior será a probabilidade de guerra.
THS Escreveu:Não misturo a Ucrãnia com Taiwan ou Coreia do Norte, porque acho que são situações diferentes.
Sim, são duas realidades bem diferentes (embora os USA estejam a ter a mesma posição em ambas as situações).
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Só no Ocidente ainda se acredita no fim da história deixando instalarem-se todo e tudo mesmos os inimigos criado condições da morte nacional .
Tradução automática.
“ Regresso da guerra, regresso dos religiosos, regresso dos trágicos ... Todos estes alegados ressurgimentos são ilusórios. Resultam da nossa propensão a esquecer. Até 1989, a glaciação bipolar proibia qualquer conflito aberto na Europa. Em 1991, a URSS afunda sem que o sangue flua. Queremos acreditar na "globalização feliz". No entanto, no mesmo ano de 1991, a guerra periférica dos Balcãs, congelada sob Tito, foi retomada. Entra em erupção nesta zona tampão que é a Krajina Croata povoada por Sérvios. O nome "Ukraina", Franciscado como" Ucrânia", vem da mesma raiz eslava, kraj, que significa"fronteira". O termo refere-se à linha divisória milenar que, desde o confronto entre os carolíngios e os bizantinos pela evangelização dos eslavos, divide o Ocidente e o oriente do Velho Continente. Fluindo do Báltico para o Mediterrâneo, tem Kiev como epicentro. A fúria étnico-religiosa que assolará a ex-Jugoslávia durante dez anos anuncia assim o apocalipse teológico-político que Vladimir Putin desencadeará duas décadas mais tarde.
A invasão da Ucrânia era previsível?
Digamos, antes, que participa num efeito de atraso e acontece offline. Em 1991, preferimos prever o "fim da história". A Guerra Fria ficou para trás. Errado! Persiste em filigrana em Moscovo e em Washington. Desde 1994, sob Boris Yeltsin, Yevgeny Primakov erige a aliança ocidental como o principal inimigo da Rússia e, para contorná-la, se aproxima da China. Já em 1997, sob Bill Clinton, Zbigniew Brzezinski designa a China como o futuro grande adversário e apela ao reforço do Pacto Ocidental, subordinando-o ao enfraquecimento da Rússia. Estas duas doutrinas estratégicas de triangulação colocam assim a ucrânia no centro do tabuleiro de xadrez. Porque, sem Kiev, Moscovo já não é uma potência. No entanto, no local, desde 1991, o sobrevivencialismo imperial russo e o revivalismo nacional ucraniano têm-se enfrentado mutuamente. O medo da agonia, por um lado, e o medo da asfixia, por outro, confrontam-se. Se apenas o sopro da Liberdade começar a reoxigenar a Ucrânia, e o veneno do totalitarismo continuar a envenenar a Rússia.
A corrida da NATO para o leste pode ser considerada como um factor de entrada na guerra?
De modo nenhum! Este argumento é o dos propagandistas do Kremlin e dos seus idiotas úteis. Durante vinte anos, apesar do nanismo económico da Rússia entregue à pilhagem, Putin deu mais golpes do que recebeu. Armado com nossas fraquezas, ele marcou pontos incríveis dentro do jogo planetário. Na Transnístria, Chechénia, Geórgia, Crimeia, Donbass, repetindo o colonialismo russo das Marchas. Na Síria, na Líbia, No Mali, reproduzindo o expansionismo soviético dos distantes. Mas, ao invadir a Ucrânia, está a quebrar a Regra do jogo. E isso com o risco, que agora é uma certeza, de destruir o seu poder e o seu regime ali. Por quê? Não há necessidade de querer examinar o cérebro dele. Basta olhar para o ADN dele. É a União totalitária entre ideologia e crime.
Insiste nesta dimensão totalitária. Como explica isso?
Vladimir Putin está inconsolável pela perda da URSS, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Por outras palavras, o maior, mais poderoso e mais sangrento império, o único sem nome próprio, mas baptizado com um acrónimo abstracto, programático e hegemónico que a história alguma vez conheceu. Por um alívio covarde, por um optimismo progressivo, por uma esmagadora culpa das nossas cumplicidades passivas ou activas, não houve Nuremberga do comunismo. Ora, o motor do marxismo-leninismo é a luta, a luta de classes, a luta dos povos, a luta final. E seu combustível, rivalidade, hostilidade, ódio. Assim que o ciclo de conquistas da URSS pára, o muro de Berlim cai. Putin, por outro lado, rearmou, remobilizou, voltou ao ataque. Ele reativa o mito do assassinato original massificado no século XX em um massacre refundador.
E por que meios, na sua opinião, este neototalitarismo é ilustrado?
Na Rússia resovietizada de Vladimir Putin, que é uma enorme fábrica de mentiras, o povo é lobotomizado, a linguagem desfigurada, a oposição embastada, a arte exilada, a religião instrumentalizada. E a consciência do Gulag proscrita. Apagamo-la a favor da celebração da "Grande Guerra Patriótica", este oximoro tipicamente estalinista. Todo dia 9 de maio, os russos devem marchar processionalmente, ostensivamente carregando a fotografia de seus desaparecidos durante o massacre de 1941-1945. Enquanto os seus desaparecidos nos campos continuam condenados à amnésia colectiva. Através deste desfile fúnebre, realiza-se a transfusão do Sangue Derramado, a exaltação do sacrifício Renovado. Pouco antes de a tropa entrar na Ucrânia, o Kremlin encerra o Memorial, a ONG que recolhe provas e arquivos do Gulag. É necessário liquidar os crimes do passado para legitimar os crimes do presente. O cadáver embalsamado de Lênin vive novamente.
Já que mencionou o termo, será esta guerra também uma guerra religiosa?
De certa forma, sim. De uma forma visível com o Patriarca Kirill, que abençoa as valas comuns da "reunificação do mundo russo". Um caso de posse! Também depois de 1991, os hierarcas da Igreja martirizada sob o comunismo renovam a sua fidelidade à KGB. Eles fazem com que ele tome o lugar da parte falecida. A única instituição pós-soviética a cobrir o antigo território da URSS, o Patriarcado de Moscovo servirá incondicionalmente as baixas obras do Kremlin dentro e fora da Rússia. Kirill não é um fantoche, mas um afiliado da "espiocracia" Mafiosa criada por Putin. Este regime sem precedentes constitui a vitória final da Cheka, a polícia secreta dos bolcheviques inerente ao seu terror de Estado. De um modo subterrâneo, é a Gnose maniqueísta, da qual o comunismo é um avatar moderno, que se desenrola. Quando Putin promete o inferno aos seus rivais e o céu aos seus rivais, quando Kirill confere a absolvição dos seus pecados aos soldados, quando Prigogine recruta assassinos em penitenciárias, eles afundam-se no modelo jihadista.
Voltando à Ucrânia, que papel pode ser atribuído precisamente ao factor religioso?
Ponto Focal, país fronteiriço, epicentro disputado, a Ucrânia sofreu há muito tempo a luxúria dos grandes impérios, todos convencidos de incorporar a "verdadeira fé". Os herdeiros de Carlos Magno, Romano-Germânico, Austro-húngaro ou Prussiano. Os legatários de Bizâncio, czaristas ou otomanos. Os tártaros da Crimeia e os judeus do Shtetl fizeram dela uma terra dos três monoteísmos. As missões Latinas, gregas e depois reformadas, uma terra das três denominações cristãs, principalmente Católicas concentradas no ocidente, principalmente ortodoxas e voltadas para o leste no resto do país. Finalmente, a Ucrânia sofreu as piores ordenações das duas religiões políticas que foram os totalitarismos do século XX, o holodomor na década de 1930 e o Shoah na década de 1940. através de todas estas memórias feridas, ela recapitula o destino dos dois europeus e poderia ser o seu elo. O que Putin quer evitar hoje a todo custo.
No entanto, o Senhor lê no conflito actual outra continuidade geopolítica. Qual deles?
Existem três linhas de demarcação que são também cintos de segurança onde o destino da Europa tem sido regularmente jogado fora. Eles persistiram ao longo dos tempos, apesar dos hiatos confessionais ou ideológicos, porque são as fechaduras de importantes corredores terrestres e marítimos. Esta é a faixa curva que vai do Mediterrâneo ao Cáspio que divide o Levante no auge de Kirkuk. Em seguida, a partir da barra diagonal que vai do Mar Negro e do Mar Cáspio através de Nagorno-Karabakh. E, por último, a Ucrânia, especialmente a zona situada nas margens do mar de Azov, bem como a foz do Danúbio e do Dnieper que se abrem para o estreito do Bósforo e dos Dardanelos. Os principais conflitos de inclinação axial explodiram regularmente, ligando estas três linhas.
Como se ilustra concretamente esta permanência?
Aqui estão três exemplos. Tendo que fugir pouco a pouco da Terra Santa, Os Cavaleiros Teutônicos transferiram sua cruzada para os países bálticos em 1226, aliados aos escandinavos e foram presos por Alexandre de Novgorod no Neva em 1240, enquanto os mongóis da Horda de Ouro dominaram o Cáucaso em 1243. As lutas clericais em Jerusalém em 1846 e em Belém em 1847 serviram de pretexto para a eclosão da Guerra da Crimeia em 1853, que foi enquadrada pelas guerras russo-turcas de 1828-1829 e 1877-1878. A guerra síria está a internacionalizar-se em 2015-2019, precede a guerra do Nagorno-Karabakh em 2020 e a invasão da Ucrânia em 2022. Não ver que o futuro dos cristãos orientais, arménios e ucranianos é solidário representa uma nova cegueira. Entende-se que esta não é uma causa particularista, mas sim universalista.
Não estamos, no entanto, a ouvir-vos, a assistir a um regresso de impérios?
Este é realmente o nó crucial, mas também aqui a mutação prevalece sobre a repetição. A partir do século XV, A Ascensão da Europa leva à sua dominação sobre o mundo em nome do progresso. Em Moscovo, Istambul, Teerão, Tóquio, Pequim e nos outros impérios tradicionais, sobreviver significa, portanto, modernizar-se. Em outras palavras, ocidentalizar. O transplante é um fracasso. Em resposta, duplicando, os militares estão construindo projetos nacionais e seculares nos quartéis, enquanto os revolucionários estão desenvolvendo programas internacionalistas e ateus nas prisões. O que dá Pahlavi e irão, Kemal e Turquia, Hirohito e Japão, por um lado, Lênin e Rússia, Mao e China, por outro. Estes sistemas estão a esgotar-se por volta de 1979, dez anos antes de 1989. O erro comum destes regimes é ter prometido o céu na terra à custa de coerção ilimitada. Tudo o que resta aos seus proponentes é trazer à tona o antigo arsenal religioso, mantendo como horizonte absoluto, e esta é a modificação, a deificação do corpo social. A religião é ao mesmo tempo o melhor vector do identitarismo, uma vez que é inclusiva própria, exclusiva dos outros, e a melhor alavanca de mobilização, uma vez que maximiza a guerra e perpetua o sacrifício. O espectro imperial do passado é a forma Política espontânea desta reconstrução que se baseia na vontade do poder.
Qual é a nossa capacidade para responder a esta mudança global?
De facto, São Ali Khamenei e o seu Postchiism, Recep Tayyip Erdogan e o seu pós-sunismo, Xi Jinping e o seu postconfucionismo, Narendra Modi e o seu pós-hinduísmo que professam, pelo efeito de um pêndulo, um vigoroso Anti-ocidentalismo. Que serve de máscara para o seu culto violento e cruel à desumanidade. É de facto esta mudança que Putin, com a sua pós-ortodoxia, é importante no coração da Europa. Estes são, de facto, os Termos do conflito globalizado que nos espera e que apenas começou. E é por isso que temos de vencer, com o seu povo resistente, a guerra na Ucrânia.
Tradução automática.
“ Regresso da guerra, regresso dos religiosos, regresso dos trágicos ... Todos estes alegados ressurgimentos são ilusórios. Resultam da nossa propensão a esquecer. Até 1989, a glaciação bipolar proibia qualquer conflito aberto na Europa. Em 1991, a URSS afunda sem que o sangue flua. Queremos acreditar na "globalização feliz". No entanto, no mesmo ano de 1991, a guerra periférica dos Balcãs, congelada sob Tito, foi retomada. Entra em erupção nesta zona tampão que é a Krajina Croata povoada por Sérvios. O nome "Ukraina", Franciscado como" Ucrânia", vem da mesma raiz eslava, kraj, que significa"fronteira". O termo refere-se à linha divisória milenar que, desde o confronto entre os carolíngios e os bizantinos pela evangelização dos eslavos, divide o Ocidente e o oriente do Velho Continente. Fluindo do Báltico para o Mediterrâneo, tem Kiev como epicentro. A fúria étnico-religiosa que assolará a ex-Jugoslávia durante dez anos anuncia assim o apocalipse teológico-político que Vladimir Putin desencadeará duas décadas mais tarde.
A invasão da Ucrânia era previsível?
Digamos, antes, que participa num efeito de atraso e acontece offline. Em 1991, preferimos prever o "fim da história". A Guerra Fria ficou para trás. Errado! Persiste em filigrana em Moscovo e em Washington. Desde 1994, sob Boris Yeltsin, Yevgeny Primakov erige a aliança ocidental como o principal inimigo da Rússia e, para contorná-la, se aproxima da China. Já em 1997, sob Bill Clinton, Zbigniew Brzezinski designa a China como o futuro grande adversário e apela ao reforço do Pacto Ocidental, subordinando-o ao enfraquecimento da Rússia. Estas duas doutrinas estratégicas de triangulação colocam assim a ucrânia no centro do tabuleiro de xadrez. Porque, sem Kiev, Moscovo já não é uma potência. No entanto, no local, desde 1991, o sobrevivencialismo imperial russo e o revivalismo nacional ucraniano têm-se enfrentado mutuamente. O medo da agonia, por um lado, e o medo da asfixia, por outro, confrontam-se. Se apenas o sopro da Liberdade começar a reoxigenar a Ucrânia, e o veneno do totalitarismo continuar a envenenar a Rússia.
A corrida da NATO para o leste pode ser considerada como um factor de entrada na guerra?
De modo nenhum! Este argumento é o dos propagandistas do Kremlin e dos seus idiotas úteis. Durante vinte anos, apesar do nanismo económico da Rússia entregue à pilhagem, Putin deu mais golpes do que recebeu. Armado com nossas fraquezas, ele marcou pontos incríveis dentro do jogo planetário. Na Transnístria, Chechénia, Geórgia, Crimeia, Donbass, repetindo o colonialismo russo das Marchas. Na Síria, na Líbia, No Mali, reproduzindo o expansionismo soviético dos distantes. Mas, ao invadir a Ucrânia, está a quebrar a Regra do jogo. E isso com o risco, que agora é uma certeza, de destruir o seu poder e o seu regime ali. Por quê? Não há necessidade de querer examinar o cérebro dele. Basta olhar para o ADN dele. É a União totalitária entre ideologia e crime.
Insiste nesta dimensão totalitária. Como explica isso?
Vladimir Putin está inconsolável pela perda da URSS, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Por outras palavras, o maior, mais poderoso e mais sangrento império, o único sem nome próprio, mas baptizado com um acrónimo abstracto, programático e hegemónico que a história alguma vez conheceu. Por um alívio covarde, por um optimismo progressivo, por uma esmagadora culpa das nossas cumplicidades passivas ou activas, não houve Nuremberga do comunismo. Ora, o motor do marxismo-leninismo é a luta, a luta de classes, a luta dos povos, a luta final. E seu combustível, rivalidade, hostilidade, ódio. Assim que o ciclo de conquistas da URSS pára, o muro de Berlim cai. Putin, por outro lado, rearmou, remobilizou, voltou ao ataque. Ele reativa o mito do assassinato original massificado no século XX em um massacre refundador.
E por que meios, na sua opinião, este neototalitarismo é ilustrado?
Na Rússia resovietizada de Vladimir Putin, que é uma enorme fábrica de mentiras, o povo é lobotomizado, a linguagem desfigurada, a oposição embastada, a arte exilada, a religião instrumentalizada. E a consciência do Gulag proscrita. Apagamo-la a favor da celebração da "Grande Guerra Patriótica", este oximoro tipicamente estalinista. Todo dia 9 de maio, os russos devem marchar processionalmente, ostensivamente carregando a fotografia de seus desaparecidos durante o massacre de 1941-1945. Enquanto os seus desaparecidos nos campos continuam condenados à amnésia colectiva. Através deste desfile fúnebre, realiza-se a transfusão do Sangue Derramado, a exaltação do sacrifício Renovado. Pouco antes de a tropa entrar na Ucrânia, o Kremlin encerra o Memorial, a ONG que recolhe provas e arquivos do Gulag. É necessário liquidar os crimes do passado para legitimar os crimes do presente. O cadáver embalsamado de Lênin vive novamente.
Já que mencionou o termo, será esta guerra também uma guerra religiosa?
De certa forma, sim. De uma forma visível com o Patriarca Kirill, que abençoa as valas comuns da "reunificação do mundo russo". Um caso de posse! Também depois de 1991, os hierarcas da Igreja martirizada sob o comunismo renovam a sua fidelidade à KGB. Eles fazem com que ele tome o lugar da parte falecida. A única instituição pós-soviética a cobrir o antigo território da URSS, o Patriarcado de Moscovo servirá incondicionalmente as baixas obras do Kremlin dentro e fora da Rússia. Kirill não é um fantoche, mas um afiliado da "espiocracia" Mafiosa criada por Putin. Este regime sem precedentes constitui a vitória final da Cheka, a polícia secreta dos bolcheviques inerente ao seu terror de Estado. De um modo subterrâneo, é a Gnose maniqueísta, da qual o comunismo é um avatar moderno, que se desenrola. Quando Putin promete o inferno aos seus rivais e o céu aos seus rivais, quando Kirill confere a absolvição dos seus pecados aos soldados, quando Prigogine recruta assassinos em penitenciárias, eles afundam-se no modelo jihadista.
Voltando à Ucrânia, que papel pode ser atribuído precisamente ao factor religioso?
Ponto Focal, país fronteiriço, epicentro disputado, a Ucrânia sofreu há muito tempo a luxúria dos grandes impérios, todos convencidos de incorporar a "verdadeira fé". Os herdeiros de Carlos Magno, Romano-Germânico, Austro-húngaro ou Prussiano. Os legatários de Bizâncio, czaristas ou otomanos. Os tártaros da Crimeia e os judeus do Shtetl fizeram dela uma terra dos três monoteísmos. As missões Latinas, gregas e depois reformadas, uma terra das três denominações cristãs, principalmente Católicas concentradas no ocidente, principalmente ortodoxas e voltadas para o leste no resto do país. Finalmente, a Ucrânia sofreu as piores ordenações das duas religiões políticas que foram os totalitarismos do século XX, o holodomor na década de 1930 e o Shoah na década de 1940. através de todas estas memórias feridas, ela recapitula o destino dos dois europeus e poderia ser o seu elo. O que Putin quer evitar hoje a todo custo.
No entanto, o Senhor lê no conflito actual outra continuidade geopolítica. Qual deles?
Existem três linhas de demarcação que são também cintos de segurança onde o destino da Europa tem sido regularmente jogado fora. Eles persistiram ao longo dos tempos, apesar dos hiatos confessionais ou ideológicos, porque são as fechaduras de importantes corredores terrestres e marítimos. Esta é a faixa curva que vai do Mediterrâneo ao Cáspio que divide o Levante no auge de Kirkuk. Em seguida, a partir da barra diagonal que vai do Mar Negro e do Mar Cáspio através de Nagorno-Karabakh. E, por último, a Ucrânia, especialmente a zona situada nas margens do mar de Azov, bem como a foz do Danúbio e do Dnieper que se abrem para o estreito do Bósforo e dos Dardanelos. Os principais conflitos de inclinação axial explodiram regularmente, ligando estas três linhas.
Como se ilustra concretamente esta permanência?
Aqui estão três exemplos. Tendo que fugir pouco a pouco da Terra Santa, Os Cavaleiros Teutônicos transferiram sua cruzada para os países bálticos em 1226, aliados aos escandinavos e foram presos por Alexandre de Novgorod no Neva em 1240, enquanto os mongóis da Horda de Ouro dominaram o Cáucaso em 1243. As lutas clericais em Jerusalém em 1846 e em Belém em 1847 serviram de pretexto para a eclosão da Guerra da Crimeia em 1853, que foi enquadrada pelas guerras russo-turcas de 1828-1829 e 1877-1878. A guerra síria está a internacionalizar-se em 2015-2019, precede a guerra do Nagorno-Karabakh em 2020 e a invasão da Ucrânia em 2022. Não ver que o futuro dos cristãos orientais, arménios e ucranianos é solidário representa uma nova cegueira. Entende-se que esta não é uma causa particularista, mas sim universalista.
Não estamos, no entanto, a ouvir-vos, a assistir a um regresso de impérios?
Este é realmente o nó crucial, mas também aqui a mutação prevalece sobre a repetição. A partir do século XV, A Ascensão da Europa leva à sua dominação sobre o mundo em nome do progresso. Em Moscovo, Istambul, Teerão, Tóquio, Pequim e nos outros impérios tradicionais, sobreviver significa, portanto, modernizar-se. Em outras palavras, ocidentalizar. O transplante é um fracasso. Em resposta, duplicando, os militares estão construindo projetos nacionais e seculares nos quartéis, enquanto os revolucionários estão desenvolvendo programas internacionalistas e ateus nas prisões. O que dá Pahlavi e irão, Kemal e Turquia, Hirohito e Japão, por um lado, Lênin e Rússia, Mao e China, por outro. Estes sistemas estão a esgotar-se por volta de 1979, dez anos antes de 1989. O erro comum destes regimes é ter prometido o céu na terra à custa de coerção ilimitada. Tudo o que resta aos seus proponentes é trazer à tona o antigo arsenal religioso, mantendo como horizonte absoluto, e esta é a modificação, a deificação do corpo social. A religião é ao mesmo tempo o melhor vector do identitarismo, uma vez que é inclusiva própria, exclusiva dos outros, e a melhor alavanca de mobilização, uma vez que maximiza a guerra e perpetua o sacrifício. O espectro imperial do passado é a forma Política espontânea desta reconstrução que se baseia na vontade do poder.
Qual é a nossa capacidade para responder a esta mudança global?
De facto, São Ali Khamenei e o seu Postchiism, Recep Tayyip Erdogan e o seu pós-sunismo, Xi Jinping e o seu postconfucionismo, Narendra Modi e o seu pós-hinduísmo que professam, pelo efeito de um pêndulo, um vigoroso Anti-ocidentalismo. Que serve de máscara para o seu culto violento e cruel à desumanidade. É de facto esta mudança que Putin, com a sua pós-ortodoxia, é importante no coração da Europa. Estes são, de facto, os Termos do conflito globalizado que nos espera e que apenas começou. E é por isso que temos de vencer, com o seu povo resistente, a guerra na Ucrânia.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
É impossível chegarem a um acordo e todos sabiam disso em 2014/2015, mas precisavam que ganhar tempo, uns para se prepararem para a atacar, outros para se defenderem. Relembrar que em 2015 a Ucrânia estava militarmente em enormes dificuldades, como por exemplo em Debeltseve.
Tirando a França, que foi a única que tentou implementar os acordos de Minsk, todos os outros assinaram algo que sabiam que jamais iam cumprir.
Em 2014, ou hoje, alguns dos lados pode aceitar estes pontos?
1) Assegurar o cessar-fogo imediato por ambos os lados em conflito;
2) Garantir a supervisão e verificação do cessar-fogo pela OSCE:
3) Descentralizar o poder, inclusivamente através da aprovação de uma lei ucraniana sobre a descentralização do poder, nomeadamente através de uma lei sobre o "regime provisório de governação local em certas zonas dos Oblasts (regiões) de Donetsk e Lugansk" ("Lei sobre o estatuto especial");
4) Assegurar a monitorização permanente da fronteira Russo-Ucraniana e a sua verificação pela OSCE, através da criação de zonas de segurança nas regiões fronteiriças entre a Ucrânia e a Federação Russa;
5) A libertação imediata de todos os reféns e de todas as pessoas detidas ilegalmente;
6) Uma lei prevenindo o julgamento e a punição de pessoas implicadas nos eventos que ocorreram nalgumas áreas dos Oblasts de Donetsk e de Lugansk, exceptuando em casos de crimes que sejam considerados graves;
7) A continuação de um diálogo nacional inclusivo;
8) A tomada de medidas para melhorar a situação humanitária na região de Donbass, no Leste da Ucrânia;
9) Garantir a realização antecipada de eleições locais, em conformidade com a lei ucraniana (acordada neste protocolo) acerca do "regime provisório de governação local em certas zonas dos Oblasts de Donetsk e de Lugansk" ("Lei sobre o estatuto especial");
10) Retirada dos grupos armados ilegais, equipamento militar, assim como dos combatentes e dos mercenários pró-governamentais;
11) Aprovação do programa de recuperação económica e de reconstrução da região de Donbass, no Leste da Ucrânia;
12) Garantir a segurança pessoal dos participantes nas negociações.
Pedro
Tirando a França, que foi a única que tentou implementar os acordos de Minsk, todos os outros assinaram algo que sabiam que jamais iam cumprir.
Em 2014, ou hoje, alguns dos lados pode aceitar estes pontos?
1) Assegurar o cessar-fogo imediato por ambos os lados em conflito;
2) Garantir a supervisão e verificação do cessar-fogo pela OSCE:
3) Descentralizar o poder, inclusivamente através da aprovação de uma lei ucraniana sobre a descentralização do poder, nomeadamente através de uma lei sobre o "regime provisório de governação local em certas zonas dos Oblasts (regiões) de Donetsk e Lugansk" ("Lei sobre o estatuto especial");
4) Assegurar a monitorização permanente da fronteira Russo-Ucraniana e a sua verificação pela OSCE, através da criação de zonas de segurança nas regiões fronteiriças entre a Ucrânia e a Federação Russa;
5) A libertação imediata de todos os reféns e de todas as pessoas detidas ilegalmente;
6) Uma lei prevenindo o julgamento e a punição de pessoas implicadas nos eventos que ocorreram nalgumas áreas dos Oblasts de Donetsk e de Lugansk, exceptuando em casos de crimes que sejam considerados graves;
7) A continuação de um diálogo nacional inclusivo;
8) A tomada de medidas para melhorar a situação humanitária na região de Donbass, no Leste da Ucrânia;
9) Garantir a realização antecipada de eleições locais, em conformidade com a lei ucraniana (acordada neste protocolo) acerca do "regime provisório de governação local em certas zonas dos Oblasts de Donetsk e de Lugansk" ("Lei sobre o estatuto especial");
10) Retirada dos grupos armados ilegais, equipamento militar, assim como dos combatentes e dos mercenários pró-governamentais;
11) Aprovação do programa de recuperação económica e de reconstrução da região de Donbass, no Leste da Ucrânia;
12) Garantir a segurança pessoal dos participantes nas negociações.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
MarcoAntonio Escreveu:Sim, acabaste por não ir. Olha se ias. Quanto tal em vez de estarmos aqui a ter esta discussão, ainda estavas na ucrania enfiado (à força) num tanque. Quem sabe...
Penso que na pior das hipóteses acabava como eurodeputado...
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
― Leon C. Megginson
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Sim, acabaste por não ir. Olha se ias. Quanto tal em vez de estarmos aqui a ter esta discussão, ainda estavas na ucrania enfiado (à força) num tanque. Quem sabe...
E o meu ponto era mesmo esse: o negócio interessou-te, atraiu-te. Ponderaste seriamente. Atracção pela oportunidade económica. Foi mesmo isso que eu disse, não aleguei mais nada. E o que vale para uns vale para outros. O standard é teu, há que aplicar a todos, tu incluído, não é?
E o meu ponto era mesmo esse: o negócio interessou-te, atraiu-te. Ponderaste seriamente. Atracção pela oportunidade económica. Foi mesmo isso que eu disse, não aleguei mais nada. E o que vale para uns vale para outros. O standard é teu, há que aplicar a todos, tu incluído, não é?
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Claro mas tu estás a desconsiderar o facto de ser levado a ponderar essa opção porque os ordenados no meu país serem (e são) miseráveis e não possibilitarem um vida de qualidade. Ainda para mais na altura que foi... e diga-se de passagem que acabei por não ir.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
MarcoAntonio Escreveu:BearManBull Escreveu:Exactamente por isso que os governos tinham de intervir e limitar esses negócios.
Portanto, se realmente tivesses tentado (acabado por decidir) ir para lá fazer negócio, os governos deveriam proibir-te. Ok.BearManBull Escreveu:DE qualquer forma o acréscimo que eu trouxesse na ia necessariamente ser usado na compra de armas.
Claro que não, as notas que passassem pela tua mão iam demarcadas com "não entregar a oligarcas" e "não utilizar em armamento". Ok.
Touché Marco Antonio. Sempre com 2 pesos 2 medidas.
É como o tema de fuga aos impostos. Muita gente que é totalmente contra, mas foge sempre que possível. O problema sao os "grandes", eu fugir nem conta
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