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Caldeirão da Bolsa

Presidenciais Americanas

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Efeito Trump

por Marco Martins » 7/1/2020 10:54

Creio que o maior problema existente, não serão os acordos nucleares, mas sim a vontade de revolta e vingança e isso, sim, mais tarde ou mais cedo poderá provocar outro "11 de Setembro" ou algo bem pior.

Enquanto não houver um respeito pelas leis de cada país ou pelas crenças religiosas, e houver sanções constantes que impedem o crescimento de um país, então é complicado haver uma paz duradora...

Até haver paz no médio oriente, ainda haverão muitos conflitos. E quanto mais cedo o petróleo deixar de ser algo importante na economia mundial, mais depressa aqueles povos não terão nada a perder para fazer valer o seu ódio e sede de vingança.
 
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Re: Efeito Trump

por Ativo » 7/1/2020 10:25

Como se sabe, os EUA tinham-se desligado do acordo nuclear que juntamente com alguns países da União Europeia e a Rússia tinham firmado com o Irão. Os outros países signatários desse acordo tinham reiterado a pretensão de manter o acordo feito. Esse acordo estava, portanto, mais ou menos moribundo. Entretanto, com a morte do general Soleimani, Trump conseguiu rebentar com o que restava desse acordo, pois o Irão já declarou o seu desligamento desse acordo ...
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Re: Efeito Trump

por MarcoAntonio » 22/12/2019 16:54

Tendo a concordar com o que dizes, mas parece-me óbvio também que o fenómeno vai bem para lá disso, tanto mais que a solidez a que me refiro não se explica apenas pelo apoio "incondicional" que obtém de uns mas também pela oposição sistemática que tem de outros (que, com base quer na eleição quer nas polls, são tantos ou mais). A níveis que não são nada normais na democracia americana (ver imagem anexa).



Penso que tem que ver em larga medida com um fenómeno que explodiu essencialmente na última década, o facto de tendermos a ser sujeitos aos chamados filtros que fazem com que vivamos em bolhas culturais e ideológicas num grau eventualmente sem precedente na nossa história, agravado pela utilização arquitectada desses filtros (frequentemente governados inocentemente por algoritmos de inteligência artificial) para canalizar fake news e criar as chamadas echo chambers (camaras de eco, numa tradução literal).


Assumindo desde já que a democracia contemporânea nunca foi perfeita nem pouco mais ou menos, estes fenómenos colocam em causa a meu ver a democracia como a entendemos (ou pelo menos a visão naive do que é viver em democracia). As escolhas não são dos individuos, as escolhas são feitas em grande medida por algoritmos que determinam o que o individuo quer escolher, criando (com a utilização activa desses filtros) ciclos viciosos de onde (aparentemente) é extraordinariamente difícil sair.
Anexos
trump_et_al.PNG
trump_et_al.PNG (26.7 KiB) Visualizado 8895 vezes
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Efeito Trump

por Ativo » 22/12/2019 15:49

MarcoAntonio Escreveu:Nada que o Trump faça parece afectar significativamente a opinião pública, pelo menos baseado nas polls.

A gallup poll para o Trump é a mais estável para todos os presidentes americanos pelo menos desde Franklin Roosevelt por uma margem significativa!...

Penso que tal é muito devido, não só à concordância de muita gente com as posições políticas de Trump, mas também ao facto de muitas pessoas se identificarem com Trump, por ele, ao contrário de muitos outros políticos, não estar tão preocupado com aparentar ser a pessoa que não é e com a defesa do que é supostamente politicamente correto. Isto faz com que muitas pessoas (até sem grande adesão às suas posições políticas) "veja" Trump como um político mais "autêntico" (com mais autenticidade), se identifique, por essa razão, com ele, e o considere como um dos "delas".
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Re: Efeito Trump

por MarcoAntonio » 22/12/2019 3:33

Nada que o Trump faça parece afectar significativamente a opinião pública, pelo menos baseado nas polls.

A gallup poll para o Trump é a mais estável para todos os presidentes americanos pelo menos desde Franklin Roosevelt por uma margem significativa!...
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Efeito Trump

por JohnyRobaz » 22/12/2019 2:53

ativo Escreveu:Um artigo, interessante, de José Couto Nogueira, em SAPO24, hoje:

«O processo de destituição de Donald Trump é um exemplo assustador do sistema democrático.

A democracia parlamentar, que é a base do nosso sistema político, impercetivelmente, sem que víssemos a situação chegar, abandonou o seu pressuposto básico: o país primeiro, os partidos depois.

A ideia dos sistemas parlamentares é que os representantes do povo se reúnem para defender os interesses do país e que os partidos representam apenas opiniões diferentes do como esses interesses devem ser defendidos. Ou seja, discordam sobre as soluções, mas concordam com o interesse comum.

Ora, ultimamente, vemos cada vez mais exemplos de que os representantes do povo não o ouvem nem representam, envolvidos em interesses vários, que se podem resumir no imperativo de manter o poder.

Esta situação está a acontecer de várias maneiras. Por exemplo, nos países que elegem os parlamentares pelo sistema de listas (corrigido pelo método de Hondt), os deputados, ou representantes, conforme s nomenclatura do país, sendo escolhidos pelos partidos, só aos interesses dos partidos obedecem. O eleitor, depois de os colocar lá, não tem poder de supervisão.

Nos sistemas uninominais, em que cada deputado é escolhido pelos eleitores de um círculo, ainda assim os eleitores escolhem pelo partido a que pertence, e acaba por não ser assim tão diferente.

Estas generalidades sobre o dilema em que nos encontramos (nós, outros europeus, sul e norte americanos e outros países sortidos por esse mundo) vêm a propósito duma situação muita concreta que põe em causa a questão do interesse nacional: o processo de destituição ('impeachment') de Donald Trump, 45º Presidente dos Estados Unidos e “o homem mais poderoso do mundo”, que faz ferver o sangue até em Portugal (a avaliar pelos comentários nestas colunas de opinião).

Não nos prendamos às peripécias da história, que está no noticiário diário, aqui e na Rússia (em tons diferentes, com certeza). O que gostávamos de salientar, é a forma como a fidelidade partidária se tornou tão aceitável, e tão mais importante do que o interesse nacional, que na verdade, o “interesse nacional” é apenas um sound bite que serve a realidade partidária. Se isto não é um suicídio do parlamentarismo, é pelo menos um coma induzido. Faz pensar, num arrepio que desce pela espinha abaixo, se o sistema chinês (totalitarismo político a troco de abundância económica), tão orgulhoso da sua verdade e em tão franca expansão, não será o futuro que nos espera.

Adiante. Concentremo-nos no caso em apreço, os Estados Unidos, onde decorre a tentativa de destituição dum autocrata por um processo parlamentar.

Estamos perante dois mundos paralelos: a partir das mesmas provas, os democratas que dizem que o presidente é um criminoso, e os republicanos que consideram que não aconteceu nada, tratando-se de uma mera obsessão dos seus opositores. Nas palavras dum comentador republicano: “Desde que Trump foi eleito que os democratas tentam contrariar o que foi a vontade do povo.” (Deixemos para lá que, devido ao sistema eleitoral norte-americano, Trump ganhou com menos votos populares do que Hillary Clinton.)

Parecem dois filmes diferentes, ou o mesmo filme representado por atores antagónicos.

O processo vai agora ser julgado pelo Senado. Julgado, quer dizer, um julgamento judicial, com os procedimentos de qualquer julgamento: ouvem-se as testemunhas, esmiuçam-se as provas, os advogados defendem as suas partes e finalmente chega-se a um veredicto. Ou seja, até o julgamento terminar, é suposto que os jurados não tenham decidido se o acusado é culpado ou inocente.

Ora bem, ainda o processo não tinha entrado formalmente no Senado, já dois senadores declaravam clara e abertamente que o acusado está inocente. Disseram que não interessa o julgamento, já decidiram de antemão. Se isto não é contrário às mais elementares bases do estado de Direito, então o título “estado de Direito” é uma figura de estilo.

Mitch McConnell,o líder dos republicanos no Senado e um dos membros do júri, afirmou com todas as letras que está em “coordenação” permanente com os advogados de defesa do presidente. Lindsey Graham, outro jurado/senador, afirmou publicamente que não precisa de seguir os procedimentos, já decidiu a favor do julgado. Se fossem jurados num processo criminal normal, seriam imediatamente afastados.

Chuck Schumer, o líder da minoria democrata no Senado, pediu (é o termo) para que fossem ouvidas certas testemunhas. McConnell recusou; para quê mais testemunhas, se a decisão está tomada?

Esta partidarite fica mais notória quando se compara este processo de demissão com o de Richard Nixon. Nessa altura, em 1974, foram os próprios republicanos que disseram a Nixon que as provas eram irrefutáveis. Consideraram que o interesse nacional estava acima do interesse partidário. Nixon demitiu-se, porque o seu partido não estava disposto a aviltar o sistema para o salvar, sendo a demissão inevitável.

A diferença, em 45 anos, é de gelar o sangue nas veias. Mas há outra diferença ainda mais aterradora: em 1974, a opinião do eleitorado mudou radicalmente quando as provas contra Nixon se tornaram públicas. Em 2019, a opinião do eleitorado não mudou com a publicação dos factos. Ou seja, os factos deixaram de interessar. O que interessa é a fidelidade a Trump, que nenhuma evidência pode alterar. Porque, e esse é o fundo da situação, o eleitorado deixou de acreditar na capacidade do sistema de apresentar a verdade dos factos. Ou, sucintamente, não acredita nos órgãos de governação.

Trump tinha razão quando disse que podia matar uma pessoa no meio da rua, à luz do dia, que nada lhe aconteceria. Ele intuiu, ainda nós não tínhamos percebido, que a opinião do cidadão é totalmente manipulável.

No caso norte-americano, esta mudança radical de comportamento do legislativo é creditada a uma figura de que não se fala muito hoje, o representante Newt Gingrich (entre 1989 e 1999). O seu animal preferido era o crocodilo, “que nunca mudou em 90 milhões de anos”, o que dava razão ao seu credo: “Se estamos certos, nunca devemos mudar.” O mundo animal, disse ele, “é o mundo da competição, a todos os níveis”.

No mundo da política, igual ao da natureza, a competição, ou melhor, a vitória, é o único valor.

Depois de se retirar da Câmara dos Representantes, que transformou num campo de batalha sem limites, Gingrich tornou-se um aliado discreto de Trump (nunca aceitou lugares públicos) e passa o tempo a escrever, dar conferências e opinar na Fox News.

Poucas personalidades na história moderna fizeram tanto para preparar o clima que viria a tornar Trump possível. Durante a década em que dominou o Congresso, criou um novo estilo de combate político em que vale tudo – insultos, teorias da conspiração, obstrucionismo estratégico – que mudaram o parlamentarismo norte-americano para sempre. Como diz McKay Coppins num artigo do “The Atlantic” que é imprescindível ler, “a carreira de Gingrich pode ser melhor compreendida como um esforço de retirar à política do país as marcas de civilidade que tinha desenvolvido para voltar à essência mais primária”.

Trump não será destituído, todos sabemos, o próprio, os amigos e os inimigos. O que estamos a ver nos Estados Unidos da América é uma versão específica do desequilíbrio dos três poderes, tão essencial à democracia parlamentar. Outros exemplos podem ver-se, ao vivo e a cores, em países tão distintos como o Reino Unido, a Hungria ou o Iraque.

Desde 1775 (a primeira Constituição dos tempos modernos) até há poucos anos, sucederam-se as tentativas de aperfeiçoamento do sistema para que fizesse melhor aquilo a que se propunha: representar o povo e servir os seus interesses. Mesmo os ditadores mais descarados fingiam que tinham apoio democrático e limitavam-se a manipular o sistema. Não mais. Já não é preciso fingir. É preciso encontrar outras formas de eleger e representar, se queremos salvar essa má ideia, que é a melhor de todas: a Democracia.».



Excelente texto.

É interessante e aterrador a comparação que começo a fazer: os ditadores de países mais subdesenvolvidos promovem a sub-educação para propagarem a ignorância e ao mesmo tempo, controlarem o povo com a força. O que começamos a ver nas democracias ocidentais é, de forma caricata, o povo a promover a sua própria ignorância por vontade própria. E com isto, focam-se não numa ideia que querem defender, não em valores, mas sim num líder que tencionam defender contra tudo e contra todos, contra factos e contra a realidade. Nem é preciso a força.
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Re: Efeito Trump

por Ativo » 20/12/2019 23:01

Um artigo, interessante, de José Couto Nogueira, em SAPO24, hoje:

«O processo de destituição de Donald Trump é um exemplo assustador do sistema democrático.

A democracia parlamentar, que é a base do nosso sistema político, impercetivelmente, sem que víssemos a situação chegar, abandonou o seu pressuposto básico: o país primeiro, os partidos depois.

A ideia dos sistemas parlamentares é que os representantes do povo se reúnem para defender os interesses do país e que os partidos representam apenas opiniões diferentes do como esses interesses devem ser defendidos. Ou seja, discordam sobre as soluções, mas concordam com o interesse comum.

Ora, ultimamente, vemos cada vez mais exemplos de que os representantes do povo não o ouvem nem representam, envolvidos em interesses vários, que se podem resumir no imperativo de manter o poder.

Esta situação está a acontecer de várias maneiras. Por exemplo, nos países que elegem os parlamentares pelo sistema de listas (corrigido pelo método de Hondt), os deputados, ou representantes, conforme s nomenclatura do país, sendo escolhidos pelos partidos, só aos interesses dos partidos obedecem. O eleitor, depois de os colocar lá, não tem poder de supervisão.

Nos sistemas uninominais, em que cada deputado é escolhido pelos eleitores de um círculo, ainda assim os eleitores escolhem pelo partido a que pertence, e acaba por não ser assim tão diferente.

Estas generalidades sobre o dilema em que nos encontramos (nós, outros europeus, sul e norte americanos e outros países sortidos por esse mundo) vêm a propósito duma situação muita concreta que põe em causa a questão do interesse nacional: o processo de destituição ('impeachment') de Donald Trump, 45º Presidente dos Estados Unidos e “o homem mais poderoso do mundo”, que faz ferver o sangue até em Portugal (a avaliar pelos comentários nestas colunas de opinião).

Não nos prendamos às peripécias da história, que está no noticiário diário, aqui e na Rússia (em tons diferentes, com certeza). O que gostávamos de salientar, é a forma como a fidelidade partidária se tornou tão aceitável, e tão mais importante do que o interesse nacional, que na verdade, o “interesse nacional” é apenas um sound bite que serve a realidade partidária. Se isto não é um suicídio do parlamentarismo, é pelo menos um coma induzido. Faz pensar, num arrepio que desce pela espinha abaixo, se o sistema chinês (totalitarismo político a troco de abundância económica), tão orgulhoso da sua verdade e em tão franca expansão, não será o futuro que nos espera.

Adiante. Concentremo-nos no caso em apreço, os Estados Unidos, onde decorre a tentativa de destituição dum autocrata por um processo parlamentar.

Estamos perante dois mundos paralelos: a partir das mesmas provas, os democratas que dizem que o presidente é um criminoso, e os republicanos que consideram que não aconteceu nada, tratando-se de uma mera obsessão dos seus opositores. Nas palavras dum comentador republicano: “Desde que Trump foi eleito que os democratas tentam contrariar o que foi a vontade do povo.” (Deixemos para lá que, devido ao sistema eleitoral norte-americano, Trump ganhou com menos votos populares do que Hillary Clinton.)

Parecem dois filmes diferentes, ou o mesmo filme representado por atores antagónicos.

O processo vai agora ser julgado pelo Senado. Julgado, quer dizer, um julgamento judicial, com os procedimentos de qualquer julgamento: ouvem-se as testemunhas, esmiuçam-se as provas, os advogados defendem as suas partes e finalmente chega-se a um veredicto. Ou seja, até o julgamento terminar, é suposto que os jurados não tenham decidido se o acusado é culpado ou inocente.

Ora bem, ainda o processo não tinha entrado formalmente no Senado, já dois senadores declaravam clara e abertamente que o acusado está inocente. Disseram que não interessa o julgamento, já decidiram de antemão. Se isto não é contrário às mais elementares bases do estado de Direito, então o título “estado de Direito” é uma figura de estilo.

Mitch McConnell,o líder dos republicanos no Senado e um dos membros do júri, afirmou com todas as letras que está em “coordenação” permanente com os advogados de defesa do presidente. Lindsey Graham, outro jurado/senador, afirmou publicamente que não precisa de seguir os procedimentos, já decidiu a favor do julgado. Se fossem jurados num processo criminal normal, seriam imediatamente afastados.

Chuck Schumer, o líder da minoria democrata no Senado, pediu (é o termo) para que fossem ouvidas certas testemunhas. McConnell recusou; para quê mais testemunhas, se a decisão está tomada?

Esta partidarite fica mais notória quando se compara este processo de demissão com o de Richard Nixon. Nessa altura, em 1974, foram os próprios republicanos que disseram a Nixon que as provas eram irrefutáveis. Consideraram que o interesse nacional estava acima do interesse partidário. Nixon demitiu-se, porque o seu partido não estava disposto a aviltar o sistema para o salvar, sendo a demissão inevitável.

A diferença, em 45 anos, é de gelar o sangue nas veias. Mas há outra diferença ainda mais aterradora: em 1974, a opinião do eleitorado mudou radicalmente quando as provas contra Nixon se tornaram públicas. Em 2019, a opinião do eleitorado não mudou com a publicação dos factos. Ou seja, os factos deixaram de interessar. O que interessa é a fidelidade a Trump, que nenhuma evidência pode alterar. Porque, e esse é o fundo da situação, o eleitorado deixou de acreditar na capacidade do sistema de apresentar a verdade dos factos. Ou, sucintamente, não acredita nos órgãos de governação.

Trump tinha razão quando disse que podia matar uma pessoa no meio da rua, à luz do dia, que nada lhe aconteceria. Ele intuiu, ainda nós não tínhamos percebido, que a opinião do cidadão é totalmente manipulável.

No caso norte-americano, esta mudança radical de comportamento do legislativo é creditada a uma figura de que não se fala muito hoje, o representante Newt Gingrich (entre 1989 e 1999). O seu animal preferido era o crocodilo, “que nunca mudou em 90 milhões de anos”, o que dava razão ao seu credo: “Se estamos certos, nunca devemos mudar.” O mundo animal, disse ele, “é o mundo da competição, a todos os níveis”.

No mundo da política, igual ao da natureza, a competição, ou melhor, a vitória, é o único valor.

Depois de se retirar da Câmara dos Representantes, que transformou num campo de batalha sem limites, Gingrich tornou-se um aliado discreto de Trump (nunca aceitou lugares públicos) e passa o tempo a escrever, dar conferências e opinar na Fox News.

Poucas personalidades na história moderna fizeram tanto para preparar o clima que viria a tornar Trump possível. Durante a década em que dominou o Congresso, criou um novo estilo de combate político em que vale tudo – insultos, teorias da conspiração, obstrucionismo estratégico – que mudaram o parlamentarismo norte-americano para sempre. Como diz McKay Coppins num artigo do “The Atlantic” que é imprescindível ler, “a carreira de Gingrich pode ser melhor compreendida como um esforço de retirar à política do país as marcas de civilidade que tinha desenvolvido para voltar à essência mais primária”.

Trump não será destituído, todos sabemos, o próprio, os amigos e os inimigos. O que estamos a ver nos Estados Unidos da América é uma versão específica do desequilíbrio dos três poderes, tão essencial à democracia parlamentar. Outros exemplos podem ver-se, ao vivo e a cores, em países tão distintos como o Reino Unido, a Hungria ou o Iraque.

Desde 1775 (a primeira Constituição dos tempos modernos) até há poucos anos, sucederam-se as tentativas de aperfeiçoamento do sistema para que fizesse melhor aquilo a que se propunha: representar o povo e servir os seus interesses. Mesmo os ditadores mais descarados fingiam que tinham apoio democrático e limitavam-se a manipular o sistema. Não mais. Já não é preciso fingir. É preciso encontrar outras formas de eleger e representar, se queremos salvar essa má ideia, que é a melhor de todas: a Democracia.».
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Re: Efeito Trump

por maturidade » 6/12/2019 9:25

Boas.
este senhor TRUMP, este ano nos meus traders, muitas das vezes só me lixou.
é que num dia diz uma coisa e os mercados reagem em alta, o pessoal toca a comprar(eu próprio),
e no outro dia já diz outra completamente diferente, e pessoal com medo(Eu próprio), desata a vender antes que seja tarde.
Foi um ano Difícil para mim, mas mesmo assim deu para salvar o convento.

abraços
 
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Re: Efeito Trump

por macau5m » 6/12/2019 1:39

Eu já calculava que o Mister Trump não andava bom da cabeça, um dia diz que gostava que o acordo com a China fosse para depois das eleições, no dia seguinte diz que o acordo está a progredir muito bem, dando a entender que está para próximo.
Episódios como o desta semana são constantes, claramente que não sabe o que diz, e os "mercados" ainda reagem aos Twits de um doente mental.
O Trump queimou os neurónios a pensar em dinheiro 24 sobre 24 horas, tudo o que ele faz é a pensar em ganhar dinheiro, seja para ele ou para os USA, não importa mais nada, não há aliados desde que estes tirem algum proveito dessa aliança.
Agora são os psiquiatras que vêm corroborar aquilo que eu já suspeitava. Não sei qual a lei dos Estados Unidos, mas será que é possivel internar compulsivamente um Presidente da República?!!!

https://executivedigest.sapo.pt/350-esp ... -de-trump/
Que nunca por vencidos se conheçam
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Re: Efeito Trump

por Ativo » 3/12/2019 14:40

In Negócios Online, hoje:

«Trump gosta da ideia de adiar acordo com a China para o pós-eleições.

O presidente norte-americano disse que "gosta" da ideia de esperar pelo pós-eleições presidenciais de 2020 para fechar um acordo comercial com Pequim.

Donald Trump disse esta terça-feira, 3 de dezembro, que poderá ser melhor esperar pelo período posterior às eleições presidenciais de 2020, que se realizam em novembro do próximo ano, para fechar um acordo comercial com a China. As bolsas mundiais estavam a subir, mas inverteram de imediato a seguir a estas declarações.

"De certa forma, eu gosto da ideia de esperar até depois das eleições para o acordo com a China, mas eles [Pequim] querem fechar um acordo agora e nós vamos ver se o acordo vai ser o correto ou não", afirmou o presidente norte-americano aos jornalistas em Londres, à margem de uma visita que marca os 70 anos da NATO.

Trump acrescentou que o que realmente importa para as perspetivas de um potencial acordo é a sua própria vontade: "Se eu quiser fazê-lo", disse, segundo a Bloomberg. "Não há nenhum prazo [para concluir as negociações]", assegurou, aumentando a expectativa de que a disputa comercial iniciada em 2018 possa prolongar-se por mais tempo do que o antecipado.

Estas declarações surgem depois de ontem o secretário para o Comércio, Wilbur Ross, ter dito que, num cenário de não acordo, a Casa Branca irá avançar a 15 de dezembro com mais um agravamento das tarifas aduaneiras (15%) a serem aplicadas sobre bens chineses importados para os EUA num total de 160 mil milhões de dólares.

As bolsas mundiais tinham vindo a subir há várias semanas na crescente esperança de que fosse avançar a "fase um" do acordo comercial parcial entre Washington e Pequim. A negociação na Europa arrancou em terreno positivo na sessão de hoje, mas inverteu logo após os comentários do presidente norte-americano. Os futuros de Wall Street também estão a registar perdas, prolongando as quedas à volta de 1% da sessão de ontem.

Hoje também é notícia que o Governo chinês estará a preparar uma lista negra ("blacklist") de empresas norte-americanas para uma possível retaliação. Este ano os EUA colocaram a gigante tecnológica chinesa Huawei na lista negra de empresas chinesas por receios relacionados com a "segurança nacional".
».

Os chineses talvez não queiram dar a Trump o trunfo eleitoral de ter conseguido um acordo comercial com a China e, por isso, não queiram fazer esse acordo antes das próximas eleições presidenciais norte-americanas.
Entretanto, Trump pressiona os chineses a fazê-lo, ameaçando com aumento de tarifas alfandegárias, e os mercados, por sua vez, talvez pressionem Trump, também, no mesmo sentido ...
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Re: Efeito Trump

por Bar38 » 21/11/2019 1:30

Triplano Escreveu:
Bar38 Escreveu:
Triplano Escreveu:
Ou seja, mais dia, menos dia, algo me diz que isto vai dar m*rda...
.


Não tenho a menor duvida...mas até lá :-" ....
 
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Re: Efeito Trump

por Triplano » 21/11/2019 1:20

lfhm83 Escreveu: Como dura á 11 também pode durar 15. Acredito na possibilidade de correcção mas mais depressa vejo o SP nos 4000 que nos 2000.


:)
Ok, é possível, mas como dizia ou outro, tenho muitas dificuldades em fazer previsões, principalmente do futuro.
Por isso, das três, uma... e isto é certinho: ou sobe, ou lateraliza, ou desce!
8-)


lfhm83 Escreveu:Embora concorde com os argumentos não mates o bull antes de haver sinais consistentes.


De maneira alguma... apenas renovo alertas à comunidade, com receio de que os mesmos sejam esquecidos...

Edit: peço desculpa se me desviei um pouco do tema deste post: Efeito Trump
"You can't predict. You can prepare.", Howard Marks (cit. Mass Mutual's advertising campaign)
"Tudo deve ser tornado o mais simples possível, mas não mais simples do que isso", Albert Einstein
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Re: Efeito Trump

por BearManBull » 21/11/2019 0:58

Embora concorde com os argumentos não mates o bull antes de haver sinais consistentes.

Como dura á 11 também pode durar 15. Acredito na possibilidade de correcção mas mais depressa vejo o SP nos 4000 que nos 2000.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
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Re: Efeito Trump

por Triplano » 21/11/2019 0:48

Bar38 Escreveu:
Triplano Escreveu:Parece que o pêndulo está de volta...

https://www.jornaldenegocios.pt/mercado ... taquesTopo


Esquece....nem 0,5% caiu, fosse há uns meses atrás era o suficiente para cair perto de 2%. Ele bem está tentar resfriar os ânimos e conter um bocado a coisa mas....tem que arranjar outra porque esta já não cola...


Há um ano atrás a coisa animou por esta altura, com os ursos a saírem da toca...

Mas, para mal dos nossos pecados, parece que estamos mais ou menos convencidos de que "desta vez é diferente"... (https://www.almedina.net/desta-vez-dife ... 11254.html)

E quando assim é, há registos históricos de que a coisa dá para o torto...

Neste contexto, existem aspetos que todos conhecemos, que nos preocupam, mas que parece ninguém querer levar a sério:

    - os índices dos States renovam máximos históricos (a descontar tudo e mais alguma coisa, nomeadamente a (re)eleição do Trump);

    - o Bull Market já tem uma duração de quase 11 anos;
    - temos consciência de que a vida (e também a bolsa) é feita de ciclos;
    - As injeções massivas de capital continuam;
    - As taxas de juro têm descido algo continuamente como forma de animar as economias, sendo que algumas delas até são negativas, o que faz com que já não haja possibilidade de descer muito mais... ou seja, o seu efeito benéfico está a esgotar-se (https://www.oaktreecapital.com/docs/def ... erious.pdf)


Ou seja, mais dia, menos dia, algo me diz que isto vai dar m*rda...

Porém destas coisas sou eu para aqui a falar, dado que não percebo nada disto...
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Re: Efeito Trump

por Bar38 » 21/11/2019 0:07

Triplano Escreveu:Parece que o pêndulo está de volta...

https://www.jornaldenegocios.pt/mercado ... taquesTopo


Esquece....nem 0,5% caiu, fosse há uns meses atrás era o suficiente para cair perto de 2%. Ele bem está tentar resfriar os ânimos e conter um bocado a coisa mas....tem que arranjar outra porque esta já não cola...
 
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Re: Efeito Trump

por novo2000 » 20/11/2019 22:37

Triplano Escreveu:Parece que o pêndulo está de volta...

https://www.jornaldenegocios.pt/mercado ... taquesTopo


Simplesmente "Brexit 2"... Brevemente ISTO ...vai ser pouco a pouco ignorado pelos Mercados.
 
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Re: Efeito Trump

por Triplano » 20/11/2019 22:19

Parece que o pêndulo está de volta...

https://www.jornaldenegocios.pt/mercado ... taquesTopo
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Re: Efeito Trump

por Bar38 » 20/11/2019 0:19

ativo Escreveu:
S&P 500, podes contar com o amigo Trump! :lol:



E comigo também... 8-)
Os mercados são exatamente o que mantém a esperança de uma reeleição a Trump, aliás estes já perceberam de tal maneira que já nem o joguinho da guerra comercial com a China faz com que haja qualquer correção significativa e até saudável e sentimento é que o caminho é para cima venha quem vier enfim...penso que no bom caminho para a euforia....
 
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Re: Efeito Trump

por Ativo » 19/11/2019 20:46

Trump espera ser reeleito à custa, entre outras coisas, do bom desempenho da economia e do mercado acionista norte-americanos (há muitos norte-americanos que investem em ações).

O S&P 500 tem batido sucessivos recordes em resultado de injeções de liquidez da Reserva Federal Norte-americana no mercado bancário.

Mas Trump ainda quer mais. O que faz, então? Convida o Presidente da Reserva Federal Norte-americana para uma reunião com ele na Casa Branca, com a presença do Secretário de Estado do Tesouro, pressiona-o a descer as taxas diretoras da Reserva Federal Norte-americana, manifestando o seu descontentamento relativamente à diferença entre essas taxas e as correspondentes europeias (mais baixas) e faz publicidade disso. Pretende desse modo pressionar, ainda mais, a Reserva Federal Norte-americana (apesar de ela ser, legalmente, independente do poder político) a descer as tais taxas e persuadir os mercados que as ditas taxas vão continuar a descer.

S&P 500, podes contar com o amigo Trump! :lol:
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Re: Efeito Trump

por JohnyRobaz » 9/11/2019 3:56

rg7803 Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu:Bem, finalmente aparece alguém de centro (na perspectiva norte-americana) a ponderar candidatar-se no espaço democrata, e nem vejo isto como uma clara identificação política minha, mas como perspectiva de uma real possibilidade de o Trump perder as próximas eleições, visto que me parece que só alguém democrata, mas pró-mercado será capaz de vencer Trump, como é o caso do Michael Bloomberg.
Veremos no que isto dá, se sempre avança, mas fiquei contente.



johny já reparaste que ele, caso vença, terá 78 anos quando for eleito presidente? a mim parece-me idade a mais


Sim, seria apenas para um mandato, tal como o Bernie que ainda é mais velho ou o Biden que tem apenas menos 1 ano que ele. A idade é relativa, há pessoas com 80 anos bem mais lúcidas e capazes que outras com 60 ou 70. Mas sim, é um problema, parece que o partido democrata envelheceu sem se renovar, o Obama secou tudo.. Mas não vejo outra solução. A Warren está com um discurso totalmente radical para os EUA, não me parece que consiga ganhar.
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Re: Efeito Trump

por rg7803 » 8/11/2019 22:28

JohnyRobaz Escreveu:Bem, finalmente aparece alguém de centro (na perspectiva norte-americana) a ponderar candidatar-se no espaço democrata, e nem vejo isto como uma clara identificação política minha, mas como perspectiva de uma real possibilidade de o Trump perder as próximas eleições, visto que me parece que só alguém democrata, mas pró-mercado será capaz de vencer Trump, como é o caso do Michael Bloomberg.
Veremos no que isto dá, se sempre avança, mas fiquei contente.



johny já reparaste que ele, caso vença, terá 78 anos quando for eleito presidente? a mim parece-me idade a mais
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Re: Efeito Trump

por JohnyRobaz » 8/11/2019 21:26

Bem, finalmente aparece alguém de centro (na perspectiva norte-americana) a ponderar candidatar-se no espaço democrata, e nem vejo isto como uma clara identificação política minha, mas como perspectiva de uma real possibilidade de o Trump perder as próximas eleições, visto que me parece que só alguém democrata, mas pró-mercado será capaz de vencer Trump, como é o caso do Michael Bloomberg.
Veremos no que isto dá, se sempre avança, mas fiquei contente.
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Re: Efeito Trump

por PXYC » 9/10/2019 13:57

lfhm83 Escreveu:De resto mais uma vez a falta de escrúpulos da esquerda a vir ao de cima, fazem tudo pelo poder não olham a meios e são inconsequentes.
Vamos ver como se desenrola a telenovela, para já está a criar algum nervosismo adicional, tudo o que o mercado necessita nestes dias complicados, depois de um breve ressurgir de alguma tranquilidade.

Os democratas podem ter algumas posições mais 'a esquerda do espectro político que os Republicanos, mas os democratas não são socialistas, de facto os Democratas já governaram os EUA por tantos e tantos anos e os EUA continua a ser um estandarte do liberalismo económico.


Flav Escreveu:Uma coisa seria votar nos republicanos, que ganhariam as últimas eleições com qualquer candidado minimamente credível e até com o Trump (como se veio a provar, lol). Outra coisa é perante candidatos como os trumps, os salvinis, os le pens e os orbans deste mundo não ser mais exigente e não procurar na mesma família política ou em familias políticas próximas com os olhos bem abertos, pessoas decentes e com projetos de futuro melhor para cada país e para a humanidade.

Nao concordo com esta hipótese, por um lado os resultados entre Republicanos e Democratas foram bastante renhidos, de facto os Democratas até tiveram mais votos absolutos e perderam pelas regras de representatividade por estado, portanto ambos tinham probabilidades de ganhar, por outro lado o Trump fazendo política de forma diferente, de uma forma mais pessoal e informal (ou especial), acho que foi a pessoa certa para atrair quem nao tem QI suficiente para perceber de economia e mercados mas estava aborrecido dos políticos e esperava alguém "diferente".

lfhm83 Escreveu:Excelente jogada do Trump, veio dizer live e para todos aquilo que tinha dita nas gravações.
Basicamente está a demonstrar não há nada de errado na conversa que tinha tido com o presidente da Ucrânia. Retira bastante força as probabilidades de um impeachment.
Trump pede publicamente à China que investigue Joe Biden

nao creio que o objectivo final seja destituir mas sim desgastar a imagem, pelo menos para o votante moderado que pode ora votar Democrata ou Republicano e consegue ver um pouco mais além do fogo de artifício de Trump, o mal já está feito.
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Re: Efeito Trump

por BearManBull » 4/10/2019 6:44

Excelente jogada do Trump, veio dizer live e para todos aquilo que tinha dita nas gravações.
Basicamente está a demonstrar não há nada de errado na conversa que tinha tido com o presidente da Ucrânia. Retira bastante força as probabilidades de um impeachment.

Trump pede publicamente à China que investigue Joe Biden


Curioso como ontem a Airbus acaba a subir 4% depois de anunciadas as tarifas.

Hoje devemos ter abertura no verde, mas ainda há alguma desconfiança depois da sangria dos últimos dias vamos ver como fecha a semana, para já considero sentimento bearish de curto prazo no mercado mas pode estar para mudar.
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― Leon C. Megginson
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Re: Efeito Trump

por Flav » 3/10/2019 11:41

Uma coisa seria votar nos republicanos, que ganhariam as últimas eleições com qualquer candidado minimamente credível e até com o Trump (como se veio a provar, lol). Outra coisa é perante candidatos como os trumps, os salvinis, os le pens e os orbans deste mundo não ser mais exigente e não procurar na mesma família política ou em familias políticas próximas com os olhos bem abertos, pessoas decentes e com projetos de futuro melhor para cada país e para a humanidade.
 
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